Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila 1
Sumário
1 - Transistor de efeito de campo (FET) ................................................................................................................. 3
1.1 – Transistor de efeito de campo de junção (JFET)................................................................................... 4
1.1.1 – JFET de canal N ...................................................................................................................................... 4
1.1.2 – Curva de transferência do JFET ......................................................................................................... 8
1.1.3 – Região de operação do JFET............................................................................................................... 8
1.1.4 – Simbologia do JFET ............................................................................................................................... 9
1.1.5 – Polarização do JFET ............................................................................................................................ 10
1.2 – Transistores de Efeito de Campo Metal-Óxido-Semicondutor – MOSFETs ................................. 11
1.2.1 – MOSFET do tipo depleção .................................................................................................................. 12
1.2.2 – MOSFET do tipo intensificação......................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS:........................................................................................................................................................... 17
Basicamente o FET é um dispositivo no qual a corrente é controlada por tensão. A corrente de dreno
(drain) varia em função da tensão entre a porta (gate) e a fonte (source). Desde que adequadamente pola-
rizado, o FET pode ser utilizado em circuitos amplificadores, da mesma forma que o TJB [1, 2, 3 e 6].
• A parte superior do canal n é conectada por meio de um contato ôhmico ao terminal denominado
Dreno (D).
• A parte inferior do canal n é conectada por meio de um contato ôhmico ao terminal denominado
Fonte (S) – do inglês Source.
• Os dois materiais do tipo p são conectados entre si, juntamente ao terminal denominado Porta (G) –
do inglês Gate.
Resumindo, temos que o Dreno (D) e a Fonte (S) são conectados aos extremos do material do tipo
n, e a porta (G) está conectada às camadas do material do tipo p.
Para entendermos mais facilmente o funcionamento de um JFET, veremos a analogia da água, apre-
sentada na figura 3. Nesta analogia, podemos comparar a fonte de pressão da água com a tensão aplicada
do Dreno para a Fonte, e esta estabelece um fluxo de água (elétrons) a partir da torneira (fonte). A Porta,
por meio de um sinal aplicado (potencial), controlará o fluxo de água (carga) para o dreno.
FIGURA 3: Analogia do fluxo de água com o controle do JFET. Fonte: BOYLESTAD & NASHELSKY.
Um ponto importante que devemos notar é que os terminais de Dreno e Fonte estão em extremidades
opostas do canal n, da figura 2, sendo que a fonte tem uma concentração de portadores majoritários (elé-
trons no caso do material n) muito maior do que o dreno.
Para esta análise vamos considerar que uma tensão positiva VDS foi aplicada através do canal, e o
terminal da Porta foi conectado diretamente à Fonte, estabelecendo que VGS = 0. Como resultado, teremos
o terminal da Porta e o terminal de Fonte no mesmo potencial e uma região de depleção na extremidade
inferior de cada material p, conforme vimos anteriormente.
No instante em que aplicamos a tensão VDS > 0, os elétrons serão atraídos para o terminal de Dreno,
estabelecendo a corrente ID. Podemos visualizar isto na figura 4.
A segunda afirmação nos ajuda a entender o que acontece ao elevarmos o valor de 𝑉𝐷𝑆 de modo
que o dispositivo chegue à saturação. Quando isso ocorre, as duas regiões de depleção irão se “tocar”,
conforme podemos visualizar na figura 5. O valor de VDS que estabelece essa condição é chamado de
tensão de pinch-off, denotado por VP.
𝑉𝐺𝑆 2
𝐼𝐷 = 𝐼𝐷𝑆𝑆 (1 − )
𝑉𝑃
A curva mais à esquerda na figura 7 é recebe o nome de curva de transferência e descreve o com-
portamento da corrente de Dreno (ID) em função da tensão VGS entre a Porta (Gate) e a Fonte (Source).
Em projetos que utilizam JFET, normalmente se deseja saber quais são os limites de operação do
dispositivo. Para isso, utilizamos um gráfico que determina qual é a região de operação o dispositivo. Na
Figura 8 temos um exemplo da região de operação de um JFET. Esses parâmetros podem ser obtidos
diretamente das folhas de dados (datasheets), fornecidos pelos fabricantes do dispositivo.
Veja como as informações extraídas de um datasheet são necessárias em um projeto assistindo ao vídeo
cujo link encontra-se abaixo:
Na figura 9 temos os símbolos mais usuais para os JFETs de canal N e de canal P. Na figura 10
temos uma simbologia alternativa.
D D
G G
S S
Canal N Canal P
FIGURA 10: Simbologia alternativa, também muito utilizada para o JFET.
Veremos primeiramente o mais simples arranjo de polarização do JFET, na Figura 100, denominado
polarização fixa.
VDD
RD
C2
vo
C1
vi
RG
2
VGG
1
VDD
RD
C2
vo
C1
vi
RG RS
Como não flui corrente CC pelo resistor RG, a tensão na porta é 0 V. A passagem da corrente ID
pelo resistor RS faz com que apareça um potencial positivo no terminal fonte (S) em relação ao referencial
(terra), fazendo com que VGS seja negativo. Assim o circuito da figura 12 desempena o mesmo papel do
circuito da figura 11, utilizando uma única fonte VDD.
