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9/14/2017 Filtros e Equalizadores

Filtros e equalizadores
 
É muito comum realizarmos o processamento de um sinal de áudio em função de sua frequência,
isto acontece tanto nos filtros e equalizadores do canal de entrada de uma mesa de som quanto
nos equalizadores gráficos e crossovers que vem em seguida.
Vamos fazer uma pequena revisão de alguns conceitos úteis que aparecem ao lidarmos com filtros
e equalizadores.
 
1 ­ O que é frequência:
Todos os sons que percebemos  são flutuações da pressão do ar acima e abaixo de um valor
médio. Chamamos de frequência ao número de alternações (ciclos) que ocorrem por segundo na
pressão do ar.
A percepção subjetiva que temos desta característica física  é que nos permite identificar um som
de alta frequência  como agudo, um de baixa frequência como grave e perceber os diferentes tons
de uma escala musical.
A unidade de medida da frequência é o hertz (Hz), igual a um ciclo por segundo (1 c/s). Utilizamos
frequentemente em áudio  o quilohertz (kHz), o múltiplo  da unidade de frequência igual a 1000 Hz
ou 1000 c/s. Se a razão entre as frequências de dois sinais  for igual a 2 (f2/f1 = 2, ou seja  f2 =
2.f1), dizemos que os mesmos estão separados por uma oitava.
 
2­ Filtros
Para lidar com os sinais no domínio da frequência um dos tipos de  circuito usados são os
chamados de filtros elétricos,  os quais deixam passar ou amplificam as frequências desejadas e
atenuam as  indesejáveis.
Podemos observar na fig. 1 um gráfico que representa a ação de um filtro ideal: deixa passar sem
nenhuma atenuação as frequências até fc, a chamada frequência de corte, e rejeita
completamente todas as outras frequências.  As frequências até fc definem a banda passante e
as que são rejeitadas a banda de rejeição do filtro.  Um filtro descrito por um gráfico como este não
é realizável fisicamente e um filtro real somente conseguirá aproximar o seu comportamento.  O
ganho  G do filtro é dado pelo quociente entre  a tensão de saída e a de entrada, e o ganho em
dB  é dado por  vinte vezes o logaritmo na base 10 de G.
G = Vo/Vin
GdB = 20.log(G)
 
 
Apresentamos  o gráfico da  resposta  em frequência de um  filtro normalmente com o ganho em
dB no eixo y (ordenadas) e a frequência no eixo dos x (abscissas), em escala logarítmica.
 
Quando as frequências rejeitadas estão acima da frequência de corte (f>fc), temos um filtro do tipo
passa­baixas (PB).
 

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Podemos ter também filtros passa­altas , se rejeitarmos frequências  abaixo de fc (fig. 2) ou 
passa­banda se a faixa passante  estiver entre duas frequências f1 e f2 (fig. 3).
 
 
 
 

 
 
 

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Um filtro real atenua gradualmente as frequências fora da faixa passante e o gráfico resultante tem
uma inclinação medida em dB/oitava ou dB/década, como mostrado esquemáticamente na fig. 4
para um filtro de segunda ordem passa­baixas . 
 
 

 
Um filtro real tem uma resposta em frequência cujo gráfico é mais suave como abaixo:
 
Filtro passa­baixas

 
 
 
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Filtro passa­altas
 

   
 

Filtro passa­banda
 
 

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Filtro rejeita­banda
 

   

Um  número ou parâmetro importante para a descrição dos filtros passa­banda será o seu fator de
qualidade Q, o qual é uma medida da largura de sua banda passante em função da frequência
central do filtro, f0 = √f1*f2 e dado pela expressão:
Q = f0/(f2­f1)
Onde f2 e f1 são as frequências de ­3 dB do filtro.
O exemplo acima é de um filtro com Q= 1,4 aproximadamente, e uma faixa passante de 1 oitava
(f2=1400 Hz, f1=700 Hz).

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Costumamos medir a largura de faixa dos filtros passa­banda em oitavas ou frações de oitava
como 1/2 ou 1/3 de oitava.
Filtros passa­altas e passa­baixas são empregados nos canais de entrada das mesas de som, nos
crossovers e, em conjunto com filtros passa­banda, nos equalizadores gráficos, definindo os
limites da resposta em frequência do canal ou equipamento e suprimindo os sinais que não
desejamos.
Um uso típico para um filtro passa­altas é cortar os graves que não queremos no canal do
contratempo ou Hi­Hat.
Veremos a seguir os equalizadores gráficos e paramétricos, que são exemplos de uso dos filtros
passa­banda ou rejeita­banda.
 
