Você está na página 1de 16
SEMANARIO DE CRITICA E INFORMACAO LITERARIA, CIENTIFICA E ARTISTICA Neas_& 21 DE DEZEMBRO DE 106 GEZA SZOBEL POR ANTONIO PEDRO A casa onde nascou falaya-ke o hidish © o hungaro mas, quando chegou a idade da excola era o checo a lingua oficial. Depois foi o alemao de Viena na Academia de Belas Artes 0 de Berlim, Com a matoridade legal banho Tustral de. Paris js de Montparnasse com um com todas a linguas. D pois outra ver Praga e outra ve Rrertim. Quando ehegou de novo a hora de Parisa barafunda linguis- Foi entio que 0 ; traduzindo © xonho num falava, ¢ 66 fa : lav a subtilissimas, Se ficimos amigos io foi porque andassemon ou an= dngeem’ as, nossas_preocupacoes or eaminhon eqiivatentes: Bara tie o motieo era apenas um pre- texto de pintura e 80 cla contava izer. daquelas harmonias © Saquelas desarmonias de que ve fara alegria e melancolla dos homens. Bara mimo caso era ou fro'e a pintura quanto. melhor, melhor, mad posta ao ervigo dit imagem que ¢ a fala verdadeira da gente quando se esquece da thuleta sestritiva, da tz, Chamayacme lilerato mas fledmos térlo.e "verdadeiro. 0. sonho de isto fol ha doze anos. Em doze porque, realmente, nao haveria nada a dizer o outro dead que no mostrissemo: que iamos fazendo, waite » JAN | TREVISTA COM LOUIS ARAGON POR VITOR vida intelectual francesa A\, Stcrenvotacee presentencnte num clima bastante di tinhamos habituado antes. da “Durante as horas da ocupacio quando a bota nazi pretendia: thagar 0 ‘iltimo sopro do espirito dia Franca, o artista fol chamado a colaborar intimamente ¢ pratt Camente na latacontra ooeupante, ‘AVocupagio fol como ue tm vova'a que todos foram subnet Gon. Uina dura prova, na verdade dela sairam alguns afogados ‘na lama do colaborcioniamo, outros a quem casa lama saipicou, ainda Guede leve, © que. pretendem das nddoas recebidas, Mase into @ uma honra para on intclectsain de todo.o mundo — grande ndmero de artintan da Eranes, passada essa pro inpa, aurecolada, de prestigio te o caso de Louls Aragon, Cuja condita, alids, nao surpreen: evolucao da sua obra, Alguns dos seus detactores. brandiram com Aatinfagao tuma frame que Aragon dow que eatendem a mio ao int migor—pretendendo ver nela wma RAMOS. linha de conduta do pocta apos a derrota de 1040. Essos enqueciam, talver propositadamente, que Ueade @ congreso de Karkhov, © suitor de Lex Besse Quartier ie comprometera numa luta que ndo permitia quartel. Ao iniilgo de Toi0'nto se poderiam extender ax Indios sem as'sujar,e Aragon soube Senipre petmanecer de mom lim. pun. intelectual, homem de expl- Fito, tomando parte activa em Yodan aa querelan que bem do expirito ne desensolaranm antes da foment de aceio que conduziu os sous compatriotas na uta desen- cadeada, dende a. primelra hora, Por toda a Franca, sob nomes Supostos, Aragon erlowcomitts, Inacou jornais Slandestinos, cola: maw que se Liam dvidamente no Blackout & que aqueciam os corse Fomoava eatranhamente nas cal gaddan “de "Paris, De. Ehrenburg para 2 ee mais dog ee as Extrelto, Crelo que we pode dizer © mesmo de Aragon, em relagio & Franca. Quando. excreveu, em ioiy, a Bataile do que cantor now supiicios, toda Pranga chorot (Continua ne pagina 9) Desenhe de GEZA