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Trabalho de Gestão Pública

Livro: Imagens da Organização


Capítulo 8 – Revelando a lógica da Mudança – As organizações vistas como fluxo e transformação

As organizações vistas como fluxo e transformação

P. 239
Heráclito > O universo se encontra em constante transformação, incorporando tanto as características de
permanência, quanto as de mudança .
- Teoria de David Bohm – Universo como unidade que flui e é indivisível – composto por realidades implícitas e
explícitas.
Ordem implícita – processo criativo – tem o todo registrado - fornece a força geradora de ordens explícitas.
Holomovimento / Holofluxo: expressão utilizada pelo autor para definir a natureza fluente e indivisível da ordem
implícita.
- As formas parecem estáveis, mas são sustentadas por um fluxo e mudança.
- A ordem explícita flui da ordem implícita de acordo com um processo coerente de transformação.

P. 240
Bohm > Cada momento de existência apresenta similaridades com os momentos que os precederam, criando a
aparência de continuidade em meio à mudança.
- À superfície da nossa realidade, existem processos ocultos – aqui denominados “lógicas da mudança” – que ajudam
a explicar o estágio concreto do mundo em qualquer parte considerada do tempo.

P.241
Bohm > Prestar-se mais atenção no modo pelo qual a energia inconsciente é transformada em padrões
organizacionais.
- Dar maior atenção aos processos que originam os padrões de significado e ação simbólica que cria e muda as
organizações enquanto fenômenos culturais.
- Três diferentes imagens da mudança, cada qual capaz de fornecer um meio de explicação de como a realidade de
organização pode estar embutida na própria lógica de mudança:

*Organizações compreendidas como sistemas que se auto-reproduzem.


* A lógica da mudança se acha encoberta pelas tensões e tendências encontradas nas relações circulares
* A mudança é o produto das relações dialéticas ente os opostos

A lógica dos sistemas auto-reprodutores:

- A mudança se origina no ambiente – mudança como desafio que as organizações devem responder – principal
problema enfrentado nas pelas organizações modernas: mudanças no ambiente –

P.242
Maturana e Varela > Três aspectos dos Sistemas Vivos: autonomia, circularidade e auto-referência – isto lhes
confere a habilidade de se autocriarem ou se auto-renovarem – a sua organização e identidade próprias são seus
produtos mais importantes - São sistemas autônomos e fechados porque se esforçam para manter uma identidade,
subordinando todas as mudanças à manutenção da sua própria organização como sendo um conjunto de relações
estabelecem padrões contínuos de interação que são sempre auto-referentes – seu ambiente é, na verdade, parte de si
mesmo – o confinamento e isolamento é de ordem organizacional, para manterem padrões estáveis de relações – Não
há começo nem fim do sistema pelo fato de este ser um ciclo fechado de interação – Ex: Colméia de abelhas –
cérebro.

P. 244
Gregory Bateson > As transações de um sistema com seu ambiente são, na verdade, transações dentro de si mesmo –
os sistemas só podem evoluir ou mudar através de mudanças autogeradas na identidade.
Teoria da autopoiesis - Fonte de mudança potencial emergem : A ordem e a auto-organização emergem da
aleatoriedade e grandes flutuações alavancam instabilidades e saltos quantitativos capazes de transformar todo o
sistema de atividade.

Identidade e Confinamento: Egocentrismo versus Sabedoria Sistêmica


P. 249
- Se uma organização deseja realmente entender o seu ambiente, deve então começar tentando entender a si mesma,
uma vez que a compreensão do ambiente é sempre uma projeção de si própria.
- organizações egocêntricas – possuem uma organização um tanto fixa daquilo que podem ser e acham-se
determinadas a impor ou sustentar a identidade a qualquer preço – superenfatizam a própria importância – subestimam
o significado do sistema de relações mais amplo no qual existem – P.250 Frequentemente não compreende as suas
próprias complexidades e as inúmeras voltas recorrentes das quais depende para realmente existir – Ex. um quadro
com a imagem e o fundo. – sustentam identidades pouco realistas ou fabricam identidades que destroem o contexto do
qual fazem parte – Ex – uso de agrotóxicos que dão um lucro a curto prazo e destroem o solo do qual o negócio
depende. - a preservação da identidade é fundamental para todos os sistemas vivos –

A caminho de uma nova visão de mudança e evolução organizacional


P.251
- Algumas identidades são mais resistentes e duradouras que outras.
- à medida em que as organizações sedimentam as suas identidades, podem iniciar transformações mais amplas na
ecologia social a que pertencem, criar condições que lhes permitam evoluir junto ao ambiente ou estabelecer base
para sua proporia destruição.

P.252
- É frequentemente difícil para organizações egocêntricas abandonar identidades e estratégias que criaram ou que
forneceram as bases para o sucesso no passado, apesar de ser isto que a evolução e a sobrevivência quase sempre
requerem.
- A auto-imagem de uma organização é crítica para moldar quase todos os aspectos do seu funcionamento e, em
particular, o seu impacto no contexto do qual fazem parte – O tipo de auto-imagem que uma organização desenvolve é
crucial

P.253
- O desenvolvimento estratégico de sucesso não pode nunca ser unilateral – o padrão de organização que se vai
revelando com o passar do tempo tem caráter aberto e evolutivo – indivíduos e organizações te possibilidade de
influenciar este processo pela escolha do tipo de auto-imagem que irá guiar as suas ações e, assim, delinear seu futuro.

