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a Fernando da Costa Baéta Cecilia de Fatima Souza © by 1997 Femando da Costa Baéla e Cacti de Fatima Souza 1*edigio: 1997 2 edigao: 2010 ~ 1° reimpressao: 2012 Dircitos de edigso reservados & Editora UFV. Nenhuma parte desta publicagio pode ser reproduzida, apropriada ¢ estocada, por ‘qualquer forma ou meio, sem autorzagso do detentor dos seus Impresso no Brasil Ficha catalogrfica preparada pela Segéo de Catalogagio e -agdo da Biblioteca Central da UFV Boéta, Femando da C B142a—_Ambigncia em c animal / Femando da 2010 MG: Ea. 269p.:iL 22m ISBN: 978.85.7269.393.6 Referencias bibliogrions: p. 265-269 CDD 22. ed. 631.2 Capa ~ Arte, Altamiro ‘Revis6o linguistica: Angelo José de Carvalho Exlitoragéo eletrénica: José Roberto da Silva Lana Impresséo e acabamento: Divisio Grafica da Editora UFV Editora UFV Edificio Francisco S80 José, s/n Universidade Federal de Vigosa '36570-000 Vicosa, MG, Bi 3899-2220/3139 @utube / SUMARIO PREFACIO, 9 CAPFTULO 1 - Introducdo, 11 CAPITULO 2 - O Animal e 0 Ambiente, 13, CapiTULo 3- Homeotermia, 18 CAPITULO 4 - Mecanismos de Regulacéo da Temperatura Corporal, 20 CaPiTULO 5 - Calor Resultante do Metabolismo, 22 CaPiTULO 6 - Caracterizagao da Zona de Conforto Térmico e das Temperaturas Ambientais Criticas, 26 CaPiTULO 7 - Dissipagao do Calor Corporal, 30 CapiTULO 8 - Formas Sensiveis de Transferéncia de Calor Animal- Ambiente, 33 Conducéo, 33 Convecgao, 38 Radiagao, 46 Lei de Kirchh« Lei de Planck, 52 Lei de Wien, 53 Lei de Stephan Boltzmann, 54 CAPITULO 9 - Formas Latentes de Transferéncia de Calor Animal- Ambient CaPiTULO 10 - indices do Ambiente Térmico, 64 CaPiTULO 11 - Acondicionamento Térmico das Instalagées, 81 Conceitos sobre Energia, 83 ‘Transmissao de Calor ~ Materiais de Construcao, 84 Condugao, 85 Convecgao, 100 Radiacdo, 112 Evaporagéo e Condensacéo, 117 Condensagao, 119 Condensagao ~ Prevengio, 128 Quebra-ventos, 208 Modificagées Ambientais Secundarias, 220 lluminacéo (Fotoperiodo), 220 Resfriamento, 234 Aquecimento, 250 CAPITULO 18 - Controle da Qualidade do Ar, 254 CAPITULO 19 - Bases para um Programa de Bem-Estar Animal, 260 REFERENCIAS, 265 CapiTULO 12 - O Clima, 129 Conceitos Bésicos, 131 Radiagdo Solar, Temperatura e Umidade do Ar, 140 Trajetorias Aparentes do Sol, 144 Radiagao em Superficies Inclinadas, 148 CaPituLo 13 - Os Fechamentos Opacos, 151 CaPiTULO 14 - Os Fechamentos Transparentes, 157 CAPITULO 15 - Ventilacdo, 163 Ventilagao Natural, 165 Ventilagdo Natural Dinamica, 166 Ventilagéo Natural Térmica, 170 Calculos Referentes & Ventilagdo Natural, 172 Consideragées a Respeito das Aberturas de lagdo, 175 lacdo Artificial, 182 CaPiTULO 16 - A Edificacao e © Ambiente, 192 CaPiTULO 17 - Modificacées Ambientais, 194 Modificagdes Ambientais Primérias, 195 Sombreamento, 195 PREFACIO © atual conhecimento sobre ambiéncia animal tem permitido o desenvolvimento de processos de engenharia que se tomam indispensdveis na moderna técnica das edificacdes rurais para producéo animal, principalmente no empreendimento comercial, visando sempre 0 necessério conforto ambiental, para animais e trabalhadores, onde é comum o excesso de calor e a produgao de contaminantes. © estudo mais completo da ambiéncia animal abrange todo 0 campo complexo da interacao animal-ambiente-instalacao, com vistas a propiciar aos animais um ambiente saudével, para ‘que expressem 0 seu maximo produtivo. As novas exigéncias mundiais de producdo agricola, dentro de processo ético, cada vez mais se voltam para os conceitos das boas praticas de producdo, considerando a seguranga alimentar, o bem-estar do animal e do trabalhador, e 0 respeito ao meio ambiente. Os conhecimentos envolvendo o animal, no que se refere aos mecanismos de regulagéo da temperatura corporal, caracterizagao da zona de conforto térmico e das temperaturas ambientais criticas e indices do ambiente térmico, assim como os conhecimentos envolvendo a edificacdo e 0 ambiente, no que se refere ao clima, fechamentos, ventilacao, ruido, qualidade do ar e acondicionamento térmico e modificagées ambientais artificiais das instalagées, séo bases para um programa de bem-estar animal. As bases de programas de bem-estar esto alicergadas em elementos que contribuem para a qualidade de vida dos animais, principalmente possibilitando que estejam livres de medo, angtistia, dor, sofrimento, doencas, fome, sede e de qualquer forma de desconforto e, por fim, livres para expressarem seus ‘comportamentos normais. Revista e acrescida de um novo capitulo — Bases para um programa de bem-estar animal -, a segunda edicao de Ambiéncia em edificagées rurais ~ conforto animal busca reforcar os conceitos bbasicos e dar suporte & demanda hodierna relativa ao tema, (0s autores Carituto 1 Introdug¢ao O avango tecnolégico nos sistemas produtivos animais, tanto do ponto de vista genético quanto do gerencial, faz com que 0 meio ambiente adequado seja condicao indispensavel para que 08 animais possam expressar 0 seu maximo produtivo, associado ao seu bem-estar. O meio ambiente é aqui definido como o conjunto de todos os fatores que afetam direta ou indiretamente os animais Excetuando a alimentagao e os agentes patégenos, de acordo com ‘0s conhecimentos adquiridos até o presente, as varidveis que causam 0s maiores efeitos sobre 0 bem-estar e, consequentemente, sobre a producéo do animal séo a temperatura, a umidade, a radiagao e o vento, constituintes do ambiente térmico. Deve-se projetar a instalacao visando amenizar os seus extremos, bem como possibilitar © controle da luminosidade e da qualidade do ar, que séo igualmente importantes para maior produtividade animal. O ambiente intemo de uma instalagéo normalmente é resultante das condigées locais externas; das caracteristicas construtivas e dos materiais utilizados na construgao; da espécie e do numero de animais; do manejo; e das modificacdes causadas tanto pelos equipamentos componentes do sistema produtivo quanto por aqueles destinados ao acondicionamento ambiental. Nesta obra, busca-se apresentar a interagao do animal com o meio ambiente; os indices térmicos ambientais que constituem o elo entre a necessidade animal e a condicéo 2 Permando da Conta Baéta¢ Celia de Fétina Sousa resultante do condicionamento interior de um ambiente construido; o desempenho do material de construgdo com relagao térmicas ambientais; e as maneiras de se realizarem modificagdes ambientais primédrias, por meio da orientagdo, do sombreamento e do uso de quebra-ventos para as edificagées, e secundérias, por meio da iluminago, da