Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
WWW.CIMM.COM.BR
Em dez anos, o número de empregos cresceu vinte e cinco vezes nos estaleiros. O cenário
de poucas encomendas de navios e nenhuma plataforma produzida no País no final da
década passada deu lugar a uma carteira de centenas de embarcações e unidades
flutuantes para o setor naval. Mesmo após retomada, porém, o segmento ainda deixa a
desejar em pesquisa e tecnologia - uma questão apontada pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) como limitador de fornecimento para a exploração das enormes
jazidas do pré-sal.
“As inovações de produto concentram-se nas navipeças que são na maioria empresas de
pequeno porte com pouco esforço para realizar inovação. Os gastos em Pesquisa e
Desenvolvimento, como proporção da receita líquida de vendas das empresas, são
praticamente inexpressivos”, assinala.
Neste processo, avalia o instituto de pesquisa, “a Petrobras pode ter um papel relevante na
construção destas capacitações, inclusive utilizando suas capacitações em engenharia”.
A carteira de projetos para o setor em 2009 e 2010, segundo o Ipea, inclui a encomenda
de 132 unidades navios de grande porte, 12 plataformas de produção de petróleo em
construção - além da previsão de 45 plataformas para atender à demanda do pré-sal, nos
próximos anos. “Considerando-se que cada plataforma necessita de dois navios de apoio,
isso implicaria a construção de mais 90 navios de apoio, além dos 146 já encomendados e
vinculados à cadeia produtiva do petróleo no Brasil”. Além disso, o setor conta a maior
licitação da história da estatal, de 28 sondas de perfuração.
Quanto ao fornecimento de aço, o Ipea avalia que a indústria nacional tem capacidade
para acompanhar a expansão do setor naval. As importações brasileiras de produtos
siderúrgicos aumentaram de Us$ 515 milhões em 2002 para Us$ 2,1 bilhões em 2007 e
Us$ 4,0 bilhões em 2008, regredindo para Us$ 2,8 bilhões em 2009.
A capacidade instalada brasileira de chapas grossas está sendo ampliada dos atuais 2,0
para 3,5 milhões de toneladas em 2012. O acréscimo da capacidade (1,5 milhão de
toneladas) é mais do que suficiente, segundo o Ipea, para atender a toda a demanda
derivada da indústria de petróleo e gás natural (693 mil toneladas) no período 2009-2020.
“As importações de chapas grossas, visando à produção de naviosencomendados pela
Transpetro vêm aumentando desde 2008, por questões meramente comerciais (preços) e
não em função de alguma falta de oferta doméstica (seja em termos quantitativos, seja
qualitativos)”.