Machine Translated by Google

Revisões de energia renovável e sustentável 101 (2019) 146–157

Listas de conteúdo disponíveis em ScienceDirect

Revisões de energia renovável e sustentável

página inicial do jornal: www.elsevier.com/locate/rser

O mercado brasileiro de geração distribuída de biogás: visão geral, T

desenvolvimento tecnológico e estudo de caso
FF Freitasa, S.S. De Souzab,ÿ, L.R.A. Ferreirac , RB Ottoc , FJ Alessiod, SNM De Souzae,
OJ Venturinia , O.H. Ando Juniorb
uma

Grupo de Excelência em Geração Termoelétrica e Distribuída - NEST/IEM, UNIFEI, Universidade Federal de Itajubá, Av. BPS 1303, CP 50, Itajubá, MG CEP 37.500-903, Brasil

b
Department of Renewable Energies. UNILA, Federal University of Latin American Integration, Av. Sílvio Américo Sasdelli, 1842 Foz do Iguaçu, PR, Brazil
c
Automation and Simulation of Electrical Systems Laboratory (Lasse), PTI, Itaipu Technological Park, Av. Tancredo Neves, 6731 Foz do Iguaçu, Paraná, Brazil
d
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Unidade de Coordenação de Projetos para o Sul do Brasil. UDC, Centro Universitário, Foz do Iguaçu, PR, Brasil Programa de
E
Pós-Graduação em Engenharia de Energia na Agricultura – PPGEA. UNIOESTE, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, PR, Brasil

INFORMAÇÕES DO ARTIGO RESUMO

Palavras-chave: A biomassa é uma fonte energética potencial para a diversificação da matriz energética brasileira. Nesse contexto, o biogás produzido
Tecnologias de biogás a partir da digestão anaeróbica de resíduos é um relevante recurso renovável que desempenha um papel significativo na mitigação de
matriz energética brasileira problemas ambientais e na geração local de energia elétrica. Esta revisão apresenta o cenário da produção de biogás e geração
Usinas de biogás distribuída de energia elétrica no contexto brasileiro.
Geração distribuída
Primeiramente, apresenta um panorama da geração de energia elétrica a partir do biogás e das usinas brasileiras que compõem essa
Fazenda Colombari
matriz elétrica. Em segundo lugar, as principais tecnologias para produção de biogás e as possibilidades de seu uso, seguidas da
comparação de tecnologias para geração distribuída de energia elétrica a partir do biogás no mercado brasileiro. Para ilustrar a
aplicação da tecnologia de biogás, este artigo apresenta um estudo de caso da operação de uma usina de biogás e sua conectividade
com a rede, a Fazenda Colombari. As informações aqui apresentadas visam aprimorar e fomentar a recuperação de resíduos de
biomassa para produção de biogás via digestão anaeróbia e sua utilização para geração de energia elétrica. Embora o estudo de caso
considere uma usina específica no Brasil, as informações e resultados apresentados podem ser aplicados a outras áreas do país ou
regiões do mundo, contribuindo assim para promover a expansão das usinas de biogás para geração de energia elétrica. Por fim, uma
seção de perspectivas futuras descreve as implicações práticas da produção de biogás e geração de eletricidade em áreas rurais e
urbanas e sua contribuição para a implementação das políticas ambientais e sociais brasileiras. Esta revisão também é útil para apoiar
o desenvolvimento de pesquisas de biogás para produção de eletricidade.

1. Introdução
A energia renovável é, por definição, sustentável e limpa. Seu uso oferece a oportunidade
de conter o crescente esgotamento dos recursos fósseis, bem como os impactos ambientais
decorrentes do uso indiscriminado de recursos não renováveis. Nas últimas duas décadas,
a representação das energias renováveis na matriz global de geração de energia
experimentou um crescimento significativo. Em 2014, 59% da adição líquida global de
capacidade de geração de energia veio através de energia renovável [1,2]. A China é líder
mundial em geração de energia renovável sendo responsável por 21% da participação
mundial de energia renovável, enquanto os Estados Unidos fornecem cerca de 11% da
participação global [3,4]. Brasil
figura na terceira posição com 10%, mas com o objetivo de aumentar sua participação para
cerca de 19% até 2020 [5,6].
Embora o uso compartilhado das energias alternativas ainda seja muito menor quando
comparado com as consolidadas, o crescimento das fontes renováveis na matriz energética
mundial vem aumentando ao longo do tempo, como pode ser visto na Figura 1 [4,7,8 ]. Com
base no cenário, percebe-se a importância de dar por parte das maiores economias do
mundo a diversificação de sua matriz energética, bem como a viabilidade do uso de energias
renováveis
fontes de energia.
Políticas recentes em nível nacional demonstram que o Brasil segue a tendência
mundial de energia limpa e está comprometido com a estratégia de manter sua matriz
historicamente renovável, agora

ÿ Autor correspondente.
E-mail addresses: flaviofereirafreitas@gmail.com (F.F. Freitas), saengquimica@gmail.com (S.S. De Souza), liz.ferreira@pti.org.br (L.R.A. Ferreira), rodrigobueno@pti.org.br (R.B.
Otto), felipe.alessio@fao.org (F.J. Alessio), ssouza@unioeste.br (S.N.M. De Souza), osvaldo@unifei.edu.br (O.J. Venturini), oswaldo.junior@unila.edu.br (O.H. Ando Junior).

https://doi.org/10.1016/j.rser.2018.11.007 Recebido
em 15 de junho de 2018; Recebido em formulário revisado em 16 de outubro de 2018; Aceito em 4 de novembro de
2018 1364-0321/ © 2018 Elsevier Ltd. Todos os direitos reservados.
Machine Translated by Google
FF Freitas et al.
Fig. 1. Capacidade instalada mundial de fontes alternativas - dez principais países em 2014 (GW) [4].
Fig. 2. Demonstração do crescimento do Produto Interno Bruto e da Oferta Interna de Energia (1990 a 2012) Adaptado de [9].
combinado com a sua política de segurança energética. A preocupação brasileira pode ser
explicada pelo seu crescimento económico nas últimas duas décadas, que
consequentemente levou a um aumento do consumo de energia primária do país em mais
de um terço, conforme observado na Fig. 2. [9].
Em 2012, o Brasil foi o oitavo maior gerador de energia elétrica do
mundo com uma geração total de cerca de 538 bilhões de kWh de eletricidade,
que corresponde a aproximadamente 2% da produção mundial de eletricidade
nesse período [10]. De acordo com a Energy Information Admin istration - EIA [10], cerca
de 451 bilhões de kWh de eletricidade gerada em
2012 veio de fontes renováveis, e 91% desse montante (411 bilhões de kWh) foi gerado
a partir de energia hidrelétrica, tornando o Brasil o terceiro
maior gerador de energia renovável e o segundo maior gerador hidrelétrico global em
2012 [10]. Segundo dados, o Brasil é o
segundo maior produtor mundial de etanol (26,2 milhões de metros cúbicos em
2010 da cana-de-açúcar) e maior exportador mundial de etanol,
produzindo 76.154 m3 /dia de etanol em 2013, um aumento de 18% em
relação ao ano anterior [11-13]. Embora o Brasil tenha experimentado
o aumento de sua produção de energia por etanol e hidrelétrica, a
participação de energia renovável na matriz energética brasileira diminuiu de
49% em 1990 para 42% em 2012 (Fig. 3), especialmente devido à substituição
de lenha (contado como 100% renovável) e as condições climáticas.
A produção de energia a partir de fontes renováveis depende muito
147
Revisões de energia renovável e sustentável 101 (2019) 146–157
sobre as condições climáticas. No cenário atual, a vulnerabilidade do
Matriz energética brasileira considerando sua dependência de energia hidrelétrica
e consequentemente sua dependência do regime de chuvas pode comprometer a
segurança energética do país. O Brasil já experimentou grandes
problemas de abastecimento de energia elétrica como resultado de um grande período de seca
em 2001, o que comprometeu a capacidade dos reservatórios,
reduzindo a capacidade de geração hidrelétrica [6,14,15]. Impulsionadas pela crise
energética de 2001 e pelas constantes mudanças climáticas, diferentes iniciativas têm
desenvolvidos no Brasil para aumentar a oferta interna de energia renovável
energia, em associação com a busca de uma economia de baixo carbono
[16,17]. Em meados de 2004 o governo brasileiro implementou o Programa de Incentivo
às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA em
português), um dos maiores mecanismos mundiais na tarifa feed-in
(EM FORMA).
Além de estabelecer mecanismos legais para estimular o consumo de energia
geração a partir de três fontes de energia diferentes (eólica, biomassa e
hidrelétrica de pequena escala) [18–21], o PROINFA tem sinalizado aos investidores
sobre a seriedade da política de energia renovável no Brasil. Para o
ano de 2018, o programa tem um orçamento de R$ 3,4 bilhões [22]. O número
esclarece a atual tendência do setor elétrico em investir na diversificação da matriz
energética brasileira, na manutenção de sua predominância renovável, e o destaque e
pioneirismo brasileiro
Machine Translated by Google
FF Freitas et al.
Fig. 3. Matriz Energética Brasileira. Adaptado de [12].
Fig. 4. Geração de eletricidade no Brasil por fonte, de acordo com a capacidade total
de geração elétrica em GW. Baseado em [4].
papel na tendência global de utilização de novas fontes renováveis [23,24].
O biogás ainda representa uma pequena parte das usinas de biomassa, que é responsável
por 8,5% do total de energia elétrica gerada no Brasil, segundo o Balanço Energético
Nacional (2017) (Fig. 4). O Brasil continua altamente dependente de duas fontes:
hidrelétrica e gás natural [4].
Dentre as fontes alternativas utilizadas no Brasil destacam-se a solar, a eólica e a
biomassa [7]. Apesar de todos desempenharem um papel significativo na matriz energética
renovável, o interesse deste trabalho é sobre o setor de biomassa, especialmente a
produção de biogás. Conforme argumentado em trabalhos anteriores, o biogás tem
potencial para contribuir significativamente para a geração de energia elétrica no Brasil
[25,26]. Outros efeitos positivos conhecidos são a descentralização da distribuição
territorial de energia, a prevenção da poluição ambiental, a redução do consumo de
combustíveis fósseis e a criação de fontes de renda e empregos na vasta área rural do
Brasil [27], que tem um território extensão com 8,5 milhões de km2
.
Esta revisão pretende realizar um levantamento geral sobre a tecnologia de produção
de biogás para geração de energia elétrica, inserida no contexto de geração distribuída
para o mercado brasileiro, considerando os significativos efeitos econômicos para o
grande, médio e pequeno empresário decorrentes do uso deste tecnologia. Além disso, a
revisão apresenta o estudo de caso da primeira usina de minigeração a biogás conectada
à rede, instalada e em operação no Brasil. As informações e resultados apresentados
podem ser aplicados em outras regiões do país ou mesmo do mundo, contribuindo assim
para incentivar o uso deste importante recurso (o biogás) para a geração de energia
elétrica.
148
Revisões de energia renovável e sustentável 101 (2019) 146–157
2. Panorama da geração de energia elétrica a partir do biogás no Brasil
A tecnologia de produção de biogás ainda é incipiente no país e, durante um longo
período de 40 anos (1970-2010), não recebeu a devida importância, sendo considerado
um subproduto sem valor econômico. A partir de 2010, o biogás passou a ser utilizado na
geração de energia, sendo considerado um ativo energético e não mais um passivo
ambiental [26,28].
A composição do biogás produzido a partir da digestão anaeróbica está diretamente
relacionada ao tipo de matéria orgânica decomposta. Assim, considerando a amplitude da
biomassa existente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) classifica o biogás
utilizado para produzir energia elétrica em quatro grandes grupos: resíduos florestais,
resíduos sólidos urbanos (RU), resíduos animais (AT) e resíduos agropecuários. resíduos
industriais (AIW). Nesta classificação, predomina o aproveitamento de resíduos na
produção de biogás visando a geração de energia elétrica.
As tecnologias de transformação de resíduos em energia consistem em qualquer
processo de tratamento de resíduos que produza energia na forma de eletricidade, calor
ou combustíveis a partir de uma fonte de resíduos. Essas tecnologias podem ser aplicadas
a diversos tipos de resíduos: desde os semi-sólidos até os líquidos e gasosos [29,30].
Os impactos globais dos resíduos sólidos estão crescendo rapidamente. Os resíduos
sólidos são uma grande fonte de metano, um poderoso gás de efeito estufa (GEE) que é
particularmente impactante no curto prazo. Os resíduos sólidos urbanos, que representam
a fonte predominante para a produção de biogás, contêm porções de substâncias com
alto potencial de produção de biogás, como a matéria orgânica (resíduos de alimentos)
[31,32]. Por outro lado, os dejetos animais são basicamente produzidos por animais e
existe uma ampla gama de dejetos animais que podem ser utilizados como fontes de
energia de biomassa. O método mais atraente de converter esses resíduos orgânicos em
combustível útil é através da digestão anaeróbica, que produz biogás que pode ser usado
para alimentar motores de combustão interna ou pequenas turbinas a gás, queimados
diretamente para cozinhar ou para aquecimento de ambientes e água [33].
Os resíduos agroindustriais são ricos em compostos bioativos, principalmente aqueles
oriundos do processo de material produtivo de fibras, couros, madeiras e alimentos. Esses
resíduos, antes vistos pelas empresas como uma saída negativa, agora têm potencial
para gerar diversos produtos, como o biogás. A Tabela 1 mostra as usinas brasileiras que
compõem a matriz elétrica e que utilizam biogás de resíduos sólidos urbanos, animais e
agroindustriais como fonte de energia.
Como observado acima, mais de 95% de toda a eletricidade produzida a partir do
biogás vem de instalações de resíduos sólidos urbanos [34]. Todas essas usinas estão
distribuídas no Brasil, embora estejam concentradas principalmente nas regiões Sul e
Sudeste do Brasil, conforme mostrado na Fig. 5.
Cada marcador da Fig. 5 representa uma unidade e clicando no marcador na
plataforma, mostra a categoria da unidade, a fonte de substrato, o
Machine Translated by Google

