Os historiadores sempre mostraram interesse pelos acontecimentos do seu
tempo. Nas reflexões historiográficas a esse respeito, percebe-se haver certa confusão referente às limitações do seu campo e um questionamento relativo à sua existência e à sua validade. Diante desse quadro, o grande desafio do conhecimento científico (portanto, também da história) consiste em não se deixar pautar pelo consumismo da lógica do mercado e intervir no sentido de dar inteligibilidade à dinâmica de uma sociedade voraz, marcada por uma aceleração histórica inédita, sem que isso seja motivado por modismos ou afins. O objetivo do conhecimento científico é conferir a racionalidade e a veracidade, até os limites do possível (considerando a impossibilidade de uma verdade absoluta), de todo e qualquer fenômeno. A natureza e a diversidade das suas fontes, assim como a amplitude da sua documentação, permitem, ao historiador, realizar os cruzamentos e as verificações correspondentes para estabelecer suas conclusões. Nesse sentido, o tempo presente exige, mediante pressupostos teóricos, o dimensionamento, a hierarquização e a contextualização dos eventos, assim como sua inserção no processo histórico e sua relação com ele.