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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO SERVIÇO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL (SAMU):

ANÁLISANDO A ASSISTÊNCIA PRESTADA AOS USUÁRIOS

Davi Souza Mendes de Oliveira*


Mikaella Diony da Silva Araújo*

RESUMO

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é um serviço de atendimento


médico, utilizado em casos de emergência. Segundo o Ministro da Saúde a Atenção
às Urgências deve fluir em todos os níveis do SUS. Os profissionais que venham a
atuar como tripulantes dos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel devam ser
habilitados pelos Núcleos de Educação em Urgências. O enfermeiro tem que ser um
profissional com consciência de sua função na sociedade e competência profissional
e comunicativa para exercer suas atribuições. O presente estudo buscar
compreender como se dar a atuação do enfermeiro no serviço pré-hospitalar móvel
(SAMU) analisando a assistência prestada aos usuários. Trata-se de uma pesquisa
bibliográfica com um estudo de caráter descritivo e exploratório, com abordagem
qualitativa onde seu objetivo é Identificar se os enfermeiros do SAMU têm
conhecimentos científicos suficientes para prestar assistência adequada aos
pacientes atendidos pelos mesmos e apontar as dificuldades encontradas pelos
enfermeiros para prestar assistência. Foram utilizados como fonte de dados
bibliografias que se referiam à atuação do Enfermeiro no APH móvel. A coleta de
dados foi realizada através da Biblioteca Virtual em Saúde e da Scielo publicados
entre 1999 e 2010, e de site do Ministério da Saúde. A analise dos dados foi
realizado através da leitura aprofundada do material selecionado. O resultado após a
análise dos artigos define que existe a necessidade de se iniciar uma discussão para
definir a atuação do profissional de enfermagem no serviço móvel de urgência
(SAMU), pois esse serviço requer profissionais qualificados e com capacidade de
tomar decisões rápidas podendo salvar vidas e ou aumentar a sobrevida dos
pacientes atendidos.

Palavras-Chave: Urgência. SAMU. Enfermeiro. Política Nacional de Atenção.

_______________________________________________________________
*Bacharel em Enfermagem. E-mail: davids.oliver@hotmail.com / mikarjba@yahoo.com.br
Artigo apresentado a Atualiza Cursos, como requisito parcial para obtenção do título de especialista
em Enfermagem em Emergência, sob a orientação do professor (a) Max Lima. Salvador, 2014.
2

1 INTRODUÇÃO

Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) vem se tentando cada vez
mais melhorar os serviços prestados à saúde e levar o atendimento a todas as
pessoas independente de sua raça, cor e religião.
Os atendimentos em saúde vêm passando por várias transformações, onde essas
transformações buscam melhoras, garantido assim uma melhor qualidade de vida
para os brasileiros.

Da mesma forma em que se busca melhorar os serviços de saúde observa-se um


crescimento da população principalmente nas grandes capitais levando a um
significativo aumento de acidentes de trânsitos e violência urbana requerendo assim
atendimento qualificado para as vítimas. Surge então a Política Nacional de Atenção
as Urgências (PNAU) que vai regulamentar os atendimentos de urgência e
emergência tanto no âmbito pré-hospitalar como no hospitalar.

Segundo o Ministro da Saúde a Atenção às Urgências deve fluir em todos os


níveis do SUS, organizando a assistência desde as Unidades Básicas, Equipes de
Saúde da Família até os cuidados pós-hospitalares na convalescença, recuperação
e reabilitação.

De acordo com a Portaria GM N. 1.864, de 29 de setembro de 2003 que Institui o


componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional de Atenção às Urgências, por
intermédio da implantação de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência em
municípios e regiões de todo o território brasileiro: SAMU 192.