FF Freitas et al. Revisões de energia renovável e sustentável 101 (2019) 146–157

tabela 1
Usinas de energia de biogás [34].

Usina elétrica Cidade-Estado Fonte Potência Supervisionada (kW) Participação por fonte (%)

Salvador Salvador - BA Biogás - UW 19.730 96,77

São João Biogás São Paulo - SP Biogás - UW 21.560
Energ-Biog Barueri - SP Biogás - UW 30
Asja BH Belo Horizonte - MG Biogás - UW 4278
Arrudas Belo Horizonte - MG Biogás - UW 2400
Ambiente Ribeirão Preto - SP Biogás - UW 1500
Biotérmica Recreio Minas do Leão - RS Biogás - UW 8556
Uberlândia Uberlândia - MG Biogás - UW 2852
Asja Sabará Sabará - MG Biogás - UW 2852
CTR Juiz de Fora Juiz de Fora - MG Biogás - UW 4278
Itajaí Biogás Itajaí- SC Biogás - UW 1065
Termoverde Caieiras Caieiras - SP Biogás - UW 29.547
Guatapará Guatapará - SP Biogás - UW 5704
Bandeirantes São Paulo - SP Biogás - UW 4624
Curitiba Energia Fazenda Rio Grande - PR Biogás - UW 4278
Tecipar Santana de Parnaíba - SP Biogás - UW 4278
Ronaldo de Freitas Silva Uberlândia - MG Biogás - AW 120 1,73
Fazenda Nossa Senhora de Fátima Perdizes - MG Biogás - AW 175,2
Unidade Industrial de Aves Matelândia - PR Biogás - AW 160
Unidade Industrial de Vegetais Itaipulândia - PR Biogás - AW 40
ETE Ouro Verde Foz do Iguaçu - PR Biogás - AW 20
Leite de Estrela Céu Azul - PR Biogás - AW 110
Fazenda da Luz Abelardo Luz - SC Biogás - AW 810
Granja Makena Patrocínio - MG Biogás - AW 80
Ajuricaba Marechal Cândido Rondon - PR Biogás - AW 80
Fazenda Nossa Senhora do Carmo Ituiutaba - MG Biogás - AW 80
Granja São Roque Videira - SC Biogás - AW 424
Cogeração Bio Springer Valinhos - SP Biogás - AIW 848 1,5
Adelar Piaia Três Passos - RS Biogás - AIW 100
Cetrel Bioenergia JB Cachoeirinha - PE Biogás - AIW 874
Total 121.453,2 100

produção média de biogás, a situação da usina (se em fases de
instalação ou operação), o tamanho e a aplicação energética do biogás
(térmico, elétrico, mecânico ou biometano/gás natural veicular)
[35]. A fonte de substrato é assim classificada como mostrado na Fig. 6. A
potencial energético desses resíduos no Brasil e no Estado do Paraná têm
já foi estudado [25].
O Mapa do Biogás é uma plataforma pública e online criada pela
Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) em parceria
com o Centro Internacional de Hidroinformática (ICH) e com o
apoio ao Projeto Brasil-Alemanha para promover o uso do Biogás no Brasil
(Probiogás). A iniciativa mostra a viabilidade da energia do biogás
plantas no Brasil e ajuda a desenvolver o setor de biogás brasileiro por meio
a divulgação de informações sobre o potencial produtivo, unidades produtivas
existentes, tecnologias disponíveis, projetos de pesquisa e desenvolvimento, linhas
de financiamento, legislação e regulamentação, consultores
e fornecedores [35].
O potencial da biomassa no mercado brasileiro para a produção
do biogás e seu uso para geração de eletricidade foi relatado por
Ferreira et ai. [25]. Em 2015, havia 127 usinas de biogás no Brasil
utilizando resíduos agrícolas e industriais, bio-resíduos, lodo de esgoto e
gás de aterro sanitário, que produziu cerca de 1,6 milhão de Nm3 /dia (584 bilhões de m3
biogás/ano), representando uma geração de eletricidade de 3835 GWh
[36,37]. A capacidade instalada de geração de eletricidade a biogás aumentou
significativamente, atingindo 196 MW em 2015 e 450 MW em 2016
[38].
O aumento da produção de biogás no Brasil é resultado de sua viabilidade
econômica e técnica. A produção de biogás ocorre a partir de
diferentes materiais orgânicos, como dejetos de animais, resíduos urbanos e
lixo sólido. Sobre o assunto resíduos urbanos, um estudo realizado por [39]
destacou o potencial de geração de energia elétrica a partir do biogás
aterros sanitários no Brasil e apresenta a viabilidade econômica do biogás
plantas. O autor argumenta que para que as usinas de biogás sejam viáveis a partir de
resíduos urbanos, a população não poderia ser inferior a 200.000 habitantes.
Nos municípios menores, a viabilidade dos projetos depende de
políticas. Em relação ao segmento industrial, o trabalho apresentado por [40]
esclarece a viabilidade econômica e técnica da produção de biogás a partir de
vinhaça, resíduo da indústria da cana-de-açúcar. Em seu trabalho, uma área
equivalente a 6.000 ha (considerando o processamento de cana em usinas autônomas)
ou 14.580 ha (considerando o processamento de cana em
plantas conjuntas) é necessário para alcançar a viabilidade econômica. Outros estudos
também destacam a viabilidade econômica da digestão anaeróbica para a
produção de biogás [41,42]. No que diz respeito aos dejetos animais, recentemente
estudo de Rockenbach et al. (2016) demonstraram que a geração
e o uso do biogás para a produção de energia elétrica em larga escala é
viável com uma operação diária dos geradores por pelo menos 10 h e um
retorno do investimento previsto de 70 a 80 meses [43]. Um estudo
realizado por Pasqual e colaboradores (2018) exemplifica a viabilidade
produção de biogás em pequena escala e geração de energia com base na
condomínio energético dos produtores de leite [44]. Em ambos os casos, é
necessário levar em conta os diversos fatores que influenciam a
viabilidade do biogás a partir de dejetos animais. Os equipamentos utilizados, o
investimento necessário para a instalação da planta, o potencial de produção da planta,
o preço da energia elétrica para a área rural, a composição química da
os resíduos, juntamente com outros fatores locais, desempenha um papel importante para
determinar a viabilidade econômica e técnica das plantas
[43,45,46].
Os impactos ambientais positivos da produção de biogás a partir de resíduos
orgânicos também motivam o setor no Brasil, seja como solução para
uma questão ambiental ou a mudança de oferta de energia. Estudos que visam
para mostrar os ganhos ambientais do processo geralmente realizam o
aplicação da Análise do Ciclo de Vida (ACV). LCA é uma padronização
metodologia que avalia o desempenho ambiental de um produto ou processo ao longo
de seu ciclo de vida e é dividida em quatro etapas:
definição de objetivo e escopo; inventário de ciclo de vida, avaliação de impacto e
interpretação (ISO 14040/2006) [47]. Outros pesquisadores realizaram
muitos estudos aplicando ACV a sistemas de biogás para avaliar a
impactos ambientais associados ao uso e produção de
biogás como fonte de energia [48,49]. No contexto brasileiro, o uso de