ventilacao, do resfriamento, do aquecimento e do controle da qualidade do ar. Os autores esperam que esta obra possa ser de valia para todos aqueles que pretendem entender melhor a interago animal- ambiente-instalagao, notadamente os estudantes, professores ¢ profissionais de ciéncias agrarias. Cariruto 2 O Animal e o Ambiente O ambiente externo compreende todas as variéveis fisicas, quimicas, bi jicas, sociais e climaticas que interagem com o animal, produzem reacdes no seu comportamento e definem, assim, 0 tipo de relagao animal-ambiente. As variaveis fisicas do ambiente incluem espaco, luz, som e equipamentos; os gases presentes na atmosfera figuram como exemplos de varidveis quimicas; e a propria natureza do material alimentar representa uma varidvel biolégica do ambiente. As varidveis sociais incluem o nimero de animais por area, 0 comportamento e a ordem de dominancia; e as varidveis climaticas, a temperatura, a umidade relativa, o movimento do ar ea radiacao. animal porta-se como um sistema termodinamico que, continuamente, troca energia com 0 ambiente. Neste processo, os fatores externos do ambiente tendem a produzir variagées internas no animal, influindo a quantidade de energia trocada entre ambos, havendo, entao, necessidade de ajustes fisiolégicos para o balango de calor. Os animais respondem as _condigées _ambientais desfavordveis de diversas maneiras, destacando-se 0 movimento ou reorientagao. Considerando, por exemplo, que as plantas se enraizam em seu ambiente e néo podem movimentar-se ou orientar-se de acordo com o sol forte ou os ventos frios, os animais 8m vantagem na relacéo com 0 ambiente extemo. Isso significa que 0 préprio animal tem a possibilidade de alterar seu 4 Fernando da Costa Badia e Cela de Fat microambiente ou seu microclima, buscando encontrar conforto. O microambiente eo microclima estio relacionados com 0 ambiente imediatamente vizinho do animal ou da planta, O microambiente térmico do animal é constituido por cinco componentes principais: temperatura, velocidade e umidade do ar; temperatura radiante e temperaturas superficiais. Muitas vvezes, esses componentes oconem em valores extremos, dificultando a sobrevivéncia do animal. Por exemplo, sabe-se que 2/5 da superficie da Terra correspondem a desertos, que sao areas caracterizadas por periodos prolongados de seca, altas temperaturas do ar durante o dia associadas a intensa radiagéo solar e baixas temperaturas do ar durante a noite. Essas condigdes inviabilizam a sobrevivéncia da maioria das espécies vegetais e animais. Existem reas na superficie temestre em que somente determinadas espécies animais séo capazes de sobreviver, como ursos e pinguins nas regides geladas. Diversos animais migram em busca de melhores condigSes ambientais, o que é muito comum em se tratando de passaros. Ha também dreas que oferecem condigées favordveis & ampla gama de espécies. Porém, pode-se observar em outras que, apesar dos extremos ambientais, as espécies se adaptam as condigdes locais. Isso significa que em varios casos, os animais se portam como as plantas, isto é, adaptam-se ao ambiente em que foram inseridos em favor de sua sobrevivéncia, A adaptabilidade pode ser medida ou avaliada pela lade que tem o animal de se ajustar as condides médias ambientais de climas adversos, com minima perda de peso e conservando alta taxa reprodutiva, alta resisténcia a doencas, longevidade e baixa taxa de mortalidade. © conceito de adaptagdo a um dado ambiente esta relacionado com mudancas estruturais, funcionais_ou comportamentais observadas. no animal, _objetivando sobrevivéncia, reproducdo e produgao em condigées extremas ou adversas. es rurais conforto anna 45 A seguir séo citados varios conceitos relacionados ao processo de adaptacao: Adaptacao biolégica: refere-se as caracteristicas morfolégicas, anatémicas, fisiolégicas, bioquimicas e de comportamento do que permitem o bem-estar e a sobrevivéncia em um ambiente especifico Adaptacdo genética: refere-se as caracteristicas hereditarias do animal, que favorecem a sua sobrevivéncia em um ambiente particular e podem promover mudancas por muitas geracdes (seleco natural) ou favorecer a aquisicao de propriedades genéticas especificas (selecdo “arti Adaptacao fisiolégica: é 0 processo de ajustamento do animal a si proprio, a outro material vivo e ao seu ambiente fisico externo. Aclimatizagao: refere-se a ajustamentos fisiolégicos adaptativos duradouros, que resultam em aumento de toleréncia a continuas ou repetidas exposigdes a varios estressores _climaticos (normalmente produzidos sob condicées de campo). Aclimatagao: refere-se a mudancas adaptativas em resposta a uma tinica variével climética (normalmente produzidas em camaras climéticas) Habito (geral): é uma variacdo quantitativa da resposta. Essa variagdo pode conduzir & perda da resposta, como resultado de repetidos estimulos. Aprendizagem: é a aquisigao de nova resposta ou a mudanca qualitativa de uma resposta j4 existente, ou, ainda, a inibicao de uma resposta existente por um novo estimulo, Condicionamento: é a transferéncia de uma resposta jé existente para um novo estimulo. Toda situagéo ambiental que provoca uma resposta adaptativa é considerada estressora, isto é, define uma situagéo de estresse no animal. O estresse pode ser crénico, quando é gradual e constante, ou agudo, quando é brusco e intenso, Por exemplo, aumentos bruscos da temperatura do ar séo considerados estressantes e, em certos casos, podem provocar até morte. 1 edificog er ara: confor a Um ambiente esiressante provoca varias _respostas, dependendo da capacidade do animal para adaptar-se. Em determinadas situacdes ambientais, o animal pode manter todas as suas fungdes vitais (mantenca, reproducao e producao) e, em outras, estabelece prioridades. E importante mencionar que a fungéo vital prioritétia do animal é a mantenga (sobrevivéncia). Mas tanto a mantenca quanto a reprodugdo e a producao vao sendo suprimidas & medida que o ambiente se torna mais severo. Quando submetido a ambiente estressante, varias funcdes internas do animal sao alteradas: ha reducaio do crescimento, desvio dos nutrientes que seriam usados na produgéo para processos de mantenca, redugdo da resisténcia a doencas, variacao da frequéncia respiratéria e da temperatura retal etc. Podem ocorrer desvio de nutrientes e também variagéo na ingestao de alimentos, resultando em menor produgéo com a magnitude relativa a cada animal, pois as respostas ao estresse so diferentes quando comparados dois animais também diferentes. O fato de o estresse reduzit