 
 
 

Equalizadores
 
Fomos apresentados no artigo anterior aos filtros elétricos, os quais usamos para eliminar sinais
indesejáveis que possam estar contaminando o nosso precioso sinal de áudio.
Agora vamos abordar uma importante classe de ferramentas colocadas à disposição do técnico de
áudio: os equalizadores.
Chamamos de equalizadores aos circuitos que modificam a resposta em frequência de um sistema
de acordo com nossas necessidades, seja para compensar as deficiências acústicas de um local,
seja para obter o timbre que desejamos para um determinado instrumento, ou atender a um
padrão como o RIAA que compensa as características de gravação e reprodução dos discos de
vinil com cápsulas magnéticas (lembram deles?). Os equalizadores irão moldar a resposta em
frequência do sistema de forma mais suave que os filtros, tendo sua ação limitada a cerca de +/­
20 dB, tipicamente.
Podemos dividir os equalizadores em:
1.      Fixos, como os RIAA e NAB encontrados nos pré­amplificadores para  cápsulas
magnéticas e gravadores de fita cassete ou de rolo. São circuitos dedicados,  incluídos
nos equipamentos citados.
2.      Variáveis, como os controles de tonalidade dos pré­amplificadores, os equalizadores
gráficos e os paramétricos ou semiparamétricos.
Os fixos têm suas características predeterminadas pela aplicação e não devem ou podem ser
alterados.
Os variáveis serão as nossas ferramentas de trabalho para buscar a sonoridade que desejamos
em um sistema de som e conseguir o  máximo de ganho antes da microfonia (realimentação
acústica).
Vamos analisar os diferentes tipos de equalizadores variáveis:
 
a)     Controles de Tonalidade
São a configuração mais simples de equalização e podem  ter  apenas  dois controles, um
para graves (baixas frequências), atuando em torno de 100 Hz, e outro para agudos (altas
frequências) atuando em torno de 10 kHz, cada controle permitindo uma variação de ganho
entre + 15 e   –15 dB nas frequências nominais e acima ou abaixo destas, com uma queda
suave de 4dB/oitava até cerca de uma década abaixo ou acima dos pontos de atuação,
formando um degrau no gráfico da resposta em frequência que lhes dá seu nome em inglês
(shelving ou shelf equalisers).
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Fig.1 ­ Um controle de graves reforçando e atenuando  7 dB em 100 Hz

   

Alguns controles de tonalidade mais elaborados  possuem um ou dois controles de médios, 
os quais atuam sobre uma faixa com frequência central e largura de banda fixas,  sendo
também chamados de equalizadores tipo "peaking" ou "bell" por sua natureza passa ou
rejeita banda.
 
b)     Equalizadores gráficos
 
No passado,  os pioneiros no uso de filtros de faixa estreita para controle da microfonia
(realimentação acústica) construiam em campo conjuntos de filtros  com indutores,
capacitores e resistores sintonizados exatamente nas frequências crîticas das salas [1] com
auxîlio de alicate de corte e ferro de solda.
O desenvolvimento da técnica e da eletrônica de estado sólido trouxe ao mercado conjuntos
de filtros passa ou rejeita­banda com largura de faixa de 1/1, 2/3, 1/2 ou 1/3 de oitava e
frequências centrais fixas, sendo 1/3 de oitava o melhor compromisso entre resolução, 
complexidade de ajuste (são 31 bandas para cobrir todo o espectro de áudio) e de circuito.
O ganho ou atenuação  em cada banda pode ser ajustado através de um potenciômetro
deslizante, por uma questão de facilidade de uso, típicamente  em  uma  faixa  de  ± 12 ou 
±15 dB.
Como a posição dos controles deslizantes simula uma curva de resposta em frequência, 
este tipo de equalizador passou a ser chamado de gráfico, embora a  real resposta do
equalizador se afaste bastante da sugerida pela posição dos controles no painel
 
Filtro equalizador passa­banda 1/1 oitava em posição de reforço 6 dB
 

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Filtro equalizador rejeita­banda 1/1 oitava atenuando 6 dB
 

   
 
 
 

c)     Equalizadores paramétricos
Estes equipamentos possuem seções com controles que atuam de forma independente sobre
os três parâmetros principais de um filtro:  sua frequência central, largura de banda passante
ou fator de seletividade Q  e a quantidade de reforço ou atenuação aplicada ao sinal.
 