149
Machine Translated by Google
FF Freitas et al.
Fig. 5. Mapa Brasileiro de Centros Geradores de Produção de Biogás. Os marcadores azul, amarelo e verde indicam o tamanho da unidade, classificada como grande
(mais de 12.000 m3 /dia), médio (em torno de 2.000 a 12.000 m3 /dia) e pequeno (menos de 2.000 m3 /dia), respectivamente. [35].
usinas de biogás para geração de energia a partir de aterros sanitários ou
incineração de metano tem apresentado excelentes resultados quando comparados
aos sistemas tradicionais de tratamento de resíduos [50]. Dentre as possibilidades
e combinações de tratamentos, a geração de energia elétrica a partir do processo
biológico mecânico mais o uso da incineração obteve os melhores resultados
ambientais [51]. Embora ainda existam algumas questões políticas, sociais e
econômicas para a implantação de usinas de geração de energia a partir de
resíduos sólidos, os ganhos ambientais são expressivos e podem contribuir
significativamente para a redução das emissões de CO2 na atmosfera.
2.1. Produção e geração de eletricidade a partir do biogás
Estudos mostraram que o biogás pode ser produzido a partir de várias
matérias-primas por conversão termoquímica ou bioquímica [52]. A combustão
direta do biogás e seu uso em motores de combustão interna são os principais
tipos de aplicação do biogás. A Fig. 7 mostra o fluxograma resumindo as
possibilidades de utilização do biogás como combustível alternativo [53,54].
No processo de combustão direta, o biogás é queimado em câmaras de
combustão de caldeiras, aquecedores, secadores, e o calor liberado é
150
Revisões de energia renovável e sustentável 101 (2019) 146–157
utilizados nos processos de produo. Por outro lado, o biogás pode ser queimado
em motores primários (motores de combustão interna ou turbinas a gás) para
produzir eletricidade ou energia mecânica. Os motores de combustão interna
convertem a energia do biogás em energia mecânica, que é utilizada diretamente
para alimentar uma carga (uma bomba, um ventilador, etc.) propriedades
agroindustriais para geração distribuída de eletricidade [55]. Portanto, os principais
motores utilizados para a produção de eletricidade são os motores de combustão
interna e as turbinas a gás.
2.2. Tecnologias para a produção de biogás
O processo de geração distribuída a partir de biomassa residual envolve a
transformação do resíduo em biogás com o uso de biodigestores.
A quantidade de biogás produzida varia dependendo de muitos fatores diferentes,
como matérias-primas, tecnologia de pré-tratamento, temperatura e tempo no
reator. A degradação da matéria orgânica que ocorre em situações naturais
também pode ser reproduzida em biodigestores [56,57].
Basicamente, os processos de degradação são divididos em digestão aeróbica
(na presença de oxigênio) e anaeróbica (na ausência de oxigênio). A digestão
anaeróbica tornou-se um método estabelecido e comprovado
Machine Translated by Google

FF Freitas et al. Revisões de energia renovável e sustentável 101 (2019) 146–157

Fig. 8. Biodigestor modelo indiano. Baseado em [67].

receber o digerido. O biogás gerado nos biodigestores individuais é canalizado para

dutos que o transportam para os centros de uso e aplicações [28]. Vale ressaltar que a
tecnologia de biodigestores já está disponível, no entanto, as maiores barreiras não
parecem ser tecnológicas, mas de natureza política e regulatória [26].

2.2.1. Tipos de biodigestores

Fig. 6. Classificação da fonte de substrato para cada setor [35] China e Índia dominam as melhores tecnologias de construção de biodigestores.
O principal objetivo da China é obter biofertilizantes para a produção de alimentos,
enquanto a Índia busca reduzir o déficit energético [61,62].

2.2.1.1. Biodigestor modelo indiano. Neste modelo, a etapa de fermentação é mais

rápida. O biodigestor consiste no tanque principal (câmara de fermentação) onde
ocorrerá a digestão da biomassa. O tanque principal é geralmente enterrado no solo,
aproveitando assim a baixa variabilidade da temperatura do solo para favorecer a ação
das bactérias. O tanque principal é dividido em duas câmaras por uma parede divisória
que força a circulação do material por todo o biodigestor (ver Fig. 8). O biogás gerado
é retido em uma tampa metálica em forma de sino (a campânula) instalada acima do
biodigestor, que regula a pressão interna [63]. Devido à funcionalidade deste modelo,
na década de 90 foi o mais utilizado no Brasil [64–66].

A principal vantagem deste modelo é a estabilidade da pressão de exaustão do

biogás, devido à campânula flutuante, que por sua vez apresenta um custo elevado,
uma desvantagem para o projeto. Portanto, uma análise comparativa e econômica deve
ser realizada para determinar a melhor tecnologia para o projeto específico [64]. Além
disso, é de fácil construção em relação ao modelo chinês e se adapta melhor à
variedade de climas e tipos de solo em comparação com o mesmo modelo. Pela
Fig. 7. Fluxograma resumindo as possibilidades de uso do biogás [53,54].
vantagem de diversos tipos de solo, este modelo pode ser construído mesmo ao nível
do terreno em clima frio/temperado ou mesmo tropical [61,64].
tecnologia como meio de gestão de resíduos orgânicos sólidos e líquidos [58,59].
Requer um certo tempo de retenção hidráulica, que depende da temperatura de
operação da usina de biogás, da temperatura inicial e das condições de agitação. Há
uma série de variáveis que aumentam a complexidade da produção do biogás e
2.2.1.2. Biodigestores modelo chinês. O modelo chinês é mais simples e barato
impedem uma relação direta entre a qualidade do gás e a tecnologia utilizada para
comparado ao indiano. Este biodigestor opera de acordo com o princípio da prensa
produzi-lo. Na ausência total de oxigênio, colônias mistas de microrganismos agem e
hidráulica. Caso o acúmulo de biogás cause um aumento da pressão interna, o efluente
encontram condições ideais para proliferar, alimentando-se de sólidos solúveis na
da câmara de fermentação será forçado para a caixa de saída, e no sentido contrário
biomassa em tratamento, o que causa a degradação da matéria orgânica [28,60]. O
em caso de descompressão. O armazenamento do biogás ocorre dentro de uma
emprego da tecnologia de digestão anaeróbia para o tratamento de resíduos é possível
estrutura própria, que é constituída por uma câmara cilíndrica para fermentação (em
e desejável, pois contribui para a preservação ambiental, viabiliza os modernos sistemas
alvenaria) e um teto impermeável. A Fig. 9 mostra a vista frontal de um biodigestor
produtivos e otimiza a relação custo/benefício do empreendimento [26].
modelo chinês [63,65].

No entanto, um dos grandes obstáculos dessa tecnologia é a técnica para sua

No Brasil, país de clima tropical com grandes extensões territoriais e grande
construção. A obra exige mão de obra especializada, pois os tijolos precisam ser
biodiversidade, é possível realizar a digestão anaeróbia em biodigestores com baixa
assentados sem o escoramento da câmara onde a biomassa é digerida. Além disso,
tecnologia de agregados. No modelo brasileiro, predominam os biodigestores
um revestimento impermeável deve isolar as paredes externas e internas para evitar
diretamente ligados aos sistemas de produção de animais empilhados e próximos às
rachaduras ou infiltrações de água. Este último pode causar contaminação do lençol
terras que freático se houver