a produtividade do animal levou, inicialmente, os criadores a acreditarem que um ambiente com fatores estressantes nao era adequado para uso produtivo. Por longo tempo, houve grande préocupagéo, por parte dos produtores, com a queda produtiva do animal, relacionada com determinado ambiente considerado adverso. Porém, com a evolugao das pesquisas na area, 0 quadro foi-se alterando e, hoje, J4 evidente que varias técnicas, compativeis com cada caso, podem ser empregadas para favorecer a adaptacao do animal ao ambiente e, consequentemente, conservar 0 seu desempenho produtivo. Controlar fatores ambientais ¢ tarefa muito complexa, porém a maioria dos processos produtivos animais é conduzida em sistema intensivo. Dessa forma, é importante a atuacao do Engenheiro Agricola, Zootecnista ou Agrénomo na execugao do projeto das instalages, combinando materiais e técnicas que permitam o estabelecimento do ambiente adequado ao animal. A atuagéo dos engenheiros agricolas envolve a modi cacao e 0 controle das flutuagées diérias da temperatura, da umidade e da movimentagao do ar, bem como de niveis de cargas de radiagdo, sempre considerando que podem ocorer em conjunto. Ha outros condicionadores do desempenho produtive do animal, como a nutrigéo, o manejo ¢ a genética, mas o ambiente 6, sem dtivida, um fator determinante, o que justifica a real importancia da presente obra. carituo3 Homeotermia Para que a atividade celular seja normal, o animal precisa ter seu ambiente intemo estavel com relacdo a flutuagdes externas, proceso definido como homeotermia, homeostase ou homeocinese. O animal homeotermo, ou homeotérmico, mantém a temperatura do micleo corporal dentro de limites relativamente estreitos, mesmo que a temperatura ambiental flutue e que a sua atividade varie intensamente, por meio de processos de aumento ou diminuigéo do calor resultante do metabolismo e de conservacéo ou dissipagéo do calor cérporal para o mei ambiente extemo. Trata-se de um processo mais comum em mamiferos e passaros. A temperatura do nticleo corporal do animal mantém-se bastante estdvel, ou seja, nao flutua rapidamente quando ocorrem as flutuagGes ambientais. Porém, ocorrem variagdes de temperatura nas diferentes partes do organismo do animal, as quais sao associadas ao fluxo de calor entre o animal e 0 ambiente, estabelecendo-se um gradiente que depende da temperatura do nticleo e das condigées térmicas ambientais do meio. A temperatura do niicleo corporal do homem pode ser calculada pela equacao (INGRAM; MOUNT, 1975): T. = 0,65 T, + 0,35 T, (3.1) em que T, é a temperatura do nticleo corporal; retal; e T,, a temperatura da pele. a temperatura des rus O animal homeotérmico controla o seu ambiente interno por meio de respostas de adaptagao ao ambiente extemo. Qualquer tipo de alterago no ambiente extemo pode causar lteracdo também no interno. Se 0 mecanismo hemeocinético nao incionar, 0 ambiente interno se iguala ao externo e o animal 1orre. Por exemplo, quando o ambiente extemno é tao frio que a ’éxima resposta metabélica do animal no consegue manter a mperatura corporal, a taxa metabdlica e a temperatura retal declinam juntas e 0 animal morre. Os homeotermos tém temperaturas corporais que variam em diferentes partes do corpo e em diferentes tempos, mas a temperatura do mticleo corporal é mantida em nivel que independe da flutuagdo ambiental (MOUNT, 1979). Esmay (1969) cita temperaturas do niicleo corporal de iversas espécies, que séo resultado da maneira como cada espécie se mantém em equilfbrio com © ambiente térmico de acordo com sua constituigao Homem: 37 °C. Gatos e cachorros: 38,6°C. Bovinos: 38,5°C_—_Caprinos: 40°C. Equinos: 38°C Suinos: 39°C Galinhas: 41,7°C _ Qvinos: 39°C Capitulo 4 Mecanismos de Regulagdo da Temperatura Corporal O animal homeotérmico tem um sistema de controle de seu ambiente interno, que recebe continuamente informacées de varios sensores em niveis interno e extemo do corpo. Esse sistema, composto pot mecanismos neurais, apés analisar as informagées recebidas, toma a decisio adequada ativando agentes especificos. O cérebro e a espinha constituem o sistema nervoso central. O cérebro contém os centros de percep¢ao, associagaio e pensamento, este ultimo quando se trata de seres humanos, e reas especificas associadas & visdo, & audicao e ao movimento do corpo. Considerando as respostas do animal ao ambiente extemno, © hipotalamo, localizado no cérebro, é de particular importanci Porque contém 0 centro de regulagdo da temperatura, da ingestao de alimentos e dqua, chamado de termostato do corpo. Abaixo do hipotélamo, esta a pituitéria, que € uma das mais importantes glandulas produtoras de horménio no corpo. Os horménios produzidos pela pituitéria so agentes quimicos no processo de requlacao de temperatura. A partir desses agentes, podem ser iniciadas as respostas fisiolégicas e também alteradas as taxas de determinadas reacdes. Os horménios sao cameados pelo sangue pata todo o corpo, o que facilita a termorregulagio. A medula ou corda espinhal é uma extensio direta do ebro e acompanha a coluna vertebral. Na raiz dorsal ou base corda espinhal estéo localizados receptores de todos os los prévenientes do ambiente externo, que fazem a comunicagao entre as varias partes do corpo (coracéo, estémago ic.) e 0 cérebro. Por exemplo, a sensacao de dor no homem é eiramente transmitida ao nivel da sétima vértebra no pescogo a partir daf, conduzida ao oérebro. Esses impulsos originam-se @ receptores na pele, nos mtisculos e nos tendées e, ainda, de nervos terminais nos érgaos internos, O neurdnio faz parte do sistema nervoso periférico (pele) e é a unidade funcional do sistema nervoso central. Informacées sobre ambientes externos (estimulos) sao transmitidas por meio de neurdnios, 05 chamados aferentes ao sistema nervoso central, onde so tomadas as decisées, que, por sua vez, sao transmitidas pelos neurdnios chamados eferentes ao receptor ou agente. O receptor ou agente é que aciona as reagdes homeocinéticas. Existem duas classes de receptores periféricos: os que induzem a formulagao de respostas para o ambiente externo frio € 08 que o fazem para o ambiente externo quente. Existem, ainda, varios interneurénios que funcionam entre a rota aferente e a eferente e atuam no processo. Em resumo, pode-se dizer que 0 processo de controle homeocinético compreende a recepcao de um sinal negativo do ambiente extemo por um sensor especifico do corpo do animal; a condugao desse sinal, por meio de um caminho aferente, até o cérebro, onde ¢ feita a sua anélise e é tomada uma