O Ministro do Estado da Saúde no uso de suas atribuições resolve: Art. 1º. Instituir
o componente pré-hospitalar móvel previsto na Política Nacional de Atenção às
Urgências, por meio da implantação de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência
– SAMU 192, suas Centrais de Regulação (Central SAMU 192) e seus Núcleos de
Educação em Urgência, em municípios e regiões de todo o território brasileiro, como
primeira etapa da implantação da Política Nacional de Atenção às Urgências,
conforme as orientações gerais previstas nesta Portaria.
3

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é um serviço de


atendimento médico, utilizado em casos de emergência foi idealizado na França, em
1986 e é considerado por especialistas como o melhor do mundo. O projeto piloto do
SAMU brasileiro aconteceu em Porto Alegre e em Ribeirão Preto.
Atualmente o SAMU 192 está presente em todos os estados brasileiros com 155
Centrais de Regulação Médica que abrangem 1.365 municípios. São mais de 108
milhões de pessoas que podem contar com o Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência. (MINISTERIO DA SAÚDE 2010).

Os atendimentos prestados pelo SAMU são realizados através de ambulâncias,


onde existem vários tipos de ambulâncias como: Unidade de Suporte Básico (USB),
Unidade de Suporte Avançado (USA), Motolância, Ambulancha e Helicóptero. Sendo
que o médico regulador é quem decide qual é o meio de transporte quem vai sair
para prestar socorro às vitimas a depender de cada ocorrência. De acordo com a
PNAU devem estar presente para prestar atendimento na: USB (condutor + auxiliar
ou técnico de enfermagem) USA (condutor + enfermeiro + médico), Helicóptero
(piloto + enfermeiro+ médico), Ambulancha suporte básico de vida (condutor +
auxiliar de enfermagem), Ambulancha suporte avançado de vida (condutor +
enfermeiro + médico).

Os profissionais que venham a atuar como tripulantes dos Serviços de


Atendimento Pré-Hospitalar Móvel devam ser habilitados pelos Núcleos de
Educação em Urgências cuja criação é indicada pelo presente Regulamento e
cumpram o conteúdo curricular mínimo nele proposto - Capítulo VII. (PORTARIA GM
N. 1864. 2003).

O enfermeiro tem que ser um profissional com consciência de sua função na


sociedade e competência profissional e comunicativa para exercer suas atribuições,
assistindo ao indivíduo, à família e à comunidade em diferentes cenários da prática
profissional e em diversos níveis de atenção à saúde.
4

Hoje não se fala mais em assistência só no âmbito hospitalar, mas também fora
dessa área, como é o caso da Atenção Básica, as Unidades de Saúde da Família e
o Atendimento Pré Hospitalar Móvel.

O Ministério da Saúde considera o Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, como o


atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um
agravo a sua saúde, (de natureza traumática ou não traumática ou, ainda,
psiquiátrica), que possa levar ao sofrimento ou mesmo à morte, sendo necessário,
portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde
devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde.

Segundo Figueiredo e Costa (2009), o SAMU com suas duas modalidades de


atendimento, onde o suporte avançado de vida (SAV) é incluído a realização de
procedimentos invasivos e o uso de equipamentos e materiais específicos
destinados à assistência dos casos de maior complexidade, só podendo ser
realizado por médicos e enfermeiros. No suporte básico de vida (SBV) a não
realização de procedimentos invasivos permite a atuação de técnicos de
enfermagem.

Diante da realidade do nosso país, do número crescente de atendimentos


realizados pelo SAMU faz-se necessário compreender se os enfermeiros que atuam
no SAMU estão capacitados para atender as urgências e emergências do serviço
pré-hospitalar móvel, analisando com isso a assistência oferecida aos pacientes
socorridos.

Surgi o seguinte questionamento: Como a atuação dos enfermeiros na assistência


pré-hospitalar móvel pode favorecer a diminuição das complicações, agravos e
sequelas a esse paciente?

A partir desse questionamento elaborou-se este estudo tendo como objetivo geral
analisar a atuação do enfermeiro no Serviço Pré-Hospitalar Móvel (SAMU) a partir
da revisão literária no período de 1999 a 2010.
5

E como objetivos específicos: Identificar se os enfermeiros do SAMU têm


conhecimentos científicos suficientes para prestar assistência adequada aos
pacientes atendidos pelos mesmos.
Apontar as dificuldades encontradas pelos enfermeiros para prestar assistência.

