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Resistência Ao Fogo Da Madeira e de Derivados de Madeira
Resistência Ao Fogo Da Madeira e de Derivados de Madeira
DERIVADOS DE MADEIRA
RESISTÊNCIA AO FOGO
É a capacidade medida em tempo para resistir à actuação do fogo
plenamente desenvolvido, sem ocorrência do colapso da estrutura
ACCÃO DO FOGO
A madeira é um material combustível, diferente do que acontece com o aço e o betão.
Tal como os outros combustíveis
sólidos, a madeira decompõe-se em
gases que alimentam as chamas.
Estas por sua vez aquecem a madeira
ainda não atingida e promovem a
libertação de mais gases inflamáveis.
Para o estudo da madeira exposta ao
fogo, as propriedades térmicas e as
propriedades relacionadas com a
resistência e rigidez são as que mais influenciam seu desempenho. A maioria destas
propriedades está relacionada com outros factores intrínsecos da madeira, como a
densidade, o teor em água, a inclinação do fio a composição química, a
permeabilidade, a condutividade térmica e factores externos (como as temperaturas
de exposição ao fogo, duração da exposição e a ventilação no ambiente).
1. FASE DE DESENVOLVIMENTO
1.1 IGNIÇÃO
Apesar da madeira ser um material combustível é caracterizada por uma
temperatura de ignição relativamente elevada
A Temperatura de Ignição depende de diversos factores:
Espécie
Densidade
Teor em Água
Forma da secção
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Valores frequentes de Temperaturas de Ignição :
sem chama piloto => superior a 400 ºC
na presença de um foco de incêndio => aproximadamente 300 ºC
madeira pré aquecida durante um longo período => por vezes 150 ºC
1.2 PROPAGAÇÃO
Sucessão de ignições, cada uma delas desencadeada por outra
adjacente. A velocidade de propagação da chama é moderada a baixa.
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COMPORTAMENTO DA MADEIRA SOB A ACÇÃO DO FOGO
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Na figura observa-se que as vigas de madeira, submetidas a um severo
incêndio, sofreram uma redução de secção mas mantiveram a capacidade de
suporte do peso próprio e das vigas de aço, que entraram em colapso.
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EVOLUÇÃO DA SECÇÃO ÚTIL
A madeira mesmo a altas temperaturas conserva durante algum tempo uma
secção residual que se mantêm fria, mesmo a pequena distância da zona em
combustão, e que conserva as propriedades físicas inalteradas.
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VELOCIDADE DE COMBUSTÃO
Define-se velocidade de combustão como sendo a razão entre a espessura da
camada carbonizada e o tempo de combustão. Admite-se que a velocidade de
combustão é constante durante o incêndio.
Densidade
A velocidade de combustão
diminui com o aumento da
densidade da madeira. Mais
material a consumir e pior
oxigenação.
Teor em Água
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Valores frequentes de Velocidade de combustão :
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prEN 1995-1-2
Eurocódigo 5 – Projecto de Estruturas de Madeira
Part 1-2: Regras gerais – Projecto de dimensionamento em relação ao fogo
(1) As acções térmicas são definidas no Eurocódigo 1 Parte 1-2 (EN 1991-1-2)
2.3 Valores de cálculo das propriedades dos materiais e resistências (pág. 18)
f 0.2 E
(1) Propriedades mecânicas da madeira f d , fi = kmod, fi Ed , fi = k mod, fi 0.2
λM , fi λM , fi
f d,fi Resistência de cálculo da madeira sob a acção do fogo
Ed,fi Módulo de elasticidade de cálculo da madeira
f 0.2 Percentil de 20% da resistência de cálculo da madeira
E0.2 Percentil de 20% do módulo de elasticidade de cálculo da madeira
kmod,fi. Factor de modificação para o fogo
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γM,,fi. Coeficiente parcial de segurança para a madeiras ob a acção do fogo. Normalmente
considera-se igual à unidade.
R0.2
(2) Resistência mecânica de um elemento Rd , fi = η
λ M , fi
Rd,fi Resistência de cálculo do elemento sob a acção do fogo
R0.2 Percentil de 20% da resistência de cálculo do elemento à temperatura normal sem
considerar o efeito do teor em água e o efeito da duração das acções ( k mod = 1)
η Coeficiente de conversão
γM,,fi. Coeficiente parcial de segurança para a madeiras ob a acção do fogo. Normalmente
considera-se igual à unidade.