151
Machine Translated by Google
FF Freitas et al.
Fig. 9. Biodigestor modelo chinês. Baseado em [67].
contato direto com o substrato [68]. Neste modelo, é fundamental observar as
medidas de profundidade e diâmetro, o que pode ser difícil em muitos projetos,
principalmente para solos pedregosos e/ou encharcados [63,65].
2.2.1.3. Biodigestor modelo UASB (Reator Anaeróbio de Manta de Lodo de Fluxo
Ascendente). O Manta Anaeróbia de Lodo de Fluxo Ascendente (UASB), também
conhecido como reator anaeróbio de manta de lodo, é o modelo geralmente utilizado
para concentração de biomassa muito alta. É o mais difundido para esgoto e também
pode ser utilizado para o tratamento de matéria orgânica presente nos resíduos
urbanos e rurais. Este tipo de biodigestor é caracterizado pelo fluxo ascendente de
efluentes e sua manta de lodo. A manta de lodo permite que a matéria orgânica
insolúvel permaneça aprisionada, reduzindo o tempo de retenção da matéria orgânica
no biodigestor (Fig. 10). O biodigestor UASB é mais utilizado no Brasil [69,70].
2.2.1.4. Biodigestores de lagoas cobertas. Este sistema aproveita a baixa necessidade
de manutenção de uma lagoa enquanto captura biogás sob uma cobertura
impermeável, conforme mostrado na Fig. 11. A primeira célula de uma lagoa de duas
células é coberta e a segunda célula é descoberta. Ambas as células são necessárias
para que o sistema funcione com eficiência. Uma lagoa é um sistema de
armazenamento e de tratamento; o nível de líquido na segunda célula deve subir e
descer para criar armazenamento, enquanto o nível na primeira célula permanece
constante para promover a quebra do estrume. Este modelo é mais adequado para
projetos industriais e agroindustriais devido à sua versatilidade e biogás
Fig. 10. Biodigestor UASB.
152
Revisões de energia renovável e sustentável 101 (2019) 146–157
Fig. 11. Biodigestor Coberto por Lagoa.
capacidade de armazenamento [71,72].
Embora o biodigestor remova parte da matéria orgânica e nutrientes dos
resíduos, ele não deve ser considerado como um sistema definitivo de tratamento
anaeróbio dos resíduos, mas como parte de um processo de tratamento, e seus
efluentes devem ser utilizados como adubo orgânico nas propriedades. [12].
Além disso, a temperatura é um fator chave no planejamento de uma lagoa coberta.
Climas quentes requerem lagoas menores e têm menor variação na produção de
gás marinho. Por outro lado, temperaturas mais frias reduzirão a produção de
metano [71,72].
No Brasil, o uso de biodigestores chineses e indianos apresentou baixa
durabilidade (em média dois anos), devido ao potencial corrosivo do gás sulfúrico
sobre as estruturas com componentes ferrosos, desde a campânula até os arames
da cerca e outros artefatos com ferro. Com base nisso, as construções brasileiras de
estruturas de biogás incorporaram o uso de concreto e aço inoxidável, seguindo uma
tendência europeia.
A partir da experiência canadense, lagoas cobertas com lonas plásticas também têm
sido utilizadas [12,61].
2.3. Comparação entre tecnologias para geração de energia elétrica
Esta seção apresenta uma análise comparativa das principais alternativas de
geração combinada de eletricidade e calor usando biogás (Tabela 2), considerando
os principais motores principais utilizados, sua capacidade, rendimento, emissões
de NOx e limitações (Tabela 3) [64,68,73 ].
Os motores a gás mostram vantagens em seu valor de eficiência de ciclo único
e um desempenho de inicialização muito rápido. No entanto, as turbinas a gás
demonstram desempenho superior sob um regime de carga estável relativamente
contínuo. Comparar as tecnologias de motores a gás e turbinas a gás sob a mesma
carga da planta, em ciclo único ou combinado, ajuda a entender a eficiência superior
dos motores a gás ao longo do tempo de operação [73,74]. Por outro lado, as
microturbinas são uma tecnologia relativamente nova para a geração distribuída de
eletricidade, cuja capacidade varia de 30 a 1000 kW, como as microturbinas
Capstone. Mas esses motores primários podem ser paralelos até 30 MW de potência
[75]. Essas unidades modernas são fornecidas com proteção digital integrada,
sincronização e controles; eles têm alta eficiência combinada de calor e energia e
são capazes de usar vários combustíveis [74,75]. Como outras tecnologias, como
células de combustível, turbinas eólicas e células fotovoltaicas, as microturbinas
geralmente são mais adequadas para aplicações relativamente pequenas e são
projetadas para fornecer eletricidade para demandas de energia no local e para
usuários finais próximos ao local de geração. Seu princípio básico vem das turbinas
a gás de ciclo aberto, embora apresentem várias características típicas, como
velocidade variável, operação em alta velocidade, tamanho compacto, operação
simples, fácil instalação, baixa manutenção, rolamentos a ar, baixas emissões de
NOX e geralmente um regenerador [73,76]. Em geral, as eficiências totais do sistema
são aproximadamente as mesmas para cada tecnologia quando a recuperação de
calor é considerada. As microturbinas requerem menos manutenção programada do
que os motores alternativos, e essa diferença deve ser considerada no total
Machine Translated by Google

FF Freitas et al.
Revisões de energia renovável e sustentável 101 (2019) 146–157

Tabela
2 Análise das principais alternativas de geração combinada de eletricidade e calor a partir do biogás.
Fonte: Adaptado de [64,68,73].
Alternativas Vantagens Desvantagens

Combustão interna • Custo de investimento moderado; • A dificuldade de controlar suas altas emissões; • Relações
motores • Manutenção simples; • Possui de potência para peso e potência para volume relativamente baixas;
início rápido, operação estável e geralmente bastante confiável; • Fornece energia
térmica em altas temperaturas; • Tecnologia madura e amplamente aplicada para
geração de energia a partir do biogás, principalmente em instalações com potência
a partir de 800 kW; • Ampla gama de motores estacionários disponíveis no
mercado, abrangendo uma ampla gama de aplicações (5 kW até 5 MW) e ciclos de
operação; • Normalmente operado com gás natural, mas pode ser ajustado para
operar com propano ou biogás;

• Grande potencial de recuperação de energia (elétrica +

térmica); • Bom desempenho em regime de carga variável. •
Turbina a gás A alta temperatura dos gases de exaustão permite a geração de vapor a alta
pressão e alta temperatura (cerca de 480°C) ou a aplicação direta em processos
industriais de aquecimento e secagem; • Em um ciclo combinado de turbina a
gás e vapor, os gases de exaustão da turbina a gás alimentam uma caldeira que
fornece vapor para a operação da turbina a vapor, portanto, há duas fontes de
energia elétrica. • Portátil e fácil de modular (turbinas simples ou múltiplas) para
Microturbinas encaixar
produção de biogás e necessidades locais;
• Equipamento compacto com poucas partes móveis, exigindo menos cuidados com
operação e manutenção; • Baixas emissões de NOx , geralmente dez vezes
menores do que os motores de combustão interna de melhor desempenho, e também
menores do que as emitidas por flares;
• Capaz de operar com biogás com baixo teor de metano (35 ou até
30%);
• Capacidade de gerar calor e água quente. Equipamento padrão
configuração geralmente oferece a possibilidade de integração de um gerador
de água quente (~95 °C) usando calor de exaustão.
• Alto custo de aquisição •
O combustível deve ser comprimido antes de ser fornecido à câmara de
combustão, o que requer um compressor de gás. • Alto custo
operacional devido à necessidade de compressão de gás; • Demanda
consistente de gás de qualidade;
• Eficiência inferior aos motores de combustão interna e outros tipos de turbinas.
Consumir cerca de 35% a mais de combustível por kWh gerado; • Suscetível à
contaminação por siloxano. A alimentação com biogás de aterro geralmente requer
um nível de pré-tratamento mais alto do que o exigido por turbinas convencionais
e outras formas de geração de energia elétrica;
• Atualmente, poucos compressores de baixa e alta pressão são
disponível para atender aos requisitos das microturbinas sem a necessidade de adaptações
dispendiosas;
• Poucas informações estão disponíveis sobre a confiabilidade a longo prazo e os
custos de operação e manutenção de microturbinas que funcionam com biogás.

cálculos de custo do ciclo de vida [74,77]. 3.1. Cronologia da minigeração

Este capítulo apresentou diferentes modelos de biodigestores utilizados para a produção
de biogás, bem como as tecnologias para a conversão do biogás em energia elétrica ou
térmica. No entanto, a existência de tecnologias por si só, não garante eficiência na sua
aplicação. Os fatores locais são determinantes neste contexto. Assim, é necessário verificar
na prática a incorporação dessas tecnologias nas propriedades rurais, os processos e
adaptações necessárias para a produção do biogás, a conversão em energia elétrica e os
requisitos legais para a ligação da energia elétrica gerada pela usina. no sistema de poder
do estado. O próximo capítulo visa elucidar essas questões por meio de um estudo de caso,
demonstrando a viabilidade e aplicação de tecnologias desenvolvidas para a produção de
biogás e geração de energia elétrica.
Em 2006, com o objetivo de tratar os resíduos de biomassa produzidos durante a
criação de 3.000 suínos em terminação, foi instalado na fazenda Colombari um biodigestor,
com capacidade para tratar até 1.300 m3 de resíduos, um conjunto motogerador de 50 kVA
e um sistema de monitoramento, controle e proteção painel [27]. Naquela época, parte do
biogás produzido era parcialmente queimado e a outra parte era fornecida ao motogerador
acionado para produzir eletricidade visando apenas atender as demandas da fazenda, sem,
no entanto, estar conectado em paralelo à rede elétrica [27].
Após a operação do sistema de geração, foi desenvolvido um projeto elétrico para
permitir a conexão paralela com a rede elétrica para os seguintes objetivos:

ÿ Permitir a conexão de microgeradores no ponto da rede elétrica de distribuição sem

causar violação dos requisitos de segurança da rede elétrica, neste caso, administrado
3. Avaliação da primeira mini usina de geração distribuída de energia a partir de
pela COPEL (Companhia Energética do Paraná); ÿ Elimine o risco de danos às
biogás no Brasil
propriedades rurais e residenciais conectadas
equipamento;
A unidade geradora da fazenda Colombari está localizada em uma propriedade rural
ÿ Respeitar as características e adequações da distribuição da COPEL
dedicada à suinocultura em São Miguel do Iguaçu, região oeste do estado do Paraná (Brasil).
sistema de ção;
A unidade de minigeração tem capacidade nominal instalada de 100 kVA, e está conectada
ÿ E elaborar o sistema de proteção do gerador sensível para condições normais de
à rede elétrica da COPEL, e adota o esquema de compensação estabelecido pela Resolução
operação da rede elétrica de distribuição [27].
Normativa nº 482/12, modificada pela nº 687/15 e acesso regulamentado pela Norma
Técnica COPEL 905200 [78].
Em janeiro de 2008, vários avanços foram feitos na fazenda Colombari.

Tabela
3 Potência, rendimento e emissões de NOx de microturbinas e outras tecnologias [68,73].