SZOBEL SEMANARIO DE CRITICA E INFORMAGAO LITERARIA, CIENTIFICA E ANTISTICA. LUSBOA, 21 DE DEZEMBRO DE 1946 Prego avulso 2$50 Jaime Cortesdo Casimiro | editor: | Luis de Sousa Rebelo Corpo directivo Adolfo Casais Monteiro Jaime Cortesao Casimiro Propriedade da EDITORIAL CONFLUENCIA, LDA. Redacgho © Administragho Rua da Miveriindia, 8 — LISBOA ~ Composisio: Rea da Mixerisérdia, 2-4: Improssio: LABOR, Rue do Berto, 3 SAI TODOS OS SABADOS Distribsidores exclusivos em Portugal has Adjacenten « Colinias: Editorial Organieopses, Lda. — Largo Trindade Couto, 9-2? — Talat. 37507 ~ LISBOA Distribuidores exclusivos para o Brasil Lieros de Portugal, Lda» — Rus Con fatoce Divs, 62 RIO DE JANEIRO ESTE NUMERO FOI VISADO PELA COMISSAO DE CENSURA ASSINATURAS Se quer receber et MUNDO LITERARIO, en © seu endereco, bem legivel, ‘acompanhado da importincia cor respondente ao periodo que de- ‘sejar, por meio de vale de correio ow carta registada, 12 mimeros ...... 27550 4 mimeros .. |. 55850 ‘Assinatura de experténcia : 6 mimeros Ese, 15500 » Portes de correio incluidos PAGAMENTO ADIANTADO AS IDEIAS E Dos pais perenes da condicao de ©. seu abatimento acentua-se, Em 6 de Dezembro faz a abjuraeao. em forma, humilha-se «que de minha propria e livre vontade ana- tematizo ¢ aparto demim toda a espé- Cie de heresia © apostasia que for on se levantar contra a santa Té cat lias... e«prometo de nunca me ajun- tar com eles (cos que contra esta fé catéliea vierem e sto dignos de con- enacdos) e de os perseguir e desco- brir as heresias que deles souber aos inguisidores e prelados da Santa Ma dre Iarejay... € «juro» ¢ eprometo> © Se em algam tempo tornar a cair em estes erros ou em outra qualquer es pécie de heresia ot ndo cumprir a peniténcia que me € imposta: quero _ © me praz que seja avido por relapso e castigado» ete., ete. Foi condenado a scarcere peniten- cial perpétuo> © & confiscacdo dos bens e j4 pouco tempo teve de vida, Palavras de um jornalista Hamilton Fife € um jornalista inglés bastante conhecido e que tem a propésito da imprensa, da JImprensa ém que participa, idelas definidas e claras. «Nao se deve, diz Hamilton Fife, oferecer A apreciacdo do leitor awsuntos que necessitem de um esforco de pensamento. As not elas deyem embelezar a vida, des- pertar interésses superticiais, esti- mular emogdes xem importancia. Quando se fala de acontecimentos deve-se falar principalmente dos Ppersonagens, a ndo ser que ox Aconteclmentos tenham um cari ter sensacional. Assim por exemplo, uma foto- grafia que represente o Minintro jas Financas da Gra-Bretanha a fazer um relato da situagio finan- cera (sobretudo se a mulher do ministro 0 acompanha) deve ser OS HOMENS referida a uma aniline dow nit Treros que se cltem ‘ease’ dis: ‘Notitra passagem esereve : «Quando se quer desviar a aten- gao de uma questio seria fala-ne de coisas sem importancia». Digam I que este Hamilton Fife nao sabe o que dizT Shaw ¢ os instintos do leitor «Bernard Shaw distingue, entre as pecas de teatro que escreveti, as pecas agradaveis e as pecas desagradaveis, com um fraco extremamente marcado pelas segundas, E isto é alguma coisa mais que uma graca. Traduz uma im- portante realidade. Os leitores sao pessoas que {ém em geral mitito maus Instintos, bem peores que os dos ro- mancistas: esperam encontrar no romance uma espécie de cumplici- dade que os ajude a escapar-se dos proprios aborrecimentos, dos peque- nos aborrecimentos pessoais, assim como dos grandes aborrecimentos colectivos. E muitos romancistas esto Prontos a ir até a baixeza nesse gé- nero de cumplicidade. Era Platio quem distinguia na classificagio das artes, as da adulagdo, Hé muitos es ritores que tém por ambigdo serem simplesmente aduladores e agrada-me que Platao tivesseassociado na mesma categoria intelectual os cozinheiros € este género de escritores... Nao de- ‘vemos ser cumplices dos maus instin-= tos do leitor». (Paul Nizan). TRANSCRICOES Diversos jornais, entre os quais alguns brasileiros, tém transerito artigos do «Mundo Literdrio» sem. indicagao de origem. O «Noticias de Lourenco Marques de 21 de Julho transereved o artigo de Diogo de Macedo publicalo no no 7, powthe um titulo sensacio- nal de reportagem, ignorou-lhe a igem © omitin o nome do autor. NESTE NUMERO Entrevista com Aragon, por Vitor Ramos @ Gora Szobel, or Antonio Pedro @ 0 pro- lema das nossas bibliotecas nacionais, por Vitor de Sd @ PANORAMA CIENTIFICO: A roposito do centendrio de Leibnitz (1046-1716). A fora morta ea forga viva, por Ro= muto de Carvalho: Racionalis- mo © Medicina ® Poesias de Maria Almira Medina @ Mi SICA: Bela Bartok - Caminho © contrastes do compositor @ @ TEATRO, Sobre as notas de Teatro de um actor, por Luis . De cada estrela nascerd um menino malogrado (Que é das flores que nao nasceram?) Se a terra nao brotar, se 0 mar nao brotar, se 0 sol ndo brotar, Ai, se os préprios homens que interrogam Nao rebentarem em flores, em flores, em flores. Almira Medina 4 Por detrds das vidra¢as, menina a sonkar Doideiras sem par... Bordado caido Mamé curiosa a saber o que foi, Que foi que pés estrelas nos olhos da bela Por detrds das vidracas... — Foi o vento, foi o vento, ak! foi 0 mar, foi 0 sol, foio mar!... Mama cautelosa, gorda, espapacada, Repete ao gato, as flores sem cor, aos cortinados : ak! foi o mar, 0 mar, o vento! Na rua, a vida salta, cabriola e pula, E a moca fechada sonha. sonha... sonha... +.» Que foge para a rua a rir e a cantar Fazendo momices @ mama espapacada Que repete ao gato, ds flores sem cdr, aos cortinados: ah! foi 0 mar, 0 mar, 0 vento!... Nos olhos da moca britham as estrelas Enquanto as gorduras da mde vigilante estremecem cuidados... Domingo burgués & janela de casa, Nem alegre nem triste, Ver quem passa — mais nada Ver passar a canalha dos becos Na rua decente da gente decente: Domingo burgués de sobrotho franzido a janela de casa. Ver passar gente bem De passagem pela rua da gente decente; Domingo burgués de olhos invejosos @ janela de casa. No céu da cidade passeiam as aves. Céu de estrelas e aves faz dores no pescoco. Ver quem passa — mais nada, Domingo gorducho, indiferente, imoral, 4 janela de casa, Nem alegre nem triste, Ver a vida a passar. MUNDO LITERARIO UMA ENTREVISTA COM ARAGON GGa wei ere com ele ¢ toda a Franga eng seas lagrimas amargas que h tarde explodiram em raiva com forga de um magico elixir. I Pi pete ne Tes tarmes Avaze ibooeu sma nova geografia da Franga, um novo