Ed,fi Efeito para a combinação de acção variável de base fogo, incluindo efeitos de dilatações e
deformações
Ed,fi Resistência de cálculo em situação de fogo
(1) O efeito Ed,fi das acções deve ser calculado considerando as combinações indicadas no
Eurocódigo 1 Parte 1-2 (EN 1991-1-2) na cláusula 4.3.1
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Gk +ψ fiQ k ,1
em geral η fi = ,ψ fi. é um coeficiente de combinação definido no EC1 1-2
γ G G k + γ Q,1Q k ,1
Por simplificação, recomenda-se ηfi = 0.6 excepto quando existam áreas susceptíveis de
acumulações de mercadorias (incluindo acessos), caso em que se recomenda ηfi = 0.7
O raio do arredondamento dos cantos deve ser considerado igual à espessura da camada
carbonizada.
Para garantir que o arredondamento dos cantos é considerado separadamente em lados estreitos
impõem-se uma dimensão mínima para o lado (sob pena de ser obrigatório utilizar o método
baseado na taxa de carbonização convencional):
bmin = 2 dchar.0 + 80 para dchar.0 = 13 mm
bmin = 8,15 dchar.0 para dchar.0 < 13 mm
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Alternativamente, o arredondamento dos cantos pode ser
ignorado desde que se considere uma taxa de carbonização
convencional que compense o erro cometido.
Para densidades compreendidas entre 290 e 450 kg/m3 no caso de madeiras de folhosas
(hardwood) a taxa de carbonização pode ser obtida por interpolação. 3.4.2 (4)
(Outras condições de utilização desta tabela para o caso de painéis de madeira deverão ser
consultadas no Eurocódigo e. 3.4.2 )
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4 Procedimentos de dimensionamento considerando a resistência mecânica (pág. 32)
4.1 Generalidades
Para efeito de dimensionamento deverão ser aplicados os métodos gerais constantes do EC5
Parte 1.1 considerando a secção útil calculada segundo as regras expostas em 4.2.2
(recomendado) e 4.2.3.
def = dchar.n + k 0 d0
1. Secção inicial
2. Limite da secção residual
3. Limite da secção efectiva
A secção residual deve ser determinada considerando apenas a redução á secção original
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A secção efectiva deve ser calculada reduzindo a secção inicial a camada carbonizada básica
dchar.0 (considerando o arredondamento dos cantos) ou a camada carbonizada convencional
dchar.n , calculadas conforme 3.4.
Deve-se considerar a redução da resistência da madeira utilizando o coeficiente k mod,fi. (ver 2.3)
:
Para t = 20
1 p
k mod, fi = 1,0 − para resistência à flexão
200 Ar
1 p
k mod, fi = 1,0 − para resistência à compressão
125 Ar
1 p
k mod, fi = 1,0 − para resistência à tracção e módulo de elasticidade
330 Ar
onde:
p é o perímetro da secção residual exposta ao fogo, expressa em metros
Ar é a área da secção residual, expressa em m2
Para t = 0 kmod,fi. = 1
Para 0< t < 20 o coeficiente k mod,fi. deve ser obtido por interpolação entre os valores anteriores
4.3.1 Generalidades
(1) Compressão perpendicular ao fio pode ser ignorada
(2) O esforço transverso pode ser ignorado em secções rectangulares e redondas. Para vigas
entalhadas é necessário é necessário verificar se a secção residual na vizinhança do entalhe é
pelo menos 60 % da secção necessária para o cálculo à temperatura normal.
4.3.2 Vigas
(1) Quando os travamentos laterais colapsam durante o incêndio a encurvadura lateral deve ser
considerada.
4.3.3 Montantes
(1) Quando os travamentos laterais colapsam
durante o incêndio a encurvadura lateral deve
ser considerada.
(2) Condições de fronteira mais favoráveis
que as consideradas para a temperatura
normal no caso de montantes contínuos
inseridos em pórticos de nós fixos (non sway
frame):
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4.3.4 Ligações mecânicas (pág.35)
(1) A redução da rigidez das ligações deve ser tida em conta
Coeficiente de fluência a utilizar no cálculo da rigidez das ligações sujeitas ao fogo:
k ,fi = ηf. k u
ku coeficiente de fluência à temperatura normal em estado limite último
ηf. Factor de conversão indicado na tabela 4.2
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