Com esse estudo almeja-se ter conhecimentos sobre a real atuação dos
enfermeiros do SAMU podendo analisar a sua atuação nas ocorrências já que se
sabe que cada ocorrência é diferente da outra e exige do enfermeiro além de
conhecimento cientifico, discernimento e habilidade, e diante desse resultado
sinalizar mudanças necessárias para um bom atendimento evitando o aumento do
número de complicações e sequelas aos pacientes atendidos.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com um estudo de caráter descritivo e


exploratório, com abordagem qualitativa. A pesquisa bibliográfica é realizada por
meio de pesquisa em material já elaborado, como artigos, monografias e meio
eletrônico.

Para Gil (2002), uma das vantagens desse tipo de pesquisa é a possibilidade de
analisar maior quantidade de informações do que em uma pesquisa original. O
estudo descritivo procura abranger aspectos gerais e amplos de um contexto social.

Para Santos e Parra Filho (1998), o estudo descritivo possibilita o desenvolvimento


de um nível de análise em que se permite identificar as diferentes formas dos
fenômenos, sua ordenação e classificação.

A abordagem qualitativa busca uma compreensão particular daquilo que estuda


não se preocupa com generalizações populacionais, princípios e leis. O foco de sua
atenção é centralizado no específico, no peculiar, buscando mais a compreensão do
que a explicação dos fenômenos estudados. (MARTINS, BOGUS, 2004).

Esse trabalho será realizado através de revisão de literatura em artigos e


monografias que foram publicados no período de 1999 a 2010 onde será pesquisada
6

a atuação do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar móvel, analisando a


assistência prestada aos usuários.

Já que se sabe que o mesmo precisa tanto de suporte matérias, como também de
profissionais qualificados. Diante disso surgiu a necessidade de pesquisar se esses
fatores estão presentes nos serviços existentes procurando identificar se os
enfermeiros são capacitados adequadamente para atuar no atendimento pré-
hospitalar.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A Saúde no Brasil

Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a saúde era direito apenas
dos funcionários que contribuíam com a Previdência Social no Brasil, dessa maneira
apenas uma minoria da população tinha atendimento médico, deixando o restante
da população por conta da “sorte”.
Depois de vários movimentos como a Reforma Sanitária visando melhorias na
saúde da população entre outros surge então o SUS, que é fundado pela Lei
Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990).

A Lei Orgânica da Saúde diz em seu artigo 2º. “A saúde é um direito fundamental
do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
exercício”. E no seu § 1º - “O dever do Estado de garantir a saúde consiste na
reformulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de
riscos de doenças e de outros agravos no estabelecimento de condições que
assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua
promoção, proteção e recuperação”. (BRASIL, 1990).

O Sistema Único de Saúde teve seus princípios estabelecidos na Lei Orgânica de


Saúde, em 1990, com base no artigo 198 da Constituição Federal de 1988. Que são
os princípios da universalidade, integralidade e da eqüidade, descentralização,
regionalização, hierarquização, participação popular. O princípio da universalidade
7

diz que a saúde é um direito de todos, como afirma a Constituição Federal.


Entendendo-se assim que, o Estado tem a obrigação de prover atenção à saúde de
toda e qualquer pessoa.

2.2 Política Nacional de Atenção as Urgências

O reconhecimento da efetividade da assistência precoce às pessoas em situação


de emergência seja por mal súbito, acidentes ou violência, resultou no surgimento
de vários serviços de saúde. Analisando as necessidades existentes foi criada a
Política Nacional de Atenção às Urgências avançando na construção do SUS, tendo
como diretrizes a universalidade, a integralidade, a descentralização e a participação
social, ao lado da humanização, a que todo cidadão tem direito.