Círculos em lugar de linhas: a lógica da causalidade mútua


- mudança e desenvolvimento através de padrões circulares de interação

P.254
- Mecanismos de feedback, juntos, podem explicar as razões pelas quais sistemas ganham ou preservam determinada
forma e como esta forma pode ser elaborada e justificada com o tempo.
Feedbeck positivo sem círculos estabilizadores > Mudança exponencial – aumenta de maneira constante, dobrando a
cada estágio – parece boa por um período, mas logo fica completamente fora de controle.
- Mutações de natureza aleatória e acontecimentos acidentais, bem como conexões na vida social, sob circunstâncias
favoráveis, iniciam processos abertos de auto-organização nos quais feedback positivo e negativo interagem para
produzir padrões de mudança que podem, em determinado ponto, assumir formas relativamente estáveis.
- Algumas vezes, o sistema global de relações atinge um estágio de equilíbrio ou de mudança ordenada, enquanto em
outras instâncias relações de feedback positivo podem dominar e configurar ao completo fim da configuração das
relações existentes.
P.261
- Uma estratégia mais apropriada é aprender como mudar com a mudança, influenciando e moldando o processo
quando possível, mas estando sensível para a idéia de que em tempos de mudanças novas formas de organização do
sistema precisam ter liberdade para emergir.
- Este processo frequentemente depende da habilidade de perceber e evitar tendências destrutivas do sistema que
quase sempre residem nos círculos viciosos criados pelas relações de feedback positivo, além de se criar espaço onde
aprendizagem e padrões de co-evolução podem ocorrer.
- Deve-se dar atenção às condições que favorecem as ações colaborativas, visando reduzir as linhas de ação
independentes que contribuem para a complexidade e turbulência de um sistema, bem como para ampliar as
oportunidades de aprendizado e ajustamento mútuo.

Contradição e crise: a lógica da mudança dialética


Estudo dos Opostos

P.262
- A existência de um lado depende da existência do outro.
- os opostos estão entrelaçados em um estado de tensão que também define um estado de harmonia e totalidade.
- Filosofia Taoísta: sempre que uma situação desenvolve qualidades extremas, invariavelmente se volta e assume
qualidades opostas – a filosofia taoísta enfatiza que todo lado natural e a vida humana são determinados por este ciclo
de idas e vindas, crescimento e declínio, tudo sendo o processo de tornar-se algo mais.
> compreensão através dos termos Yin e Yang – equilíbrio – essas idéias tiveram fortes influências nos trabalhos de
Hegel, Karl Marx e Mao Tse-Tung – teorias dialéticas.

O desenho representa o arranjo simétrico – escuro (yin) e claro (yang)


Yang:
forte, masculino, criatividade – representado pelo céu – simboliza o movimento – lado claro e racional do intelecto.

Yin :
elemento feminino, receptivo, maternal – representado pela terra – simboliza o descanso - mente complexa e intuitiva

Análise Dialética: compreendendo como sociedades e organizações mudam em si mesmas

P.264
Karl Marx – tensões – contradições – mais valia – acumulação de capital -

P.165
Teoria de Marx- Três princípios da mudança social:
1 – a interpretação mútua dos opostos (luta ou unidade)
2 – a negação da negação
3 – a transformação da quantidade em qualidade
- quando esses três princípios dialéticos são combinados, chega-se a um quadro rico e complexo da natureza da
mudança.

Vivendo com a contradição e gerenciando o fluxo

P. 270
- a desumanização do trabalho que acompanhou a industrialização gerou o movimento das relações humanas.
P. 273
Análise dialética: possui grandes implicações para a prática da mudança social e organizacional.
Demonstra que a gerência das organizações da sociedade e da vida pessoal envolve, em última
análise, a gerência da contradição.
- Em última instância, a escolha que indivíduos e sociedades tem diante de si, diz respeito ao tipo de contradição que
irá permear o padrão quotidiano.

Forças e limitações da metáfora fluxo

P. 276
- A maneira como se formulam problemas básicos é crítica para determinar a forma pela qual serão solucionados.
- Focalizando-se os problemas enquanto conflitos de interesses, somente será possível encontrar soluções onde houver
ganhadores e perdedores.
- Quase sempre isso levará a um novo entendimento dos interesses representados no problema e a reformulação das
relações ente os envolvidos.

Conclusão:

P. 277
- Muitos problemas sociais e organizacionais pouco provavelmente podem ser resolvidos em parte.
- Embora os problemas possam ser uma conseqüência natural na lógica do sistema no qual se encontram, somente será
possível lidar com tais problemas pela reestruturação da lógica.

P. 278
- Embora em teoria os seres humanos possuam habilidades para escolher a lógica através do qual irão produzir-se, isto
não significa que tenham sempre habilidade para efetivar esta escolha na prática.
- Uma completa compreensão da lógica da mudança sempre depende de uma percepção tardia.

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