Equalizadores são ferramentas fundamentais  para o técnico de áudio tanto para alinhar os
sistemas em sua resposta de frequência quanto para obter o timbre desejado de cada instrumento
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ou voz.
É preciso saber onde, quando e como usá­los para obter o máximo de rendimento de nossos
sistemas de som.
Apresentei nos parágrafos anteriores os  equalizadores de uma forma geral, agora vamos nos
deter em dois tipos importantes, os gráficos e paramétricos.
 
Equalizadores gráficos
Conforme visto no artigo anterior, os equalizadores gráficos são conjuntos de filtros com
frequência central e largura de banda fixa, cuja atuação em dB é ajustada por controles
deslizantes.
Costumam ser classificados por sua largura de banda em  equalizadores de 1/3, 1/2, 2/3 ou
1/1 oitava. Para cobrir o espectro de áudio, disporemos de 31, 20, 15 ou 10 filtros
igualmente espaçados entre si, correspondendo às resoluções citadas, com frequências
centrais padronizadas pela ISO.
O significado disto é que a razão entre as frequências dos pontos de      ­3 dB (BW­3) dos
filtros do equalizador será igual a 2 1/3= 1,26 ou 2 1/2= 1,41ou 2 conforme o caso.
Os filtros usados nos equalizadores são simétricos em relaão á sua frequência central, a
qual será sempre a média geométrica de f1 e f2 e teremos metade da largura de banda
entre f1 e f0 e entre f0 e f2. Estes filtros também são chamados de filtros com largura de
banda percentual constante.
 
Por exemplo:
Um filtro com f0 = 1kHz e BW­3 = 1 oitava teria  f1 e f2 (pontos de ­3dB) em 707 e 1414 Hz
aproximadamente, de forma que f2/f1 = 2 (1 oitava), e f1/f0 = 0,707 = 1/ 2 1/2 assim como
f2/f0 = 1,414 = 2 1/2 . A largura  da faixa de passagem (em Hz) será de 707 Hz, neste caso.
Para um filtro com f0 = 2kHz, os pontos seriam em 1414 e 2828 Hz mantendo a mesma
porcentagem de f0, mas com largura em Hz de 1414 Hz.
 
Um filtro com f0 = 1kHz e BW­3 = 1/3 oitava teria  f1 e f2 (pontos de ­3dB) em 891 e 1122 Hz
aproximadamente, de forma que f2/f1 = 2 1/3 (1/3 de oitava). Neste caso, a largura de faixa
(em Hz) será de 231 Hz.
 
Vejam na figura 1 a simulação do efeito de um filtro de 1 oitava (linha contínua) comparada
com o de outro com 1/3 de oitava (linha pontilhada), ambos cortando 9 dB na frequência de
1 kHz.
Fig.1

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Observe que o filtro de 1 oitava já atenua 3 dB em 500 Hz e o de 1/3 de oitava faz o mesmo em
cerca de 750 Hz. Fica clara a necessidade do uso de filtros de largura estreita de banda para
atacar ressonâncias sem afetar componentes importantes do sinal musical.
Uma característica importante nos equalizadores gráficos será a existência ou não de variação no
Q dos filtros em função da atuação dos controles, isto é, se a largura de banda permanece a
mesma para diferentes níveis de atuação (por exemplo: ­3,­6, ­9 ou ­12 dB). Os chamados
equalizadores de Q constante, cujo Q não se altera conforme a variação dos controles (reforço ou
atenuação), permitem uma atuação mais precisa e previsível [2], sendo preferidos para uso em
conjunto com analisadores de espectro e ruído rosa* e no combate à microfonia em situaçães
críticas.  Existem alguns projetos já clássicos que não tem Q constante mas cuja atuação é
considerada mais adequada ou "musical" para obter­se o timbre desejado sem instrumentos de
medição. Numa instalação fixa,  talvez o ideal seja usar um equalizador de Q constante alinhado
durante a instalação e fora de alcance do operador, complementado por um  tradicional para
timbrar o sistema e um paramétrico capaz de inserir filtros de 1/6 ou 1/12 de oitava para obter­se o
máximo de ganho antes da microfonia.
Outra característica importante será a forma de combinarem­se duas ou mais seções de filtro,
combinação esta que deve gerar uma ondulação na resposta em frequência menor que 1 dB.
* ruído rosa  é um sinal de teste que tem energia constante por largura percentual de banda
constante.
Os equalizadores são um dos pontos cruciais de um sistema de áudio, e sua correta escolha e
operação podem definir o sucesso ou insucesso no uso do mesmo.
 