Tecnologia de conversão Poder instalado Eficiência Energética (sem cogeração) Emissões de NOx

Motores a gás (Ciclo Otto) 30 kW - 20 MW 30-40% < 3000 ppm

Motores com baixas emissões: < 250 ppm Média
Turbinas a gás (tamanho médio) 500 kW - 150 MW 20-35% aprox. 35-50 ppm < 9 ppm
Microturbinas (pequenas) 30–1000 kW 24-28%

153
Machine Translated by Google

FF Freitas et al. Revisões de energia renovável e sustentável 101 (2019) 146–157

A COPEL liberou a operação em caráter experimental, com energia elétrica águas residuais (sem retenção de sólidos). Outro biodigestor tubular com
geração em paralelo com a rede pública. O desempenho foi considerado adequado, águas residuais de suínos foi avaliada por Feiden [81] e eles obtiveram um
tornando tecnicamente viável a Geração Distribuída como metodologia para geração produção de biogás de 0,470 m3 kgTSÿ1 sem agitação do biodigestor e 0,571 m3
em microescala [27]. No mesmo kgTSÿ1 com agitação. Desta forma, é possível
ano, a ITAIPU criou a Coordenação de Energias Renováveis. Essa coordenação foi concluir que a média de produção de biogás obtida em Colombari
responsável pela Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, Fazenda está dentro do intervalo definido pelos autores.
uma iniciativa conjunta com diversos parceiros, entre eles a COPEL, a Com o potencial de produção de biogás estimado, é possível
Companhia de Saneamento do Paraná, cooperativa LAR, ensino e pesquisa determinar a produção diária de eletricidade, com base no menor poder calorífico
instituições e fornecedores de equipamentos para o setor elétrico. Dentro valor do gás e também a eficiência de conversão da tecnologia
Em novembro de 2008, a COPEL publicou a Chamada Pública 005/2008 para o usado para converter a energia química do gás em energia elétrica.
compra de energia em geração distribuída, até 300 kVA por produtor, totalizando A partir da quantidade de energia elétrica produzida, é possível calcular
3.000 kVA, conforme autorização da ANEEL. Como resultado de as emissões evitadas multiplicando a energia gerada pela
Nesta Chamada Pública, a Fazenda Colombari passa a comercializar o excedente de energia [27]. Dentro fator de emissão da matriz brasileira (Eq. (1)). Este fator é determinado pela
Em 2010, a produção de suínos aumentou na fazenda Colombari e, consequentemente, combinação dos fatores marginais de operação e
o volume de efluente gerado também. Portanto, um novo construção da matriz energética brasileira (Eq. (2)), conforme sugerido por
foi instalado biodigestor com capacidade de resíduos de 1000 m3 , e o a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [82]. Isto
motogerador tinha uma unidade de potência com capacidade de 100 kVA [27]. deve-se notar, no entanto, que apenas a fase de operação do biogás é
considerados no cálculo das emissões. O fator de emissão do
A fase de operação da planta é considerada nula porque é biogênica
3.2. Produção de biogás e não fóssil como proposto por Salomon et al. e Esfandiari
et ai. [83,84].
A produção média de biogás, considerando todos os meses do ano,
E v= E E. f (1)
para a unidade estudada foi de 582,7 m3 /dia. Para avaliar o desempenho
da produção de biogás, alguns parâmetros devem ser monitorados e analisados, E = + Ele Ele
o . f fo .f b (2)
como: monitoramento da produção de biogás, número de animais confinados e
parâmetros físico-químicos associados ao biogás Onde: Ef = fator de emissão de CO2 para a matriz elétrica brasileira
produção por animal confinado (sólidos totais - TS e química de oxigênio (0,390 tCO2/MWh); wo e wB são os pesos para as fases de operação e construção,
demanda - OCD) da biomassa adicionada em biodigestores [27,79]. iguais a 0,5 [82]; Efo e Efc são os marginais
A produção de biogás em função de sólidos totais e fatores de emissão para construção e operação da matriz elétrica brasileira em 2016,
demanda de oxigênio são parâmetros importantes que resultam em uma confiabilidade iguais a 0,6226 e 0,1581 tCO2/MWh, respectivamente [85].
estudo do potencial de geração de biogás para fins de energia elétrica
Produção. Vale ressaltar que esta análise ocorreu de forma comparativa com estudos A quantidade de emissões de CO2 evitadas per capita pode ser obtida
já realizados, e os dados podem servir dividindo o total de emissões de dióxido de carbono evitadas pela população
como parâmetros para outros projetos que queiram replicar esta experiência [79]. da cidade. Assim, com a média anual de emissões brasileiras per capita
Portanto, a Tabela 4 apresenta os dados obtidos de novembro de 2010 a maio de equivalente a 2,1 tCO2/habitantes de acordo com o National Energy
2011 na unidade agrícola Colombari, que foram utilizados Balanço de 2017, a emissão per capita da cidade reduzida pela
avaliar o desempenho da unidade de produção de biogás [79]. construção da usina de biogás pode ser determinada (EPE, 2017).
A Tabela 4 mostra os índices de produção de biogás em função da
parâmetros obtidos na análise físico-química e pela 3.3. Conversão eletromecânica e dimensionamento da geração de eletricidade
animal confinado. Esses índices são importantes porque mostram a sistema na unidade
desempenho do processo de biodigestão anaeróbia na fazenda com a
uso de biodigestores com tempo de retenção hidráulica de 30 dias. Por No processo de conversão eletromecânica de energia, é importante conhecer o
conhecer os parâmetros físico-químicos (TS e OCD) da biomassa resultante do projeto do sistema do conjunto motogerador a ser instalado. O sistema de geração de
processo de criação de suínos nesta propriedade e utilizar energia elétrica é o componente mais importante para a instalação do projeto de
Com os índices apresentados na Tabela 4, é possível estimar o potencial de produção geração distribuída no
de biogás para fins de geração distribuída em uma suinocultura setor agroindustrial com aproveitamento da biomassa residual. Os parametros
instalação. a serem utilizados no projeto do grupo motogerador são: biogás calorífico
Durante experimentos de laboratório, Orrico [80] encontrou um biogás (valor de aquecimento), eficiência do gerador do motor, disponibilidade diária de
produção entre 0,542 e 0,625 m3 kgTSÿ1 para retenção hidráulica biogás em unidades agroindustriais e o tempo de uso da geração
tempos de 29 e 36 dias, para um biodigestor tubular (semelhante ao biodigestor plantar.
canadense instalado na fazenda Colombari) e utilizando Para as condições de projeto, a produção média de biogás utilizada foi
582,7 m3 .dia ÿ1 . Portanto, conhecendo o menor valor calórico do biogás
Tabela 4 (LCV) [kWh mÿ3 ] e a Produção Diária de biogás (DP) [m3 diaÿ1 ],
Índices de Produção de Biogás na Fazenda Colombari [68,73]. é possível determinar a Produção Teórica de Eletricidade
Potencial (TEP) [kWh diaÿ1 ], através da Eq. (3):
Mês Animal para Biogás por Biogás por Biogás por
dia animal* TS** TOC***
(3)
=
TEP LCV DP* = 3.496 [kWh.dia ]1
Novembro/10 4400 0,13 0,59 0,61
O LCV de biogás está diretamente relacionado ao seu teor de metano do
Dezembro/10 4400 0,09 0,36 0,31
0,15 0,79 0,6
biogás, e inversamente relacionado ao teor de dióxido de carbono, ou seja, o
Janeiro/11 4400
Fevereiro/11 4400 0,16 0,6 0,69 maior concentração de dióxido de carbono, menor o valor calórico. Por isso,
11 de março 4400 0,16 0,62 0,68 o processo de produção de biogás deve ter condições favoráveis para a
abril/11 4865 0,11 0,36 0,41
maior produção de metano e menor produção de dióxido de carbono,
Maio/11 4865 0,11 0,27 0,4
para aumentar o seu LCV. O potencial técnico de produção de eletricidade (TEP) é
Média 4533 0,13 0,51 0,53
determinado levando em consideração a conversão global
Nota: *(m3 biogás. Animalÿ1 .diaÿ1 ); ** (m3 biogás. Kg TSÿ1 ); ***(m3 biogás.kg OCDÿ1 ). eficiência (ÿ) nas máquinas térmicas (grupo gerador, microturbina a gás,
etc.).