O conteúdo apresentado aqui sobre o JFET é um resumo de tópicos mais importantes para compreensão
do funcionamento dele. Recomendamos fortemente, para aprofundar seus conhecimentos sobre o dis-
positivo, o estudo detalhado da primeira parte do capítulo 5 de [3] e do capítulo 11 de [2], lembrando que
o segundo está disponível na Minha Biblioteca, onde os alunos do UNIALFA têm acesso, e ambos na
biblioteca física da instituição.
Para analisarmos este tipo de transistor vamos considerar um MOSFET de canal n. Na figura 13
podemos visualizar a sua estrutura.
FIGURA 14: Em (a) temos as curvas de dreno e em (b) a curva de transcondutância. Fonte: MALVINO e BATES.
Analisando a figura 14-a, podemos perceber que as curvas superiores possuem VGS positivo e as
curvas inferiores possuem VGS negativo. A curva de Dreno dada por VGS(off) faz com que a corrente de
Dreno (ID) seja aproximadamente igual a zero. Quando a tensão VGS estiver entre VGS(off) e zero, o dis-
positivo estará operando no modo de depleção. Quando VGS for maior do que zero, o dispositivo estará
operando no modo de intensificação.
Na figura 14-b podemos visualizar a curva de transcondutância de um MOSFET do tipo depleção.
Diferentemente do que acontece no JFET, IDSS não é a máxima corrente de Dreno possível, visto que no
MOSFET podemos aplicar valores positivos de tensão VGS.
Na figura 13 podemos observar quatro terminais (dreno, fonte, porta e substrato). O substrato é ge-
ralmente conectado junto ao terminal da Fonte, pelo fabricante do dispositivo. Assim, comercialmente en-
contramos MOSFETs de três terminais. Porém, em algumas aplicações é possível encontrar um MOSFET
de quatro terminais no qual uma tensão é aplicada ao substrato para ajudar no controle da corrente de dreno.
FIGURA 15: símbolos esquemáticos do MOSFET – D, em (a) temos o de canal n e em (b) temos o de canal p. Fonte: MALVINO
e BATES.
D D
G G
S S
(a) (b)
Este tipo de MOSFET é largamente utilizado nos circuitos dos computadores atuais. Diferentemente
do MOSFET tipo depleção, este não possui o canal entre a fonte e o dreno. Na Figura 17 podemos visualizar
a estrutura interna de um MOSFET do tipo intensificação de canal n. Em (a) temos o MOSFET não polari-
zado e em (b) ele aparece polarizado. No modo intensificação ele também recebe a denominação de MOS-
FET-E e EMOS.
Com base na polarização normal, mostrada na Figura 17-b, podemos analisar o funcionamento do
MOSFET do tipo intensificação.
• Quando a tensão na porta do MOSFET é igual a zero, a fonte 𝑉𝐷𝐷 tenta forçar a passagem de elétrons
livres da fonte para o dreno, porém o substrato possui apenas alguns elétrons livres, assim, a cor-
rente de dreno será igual a zero.
• Isso explica o fato de que o MOSFET do tipo intensificação está normalmente no estado desligado
(off).
• Quando aplicamos uma tensão suficientemente positiva na porta, as lacunas próximas ao dióxido de
silício serão preenchidas, e então elétrons livres começarão a fluir da fonte para o dreno.
• Este efeito é idêntico à criação de uma fina camada de material do tipo n próxima ao dióxido de
silício. Esta camada condutora é chamada de camada de inversão tipo n.
Vamos analisar agora a curva de transcondutância do MOSFET do tipo intensificação, que é apre-
sentada na Figura 18-b. Diferentemente da curva de transcondutância de um MOSFET do tipo depleção,
esta possui vértice em 𝑉𝐺𝑆(𝑡ℎ), por esse motivo a expressão para esta curva é dada por:
𝐼𝐷=𝑘(𝑉𝐺𝑆−𝑉𝐺𝑆(𝑡ℎ))2.
Simbologia
A figura 19-a mostra o MOSFET-E de canal n, enquanto a figura 19-b mostra o de canal p.
Na figura 20 temos o MOSFET-E mostrando a presença de um diodo zener interno para proteção do
dispositivo. Em (a) temos o de canal n, enquanto em (b) temos o de canal p.
(a) (b)
FIGURA 20: MOSFET-E com proteção interna.
Para uma melhor compreensão do funcionamento do MOSFET sugerimos que o aluno assista ao
vídeo que pode ser acessado no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=9JKj-wlEPMY
Para aprofundar o conhecimento teórico sobre o MOSFET, tanto no modo depleção quanto no modo
intensificação estude o capítulo 14 de [2] ou a segunda parte do capítulo 5 de [3]. [3] está disponível na
Minha Biblioteca, onde os alunos do UNIALFA têm acesso, e ambos estão disponíveis na biblioteca
física da instituição.
REFERÊNCIAS: