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O conceito de celebridade não é de todo algo novo, este título, fruto da fama e atenção
pública, já é observado como fenômeno social desde o século 15. Mas hoje estamos aqui para
discutir parte da evolução que este conceito tem vindo a sofrer com o passar dos anos.
Para isso, as autoras deste capítulo, Anne Jerslev e Mette Mortensen, ambas professoras da
Universidade de Copenhaga, especializadas no estudo de celebridades e redes sociais,
decidiram tentar perceber de que forma se comportam as celebridades numa altura em que a
vida online está cada vez mais integrada no nosso dia-a-dia.
Trazem-nos então celebridade na era dos media social - Renegociar o Público e o Privado
Este capítulo segue uma série de conceitos que tentam em conjunto formalizar uma resposta à
pergunta de partida do artigo. Conceitos estes que irão ser desenvolvidos e explicados ao longo da
nossa apresentação
Uma vez que falamos sobre a pergunta de partida é importante destacá-la, visto que, todos os
estudos precisam de um ponto de começo. E é definida a seguinte
Desenvolvimento Histórico
Como diz o título, este capítulo foca-se nesta noção do público e privado. Na forma como as
redes sociais, de alguma forma, transformaram a interação com os fãs por parte das
celebridades. É dito, pelas autoras, que existe uma espécie de divisão entre o modo como as
celebridades eram representadas e/ou se apresentavam em relação às suas vidas privadas.
O interesse público nas vidas privadas das celebridades é algo que já era relevante desde os
anos 20 e 30. Onde as celebridades apareciam em revistas a mostrar o seu glamoroso e
exuberante estilo de vida, mas ao mesmo tempo participando em atividades mundanas que de
alguma forma estivessem ligadas com a sua área de trabalho. Por exemplo, um ator que
representasse um cozinheiro, num filme recente, poderia ser fotografado a participar nessa
mesma atividade. Com o tempo este vislumbre das vidas privadas das celebridades foi
ganhando uma maior presença e interesse em geral.
No texto é referido então um programa de 1953, onde o público era “convidado” a entrar nas
casas das celebridades. Chamava-se “Person to Person” e tentou, de certa forma, tratar as
celebridades de um modo mais informal. Era um programa em direto cuidadosamente planeado
e ensaiado. Apresentado pelo conhecido pivô americano Edward R. Murrow, que geralmente
tratava as celebridades pelo nome próprio a fim de transmitir essa tal informalidade desejada
pelo programa. Consistia então de uma espécie de entrevista à celebridade onde a mesma dava
um house tour enquanto respondia às perguntas colocadas pelo pivô. Muito como a Vanity Fair
agora faz com os seus vídeos em que desafiam celebridades a responder a 100 perguntas
seguidas.
“Person to Person” refletia então este novo interesse, proporcionado pela televisão, em mostrar
a vida privada das celebridades. Oferecia um contacto mais íntimo emanando um sentimento de
autenticidade. Contudo a forma meticulosa como estava ensaiado dava o feeling de stiffness, de
que era no fundo uma representação, apesar das suas tentativas de informalidade e
privacidade. No fundo o programa não estava a oferecer um acesso aos bastidores real.
Ainda que o programa tenha falhado em transmitir essa transparência e informalidade que tanto
procurava, este mesmo refletia como as mudanças tecnológicas desempenham um papel
fundamental na cultura das celebridades
Como já tínhamos referido, as autoras acreditam que existe uma espécie de divisão entre o
modo como as celebridades eram representadas e/ou se apresentavam em relação às suas
vidas privadas. Divisão esta observada nos anos 2000, onde os media digitais deram um passo
gigante nesta dissolução de barreiras entre o privado e o público. A ascensão da Internet
possibilitou a existência de todo uma nova panóplia de plataformas de comunicação, onde é
possível publicar fotos, vídeos e textos.