154
Machine Translated by Google
FF Freitas et al.
Para utilizar o biogás como combustível, seja em motores, turbinas ou
microturbinas, é necessário determinar a demanda de fluxo de combustível,
composição e potência calorífica, parâmetros que determinam a real
potencial de geração de energia elétrica. Existem dois tipos básicos de
motores que devem ser executados com o biogás: aqueles com Otto
ciclo e aqueles com ciclo Diesel [86]. De acordo com Nishimura [87],
o motor de combustão interna Ciclo Otto requer poucos ajustes para
operar com biogás como combustível. Quando comparado com o Ciclo Diesel, este
um é mais robusto e mais barato que o Ciclo Otto. No entanto, por usar
biogás em motores diesel, deve sofrer modificações de tal forma
que o motor é praticamente convertido em um motor Otto. Portanto,
o uso do Ciclo Otto é mais comum para tamanhos pequenos (50–100 kW)
[88,89].
O motor ciclo Otto inflama o combustível com uma ignição por faísca e
geralmente usa combustíveis voláteis, como o gás. Teoricamente, o motor ciclo Otto
deve ser mais eficiente que o motor ciclo Diesel. Devido ao fato
que a taxa de compreensão inibe a eficiência do ciclo Otto
motor, um motor de ciclo Diesel é considerado mais eficiente na prática. Os motores
do ciclo Diesel inflamam o combustível por meio de sua compressão. Em uma
combinação correta de pressão e temperatura, o
combustíveis queimariam sozinhos. Portanto, o motor deve ser projetado
para o combustível destinado, com a temperatura e pressão corretas.
Quanto à ignição comandada por gás puro, considera-se que
maioria dos motores ciclo Otto que utilizam gás, atualmente podem ser facilmente
modificado para o funcionamento com gás natural, propano, metano comprimido
[88,89]. Para os motores Ciclo Otto com o grupo de geração
anexado a eficiência média assumida é de 25% e este valor depende
sobre a adaptação do motor ciclo Otto para operação com biogás e a
sistema de injeção adaptado do motor a gás natural [89,90]. O
Potencial Técnico de Produção de Eletricidade (EPTP) [kWh/dia] pode ser
definido como mostrado na Eq. (4):
TEP * ÿ ÿ
EPTP = = 874[ kWh .dia ]1
100
Desta forma, a Energia Elétrica (PE) da usina de geração pode ser
obtido pela Eq. (5):
EPTP
PE = = 109,25 [ kVA ]
HO .ÿalgo
onde, EP é a Potência Elétrica da usina de geração [kVA], HO é a
número de horas de operação do grupo gerador [h] e cosÿ é a
fator de potência, que varia de 0,8 a 1,0. Assim, os dados do sistema de geração da
fazenda Colombari estão resumidos na Tabela 5.
Analisando os dados da Tabela 5 é possível observar que um
motor-gerador de 100 kVA é suficiente para a potência elétrica necessária
para o sistema para um fator de potência unitário. Embora a energia elétrica seja
pouco superior, existem várias variáveis que podem reduzir o gás
produção ou seu menor poder calorífico. O grupo gerador funcionará
de acordo com a disponibilidade de biogás no biodigestor, sendo dimensionado para
funcionam cerca de oito horas por dia.
Combinando os fatores marginais de construção e operação para
da matriz elétrica brasileira com a energia produzida anualmente pela
Tabela 5
Dimensionamento do sistema de geração de energia elétrica na fazenda Colombari.
Parâmetros Valor da nomenclatura
Produção diária de biogás[m3 diaÿ1 ] PD
Valor Calórico Inferior [kWh mÿ3 ] LCV
Potencial Teórico de Produção de Eletricidade PULSO
[kWh diaÿ1 ]
Eficiência do motor gerador a 25
Potencial Técnico de Produção de Eletricidade EPTP
[kWh diaÿ1 ]
Número de horas de operação HO
Fator de potência cosÿ
Energia Elétrica [kVA] EP
Revisões de energia renovável e sustentável 101 (2019) 146–157
da planta de biogás, as emissões de CO2 evitadas podem ser calculadas (Veja Eqs.
(1) e (2)). Para a cidade de São Miguel do Iguaçu um valor de 124,41
foi obtido tCO2 , equivalente a uma redução de 4,53 kgCO2/habitantes
por ano. De acordo com as Técnicas de Neutralização de Carbono por
plantio de árvores [91], é possível comparar a quantidade total de CO2
emissões evitadas com o número de árvores que seriam necessárias para
neutralizar este valor. Isso ocorre sequestrando o dióxido de carbono do
atmosfera, que se fixa na biomassa vegetal a ser consumida.
A média de sequestro de carbono por uma árvore é de 15,6 kgCO2/ano
[91], equivalente neste caso usando uma usina de biogás, para evitar o reflorestamento de uma
área com cerca de 7975 árvores [91].
Além disso, existem outras vantagens associadas ao biogás
planta, não só para aumentar a oferta de fontes alternativas de energia
energia na matriz elétrica brasileira, mas também no tratamento de
resíduos produzidos por animais ou efluentes líquidos municipais. Portanto, se
a usina de biogás é economicamente viável, além
benefício, lidar com um passivo ambiental ajuda a melhorar a
qualidade do meio ambiente, reduzindo problemas como resíduos indevidos
descarte no solo, contaminação de águas subterrâneas por dejetos animais,
eutrofização de corpos d'água, entre outros impactos ambientais.
4. Perspectivas futuras
O biogás é um combustível com todas as condições técnicas e econômicas para ser
explorado no Brasil. Com a expansão e crescimento desta categoria de
reaproveitamento de energia, é possível estimular o desenvolvimento tecnológico
e o setor industrial especializado em biodigestores, motores, conversores,
unidades de controle e outros equipamentos. As consequências positivas esperadas
na cadeia produtiva envolvem o aumento do emprego e na
venha.
Além da perspectiva de desenvolvimento da cadeia, o biogás tem
outros papéis a desempenhar pelo Brasil. O caso da produção de biogás a partir de sólidos
os resíduos urbanos, que representam mais de 95% do total da produção nacional de
(4)
biogás conforme a Tabela 1, contribuem para a implementação da Política Nacional
de Resíduos Sólidos [92]. Esta Política é uma
Esforço Nacional Brasileiro para a proteção da saúde pública, qualidade ambiental e
desenvolvimento sustentável. No nível macro, com
a produção de biogás e seu uso na geração de eletricidade, a
(5)
consumo de combustíveis fósseis pode ser reduzido, assim como a quantidade de CO2
emissões. A promoção da produção de biogás é também um mecanismo para
alcançar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Brasil
assumido no Acordo de Paris em 2015.
As perspectivas da produção de biogás em nível de fazenda são ainda
promissor. Economicamente, aumenta a renda da atividade, uma vez que
os recursos destinados ao pagamento da conta de energia serão
inferior ou zero. Essas pequenas usinas de geração de energia, conhecidas como
micro ou minigeração distribuída, podem realizar a compensação de energia elétrica
por meio de créditos com validade de até 60 meses, apoiados por
a Resolução Normativa da ANEEL [78]. Por esta Resolução, a microgeração distribuída
caracteriza-se pela geração de energia elétrica com
potência instalada menor ou igual a 75 kW, enquanto a potência distribuída
minigeração refere-se a usinas com potência instalada acima
75 kW e menor ou igual a 3 MW para fontes de água, ou 5 MW para
fontes como o biogás. Olhando através de uma perspectiva ambiental,
a atividade pecuária no Brasil gera um grande volume de efluentes,
especialmente a suinocultura. Um tratamento anaeróbico de águas residuais
planta pode tratar o grande volume de resíduos gerados pela atividade.
582,7 A destinação correta dos resíduos reduz a contaminação dos rios
6
e águas subterrâneas, ao mesmo tempo que beneficia a população rural e urbana
3496
reduzindo o odor da atividade. O último cenário envolve a
estabilização e qualidade da distribuição rural de eletricidade. É comum
874 para que as áreas rurais brasileiras sofram falta de energia ou estabilidade da rede. O
menor incidente em um determinado local da rede pode
8
desligar toda a linha de energia por horas, afetando diretamente o setor agropecuário.
1
109,25 Em algumas atividades, como avicultura
agricultura, a energia é vital para a sobrevivência dos animais e um poder
155
Machine Translated by Google
FF Freitas et al.
interrupção pode significar milhares de animais mortos. A produção local de energia por
usinas de biogás e o arranjo de distribuição em microrredes podem ter o potencial de
estabilizar a distribuição de energia rural e garantir energia suficiente para investimentos
futuros.
Embora os benefícios da produção de biogás e sua vinculação à geração de
energia sejam tecnicamente validados nas pesquisas e já tenham sido aplicados em
áreas rurais e urbanas, algumas lacunas precisam ser superadas. Atualmente, o maior
entrave é a falta de políticas públicas e regulamentações que subsidiem esses projetos
para viabilizar economicamente. Nesse caso, é importante que o governo estimule
políticas para a implementação de projetos de biogás, como o desenvolvimento de
tecnologias para reduzir os custos de geração de biogás e também parcerias nacionais
e internacionais para pesquisa para fornecimento de equipamentos e apoio. Além disso,
é fundamental a formação de recursos humanos e capacitação para prestar assistência
técnica aos produtores, bem como aprimorar o conhecimento técnico-científico por meio
de cursos, seminários, oficinas sobre o uso do biogás. O Brasil vem implementando as
primeiras iniciativas por meio da criação de programas nacionais e internacionais como
RenovaBio, Probiogás, CIBiogás e Abiogás. O Mapa do Biogás é uma das iniciativas
para incentivar o setor e mostrar a viabilidade de projetos de biogás.
O estudo realizado neste trabalho é extremamente relevante e importante para o
desenvolvimento da pesquisa desta fonte renovável de energia para produção de
energia elétrica no mercado brasileiro. Assim, foi apresentado o panorama geral da
produção de energia elétrica no Brasil a partir do biogás e um estudo de caso da