deciséo; e, finalmente, a condugao do sinal, por meio de caminho eferente, a um agente apropriado, que poe em funcionamento as reagbes homeocinéticas. carro 5 Calor Resultante do Metabolismo Quando um animal é submetido a um ambiente com temperatura mais baixa que a temperatura corporal, ocorre dissipacao de calor do seu corpo para o ambiente, processo normal quando tomadas como base as leis fisicas de transferéncia de calor. Por essas leis, conclui-se que ha tendéncia ao equilibrio. Se houvesse continuidade desse processo, a temperatura corporal diminuiria a niveis intoleraveis e ocorreria a morte do animal. No entanto, em condigées de baixas temperaturas, acontecem compensagdes fisiolégicas, isto é, 0 animal homeotermo aumenta sua producdo de calor e reduz as perdas para o ambiente, mantendo controlada a sua temperatura interna. A produgao de calor corporal ¢ resultado da atividade metabdlica, que é influenciada, entre outros fatores, pela temperatura do ambiente externo, pelo tamanho ou peso do corpo, pela atividade, pelo plano de nutricao e pelo isolamento térmico do animal. Atividade metabélica é o conjunto de fendmenos fisico- quimicos que ocorrem no organismo para a assimilagéo ou no das substancias necessérias & vida. Metabolismo basal esté relacionado com a quantidade de calor que o organismo desprende por hora, quando em jejum, em absoluto repouso e em ambiente confortavel, podendo ser expresso em calorias por m? de superficie cutanea. De acordo com Curtis (1983), a taxa metabélica basal ou taxa-padrao pode ser estimada, por meio da seguinte equagao: Q=aw (5.1) em que Q é.a taxa metabélica-padrao, em kcal/hora; e W, 0 peso do animal, em kg; quando a = 2.9 eb = 0,75. O termo W? é definido como tamanho ou peso metabélico corporal. Com base na equacéo 5.1, pode-se afirmar que um grande animal homeotérmico produz mais calor que um pequeno. A taxa de produgao de calor metabélico basal de uma vaca com 600 kg é aproximadamente 380 J/s ¢ a de um rato de 20 g, 0,2 Jis. Considerando a unidade de peso corporal, 0 mesmo rato produz 10 J/s.kg e a mesma vaca, somente 0,6 Jis.kg, 0 que significa que cada unidade de massa corporal do rato é muito mais ativa metabolicamente quando comparada a da vaca. Outros exemplos sao apresentados na Tabela 5.1 Tabela 5.1 - Taxa metabilica de varios animais com base no peso corporal e na drea superficial Animal Peso médio Metabolismo (kg) (Wrkg) (Wim?) ~~ Cavalo’ 4a 0,55 ~~ 45,9 Porco 128 0,92 52,2 Homem 643 1,55 50,5 Cachorro 152 2,49 50,3 Coelho 23 3,64 376 Ganso 35 3.23 49.3 Galinha 2,0 3,44 488 Fonte: MOUNT, 1979. A taxa metabdlica pode também estar relacionada com a ‘rea superficial do animal (Tabela 5.1), e esta determina a razdo de dissipagao de calor pelo animal, isto 6, a troca de calor com 0 ambiente, em proporcdo direta com a 4rea de sua superficie 24 Femando da Cosa Baitae Celia de Fatima Sovca corporal patticipante do fluxo. A érea superficial animal pode ser estimada empregando as constantes da Tabela 5.2 na equacao de Meeh: A=m.wW 62) em que m é a constante de Meh; A, a érea da superticie corporal do animal, m*; W, 0 peso corporal do animal; e b, a constante. Mount (1979) sugere um célculo geral para a rea da superficie corporal por meio da expressao 0,1 W*, para pesos corporais (W) variando de 0,01 a 1.000 kg. Tabela 5.2 - Valores de me b para a Equacao 5.2 b canne “Gado de leite 0,560 0,130 Gado de corte 0,600 0,120 Cavalos 0,100 ‘Suinos 0,100 Ovelhas 0,070 Galinhas 0,100 Fon TTERESO, 1989, Aplicagao a) Determine a taxa metabélica basal, em kcal/hora, de uma vaca de leite cujo peso corporal é 453 kg. Q= 29. W% = 2,9. (453) Q = 284 kcal/hora = 330 djs (1 keal = 4.186 J) da vaca, b) Determine a Area superfi A = 0,13. W°% = 0,13 (453) A = 3,99 m? =4,0 m? 25 ©) Expresse a taxa metabélica da vaca com relago ao peso e superficie corporal. Q = 284 kealfhora = 330 W 330 W + 453 kg = 0,73 Wikg 330 W + 3,99 m? = 82,78 Wim? Mount (1979) afirma que a expresséo da taxa metal corporal, com base na rea superficial, oferece uma base muito mais uniforme para a comparagio entre espécies e faz uma comparagao entre valores de taxa de calor metabdlico, calculados por meio dos dois parametros em questéo (Tabela 5.1). Observa-se, na Figura 5.1, que, no caso de pequenos mamiferos, 0 valor do calor metabélico calculado é maior quando a base é a area superficial e, no caso de grandes mamiferos, quando a base é 0 peso corporal LA 7 : MW 7 Mes 7 Z We ea Figura 5.1 - Relacdo entre a taxa metabélica e o peso corporal de mamiferos. Fonte: MOUNT, 1979. Carituo 6 Caracterizagdo da Zona de Conforto Térmico e das Temperaturas Ambientais Criticas A caracterizagéo do ambiente térmico animal envolve os ios da temperatura, umidade, radiagao e do vento e pode ser por meio de uma Unica varidvel, que engloba o efeito combinado de todas, chamada de temperatura efetiva, Em determinada faixa de temperatura efetiva ambiental, 0 animal mantém praticamente constante a temperatura corporal, com minimo esforgo dos mecanismos termorregulatérios. E a chamada Zona de Conforto Térmico (ZCT), dentro da zona de termoneutralidade, em que nao ha sensagao de frio ou calor e o desempenho do animal em qualquer atividade é otimizado. Rosenberg et al. (1983) referem-se & ZCT como zona de indiferenga térmica, em que apenas o metabolismo normal é& capaz de fornecer a energia necessétia para manter a temperatura corporal dentro da normalidade. ef Porém, 0 ambiente térmico exteno varia muito, o que causa alteracées na temperatura corporal do animal, ou ambiente térmico interno também sofre mudancas. Normal quando 0 ambiente térmico (temperatura do ar, umidade relativa, ventilacao e radiagéo) esta fora da faixa que propicia a termoneutralidade, come variagao na quantidade de calor resultante de processos metabélicos do animal Com base na Figura 6.1, observa-se que a zona de conforto térmico é limitada pelas temperaturas efetivas ambientais dos pontos A e A’; a zona de moderado conforto ou de variagéo nula na dos pontos B e B’; a zona de homeotermia, pelas temperaturas efetivas ambientais dos pontos C e C’; e a zona de sobrevivéncia, pelas temperaturas efetivas ambientais dos pontos D e D’. Nas temperaturas efetivas ambientais situadas na faixa limitada pelos pontos A e D, o animal esta estressado por frio e nas de A’ a D’, por calor. A temperatura efetiva ambiental correspondente ao ponto B é denominada Temperatura Critica Inferior (TCI). Abaixo desta ‘temperatura o animal aciona seus mecanismos termorregulatérios para incrementar a producao e a retencdo de calor