mapa; onde de Pegitio em regio, de’ cidade. mm Side, women ceicer o ne amor pelo pals humilhado. A Franca, ha desgraga, aprendia a conhecer Geecus amigos'c um dos maloree craente homem que nao slulava, Como tantos, vaos gritos de. paz trlotismo, nae horas’ da paz, mas tabia lutar pela Franga, nas horas Ge angistia, E agora que cosas horas estio longe. Aragon segue ha primeira, linha, enctbeca a lista don que. pugnam. por um imundo melhor eleneaminna a sua actividade no sentido duma reno- vacio mental do nosso tempo. Medan na aewsho de homenagem imeméria do Zola, reallzadn pela Sociedade dos amigos do autor do Germinal, Nao esquecerel nun- ca a nun figura, destneando-ne na Ide'crun da tarde, no Atrio. da casa onde Zola, morret. All pro- unclou um inesquecivel dixcureo, enguendo-se contra cortas forcas do obscurantiamo, ax meaman que Saluniaram Zola, aw meamas que continuam hoje, numa obra sah- terrinea, a tentar minar-o presti- gio da Franca e a sua reconst Go. Aprend! aia ad Rroment pilido, que falava vom os Gentes. Cerradod por uma ralva legitima enon alirava, a. todox gite © owyiamon, verdatden foie que dolam como marteladas Vinéae que para cleo assunto de gs tratava cra grave, defintivo atone nr mo, ria, ae in preselonow. Quando diay depois fie resebeu no ve gabinete’ de trabalho, encontrel ‘sm homen Giferenté: ‘agora Aragon era 0 artista vamivel, acolhedor. dox Bovos, Sobre a sua mesa estavain dointivros de Alves Redol e quan- do noube que eu era. portugue falou-me do nosso pais ¢ da sua literatura com uma compreensao de probleman que me expantoy. Da Portuguesa passi- literatura, PARA A HISTORIA DA CULTURA BM PORTUGAL per Anténio José Saraive — Néo deixe de este live — Eligto do Centro Bibltogritico Dratrimtdor: Publicagses Euro R. dis Ghveas, 6 3° Amés mow a americana © desta, como oda enor frame cone cn Soepeeielgeupaceie Tae inaeaiceiec nace gaais ao sincias das potenicas que dest= tadelay Lembrei-ihe que, Clawde Roy tha dito quo a sua pocsia fala dansar_os ‘manequine do Sar cae eis ae ciagicar dake Se oe eee dbihujenseateaa gene sateen Retoinac am codi oegida Satite Menippve, de Ronsard, de Hugo edevelver poesia e wan virtude polemica? AFagon sorriene I Mente, souponderme:~ Go reende, ew mao posso toners Fesponsabilidade Ge tudo o que oe diz da mim Alin nto real e que manequing se retere, Roy. Se m poesia, como. nou too,'us chega & polemicas nao 6 com manequins, ‘mas com seres Sieceiber tears duce Pe eater ited rete non eat him em! ditvida, a poesia pode tomar por vexes © tom polérico. Nem por nso deixa ge abr pocein, Werte gis ee di guniac como nome do por Shusteiee volte henge Naw’ ni acha due, onto, exia me tornara propagamtia Posie tie tocedoue peut son ‘gon Tevaatarte, colo: bilando. lontamonte an hacee? “Gnd: comes e onde ab a propaganda? Toda. a poosia uma propaganda, duma ou doutra coisa” devamor, do eeu, cuma ova e melhor vida... Veo’ pode fear sgalae Guess chaeatoe laty araddive(atalinasemcgelie fard ‘prophgada —contra’o que dina poeaia nto. pura.e por con: fagadecls cevon coevta tereetes Gevtadasiontaad nad) oe judi ie Gelaaiy dieters Ghamurse propaganda, a cvalta: gio das idelas dos outros, mas Pepa Ee jeiam, Asin ye-se tim “eatolico