fazenda Colombari. Esses estudos poderão ser utilizados para outras usinas de biogás
no Brasil ou em outras regiões do mundo, contribuindo para o desenvolvimento
econômico e regional, meio ambiente e pesquisa. Trabalhos futuros pretendem realizar
um estudo econômico das usinas de biogás, observando indicadores financeiros como
Valor Presente Líquido e Retorno do Investimento para analisar como aumentar a
viabilidade econômica dos projetos de energia a biogás.
5. Conclusões
Esta revisão apresenta o mercado brasileiro de geração distribuída de biogás,
através das tecnologias para produção de biogás, o cenário da geração elétrica
distribuída no Brasil e um estudo de caso da primeira Usina de Geração de Biogás
instalada no estado do Paraná. Atualmente, a energia renovável a partir do biogás
representa uma pequena parcela da matriz elétrica brasileira, respondendo por
aproximadamente 0,08% do total. Além disso, o biogás de dejetos animais, que foi o
principal estudo deste trabalho, tem uma participação de apenas 1,73%, dentro da
quantidade total de eletricidade proveniente do biogás. A fonte de biogás predominante
no Brasil ainda é de resíduos sólidos urbanos, com maior produção de energia elétrica
em relação aos resíduos animais e agroindustriais, que corresponde a 96,77% da
energia elétrica produzida a partir do biogás. Embora a produção não seja alta, o estudo
da fazenda Colombari inserida na matriz elétrica brasileira possibilitou observar o
impacto significativo na redução da emissão de dióxido de carbono na atmosfera. Outro
fator importante é o descarte correto de efluentes e resíduos orgânicos (biomassa
residual), reduzindo a quantidade de matéria orgânica lançada nos rios, o que contribui
muito para a solução dos problemas ambientais.
Para utilizar o biogás gerado no processo, é necessário adquirir melhor
conhecimento através dos parâmetros e variáveis envolvidos. Como foi observado no
estudo de caso, a fazenda Colombari pode produzir para a rede aproximadamente 100
kVA de energia durante oito horas por dia. Por fim, aumenta a confiabilidade do sistema
com a diversificação da matriz energética, ampliando a geração de energia e a eficiência
com o reaproveitamento da matéria orgânica para produção de eletricidade.
Referências
[1] EIA - US Energy Information Administration; 2015. http://www.eia.gov/.
[Acessado em 1 de junho de 2018].
156
Revisões de energia renovável e sustentável 101 (2019) 146–157
[2] O World Factbook. Agência Intel Intel de Washington, DC; 2018.
[3] EIA - Administração de Informação Energética. US Energy Inf Adm; 2017. ÿhttps://www. eia.gov/tools/
faqs/faq.php?Id=92&t=4ÿ. [Acessado em 1 de setembro de 2018].
[4] Empresa de Pesquisa Energética - EPE. Anuário estatístico da eletricidade; 2016. ÿhttp://
www.epe.gov.br/en/publications/publications/statistical-yearbook-ofelectric ÿ. [Acessado em 3 de
junho de 2018].
[5] Estatísticas Internacionais de Energia: Dados e análises internacionais de energia. US Energy Inf Adm;
2015. ÿhttp://www.eia.gov/beta/international/analysis.cfm?Iso=DEUÿ.
[6] AIE - Agência Internacional de Energia; 2015. ÿhttp://www.iea.org/ÿ.
[7] Silva EP. Fontes renováveis de energia - produção de energia para um desenvolvi
mento sustentável. 1st ed. São Paulo: Livraria da Física; 2014.
[8] Palz W. Energia solar e fontes alternativas. 1st ed. São Paulo - SP; 1981.
[9] Empresa de Pesquisa Energética - EPE. Banco de Indicadores de Eficiência Energética. Rio
de Janeiro; 2013.
[10] Estatísticas Internacionais de Energia: Dados e análises internacionais de energia. US Energy Inf Adm;
2015. ÿhttp://www.eia.gov/beta/international/rankings/#?Prodact=53-1&cy=2014 ÿ.
[11] Brasil: Dados e análises internacionais de energia. US Energy Inf Adm; 2015. ÿhttp://
www.eia.gov/beta/international/analysis.cfm?iso=BRAÿ.
[12] Plataforma Europeia de Tecnologia e Inovação - ETIP. Biocombustíveis na América do Sul e América
Central; 2015. ÿhttp://www.biofuelstp.eu/s_america.htmlÿ.
[13] Lopes ML, Paulillo SC, de L, Godoy A, Cherubin RA, Lorenzi MS, Giometti FHC,
et ai. Produção de etanol no Brasil: uma ponte entre ciência e indústria. Braz J Microbiol 2016;47:64–
76. https://doi.org/10.1016/j.bjm.2016.10.003.
[14] Empresa de Pesquisa Energética - EPE. Balanço Energético Nacional 2013 – ano base 2012; 2013.
ÿhttps://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2013. pdfÿ. [Accessed 10 May 2018].
[15] Lucena AFP, Szklo AS, Schaeffer R, de Souza RR. Borba BSMC, e Costa IVL, et al.
A vulnerabilidade das energias renováveis às mudanças climáticas no Brasil. Política Energética
2009;37:879–89. https://doi.org/10.1016/j.enpol.2008.10.029.
[16] Gils CH, Simon S, Soria R. Fornecimento de energia 100% renovável para o brasil – o papel do
acoplamento setorial e do desenvolvimento regional. Energias 2017:10. https://doi.org/10. 3390/
pt10111859.
[17] Pereira MG, Camacho CF, Freitas MAV, Silva NF da. O mercado de energia renovável no Brasil: situação
atual e potencial. Renovar Sustain Energy Rev 2012;16:3786–802. https://doi.org/10.1016/
j.rser.2012.03.024.
[18] Incentivos para geração de eletricidade em uma economia verde: marcos efetivos da América Latina.
ELLA Netw - Aprendizagem Sul-Sul Res Exch; 2014. ÿhttp://ela. practicaction.org/knowledge-brief/
incentives-for-electricity-generation-in-a green-economic-effective-frameworks-from-latin-america/ÿ.
[19] Chacon L. Contratação de longo prazo como caminho para investimentos em energia renovável: lições
do Brasil aplicadas aos Estados Unidos. Emory Law J 2012;62:1564–612.
[20] Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA. AIE -
Agência Internacional de Energia; 2002. ÿhttp://www.iea.org/policiesandmeasures/pams/brazil/
name-21963-en.php?S= ÿ.
[21] Dutra RM, Szklo AS. Políticas de incentivo à produção de energia eólica no Brasil: cenários para o
programa de incentivo a fontes alternativas de energia (PROINFA) sob a nova regulamentação do
setor elétrico brasileiro. Renovar Energia 2008;33:65–76. https://doi.org/10.1016/j.renene.2007.01.013.
[22] ANEEL - Brazilian Electricity Regulatory Agency. Aprovado valor das cotas do Proinfa; 2018. ÿhttp://
www.aneel.gov.br/sala-de-imprensa-exibicao-2/-/asset_ publisher/zXQREz8EVlZ6/content/
aprovado-valor-das-cotas-do-proinfa-para 2018/656877?InheritRedirect=falseÿ. [Accessed 15
August 2018].
[23] Junior OHA, Haffner JAH. O setor elétrico como ferramenta estratégica de gestão governamental.
Caesura (ULBRA) 2009;34:121–42.
[24] Pottmaier D, Melo CR, Sartor MN, Kuester S, Amadio TM, Fernandes CAH, et al. A matriz energética
brasileira: sob a perspectiva da ciência e engenharia de materiais.
Renovar Sustain Energy Rev 2013;19:678–91. https://doi.org/10.1016/j.rser.2012. 11.063.
[25] Ferreira LR, Otto RB, Silva FP, De Souza SNM, De Souza SS, Ando Junior OH.
Revisão do potencial energético da biomassa residual para a geração distribuída no Brasil. Renovar
Sustain Energy Rev 2018;94:440–55.
[26] MCPP Mathias, JFCM Mathias. Biogás no Brasil: uma agenda governamental. Energia J
Power Eng 2015; 9: 1–15.
[27] Júnior CB, Libânio JC, Galinkin M, Oliveira MM. Agroenergia da biomassa residual: perspectivas
energéticas, socioeconômicas e ambientais. Itaipu Binacional/FAO - Technopolitik Ed; 2009.
[28] Bley C. Biogás: a energia invisível. CIBiogás and ITAIPU; 2014.
[29] Alice M, Corigliano O, Fragiacomo P. Valorização energético-ambiental de resíduos e biomassa
agrícola por processo de digestão anaeróbica. Política de Tecnologia de Energia 2014;1:59–69.
https://doi.org/10.1080/23317000.2014.969452.
[30] Cigolotti V. Biomassa e resíduos como recursos sustentáveis. Cadeia de resíduos para energia de
células de combustível . Itália: Springer-Verlag London Limite; 2012.
[31] D.H, P.BT. What A Waste - Uma Revisão Global da Gestão de Resíduos Sólidos (Urban
Série de Desenvolvimento: Documentos de Conhecimento); 2012.
[32] Tchobanoglous G, Kreith F. Manual de gestão de resíduos sólidos. 2ª edição. Novo
York: McGraw-Hill; 2000.
[33] Samun I, Saeed R, Abbas M, Rehan M, Nizami AS, Asam ZZ. Avaliação de
produção de bioenergia a partir de resíduos sólidos. Energia Procedida. 2017;142:655-60. https://
doi.org/10.1016/j.egypro.2017.12.108 .
[34] Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional.
Agência Nac Energ Elétrica – ANEEL; 2016.
[35] CIBiogás. Mapa de Biogás. 2018. ÿhttp://mapbiogas.cibiogas.orgÿ. [Acessado em 16 de agosto
2018].
[36] REN21. Renewables 2015 Global Status Report, Renewable Energy Policy Network for the 21st Century;
2015. ÿhttp://www.ren21.net/wp-content/uploads/2015/07/
Machine Translated by Google
FF Freitas et al.
REN12-GSR2015_Onlinebook_low1.pdfÿ. [Acessado em 12 de junho de 2018].
[37] Agência IE. IEA Bioenergy Task 37 Country Reports Summary 2015. 2016nd ÿhttp://
www.ieabioenergy.com/wp-content/uploads/2015/01/IEA-Bioenergy Task-37-Country-Report-
Summary-2014_Final.pdfÿ. [Acessado em 12 de junho de 2018].
[38] Agência Internacional de Energias Renováveis, Estatísticas de capacidade renovável; 2016.
[39] Mambeli Barros R, Tiago Filho GL, da Silva TR. The electric energy potential of
biogás de aterro sanitário no Brasil. Política Energética 2014;65:150–64. https://doi.org/10.1016/j.
enpol.2013.10.028.
[40] Bernal AP, Santos IFS, Moni Silva AP, Barros RM, Ribeiro EM. Biogás de vinhaça para geração de
energia no Brasil: Uma avaliação da viabilidade econômica, potencial energético e emissões evitadas
de CO2. J Clean Prod 2017;12:260–71.
[41] Leme RM, Seabra JEA. Avaliação técnico-econômica de diferentes rotas de aproveitamento do
biogás da digestão anaeróbia da vinhaça no bioetanol brasileiro na indústria. Energia
2017;119:754-66. https://doi.org/10.1016/j.energy.2016.11.029.