A Atenção às Urgências deve fluir em todos os níveis do SUS, organizando a


assistência desde as Unidades Básicas, Equipes de Saúde da Família até os
cuidados pós-hospitalares na convalescença, recuperação e reabilitação.
(MINISTERIO DA SAÚDE 2003).

A Política Nacional de Atenção às Urgências visa o APH móvel como um recurso


que facilite os atendimentos e diminua as complicações, dos pacientes atendidos,
otimizando o tempo do atendimento.

O desenvolvimento desses serviços culmina com a necessidade de profissional


qualificado que atenda as especificidades do cuidado de enfermagem a ser
realizado, durante o APH ou a remoção inter-hospitalar, com vistas à prevenção,
proteção e recuperação da saúde.

Entre as competências importantes para o exercício da prática de enfermagem no


APH, estão o raciocínio clínico para a tomada de decisão e a habilidade para
executar as intervenções prontamente. (GENTIL, RAMOS, WHITAKER, 2008).
8

2.3 O Serviço Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)

O Ministério da Saúde, através da Portaria nº 1864/GM , em setembro de 2003,


iniciou a implantação do componente móvel de urgência com a criação do Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência, SAMU-192. O SAMU é responsável pela
Regulação dos Atendimentos de Urgência, pelo Atendimento Móvel de Urgência e
pelas transferências de pacientes graves. O SAMU faz parte do sistema
regionalizado e hierarquizado, capaz de atender, dentro da região de abrangência,
todo paciente enfermo, feridos, ou gestantes em trabalho de parto, ou que esteja
apresentado qualquer complicação e transportá-los com segurança e
acompanhamento de profissionais da saúde até a unidade de referência.

Com a implantação do serviço, pode-se notar que o número de mortes em


acidentes graves e também as seqüelas pela falta de socorro rápido diminuíram.
O SAMU é um tipo de serviço que vai até o paciente, vai ao local do acidente
atender a vítima o mais rapidamente possível, independentemente do paciente ter
plano de saúde ou qualquer outro tipo de convênio. Esse tipo de serviço pode evitar
uma série de complicações que o paciente geralmente apresenta após um grave
acidente levando ao óbito.

Os transportes utilizados no resgate do SAMU são: a USA, USB, Ambulancha,


Motolância e o Helicóptero. Sendo que em cada um desses transportes vai uma
equipe onde essa equipe é instituída pela Portaria Nacional de Atenção as
Urgências, devendo estar presentes nos atendimentos da USB (condutor + técnico
de enfermagem), USA (condutor+ enfermeiro+ médico), Motolância (técnico de
enfermagem), Helicóptero (piloto + enfermeiro+ médico), Ambulancha suporte
básico de vida (condutor + auxiliar de enfermagem), Ambulancha suporte avançado
de vida (condutor + enfermeiro + médico). De acordo com a PNAU podemos notar
que o profissional enfermeiro estar presentes nos atendimentos de suporte
avançado a vida, que onde os pacientes geralmente estão em estado grave e sua
sobrevida é um tanto quanto pouca. Observando-se assim a responsabilidade de um
enfermeiro nas ocorrências.
9

2.4 A Enfermagem no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel

A Enfermagem tem um papel fundamental, pois é ela quem assume a


responsabilidade pelo bem estar do cliente durante o período que este permanece
no ambiente hospitalar, ou quando esse cuidado é prestado em vias púlblicas ou em
domicílio e nesse ambiente é essencial à presença do enfermeiro que vai coordenar
a assistência prestada ao cliente pela equipe de enfermagem.

Segundo a Lei do Exercício Profissional nº 7498/86 é privativo do Enfermeiro a


organização e direção de serviços e unidades de Enfermagem, a assistência direta
ao paciente crítico e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de
tomar decisão imediata. (BRASIL, 1986).