corporal, compensando a perda de calor para o ambiente, que se encontra frio. Nesta situagao, a capacidade do animal de aumentar a taxa metabélica toma-se relevante para a manutencio do equilibrio homeotérmico. Zona de sobrevivencia Zona de homeotemia ee OP 4 Tamper do lao g 8 | 2 ale ql 5 H 3 8 : ipo ae termia as oe SAR 8 oO Ears porto Est pot ee “Temperatura ambien Figura 6.1 - Representacéo esquematica simplificada d raturas efetivas ambientais criticas. Fonte: BIANCA, 1968. Hafez (1968) afirma que animais de grande porte néo requerem muita capacidade metabélica, pois tém isolamento adequado (cobertura espessa), por meio do qual mantém 0 equilibtio em frio severo, com pequeno aumento na produgao de calor. Outras respostas do animal podem ser notadas na faixa abaixo da TCI, a vasoconstricdo e piloerecao por exemplo, como formas de aumentar a retencao de calor corporal. Para temperaturas efetivas ambientais abaixo daquela definida no ponto C, 0 animal nao consegue mais balancear a sua perda de calor para o ambiente. ¢ a temperatura corporal comega a declinar rapidamente, acelerandlo © proceso de resfriamento. Se 0 processo continua por muito tempo ou se nenhuma providéncia é tomada, o nivel lea, D, é atingido e o animal morre por hipotermia. Rosenberg et al. (1983) definem a zona de hipotermia como aquela na qual o animal nao consegue prover o calor suficiente para manter sua temperatura corporal no nivel ideal A temperatura efetiva ambiental do ponto B’ é denominada Temperatura Critica Superior (TCS), Acima dessa temperatura (Tabela 6.1), 0 animal aciona seus mecanismos termorregulatérios para auxiliar a dissipacio do calor corporal para o ambiente, uma vez que, nessa faixa, a taxa de produgéo de calor metabélico normalmente aumenta, podendo corer, também, aumento da temperatura corporal. Nessa faixa, entram em acéo mecanismos de defesa fisica contra o estresse por calor, como a vasodilatagao geral, a sudorese, a ofegagio etc. Quando a temperatura ambiental atinge 0 ponto C’, por mais que esses mecanismos funcionem, nao conseguem prover o resfriamento necessatio para a manutencao do equilibrio homeotérmico e a temperatura corporal aumenta cada vez mais. Na temperatura ambiental do ponto D’, 0 animal morre por hipertermia, Na zona de hipertermia, os mecanismos de controle da temperatura nao sao capazes de providenciar resfriamento suficiente Para manier a temperatura corporal em seu nivel normal, Na maioria dos animais domésticos, a temperatura corporal aumenta icativamente em resposta a temperaturas efetivas ambientais em tomo de 28 °C. A hipertermia ocome para 29 temperaturas efetivas ambientais na faixa de 30 a 50°C ou quando a temperatura corporal aumenta cerca de 3 a 6 °C acima do nivel normal, dependendo do tempo de exposigao, da adaptagao ao calor edo nivel de produgao do animal (MULLER, 1989). Por fim, vale ressaltar que os valores apresentados na 6.1 podem variar bastante, em fungéo da a Tabela 6.1 - Valores comuns de temperatura efetiva critica inferior (Cl) (B), de temperatura efetiva critica superior (TCS)(B}) e de temperaturas na zona de conforto térmico (2CT) para alguns animais Animal TEPC) ZT PCL TS Recimn-nascido Bovino 10 18a2l 26 Ovelha 6 25.030 34 Galinha 34 35 39 Humano 23 saad 37 20 15230 35 15 18.28 32 Bovino europeu 10 -1al6 27 Bovino indiano 0 10a27 35 Coelho 10 15a25 30 Caprino 2 34 lumano 4 27032 Sune 02 dias 20 32235 38 24 dias 20 28234 37 47 dias 16 25a31 35 7-35 dias 12 22028 3 35.50 dias 8 18021 30 Terminaca 5 15a 18 27 Final da gestacao 4 1015 27 4 12al5 27 Fonte: CURTIS, 1983; HAFEZ, 1968, MOUNT, 1979. Carttuto 7 Dissipag¢do do Calor Corporal A taxa de dissipacao de calor de um animal é determinada pela sua taxa de calor resultante de processos metabdlicos, capacidade de armazenamento de calor corporal e, ainda, pelas condigées térmicas ambientais. Todo proceso de vida envolve, de uma forma ou de outra, troca de energia. Energia sob forma de calor flui do animal para 0 ambiente sempre que houver um gradiente térmico animal- ambiente. Dessa forma, trocando energia com o ambiente em que vive, o animal consegue sobreviver e produzir por longo periodo, mesmo com as variagGes climaticas extremas. animal troca calor com o ambiente em que vive por meio de formas sensiveis e latentes. Fluxos de calor causados por gradientes de temperatura, detectados por simples termémetros, sao chamados sensiveis. As formas sensiveis de transferéncia de calor séo condugéo, conveccao e radiagao. A Figura 7.1 representa, de forma esquematica, as formas por meio das quais 0 animal dissipa calor para o ambiente. Fluxos de calor causados por gradientes de pressio de vapor d’Agua séo chamados de latentes. As duas formas de troca de calor latente conhecidas sao a evaporacdo e a condensacio. Nessas formas, o calor envolvido na transformagao liquido-vapor ou vapor-liquido nado causa mudanga na temperatura da 4gua, apesar de ocorrer variagdo na temperatura da superficie onde 0 animal esta. 31 Considerando as trocas de calor entre o animal e o ambiente, pode-se dizer que, medida que a temperatura ambiental aumenta, os fluxos latentes aumentam progressivamente em relacéo ao fluxo total De acordo com Ingram e Mount (1975) e Curtis (1983), a equacéo do balanco de calor de um animal homeotétmico pode ser expressa da seguinte forma: M £AC = 4Q4 4Q. 2 QutQU LQ em que: (7.1) M: calor resultante do metabolismo animal. Sempre positivo, pois representa um conjunto de reacées de valor liquido exotérmico; AC: variacéo no contetido do calor corporal do animal. Positiva, quando a temperatura corporal média est acima da normal, e negativa, quando a temperatura corporal esta abaixo da norm +Q,4! taxa da troca de calor (sensivel) por radiagao entre © animal e o ambiente. Positiva, quando a temperatura da superficie animal for inferior as da fda no processo, incluindo © sol; + Qu: taxa da troca de calor (sensivel) por conveccéo entre o animal e o ambiente. Negativa, quando a temperatura do ar for mais baixa que a temperatura superficial do animal; + Qua: taxa da troca de calor (sensivel) por condugdo entre o animal e o ambiente, Negativa, quando a temperatura da superficie em contato com o animal estiver mais baixa; + Que taxa da troca de calor latente entre 0 animal ¢ 0 ambiente. Negativa; quando ocorrer evaporacao na superficie animal; e £.Qhe taxa da troca de calor por condugéo entre o animal e © alimento e gua ingeridos pelo animal. Negativa, quando a temperatura do alimento ou da gua estiver inferior & das superficies internas do animal. 