falar’ multo siuccramente. conten O que els classifica do poceia por fides, fato &'a poesia que colea @ itatn oe gare ae Saw ele eaqucce como se. exalta do fer’ certee poomas de inapleae ho catslica, que fazem propa: Banda do eéur Eaqrece quanto fiacine, Corneiilt ou francis Jammer falam ao ve coraglo, Bt alo Ine causuto‘tota :conoura: tig Baceaslacoupecutuciay Aragon calowee © euaprovelta para langar nova perguntas Veja que. nho aieredita oa existencia da poesia pura, Pensa, portanto, que’a.poetia.sefa ime posta pelap circunstancias? ow Ew jd manifestel tantas vezes a minha opiniao sobre esse mune to'qute me'custa um pouco voltae 4 afalar dele, Queiramos ou nao, toda a poesia nasce no meio dax Gireunetancine nlo bi pocala Sant creunpeinclas: A poeolt pou Gedlaraser ae cieeunethacla oad aie namee, "mio. poe delnar de Sr cetaveca Pefas cireunatan= Sitss"Compreende'? ; agoe continue 16 teu singh oe euiria ate a ‘estate do Rind vio ‘cinco passoe qus ela percorre enguanto. fala, “Teno ina verte uificuldade em. segult- dikes paitmssion coetenerslnel Elgin teecamipaietpabedi ciate sun: BU Rni, Isto’ 2 iin eepicle de opis uitelispacy Asipbeenaa GU secapem fain del innate Consiriamente por considerar fad poeuegl eae, que legend tharch do: Rosa tempo. o signe Gn realidade. fa velha querela do maderalemo que renasce' aob tn ovo difanee! Quanto nl ean que ho pode naver pooal Miva fora da vida, fora dis chr cunstiincias, Por nao sabermos [aba possi & luz das eircinsifind clas, chegi-ne a. perder 0 gosto por alguns grandes poets, Avon [ecia asim antes da guerra com tim grande parte de Victor Hugo, que ajuventude considerava ile- Eivel, como, por exemplo, Lex Chaltinents ¢ Lanndstorible, Ate jue a ocupagdo explicou a juven- {ide exta pocain,e Tha tornow xen. swivel. Acontece’ o mesmo cor foda a poesia de Charles Paguy. fugo ow Peguy Rio os mesmon hie erm MM foram am clrcunae efi quie madara ora sou eu que o Intertompo para ihe apresemtar ainda wnt argumento' dos defensores da poesia pura. Pergunto-the se nie eme que as einetinstiineiaw exma- guem @ poesia, ‘Tinh ‘acertado outa vez_no alo, Aragon dime lide fundo Mas, que clrcunstincias? A atémica? Fla ¢igualmente erigona para a poesia pura. Ac ode the fornecer exemplos, em que jus ‘lreunstineias, em Togar de esmagar a poesia, deram vida aos poetas. Ax circunstincias nunea esmagarie a poesia. Eama- garao talver alguns homens que nao estejam sua altura. A poe- sla_nao tem necessidade de se afastar dos acontecimentos para falar mais alto do que eles. Acre- dite-me: a poeaia pode bem agar- far enue touro pelow chifren. ae sim nesta guerra, ox poetas d falafam mais allo do que © canhao, mais alto do que a der rota aparente, Os escritores da Resistencia Francesa nao foram exmagados pelay “circunsidncian npostas por Vichy. Aqueles que Aceltaram’ essay circunstancias © que dentro delas se entregaram @ uma poesia pura, mostraram, ao coniririo, gue ‘se deixaram esmagar pelos acontecimentos. pee eben Des as Hoe oases ee RE eta uate ee pcan ene eae aioe otra ee cs seat Sate dor a ee ane re oe co Ra she austen Mean a eee adele eae na rear Reta sab ete tn cs aeons ena ees setae as pee AEE Co ae eee a see areceeoeene ca setae eee