O trabalho do enfermeiro ao longo dos tempos tem-se constituído em objeto de


questionamentos e reflexões por parte dos profissionais e estudiosos da área, e
suas ações relacionadas com a prática da saúde, pois muitas vezes não existe
realização das tecnicas corretas por falta de suporte e ou treinamentos adequados
para os enfermeiros. Onde isso nos levar a crer que da mesma forma que evolui a
humanidade, com ela também evolui a necessidade de pensar modelos de
assistência para atender as necessidades da população, principalmente nas cidades
de grandes portes e capitais do estado, onde sabemos que o número de acidentes
são mais freqüentes. A partir disso é necessária uma equipe de profissionais inter-
relacionados e bem treinados para garantir um melhor prognóstico para os pacientes
atendidos nesse serviço.

A Portaria nº 2048 do Ministério da Saúde, de 05 de Novembro de 2002 define que


os Enfermeiros do APH são responsáveis pelo atendimento de Enfermagem
necessário para reanimação e estabilização do paciente, no local do evento e
durante o transporte.

A equipe de enfermagem pode detectar alterações sutis, que facilitam as


intervenções terapêuticas e previnem complicações que estão freqüentemente
associadas ao trauma, também assume um lugar importante para garantir um
10

cuidado mais humanizado e eficiente, pois permanece por mais tempo com o cliente,
devendo garantir assim uma melhor assistência. (SARAIVA, TIBOLA, STOLZ, 2004).

2.5 Coleta de Dados

Para se coletar dados é necessário saber, obviamente, o que se busca. Para se


acertar a flecha, é necessário conhecer o alvo. A partir do tema escolhido, são
procuradas informações em livros, documentos, artigos científicos e periódicos
direcionados, como revistas especializadas ou em periódicos de grande tiragem que
penetram em grandes núcleos sociais (LAROSA; AYRES, 2005).

A coleta de dados foi realizada através de artigos, monografias e Ministério da


Saúde, onde a localização das obras fora realizada pelo acesso via internet.

A coleta foi aplicada no período de maio a agosto de 2010. Onde foram usadas
como critérios de escolha as obras escritas em português e publicadas no período
de 1999 a 2010. Usando como palavras chaves “O enfermeiro no Atendimento Pré-
Hospitalar Móvel”, “O enfermeiro no SAMU”, “O enfermeiro no atendimento de
urgência e emergência foram encontradas 110 resultados”.

Porém após uma leitura rápida dos resumos das obras encontradas foram
selecionados apenas 11 (onze) obras, pois as demais não atendiam os critérios de
escolha. As obras selecionadas conforme quando abaixo foram:

QUADRO-1 Artigos relacionados à Atuação do Enfermeiro no Atendimento Pré-


Hospitalar Móvel

Título Autores Revista de Ano de Tipo de Nº


Publicação Publicação Pesquisa

Uma Breve Sérgio Luiz Medicina, 1999 Não 01


Revisão do Brasileir Ribeirão divulgado
atendimento o Lopes Preto.
Médico Pré-
Hospital Rosana
Joaquim
Fernade
11

Atendimento Andrea Revista de 2008 Descritiva e 02


Pré-Hospitalar Alves Enfermagem. quantitativa
Móvel: Soerensen UERJ
Fatores de
riscos Tokico
Ocupacionais Murakawa
Moriya

Roberto
Soenrensen

Maria Lucia
do Carmo
Cruz
Robazzi.

Capacitação de Rosana Revista 2008 Descritivo e 03


Enfermeiros Chami Gentil Latino exploratório
em Laís Helena Americana.
atendimento Ramos
Pré- Hospitalar Yamaguchi
Whitaker.

O perfil ideal Mendonça, Não 2006 Descritiva 04


Do enfermeiro D; divulgado.
para Atuar em Chagas, V.P
Atendimento
Pré-Hospitalar
Móvel

Serviço de Damaris Acta Paul 2009 Não 05


Atendimento Leonel Brito Enfermagem. divulgado
Móvel às Figueiredo
Urgências
Cuiabá: Aldenan
desafios e Lima Ribeiro
possibilidades Corrêa da
para Costa.
profissionais
de
enfermagem.

Atuação do Rosimey Acta Paul 2000 Não 06


Enfermeiro no Romero Enfermagem. divulgado
Atendimento Thomaz
Pré-Hospitalar Flavia
na Cidade de Vernaschi
São Paulo Lima.

Projeto de Secretaria
Reorganização da Saúde do 07
do Estado da
Atendimento Bahia.
de Urgências e APH móvel-
Emergências SAMU
para o Estado
12

da Bahia

A produção Vinicius Trabalho de 2009 Exploratória 08


Científica do Leivas conclusão
Papel do Merlo. apresentado
Enfermeiro no ao curso de
APH Enfermagem
da Escola de
Enfermagem
Universidade
Federal do
Rio Grande
do Sul.

Serviço de Joceméri Monografia 2007 Exploratória, 09


Atendimento Juliana apresentada descritiva,
Móvel de Machado à disciplina de qualitativa.
Urgência- trabalho de
SAMU/192: O conclusão de
Enfermeiro curso de
Diante do Bacharelado
Atendimento em
Pré-Hospitalar Enfermagem
da Faculdade
Assis.
Gurgacz.

A inserção da Viviane Revista 2005 Descritiva 10


Enfermeira no Oliveira Brasileira de
Atendimento Ramos enfermagem
Pré-Hospitalar: Maria
históricos e Cristina
pespctivas Sanna
atuais.

Concepções e 11
sentimentos Evânio Revista 2010 Descritiva,
Marcio Latino- qualitativa
de
Romazini Americana de
enfermeiros Enfermagem
que atuam no Lisnéa
atendimento Fabiani Bock
pré-hospitalar
sobre á
prática e a
formação
profissional
13

2.6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Das onze publicações usadas apenas duas foram publicadas antes da Política
Nacional de Atenção as Urgências; sendo que dessas duas, uma enfocava mais
sobre o profissional médico. Os demais estudos referem-se aos enfermeiros como
sendo o profissional responsável tão quanto o médico pela vida dos pacientes em
situação de emergência. Um atendimento rápido e adequado no local do evento
pode representar uma chance maior de sobrevida para esse paciente.

Segundo Thomaz e Lima (2000) no Brasil, a atividade pré-hospitalar é


relativamente nova para o enfermeiro. Mas a partir do momento em que se exige a
presença de um enfermeiro no APH móvel abre-se um leque de oportunidades para
esses profissionais.

Segundo Gentil e Ramos (2008), diz que o desenvolvimento desses serviços


culmina com a necessidade de profissional qualificado que atenda as
especificidades do cuidado de enfermagem a ser realizado durante o APH. Porém
eles precisam estar bem instruídos para poder realizar um serviço de qualidade.
Quando se trata de atendimento pré-hospitalar e em situação de emergência faz
fundamental que todos os profissionais estejam bem qualificados e treinados para
atuarem nesse tipo de assistência.

A portaria do Ministério da Saúde propõe a existência de Núcleos de Educação em


Urgência que devem se organizar para capacitação dos profissionais. Segundo
Merlo (2009), os conteúdos teóricos são temas indispensáveis para capacitação dos
enfermeiros que atuam no APH.

Levando-se em conta que no Brasil o APH é uma área emergente para a


atuação de enfermeiros, ainda há escassez de programas ou cursos de
capacitação que atendam a necessidade de formação específica,
qualificada e adaptada ao padrão brasileiro (GENTIL, RAMOS E
WHITAKER, 2008).
14

De acordo com a citação acima apesar de toda qualificação existente ainda existe
muito por fazer na qualificação dos profissionais enfermeiros já que o atendimento
pré-hospitalar no Brasil é baseado em um modelo Francês. Segundo Ramos e
Sanna (2005), também corroboram com essa idéia.

Os estudos de Thomaz e Lima (2000), Merlo (2009), Machado (2007) e Romazini


e Bock (2010) convergem em sua opinião quando dizem que, os cursos de
graduação em enfermagem não preparam o enfermeiro para atuar no APH, fazendo
com que os mesmos procurem cursos como (ACLS, PHTLS, BLS, ATLS) para
melhor qualificarem. É notável que os enfermeiros fiquem um pouco confusos
quando estão atuando no APH além de ter a dúvida de até onde eles podem atuar
em uma ocorrência.