32 A Figura 7.1 mostra o fluxo de calor da regiao intema do animal de maior temperatura até o ambiente externo. 1,, temperatura ambiente; #,,temperatura retal; #, temperatura da pele; fy, temperatura da pelagem; Q, fluxo de calor através do teci animal; Q fluxo de calor através dos pelos, que posteriormente seré dissipado por convecgio; Q,. dissipagio de calor por meio da respiracio; Q,. dissipagao de calor por meio da perspiracao; Qua. dissipagio de calor por radiagao; e Qu: dissipacéo de calor devido ao aumento da tempe-ratura da ‘gua ¢ alimentos ingeridos, Figura 7.1 - Representacao esquemitica da dissipagao de calor do animal para o ambiente Fonte: adaptado de BAETA, 1985, CaeituLo 8 Formas Sensiveis de Transferéncia de Calor Animal-Ambiente Condu¢ao A transferéncia de calor por conducao exige contato entre as superficies ou substdncias cujas temperaturas devem ser diferentes, isto é, deve haver um gradiente térmico entre as partes consideradas, Por exemplo, a maior temperatura observada no niicleo corporal é devida @ maior atividade metabélica nessa regio. Essa energia, em forma de calor, gerada no nticleo corporal, pode fluir para a superficie do corpo, caso seja verificado um gradiente térmico intemo entre as partes. E 0 calor também pode fluir da superficie do corpo do animal para o ambiente, caso este esteja mais frio, ou do ambiente para a superficie do corpo do animal, se esta estiver mais fria, isto €, se for verificado um gradiente térmico extemno. No fluxo de calor condutivo, uma molécula quente do corpo considerado choca-se com uma molécula vizinha, fria, @ transfere parte da sua energia cinética a esta molécula e assim por diante, tendendo ao equilforio. ‘A magnitude e a velocidade do processo de condugao de calor estao relacionadas com as caracteristicas térmicas das partes envolvidas. A condutividade térmica ¢ o fator fisico do fluxo de calor por condugao, 0 qual caracteriza a quantidade de calor 34 Baktae Cea de Fitna Sousa 35 transmitida através de um corpo considerado homogéneo, num regime estaciondrio, por unidade de espessura, de area e de tempo, quando o gradiente térmico é igual & unidade. A condutividade térmica (Tabela 8.1) é expressa em W.m/(m’.°C) ou cal.cm/(em?.°C.s), ou outras unidades equivalentes Observa-se que a gua tem maior condutividade térmica que 0 ar, 0 que significa que o material que contém ar em seus inlersticios funciona como isolante térmico, ou seja, ¢ menos capaz de conduzir calor. Se a gua ocupa os poros do materi ar é deslocado ¢ 0 isolamento é reduzido, Outra caracterfstica importante é a capacidade térmica, que indica a quantidade de calor requerida para elevar em 1 °C a temperatura de um corpo de rea e volume iquais 8 unidade e de espessura conhecida. E calculada por meio do calor especifico do corpo multiplicado por sua densidade e espessura Tabela 8.1 - Alguns valores de condutividade térmica em cal.cmy(cm*.°C.s} ‘Ar parado (1.000 mbars, 15°C) 0,000059 Plastico esponjoso 0,001 Madeira 0,0003 Agua parada 0,0014 Terra arenosa (15% de égua) 0,0022 Conereto 00058 Aco 0,1100 Aluminio 0,490 Fonte: HOLMAN, 1983. Os valores da capacidade térmica dos diversos tipos de materiais utilizados nas construgées indicam que eles se aquecem diferentemente com a mesma quantidade de calor, o que é de grande relevancia em se tratando do fluxo externo de calor. Na Tabela 8.2, verifica-se que, para uma mesma espessura(L), cada m® de conereto consome 315 keal para elevar em 1 °C sua temperatura, ¢ o poliestireno expandido, somente 0,08 kcal. Tabela 8.2 - Comparacao entre as propriedades térmicas do conereto (1) e do poliestireno (2): condutividade térmica (K), em Wi(m.C); resisténcia térmica (R) em (m®°C)W; calor especifico (c), em kdi(kgC densidade absoluta (d), em kg/m’, capacidade térmica (edL), em keal/(m?.°C) Material K L R € ca Conereto 1,74 «0,600,345 «1,00 2200 S15 Poliestireno 0,035 0,012 0,345 1,42 20 0,08 Fonte: RIVERO, 1986, Dessa forma, quando um animal deita em um piso com capacidade térmica alta, ele perde maior quantidade de calor enquanto o equilibrio do processo € atingido. Nessas condicées, 0 animal néo precisa mudar de lugar ou de posicéo com muita frequéncia. No fluxo interno de calor por conducao sao envolvidos os seguintes componentes: nticleo corporal, pele, camada de cobertura (pelos ou penas) € camada-limite (camada delgada de ar que separa do ambiente a superficie da cobertura do animal). O calor & transferido, por conducéo, do niicleo corporal a pele e desta borda superior da camada-limite, depois a0 ambiente extemo. E importante observar que, em muitos casos, 0 contato do animal com determinada superficie condutora faz com que uma, ou algumas, das camadas fique totalmente comprimida, resultando em maior fluxo de calor. Cabe ressaltar que 0 fluxo intemo de calor condutivo é influenciado também pelo isolamento térmico das varias camadas que se interpdem entre 0 nticleo e a pele. O isolamento térmico é fator fisico reciproco da condutividade e indica a resisténcia a passagem de calor, normalmente expressa em (cm?.s)/(°C.cm.cal). 36 A resisténcia térmica intema a transferéncia de calor por conducao compreende diferentes combinagdes de isolamento: a do tecido do nticleo, a da pele, a da cobertura e a da camada- imite, que ocorrem em série Os processos sensiveis de transferéncia de calor so muito afetados por essas reagdes isoladoras; os latentes, porém, so pouco influenciados, Mount (1979) afirma que a magnitude do isolamento de um tecido ¢ determinada pelo estado do sistema vascular periférico, uma vez que o calor é conduzido pelo sangue, que é bombeado do coracao para a pele e apéndices, através das artérias, Curtis (1983) faz referéncia ao Indice de Circulacdo Térmica, que representa a taxa em que 0 calor se move do nticleo para uma area particular da pele. O Indice de Circulagao Térmica 6 dado por: HIC, _ AT, HTC,, AT. a (8.1) em que HTC,, é 0 coeficiente de transferéncia de calor do nticleo corporal para a pele (conducéo); HTC,, 0 coeficiente de transferéncia de calor da pele para o ambiente (convecco}; AT», © aradiente de temperatura entre a pele e o ambiente; ¢ AT... 0 gradiente de temperatura entre 0 nticleo corporal e a pele. Esse autor ainda afirma que um leitéo em ambiente cuja temperatura varia de -5 a +35 °C apresenta indice de circulagdo térmica de 1,8 a 2,4 e que a gordura subcutanea, a espessura da pele € 0 tipo e caracteristicas fisicas da cobertura influem na magnitude do isolamento témico. Alguns tipos de cobertura animal (pelos e penas) favorecem a retencao de ar e atuam na definicdo de sua capacidade isolante e, consequentemente, na grandeza do fluxo do calor por condugao (Tabela 8.3) 0 bela 83 - Valor do isolamento térmico do ar parado e da pelagem de alguns animais Animal Capacidade isolante (°C. h.keal") Bezerro 0.01 (por mg de peso de pelagem por cm da area de superficie) 0,02 oO. 0.25 ‘Ar parado| 0,42 me: CURTIS, 1983; MOUNT, 1973. Observa-se na Tabela 8.3 que os valores do isolamento térmico da pelagem do leitao e do bezerro sao préximos. Porém, 0 bezerro tem cobertura (pelagem) mais densa, o que permite diferenciar sua circulagao térmica. O fluxo de calor por condugao em regime estaciondtio pode ser estimado pela sequinte equacdo: = AKT Te) a s em que Qe é 0 fluxo condutivo, W; Aw, a drea da superticie efetiva condutiva, m’; K, a condutividade térmica do meio em que ocorre 0 fluxo, Wim.