aera eee eet ratte oases eee este Seats epee er sare eS See ae rarcoeaaa a sce ara meee ie sper Nea eae are onan Ree a eat ee eee Se ee See Se ee ee ete 1 cerc Ae Stee area eae are ers ec enccoeg seve acemateh Seas oan ee eats 2 ea eae ae, eae eee See ee es eee een ie Seated center mos, pego-Ihe, & poesia, Ha cies eee! Re ea ae oats ee oot Bee Su eee eee de toda a liberdade, consciente ou inconscientemente. Quanto a mim, defendo a Itberdade do poc- ade dizer a verdade, contra todos ov entetas ¢ contra an suas razdee complicadas que preten= Som miitarow direitos da poes Tanto pior, se a verdade ni pura. ‘Agora eu tinha rei howiem que ouvir falar em aquele que cetrava os dentes, de cuja boca as palayras saiam afia- das como punhain. Maw ja ele, novamente calmo, se levantava. Interpreto eate gesto Com uma despedida. A saida torna 2 acompanhar-me pelo longo com redor, até a porta. Cat fora esta a rua’ calma, 'provineiana, depois ha um pequeno largo ¢ logo. a seguir, sem transicao, 0 Boule= vard, ‘St, Michel, "0 parisiense Boul'Mich” onde "gendarmes de lava brantea Fegem'uma orquestra Na esquina da Rue St. André don “Arta, com o largo do, mesmo home, vejo uma pequena placa fapenis’ dois. palmos quadridos) Gis em lotmts cavadie no mar more se pode ler “Ici est tombe André Moimeau, pendant Len glorieuses journcen dela liberation, pour que Ia France revives. Il multas placas como esta noutras esquinas de Paris ¢ todas aparecem Horidas, cada” mana, ovo de Paris nao exquece quem morenfporyele. ‘ontrado o Sneed CONHECA OS GRANDES BXITOS DE LIVRARIA A Editorial Glebe presenta om ‘2 edi ESTEIROS | Vigoroso romance de PEREIRA GOMES, dedi- % cado aos filhos dos ho- mens que nunca foram meninos, 0 mais retum- Dante. sucesso literario dos ‘tiltimos anos. Assim se explica que es anteriores edicdes se esgotassem répidamenic. 3 Este e outros dos nos. § sos livros sao indisp. saveis na sua bibliote Peca catdlogo geral a en- EDITORIAL GLEBA, LOA. Rex da Madalens, "arr Telefone 9 1216 — LISHOA sukoo LiTERARIO Agora que tanto se fala no des- ting-da poesia, agora que tanto ae pregunta que rumo ird ela seguin, Rgora que tanto se receia que ela perca ligagto como. acontedt hiento social gue The dew nova Vida de 1940 a 104, eu continuo a ter té na resposta que sera dada a estas dividas cing pelos poctan da Franga: A peed fon "um lugar no novo. destino. que a Franga esti a forjar pelas suas proprian mos, Mas que es fede poesia? Enquaiito Paris continuar a en= cher de flores cada manha as placas que Ihe lembram.os aqua Fapazee mortos na Resleténela, eu. estou em crer que a resposta 6 poderd wer estat 7 Uma poesia da luta ¢ do ofsi- mento, ‘que busque na vida. as suas raizes e nos fale do mundo fal como che eo ca Seri esta poesia por demaly circunstanciaf e comprometida? Recordo certas palavras de Upton Sinclair, que me. levam avacreditar em insuspeltadag afi idades de cultura inter-continen- fal. Diz Sinclair no. seu. livre Mamonart: «Toda a arte € propa: ganda. Propaganda certas yeren ficonsetente, ‘mas multas yezes intencional, Acrescentarel em comentario a esta aflrmagio que juando os artistas ot. on criti¢os je arte dizem que a arte exclii a propaganda, querem afirmar que Asa