Os estudos de Merlo (2008) e Machado (2007) sugerem que os enfermeiros


disponham primeiro em práticas em UTIs e ou Pronto Socorro e trauma já que esses
locais reproduzem em partes os procedimentos no APH. É uma colocação cabível,
pois assim teríamos enfermeiros mais seguros de suas atitudes facilitando assim o
trabalho da equipe.

A prática da enfermagem no ambiente pré-hospitalar envolve não apenas


habilidade bem treinada e competência, mas também o preparo para enfrentar
desafios que não são encontrados na prática da enfermagem hospitalar.

Os autores Thomaz e Lima (2000) tratam do fato de que os treinamentos com os


profissionais muitas vezes são realizados onde existe suporte para os
procedimentos. E é sabido que o serviço pré-hospitalar móvel (SAMU) oferece
muitas das vezes restrição de espaço físico, situações limite de tempo, locais sem
suporte nenhum para realizar procedimentos entre outros.

O Merlo (2009) traz que a maioria dos atendimentos se dá para a população adulta
jovem fazendo-se assim necessária uma especialização nessa área, mas sem deixar
de atentar-se para outras faixas etárias. O que faz muito sentido, já que a população
15

brasileira é uma população jovem, sendo estes os mais expostos a acidentes,


violência entre outros acontecimentos.

Segundo o Soerensen (2008) o cuidado pré-hospitalar da doença lesão é baseado


no trabalho multidisciplinar entre enfermeiros, socorristas e médicos. O diagnóstico
de uma situação é fundamental para elaboração de qualquer programa de atenção a
saúde, a identificação dos riscos serve de subsídio para os serviços de APH no
tocante a planejamento e implementação de programas. Essa colocação leva ao
entendimento que o planejamento prévio tanto nos protege como também facilita o
nosso atendimento nas ocorrências.

Os estudos de Figueiredo e Costa (2009), Thomaz e Lima (2000) se referem muito


bem em relação a esse assunto quando afirmam que o uso de protocolos de
atendimento possibilita ao enfermeiro e a equipe menor tempo de atendimento,
menores possibilidades de erros e um maior grau de independência do enfermeiro
no seu atendimento.

Segundo Machado (2007) a enfermagem tem papel fundamental no APH com


funções na assistência, treinamento, e gerenciamento. Todas de essencial
importância na qualidade do atendimento prestado as vítimas.

O enfermeiro participa da previsão de necessidades da vítima definindo


prioridades e realizando intervenções necessárias.

O perfil do profissional de enfermagem para atuar no APH (SAMU) é um fator


muito importante para que o socorro seja prestado de forma a diminuir as
complicações dos pacientes aumentado sua chance de sobrevida.

Os estudos de Gentil e Ramos (2008), Mendonça e Chagas (2007), Thomaz e


Lima (2000), Merlo (2009), Machado (2007) e Romazini e Bock (2010) trazem a
seguinte colocação em relação ao perfil do enfermeiro no APH: extrema
competência, capacidade de lidar com o stress, capacidade de tomar decisões
rápidas, destreza, equilíbrio emocional, capacidade para atuar juntamente com
16

profissionais de outras áreas como polícia, companhia elétrica, gerenciar a situação


e ter iniciativa.

A idéia é sustentada pela colocação dos autores Romazini e Bock (2010) onde diz
que os sentimentos despertados durante e após a prestação do socorro e resgate do
paciente, são os sentimentos mais diversos e chocam emocionalmente os
profissionais devido à violência de algumas cenas, sendo sempre uma novidade
para o enfermeiro do APH. Os profissionais do APH deveriam contar com suporte
emocional como, por exemplo, acompanhamento com psicólogos.