°C; T,, a temperatura do ponto para o qual flui o calor, °C; Tp, a temperatura do ponto a partir do qual se dé 0 fluxo, °C; e S, a distancia entre os pontos onde T, e T, foram medidas, m. Aplicagao Um porco esta deitado em um piso de concreto, com 8 em de espessura, cuja temperatura superficial é 8 °C. Admitindo que a rea de contato seja de 3.000 cm’, que a temperatura da pele do animal seja de 30 °C ¢ que a condutividade térmica do concreto Cectia de Farina Sousn seja de 5,8 mcal/(cm’.s.°C), estimar 0 calor perdido por condugao (CURTIS, 1983), Ag Ky ~Tp) — Sea KT = Ty Qed = : Og = 3000 58x (80-8) «47 s59mcals = 47:86calls 8 Qu = 200,390 Ingram e Mount (1975) e Mount (1979) afirmam que, de forma geral, & excecao do suino e assemelhados, a condugdo é a forma sensivel de transferéncia de calor que tem menor contribuicao no total de calor perdido do animal para o ambiente Convec¢do A conveccéo é uma forma sensivel eficiente de transferéncia de calor do animal para o ambiente. Nesse processo, © ar em contato com uma superficie aquecida é também aquecido, ocorrendo redugao de sua densidade, o que causa a movimentagao deste ar préximo da superficie. Em razio da movimentagao do ar, hd remogao de calor do corpo aquecido. Para se ter ideia da grandeza desse proceso, um homem, cuja temperatura da pele esté 10 °C acima da temperatura do ar, dissipa calor por convecgao na ordem de 30 a 40 W/m? dos 50,5 /m? resultantes de seu metabolismo basal (MOUNT, 1979). A transferéncia de calor por conveccao ocorre por meio do movimento convectivo do ar ou fluido, de um ponto que esté em temperatura mais alta para outro que esté em temperatura mais baixa, e por meio da mistura das particulas fluidas. A maioria dos rocessos de troca de calor por conveccao envolve fluido (g4s ou juido) e superficie sélida. A conveccdo difere da condugao por haver translocagao de moléculas, bem como por depender da forma, do tamanho e inca em efcagdes ras nfor 39 das caracteristicas da superficie, e, ainda, da intensidade da movimentagao do ar. Em geral, 0 calor se move por conducéo através da cobertura do animal (pelos, penas) e atinge um fino extemo, parado, denominado camada-li ‘ocome © processo convectivo. Quanto menos espessa for esta camada, maior seré o fluxo de calor disponivel para dissipagao por convecgao. A remogao de calor por movimento proprio do fiuido (gs ou liquido), préximo da superficie aquecida, caracteriza processo de conveccao livre. Quando ha uma forca externa atuando para aumentar a corente fluida, como por exemplo um ventilador, come remogao de calor por conveecao forcada. De acordo com Mount (1979), 0 processo de convecgao livre predomina quando o ar esta parado ou em baixa velocidade, €0 de convecgao forgada, com o ar em velocidade maior que 0,2 ms. Em alguns casos, as duas formas podem ser benéficas se ocorrem simultaneamente, mas, na maioria das vezes, quando a conveccao forgada é consideravel, a livre é desprezada. De acordo com Ingram e Mount (1975), a troca de energia por conveccao(Q,.) é proporcional a Area da superficie do animal diferenca da temperatura entre a superficie animal e o ar sobre a camada-limite, e ao coeficiente de conveccao. Assim: Qa= Asc A(T. ~ Ta) (8.3) em que Q., é 0 fluxo convective, W; Aj, a area efetiva da superficie animal, m’; h, o coeficiente de conveccao, Wim?.°C; T,, a temperatura da superficie animal, °C; ¢ T,, a temperatura do ar, °C. O coeficiente de conveccao € 0 fator fisico do processo e pode ser usado para expressar 0 calor transferido por conveccéo. A sua determinagéo é complexa, uma vez que depende da condutividade térmica e da espessura da camada superficial limite), bem como do tamanho e da forma do corpo do animal, da sua orientacdo e, ainda, do peril aerodinamico e tipo de corente de ar (MOUNT, 1979; GATES, 1968) 40 Varios trabalhos tém sido feitos para estimar o coeficiente de conveccéo a partir da velocidade do ar circundante e do diametro do corpo do animal. Considerando 0 corpo do animal como um cilindro & sabendo que o ar- se move por conveccéo forcada, perpendicularmente a esse material, de acordo com Curtis (1983), © coeficiente de conveccao pode ser calculado de forma pratica pela equacéo: rao2xi0>s2 } (8.4) em que h é 0 coeficiente de convecgao, cal./(cm*. min. C); v, a velocidade do ar, cm/s; e d, 0 diametro de cilindro, em. Gates (1968), admitindo que 0 corpo do animal se assemelha a um cilindro e considerando a transferéncia de calor or convecgao livre, sugeriu o céleulo do coeficiente da seguinte forma: Q. =60x10. Ace [& =] | AT,-T,) (85) em que A, é a dtea efetiva da superficie animal, m?; Q.., 0 fluxo convectivo, cal/min; D, o diémetro do corpo do animal, cm; T,, a temperatura da superficie animal, °C; e T,, a temperatura do ar, °C. De qualquer forma, 0 conhecimento acerca do coeficiente de convecgao para animais é limitado em razéo da complexidade das superficies envolvidas. Mount (1979) sugere formula para calcular © coeficiente de convecgéo, considerando 0 corpo do animal como um cilindro sobre 0 qual se movimenta um fluido refrigerante, e tendo como base o Nimero de Nusset (Nu) (h.d) nu=! (8.6) m que h € 0 coeficiente de conveccao, Wi{m?.°C); d, a dimensao ‘aracteristica do corpo, geralmente diametro do tronco ou mprimento do corpo, m; e K, a condutividade térmica do fluido; normalmente ar seco, W/{m.