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DIREITOS NATURAIS E PRESERVAÇÃO

Para Thomas Hobbes, os direitos naturais versam sobre o direito que cada
homem tem para utilizar seu poder em virtude de sua sobrevivência. A razão humana
deve estar posta, portanto, para este fim. Desta concepção decorrem, no entanto,
pressupostos que fundamentam a concepção de Hobbes sobre a liberdade para exercício
de seus direitos. Para ele, o homem deve usufruir de sua liberdade para buscar a paz.
Por conseguinte, todos os homens devem abrir mão de sua liberdade, pois caso
contrário, todos terão a possibilidade de fazer o que quiserem, colocando-se sob o risco
de estado de guerra. Este princípio, aliás, assemelha-se àqueles dos Evangelhos, que
partilham da ideia de fazer ao próximo aquilo que se quer para si. É necessário, contudo,
esclarecer que a aparente contradição em ter liberdade e precisar abrir mão desta não se
sustenta. Ora, se todos os homens, plenos de seus direitos, não interferirem nos direitos
dos outros, todos terão a oportunidade de viver sob o pleno funcionamento do exercício
de suas liberdades. Abrir mão de direitos significa, assim, afastar-se do caminho do
outro homem para que este goze de seu direito.

Todavia, o direito de defesa é, para Hobbes, imprescindível ao ponto de que não


se deve abrir mão dele. Qualquer ataque sofrido por um homem não traz consigo
nenhum benefício e, logo, não está alinhado ao princípio de que todos devem buscar,
acima de tudo, a paz.

Por fim, sem que haja disposição para que se cumpram os acordos realizados,
nada do que foi proposto por Hobbes teria validade. O direito de todos a tudo, sem
parâmetros mínimos, continuaria em vigor e permaneceríamos na condição de guerra.
Os direitos naturais são, portanto, todos os meios aos quais podemos recorrer, dentro do
exercício de uma liberdade pré-concebida, para nos defendermos.

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