Thomaz e Lima (2000) trazem uma abordagem onde a atividade de enfermagem


no atendimento pré-hospitalar seja responsável, eficiente, nacionalmente
regulamentada e definida com a mesma importância que recebe em outros países.
Existe a necessidade de se iniciar uma discussão para definir a atuação do
profissional de enfermagem no serviço móvel de urgência (SAMU), pois esse serviço
requer profissionais qualificados.

O número de faculdades de enfermagem não para de crescer, essas faculdades


tem que ter a preocupação em qualificar esses futuros enfermeiros para poderem
atuar de maneira segura no APH móvel assim quando saírem da graduação.

3 CONCLUSÃO

Os enfermeiros fazem parte tanto do serviço hospitalar como também do serviço


móvel. A enfermagem tem participação marcante na prestação de socorro, no
atendimento inicial e resgate de vítimas em acidentes como em outras situações.

A cada dia que passa é notável o aumento das ocorrências deixando claro assim a
exigência por profissionais qualificados para poderem atuar em situações de
emergência.
17

A maioria dos enfermeiros sai da graduação sem ter ao menos o menor


conhecimento de um atendimento de urgência e emergência no pré-hospitalar
móvel.

Os cursos de graduação se preocupam muitas vezes com atendimentos hospitalar


e esquece que pacientes para chegar ao hospital vão passar por profissionais que
atuam no APH móvel, exigindo ainda mais por profissionais competentes que
garantam atendimento de qualidade.

Ficou evidenciado, nos artigos analisados, que a qualificação dos enfermeiros se


da através dos Núcleos de Educação em Urgência criados pelo Ministério da Saúde
e também pelos cursos preparatórios como ATLS, PHTLS, BLS entre outros.

O profissional enfermeiro a cada dia que passa procura marcar seu espaço no
mercado de trabalho, então é preciso que esses profissionais sejam capazes de
atenderem as urgências e emergências diminuindo as possibilidades de seqüelas e
aumentando as chances de sobrevida dos pacientes.
É também de fundamental importância que os enfermeiros além de qualificação
tenham acima de tudo equilíbrio emocional e senso crítico para poder analisar cada
situação e agir da melhor maneira possível.

Os enfermeiros podem e devem atuar, mas é preciso que lhe seja dado autonomia
e treinamento específicos, e que esse treinamento seja uma linguagem nacional
para que a assistência possa ser bem prestada em todos os tipos de ocorrência.

Os profissionais de saúde têm que ter em mente que por maior que se tenha
conhecimento sobre um determinado assunto sempre existe algo a mais para
aprender.
18

PRACTICE NURSE IN HOSPITAL SERVICE MOBILE PRE (SAMU): ANALYZING


THE ASSISTANCE PROVIDED TO USERS

ABSTRACT

The Office of Mobile Emergency (EMS) is a medical service, used in emergencies.


According to the Minister of Health Care for the SOS must flow at all levels of the
SUS. The professionals who will act as crew members of the Support Services Pre-
Hospital Mobile should be authorized by the Centers for Education in Emergencies.
The nurse has to be a professional with knowledge of its function in society and
professional competence and communicative to perform their duties. The present
study is to understand how to give the nurses' performance in pre-hospital mobile
(SAMU) analyzing the assistance provided to users. This is a literature with a study of
descriptive and exploratory, qualitative approach where your goal is to identify
whether nurses SAMU have enough scientific knowledge to provide adequate care
for patients seen by them and point out the difficulties encountered by nurses
assistance. Were used as data source bibliographies that refer to the actions of the
nurse in the MPC. Data collection was performed through the Virtual Health Library
and Scielo published between 1999 and 2010, and site of the Ministry of Health The
data analysis was accomplished through the close reading of the selected material.
The result after the analysis of the articles states that there is a need to initiate a
discussion to define the role of nursing staff in the mobile emergency service
(SAMU), as this service requires skilled and able to make quick decisions and can
save lives and / or increase survival in the patients.

Keywords: Urgency. SAMU. Nurse. Policy National Attention.

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¹ Informação extraída da Norma ABNT 6022 (2003, p.4).
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