[42] Moraes BS, Zaiat M, Bonomi A. Digestão anaeróbica de vinhaça de cana-de-açúcar
produção de etanol no Brasil: desafios e perspectivas. Renovar Sustain Energy Rev 2015;44:888–
903. https://doi.org/10.1016/j.rser.2015.01.023.
[43] Rockenbach FL, Souza AM, Oliveira JHR de. Viabilidade econômica do biogás pro
dução em granjas de suínos usando análise de séries temporais. Ciênc Rural 2016;46:1295–300.
[44] Pasqual J, Bollmann H, Scott C, Edwiges T, Baptista T. Avaliação do coletivo
produção de biometano a partir de resíduos da pecuária para mobilidade urbana no Brasil e nos
Estados Unidos. Energias 2018;11:997. https://doi.org/10.3390/en11040997 .
[45] Cervi RG, Esperancini MST, Bueno ODC. Viabilidade econômica da utilização do biogás produzido em
granja suínícola para geração de energia elétrica. Eng Agríc 2010;10:831–44.
[46] Gomes S, Raiher P. Viabilidade econômica do tratamento de dejetos suínos em digestores: um estudo
de caso. Rev Ciênc Adm 2013;19:776–815.
[47] . ISO. Gestão ambiental – avaliação do ciclo de vida – princípios e enquadramento
trabalho, ISO-14040; 2006.
[48] Góralczyk M. Avaliação do ciclo de vida no setor das energias renováveis. Appl Energy 2003;75:205–
11. https://doi.org/10.1016/S0306-2619(03)00033-3.
[49] Hijazi O, Munro S, Zerhusen B, Effenberger M. Revisão da avaliação do ciclo de vida para a produção de
biogás na Europa. Renovar Sustain Energy Rev 2016;54:1291–300. https://doi.org/10.1016/
j.rser.2015.10.013.
[50] do Amaral KC, Aisse MM, Possetti GRC, Prado MR. Utilização da avaliação do ciclo de vida para avaliar
os impactos ambientais associados à gestão das lamas e do biogás. Water Sci Technol 2018;77:2292–
300.
[51] Soares FR, Miyamaru ES, Martins G. Desempenho ambiental da destinação e do
tratamento de resíduos sólidos urbanos com reaproveitamento energético por meio da avaliação do
ciclo de vida na Central de Tratamento de Resíduos - Caieiras. Eng Sanit e Ambient 2017;22:993–
1003. https://doi.org/10.1590/s1413- 41522017155522.
[52] Qian Y, Sun S, Ju D, Shan X, Lu X. Revisão do estado da arte dos mecanismos de combustão de
biogás e aplicações em motores de combustão interna. Renovar Sustain Energy Rev 2017;69:50–
8. https://doi.org/10.1016/j.rser.2016.11.059.
[53] Walsh JL, Ross CC, Smith MS, Harper SR, Wilkins WA. Manual de utilização de biogás.
Atlanta, EUA: Georgia Tech Research Institute e Departamento de Energia dos EUA (DOE); 1988.
[54] Santos P. Guia Técnico de Biogás; 2000.
[55] Otto RB. Sistema supervisório de unidades de microgeração de energia elétrica: o caso da geração de
eletricidade com o biogás. UNIOESTE; 2015.
[56] Lantz M, Svensson M, Björnsson L, Börjesson P. As perspectivas para uma expansão dos sistemas de
biogás na Suécia – incentivos, barreiras e potenciais. Política Energética 2007;35:1830–43. https://
doi.org/10.1016/j.enpol.2006.05.017.
[57] Srinivasan S. Externalidades positivas das iniciativas domésticas de biogás: implicações para o
financiamento. Renovar Sustain Energy Rev 2008;12:1476–84. https://doi.org/10.1016/j. rser.2007.01.004.
[58] Brendeløkken HW. Atualização de tecnologias para usinas de produção de biogás. Tromsø, Noruega:
Universidade do Ártico da Noruega; 2016.
[59] Aquinas S, Aquinas V, Euverink GJW. Uma visão tecnológica da produção de biogás a partir de
bioresíduos. Engenharia 2017;3:299-307. https://doi.org/10.1016/J.ENG.
03.03.2017.
[60] Kára J, Pastorek Z, Mazancová J, Hanzlíková I. Novas misturas e tecnologias para produção de biogás
em usinas de biogás de dejetos de gado de processamento tipo agrícola.
Res Inst Agric Eng 2009;55:62–8.
[61] Bond T, Templeton MR. História e futuro das usinas nacionais de biogás no
mundo em desenvolvimento. Energy Sustain Dev 2011;15:347–54. https://doi.org/10.1016/j.
esd.2011.09.003.
[62] Coldebella A. Viabilidade do uso de biogás de bovinos e suínos para gerar
electricity and irrigation. Parana, Brazil: Universidade Estadual do Oeste do Paraná; 2006.
[63] Kunz A, Oliveira PAV. Aproveitamento de dejetos de animais para a geração de biogás. Rev Política
Agrícola; 2006.
[64] LOBATO LCS. Aproveitamento Energético de Biogás Gerado em Reatores UASB Tratando Esgoto
Doméstico. 173p. Tese (Doutorado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) –.
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG; 2011.
157
Revisões de energia renovável e sustentável 101 (2019) 146–157
[65] Plöchl M, Heiermann M. “A agricultura de biogás na Europa Central e do Norte: uma estratégia para os
países em desenvolvimento? Agric Eng Int 2006;8:1–15.
[66] Pecora V. Implantação de uma unidade demonstrativa de geração de energia
elétrica a partir do biogás de tratamento do esgoto residencial da USP: estudo de caso. São Paulo,
Brazil: Universidade de São Paulo - USP; 2006.
[67] Benincasa M. Biodigestores convencionais; 1990.
[68] Promover um quadro europeu para a responsabilidade social das empresas. Comissão Comunidades
Euro; 2001. ÿhttps://www.google.com/url?Sa=t&rct=j&q=&esrc=s
&source=web&cd=1&ved=2ahUKEwjT5sH0ypzdAhXE2SwKHVukC
4QFjAAegQIARAC&url=http%3A%2F%2Feuropa.eu%2Frapid%2Fpress-release_ DOC-
01-9_en.pdf&usg=AOvVaw3SIK0UIX4-K4XVJXxz2ZUkÿ. [Acessado em 3 de junho de 2018].
[69] Silva JR, do Junior OH, Spacek AD, Mota JM, Malfatti CF, Furtado AC. Dimensionamento de um fluxo
ascendente de biodigestor para produção de biogás via esgoto e resíduos sólidos. In: atas da Int Conf
Renew Energies Power Qual., Madrid (Espanha); 2016, pág. 517-20.
[70] Álvarez JA, Armstrong E, Presas J, Gómez M. Soto. desempenho de um sistema digestor UASB tratando
águas residuais domésticas. Environ Technol 2004;25:1189–99. https://doi.org/
10.1080/09593332508618386 .
[71] Safley LM, Westerman PW. Desempenho de um digestor de lagoa de baixa temperatura.
Bioresour Technol 1992;41:167-75. https://doi.org/10.1016/0960-8524(92) 90188-4.
[72] Thomas S, Bernadette M, Peter H. Monitoramento e controle de processos para uma lagoa coberta
anaeróbica tratando águas residuais de abatedouros. Chem Eng Technol 2018;41:755–60. https://
doi.org/10.1002/ceat.201700391.
[73] Alimentando Microturbinas com Gás de Aterro Sanitário. EPA430-F-02-012. USEPA – Unidos
Estados Prot do Meio Ambiente; 2002.
[74] Gillette S, Corporation CT. Comparação de microturbinas e grupos geradores de motores alternativos. In:
Proceedings of the ASME turbo expo power land, Sea Air, Berlim, Alemanha; 2008.
[75] Produtos Capstone. Capstone Turbine Corp. ÿhttps://www.capstoneturbine.com/ productsÿ [Acessado
em 12 de junho de 2018].
[76] Hamilton SL. Microturbines. In: Chambers A, editor. Distrib. gener. a nontechnical guid. USA: PennWell
Corporation; 2001. p. 33–72. [77] do Nascimento MAR, de OliveiraRodrigues L, dos Santos EC, Batista
Gomes EE, Dias FLG, Velásques EIG, Carrillo RAM. Micro gas turbine engine: a review. In: Van TP, editor.
Progress in gas turbine performance. 2014. p. 107–41.
[78] ANEEL - Brazilian Electricity Regulatory Agency. Resolução Normativa No 482, de
17 de abril de 2012; 2012.
[79] Suzuki ABP, Fernandes DM, Faria RAP, Souza SNM. Biogas production full-scale demostration unit –
Unit Colombari Farm. Ambiência 2014;10:13–20.
[80] Orrico MAP. Biodigestão anaeróbia e compostagem de dejetos de suínos, com e sem separação de
sólidos. UNESP; 2007.
[81] Feiden A, Reichel J, Schwab J, Schwab V. Avaliação da eficiência de um biodigestor tubular na produção
de biogás a partir de águas residuárias de suinocultura. In: Proceeding Agrener; 2004.
[82] UNFCCC - Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Ferramenta para
calcular o fator de emissão de um sistema elétrico; 2013.
[83] Salomon KR, Lora EES, Rocha MH, del Olmo OA. Cálculo do custo do biogás da biodigestão da vinhaça
e seu aproveitamento energético. Sugar Ind 2011;136:217–23.
[Resumo] 84 Esfandiari S, Khosrokhavar R, Sekhavat M. Redução de emissões de gases de efeito estufa.
através de uma usina de biogás: um estudo de caso de sistemas de gerenciamento de resíduos na
fazenda leiteira FEKA. In: Anais do 2º Int Conf Environ Sci Technol IPCBEE, Cingapura: IACSIT Press;
2011.
[85] MCTIC - Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação. Fatores de emissão de CO2 ; 2016. ÿhttp://
www.mctic.gov.br/mctic/opencms/ciencia/SEPED/clima/textogeral/emissao_despacho.html%0D ÿ.
[Acessado em 14 de agosto de 2018].
[86] Marchaim U. Processos de biogás para o desenvolvimento sustentável. Boletim de Serviços
Agrícolas da FAO; 1992.
[87] Nishimura R. Análise de balanço energético de sistema de produção de biogás em granja de suínos:
implementação de aplicativo computacional. Brazil: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul;
2009.
[88] Lewis C. Aspectos da energia de biomassa: Uso final do biogás na comunidade europeia por M. Constant,
H. Naveau, G.-L. Ferrero e E.ÿJ. Nyns Elsevier Applied Science, Londres e Nova York, 1989, 345 pp,
£49. Política Energética 1990;18:213–4. https://doi.org/10.1016/0301-4215(90)90156-X .
[89] Suzuki ABP, Fernandes DM, Faria RAP, Vidal TCM Uso de biogás em motores de combustão interna.
Rev Bras Tecnol Apl Nas Ciências Agrárias n.d. p. 221–237.
[90] Souza J. Desempenho de um motor de combustão interna ciclo otto operando com gás natural e biogás.
Parana, Brazil: Universidade Estadual do Oeste do Paraná; 2004.
[91] ECYCLE. Carbon Neutralization Techniques: planting trees; 2018. ÿhttps://www. ecycle.com.br/
component/content/article/63/5070-neutralizacao-de-co2-por plantio-de-arvores-e-alternativa-para-
reduzir-pegada-sequestro-florestal-pratica plantio-arvores-conservacao-areas-florestadas-calculo-
calculadora-gases-efeito estufa-geeÿ. [Accessed 10 August 2018].
[92] Ministério do Meio Ambiente no Brasil. Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei nº
12.305; 2010.