°C) Parametros adicionais, como o Nuimero de Reynolds (Re) © 0 Namero de Grashof (Gr), s80 muito dteis nos célulos: d Re=V.5 (8.7) v Re=p.v.t (88) # em que V é a velocidade do fuido (ar), mis; v, a viscosidade cinemética do ar seco, m/s; p, a densidade do fluido, kg/m’; I, 0 comprimento do compo, m; e #4, a viscosidade dindmica do fluido, kg/(m.). Gr=a.g.d? {ts—Ta) (8.9) ou Gr=a.13.g pleat) (8.10) W em que a é 0 coeficiente de expanséo térmica do fluido (ar), UT,{abs); g, a aceleragéo devida a gravidade, m/s’; T,, a temperatura da pele, °C; e T,, a temperatura do ar, °C. Normalmente, (Re) e (Gr) so utilizados para definir o regime de escoamento do fluido. Regime laminar é observado quando a velocidade do ar é baixa e predomina a conveccao livre, € regime turbulento, quando ocorre grande movimentagao do ar e predomina a conveccdo forcada (HOLMAN, 1983). Logo: Re<5x10° => regime laminar para placa plana Re < 2300 => fluxo laminar para tubos 2000 < Re < = transigao de regime laminar para fluxo turbulento em tubos 2 conforto animal 3 a transferéncia de calor 6 Tabela 8.4 - Propriedades do ar pressdo atmosférica govemada pela conveceéo livre e, & medida que a razdo (GriRe") eS decresce, a conveccdo forgada predomina. Para determinar o Nussel a i (hag —C)—_frgimsx104)_(wtiex104 ‘médio da superficie animal, Mount (1979) indica as seguintes retacées: ico oy T0086 nn ANE 150 2.3675 1.0283 Nusa-R ay) 200 1.7684 1.3289 Nu=B.Gr (8.12) 250 1488 300 983 A equagio 8.11 ¢ indicada para convecgdo forcada e a 350 2075 8.12, para conveccéo livre, sendo A, B, n e m fungao do tipo de 2286 fluxo (laminar ou turbulento), forma do corpo e orientacao em 288 relagao ao fluxo. 2671 n=0,50 m=0,25 Wiersma e Nelson (1967 citados por ESMAY, 1969), ando um tipo de bovino experimental inanimado, de forma indrica, conclufram que: Nu = 0,590 . Res” (8.13) Nu = 0,65 . Re? (8.14) A equacéo 8.13 ¢ utilizada para valores de (Re) de 8.000 a 150.000; e a equacéo 8.14 é composta e representa o fluxo de ar ascendente e o descendente. Para suinos, sao citadas as relagdes a seguir (MOUNT, 1979; CURTIS, 1983): Nu = 0,6. Re® (8.15) Nu = 0,5. Gr (8.16) ‘Com base nas equagdes anteriores e nos dados constantes da Tabela 8.4, 0 coeficiente de conveccdo pode ser calculado para lag6es, porém, em alguns casos praticos, alguns valores sao citados em literatura. Por exemplo, para conveccao natural, em temperatura ambiental de 20 a 30 °C, os coeficientes de convecgio sao da ordem de 3 a 4 Wi(m®. °C) (MOUNT, 1979). 0149 9.3925 0376 03524 0.3208 atta e Ceita de Fd Tabela 8.4 - Cont. or SS De acordo com Ingram e Mount (1975), para um homem lespido, os coeficientes aproximados de transferéncia convectiva 6) (wim. tex 10! 7. 008246 Tea le calor, em funcao da velocidade do vento, s4o as seguintes: 150 0013735 095745, 1 m/s-8 Wilm?°C); 91809 0.10165, nfs, - 12 Witm2°Cl 2227 0.413161 2 mis, - 12 Wilmé °C); e 0.22160 3 mis, - 15 Wi(m?*C). 0.2988 0.03365 03760 . 003707 04222 Aplicagao S,o40a8 05864 1) Uma novilha com diémetro de tronco igual a 1,10 m e Cod o,6an2 comprimento do corpo igual a 1,50 m esta no interior de um eee 0.7512 galpao onde a temperatura do ar é de 25 °C e a velocidade do 0.00853 Rede ar, 4 m/s. A temperatura da novilha medida na pele é de 30 °C. 08230 ose72 ‘Admitindo a troca de calor do animal para o ambiente somente ee por conveccdo, calcular o calor perdido. 1,3097 A temperatura média, considerando-se as temperaturas dos meios que trocam calor, denominada temperatura de filme ou de pelicula (T), seré expressa por: (Ta + Ts: 1.100 T, = fast) (8.17) 1.200 vee 1, = 480) -975 °c=3005K 1.400 2 1.500 Ia 8.4, te eno Pela Tabela 8.4, tem-se: 1700 P= 1,174 kg/m? 1 = 1,983 x 10° kg(m.s) 1.800 1,900 v= 16,84 x 10 m/s K = 0,02624 W/(m.°C) 2.000 d 1 5 210 Re=V.&=4,— = 2,613 x 10° 2.200 eee Tepaxioe 8 * a Nu = 0,65 Re? = 0,65 (2,613 x 10°)" = 483,04 2.500 K 0,02624 - h= Nu. = 483,04 x a] Il )=n.1.h(T,-T,) = 11523 Wim? . °C) 46. Q. = x 1,1 x 1,5 x 11,523 . (30 - 25) = 299 W 2)Caleular o calor perdido por um corpo de 60 kg, cujo comprimento é de 1,10 m. Considerar 0 mesmo ambiente do problema anterior, temperatura da pele igual a 30 °C e troca de calor somente por conveccao. Ag = 0,10. WS = 0,10. 60° = 1,32 m* Nu = 0,60 . Re®® = 0,6 (2,613 x 10°)°* = 306,71 Nu.K _ 306,71.0,02624 I iW Qe = Aceh (T,-T,) = 7,32 . 1,32 . (30 - 25) = 48 W he =7,32 Mm? . °C) Radiagao A radiacéo constitui outra forma sensivel de troca de calor por meio de ondas eletromagnéticas através de meio transparente entre dois pontos ou mais, que se encontram em diferentes temperaturas. As ondas térmicas so geradas porque os dtomos e as moléculas de todos os corpos tém energia intema, sendo parte desta transformada em energia radiante, emitida sempre que o meio é transparente. Em outras palavras, 0 espaco esté sempre canegado de energia radiante em forma de ondas, eletromagnéticas, pois a sua emissdo ocorre como resultado das variagdes no contetido de energia dos corpos. Sempre que um corpo recebe energia radiante, ha acréscimo na sua carga interna e, por essa razo, sua temperatura aumenta; da mesma forma, no processo inverso, ha redugao da temperatura do corpo. A quantidade e as caracteristicas da energia radiante emitida por um corpo dependem de sua natureza, de seu arranjo microscépico e de sua temperatura absoluta. Outra consideracao importante é que a troca de energia radiante entre dois corpos exige que o meio que os separa permita em edifices rarais:conforto animal 47 passagem das ondas radiantes por eles emitidas. O ar, que é transparente a estas ondas, por isso chamado diatérmano, nao absorve nem emite energia radiant, Quando passa através do vacuo, a energia radiante ida por determinada superficie atinge a velocidade da luz, isto 300.000 km/s (ESMAY, 1969). Essa emissdo é quantificada em fungéo do comprimento da onda, de acordo com a Figura 8.1, onde esté representada a distribuigéo espectral da energia imadiada por um corpo. De acordo com Rivero (1986), 0 comprimento de onda (A), que € a caracteristica da energia radiante usada para classificdla, € definido como a distancia entre dois méximos sucessivos de onda. E dado em pm (10% m), distinguindo-se as diferentes formas de energia radiante, como representado na Tabela 8.5. Na Figura 8.1, observa-se que a quantidade de energia tadiante emitida por um corpo varia para cada comprimento de ‘onda, atingindo um maximo correspondente de A. 0 Sol, por exemplo, é a fonte principal de toda a energia da Terra e é um emissor de energia radiante de ondas curtas, na faixa de 0,3 a 3,0 um com ie de 0,5 ym (ROSENBERG et al., 1983). Todos os outros corpos do ambiente esto em baixa temperatura, menor que 300 K, ¢ sao emissores de energia radiante de ondas longas com A, de 10 um (RIVERO, 1986). Para melhor entendimento dos complexos mecanismos envolvidos, é necessério mencionar as leis que regem as trocas de calor por radiagao:

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