propaganda € arte ‘e/a outran propagandas 0 nfo ‘silo: Ortodésia Ca minha déxiay hetes rodoxia @ a doxia dow outros, Compare-te esta afirmagho cate gérica do escritor amerieano com 2 resposta que Aragon dew. & ininha segunda pregunta © Ce Ievado a concluir. que ha muito bom senso nesta verdade (lat Patice: cos bons espiritos encon contram-se>. "Alias, hd Outros grandes © bona espirites que acorrem a cate rendez-vous. Paul” Bluard, por cing artrmou tn dla er fa poesia sido, durante a ocupagao, também uma arma. Nada ros In Giea que essa arma tenha perdido a sun forga ofensiva e, ee a cone Servou, por que nao ha-de usdela Era este problema que eu queria apresentar na primeira pregunta desta entrevista, Mas” Aragon enquivou-se a responder, talver porque aw circunstinclas, de que fe fanto fala, nto fossets prope De qualquer forma, eabe aos poctas"apresentar a’ resolugto Ueste problema, Elen nos dirao ne preferem epondre pour nousl fled Tomances» como afirmaya ironic camente Malakowsky ou datenos aquela outra poesia que poe 0 inferno eo céumnesta terra, como me dine Aragon. viror RAMOS — VALE-LHE A PENA ASSINAR MUNDO LITERARIO undo LITERARIO, Rernrdo Lopes UM CRONISTA DO ‘Afonso, da gual teve um filho, Mestre fiterdria, © integridade ‘de caracter de D, Joao 1, foi nomeado guarda das Azurara, referindo-se a Fernao Lo- a lizados houvera vivi a POR HENRIQUE PINHEIRO trabalho sempre por apurar os su- Cessos politicos Lopes adivinhiow os principios da moderna Historia: a vida dos tempos que ele escreveu transmi- fiu-a a posteridade e nao como outros fizeram, ndo somente um esqueleto de gucessos. politicos e de nomes céle- Ferndo Lopes sabe usar da eritica € com ela. aprova ou desaprova, A Yerdude para ele € 0 fruto principal da alma © ha-de ser clara e ndo-fin- sida, mormente nos reise senhores. ‘A’ vinganea de’ D. Pedro sobre o ascassinos de Inés de Castro, 08 as jectos de que se reveste 0 acto, a falta de cumprimento da promessa feita pelo monares no tempo de seu pui—o perdido. concedido acs mata- dores — fazem dizer a Fernao Lopes Contudo, posto «que isto achamos, de EL-Rei de Portugal que a toda a gente era mantenedor da. yerdade, fiosea tencdo é nao. louvar mais, pois Contra seu juramento foi consentidor em tZo feia coisa como esta,» Nao perdoa a D. Jodo 1a sua co- bardia, 0 seu desejo de fuga para In- glaterra, receoso das consequéncias da juta popular, temeroso de ser vit ma de Leonor Teles, dispesto depois 4 copsorciat-se com ela, empurrado por Alvaro Pais ¢ pelos homens Bons» da cidade de Lisboa. Ferndo Lopes antipatiza com a rai- nha ¢ essa antipatia vislumbra-se tra: ¥és das Cronicas de D. Fernando e D. Jodo, quando Leonor Teles ¢ ine ATICA CASA EDITORA FUNDADA EM 195 INAUGUROU AS INSMLAGOES DA SUA NOVA LIVRARIA NA RUA GARRETT, 2 LIVROS } ae ACIONAIS IROS POVO directamente culpada da morte de sua irma, quando manda prender 0 Mes- ire, quando trai Portugal, arregimen- tando-se a Castela, quando, por seus amores com Andeiro, cobre de vergo~ nha o rei portugues, ‘Da sua hipocrisia, do seu ar mavioso, dos seus maleficids, nos fala'9 eros fa em mais duma passagem da sua Historia, mi E que Leonor Teles, anti-populer, anti-burguesa e

Você também pode gostar