Equalizadores Gráficos ­ final
 
Falamos anteriormente sobre  os equalizadores gráficos de Q constante e suas vantagens no
alinhamento de sistemas em conjunto com analisadores de espectro de 1/3 de oitava.
Vamos observar agora  o que acontece quando usamos dois filtros  seja em bandas adjacentes ou
intercaladas.
Primeiro, dois filtros, um em 800 Hz e outro em 1,25 kHz, acentuando 9 dB na situação de Q
constante e não constante.
 

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Podemos observar que a atuação de dois controles alternados afeta a banda intermediária de
forma considerável,  mais ainda para o caso do Q não constante.
Esta degradação da largura de banda pode ser pior em pequenas atenuações ou reforços, no
caso dos equalizadores de Q não constante.

Combinar ou Interpolar?
 
É muito importante saber como se somam as atuações de bandas vizinhas.
Duas ou mais seções devem se combinar com um mínimo de ondulação. Os filtros que se
comportam desta forma são chamados de combinantes(combining). Os projetos de Q não
constante conseguem boa combinação, mas os problemas de variação da largura de banda em
função do ganho persistem.

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Os equalizadores de Q constante permitem a formação de uma pequena ondulação (ripple) na
curva resultante da atuação em dois controles vizinhos e isto não é muito desejável, pois ao
atuarmos em dois controles vizinhos,  muitas vezes queremos atingir uma frequência 
intermediária, mantendo o filtro resultante com a mesma largura de banda. Os projetos que
realizam um tipo de filtro que satisfaz esta condição são chamados de interpolantes e combinam
as vantagens de um projeto de Q constante com a possibilidade de atuarmos entre as frequências
padrão ajustando duas bandas vizinhas.
 
 
 
 
Podemos observar nos gráficos abaixo a atuação de dois controles, em 1kHz e 1,25 kHz,
reforçando 9 dB.

   
 

Conclusão Final ­ Equalizadores Gráficos
Os Equalizadores gráficos são ferramentas fundamentais para o técnico de áudio, mas devemos
conhecer suas características em profundidade para aplicá­los corretamente e alcançar os
resultados desejados com rapidez.
 

Equalizadores Paramétricos
 
Estes são os equalizadores mais flexíveis que dispomos para nosso trabalho, aqui poderemos
escolher a quantidade de reforço e atenuação, a frequência central de atuação e a largura de
banda  dos filtros,  ou seja temos acesso a todos os parâmetros que descrevem o equalizador.
 
Os equipamentos possuem de duas a doze seções com três controles:
 
¨      Ganho, calibrado em dB e com atuação de +/­ 15 ou 20 dB
¨      Frequência, em Hz ou kHz
¨      Q ou BW (bandwidth),  usualmente calibrado em frações de oitava
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Para usá­los para eliminar uma ressonância por exemplo, pode­se estabelecer
inicialmente um valor não muito estreito para o BW  (1/2 ou 2/3 de oitava),  ajustar o
ganho para ­6 ou ­ 9 dB,  variar a frequência até localizar a região ofensiva e aí
então ajustar o Q ou BW de forma a eliminar apenas a frequência ou frequências
indesejáveis.
 

 
1 ­  Davis, Don; Davis, Carolyn; Sound System Engineering; 2a ed., 1987, SAMS Books.
2 ­ Cysne, L. F. O. ; Áudio Engenharia e Sistemas,  H. Sheldon ed.,1990.
3 ­ Equalizadores Gráficos de Q Constante; Rane Note 101; Bohn, Dennis; Pennington, Tony;
Revista Backstage no 60

Para entender os gráficos
 
Apresentamos a resposta em frequência dos filtros exemplo em gráficos com o ganho em dB
(decibéis) no eixo dos y e a frequência em Hz, de forma logarítmica, no eixo dos x. O uso de
escalas logarítmicas como o decibel, que lineariza a divisão do eixo dos y, ou a divisão logarà­
tmica do eixo dos x, permite comprimir em um espaço aceitável uma faixa grande de frequências e
de  variações de ganho ou nível de sinal, tal como encontramos no áudio,  e ajusta­se à forma
também logarítmica com que percebemos as variações de frequência e nível sonoro.
A resposta em frequência de um equipamento é levantada aplicando um sinal senoidal com
amplitude constante na entrada do mesmo e medindo a variação da amplitude de saída, obtida ao
variarmos a frequência do sinal de entrada. O resultado será dado em dB, com relação à
amplitude de entrada.
 
 
Copyright Álvaro C. de A.Neiva (1999­2013)

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