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Fatima Maria Nobre Lopes Danielle Rodrigues de Oliveira ‘Mayara Alves de Castro Adauto Lopes da Silva Filho (Organizadores) TEMAS DE FILOSOFIA E DE HISTORIA DA EDUCACGAO: bases tedricas e experienciais EDITORA CRV Curitiba - Brasil Copyright © da Editora CRV Ltda, Editor-chefe: Railson Moura Diagramagio e Capa; Editora CRV Revisiio: Os Autores DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAGAO NA PUBLICAGAO (CIP) CATALOGAGAO NA FONTE 1278 ‘Temas de filosofiae de histria da educago: bases teéricas experienciais Fétima Maria Nobre Lopes, Danielle Rodrigues de Oliveira, Mayara Alves de Castro, Adauto Lopes da Silva Filho (organizadores) ~ Curitiba: CRV, 2018. 274. Bibliografia ISBN 978-85-444-2776-7 DOI 10.24824/978854442776.7 1. Educapdo 2 Filosofia 3, Histéria 4, Ensino I, Lopes, Fitima Maria Nobre. org. iI, Oliveira, Danielle Rodrigues de. org. II. Castro, Mayara Alves de. org. IV. Silva Filho, Adauto Lopes da. ‘org V. Titulo VI Série. epu37 cpp 370.1 Indice para cutlogo sisemdtco 1. Bducagto 370 ESTA OBRA TAMBEM ENCONTRA-SE DISPONIVEL EM FORMATO DIGITAL, ‘CONHECA E BAIXE NOSSO APLICATIVO! =o Are 218 Foifeto 0 depésio legal cont Lei 10.994 de 141272004 Protida a repro paral ou toa desta cba sem autorizaclo da Ecitora CRV Todos 0s dios desta exo reservados pela: Edtora CRV Tel: (41) 3038-6418 -E-malt sac@edtoracrecom be CAPITULO I _ ELEMENTOS DE UMA ETICA FUNDAMENTAL: a obtengao do bem humano* Fitima Maria Nobre Lopes* Adauto Lopes da Silva Fitho* 1. Introdugio A crise dos valores no mundo atual remete a necessidade de se pensar as agdes dos homens nos seus diversos setores: na familia, na economia, na politica, nas instituigdes escolares, etc. Isso conduz a ética fundamental ¢ r quer que se compreenda, mesmo que numa visto bem elementar, pelo menos alguns dos elementos que possibilitem uma reflexao do agir humano atual Essencialmente, sendo a ética o pensar sobre o sentido da conduta humana, em sociedade, torna-se necesséria e atual a discussio sobre a relagdio do homem, ‘com a natureza e com os outros homens, principalmente no mundo modemo © pos-moderno, apés 0 desenvolvimento das ciéncias e das tecnologias que levow a uma crise generalizada dos valores humanos. Portanto, a crise da hu- manidade hoje nao é s6 econdmica; o que se questiona, principalmente, é 0 modelo de civilizagaio que se construiu no mundo ocidental com o advento da cigncia moderna, principalmente nos tempos atuais cujos valores sto voltados para o ter e para o poder. Delineando um pouco sobre essa questo este texto apresenta alguns elementos de uma ética fundamental para que se possa compreender 0 seu real sentido na obtengao do bem humano, pois, fala-se muito em democracia, 5 Tent con poquenas efarnulagdes,pubicado no ive Experi e Pesquisa em Educa: Rumos, Perspecivas e Dsefos (eciea0 de pequena culo ja espa, Fortaleza, UFC, 2016p. 168-18 4 Deutora em Eucaglo, Mestre e Gradvada em Flacofa, racuada em Sergo Sec Professor dF losfia FACEDIUFC e Memo Permanente do Programe de Pés-Graduago em Educario e em Ficsoia da UFC. Maio do NHIME e Lider do Grupo de Pesquisa: Oniolgia do Ser Social, tia eFormarao Humana, certificado pelo CNPq, e Coordenasora de Projet co PIC com alos da Pedagogia€ da Flosofa. tora da Revit Eucopdo om Debate do PPGEIUFC. E-maittamanobra@ute b. 5 _Dowtor em Educa. Mestre © graduado em Filosofia. Professor de Flos do ICNUFC @ Mento Permanente do Programa de Pés-Gredo em Fibsota e em Educardo da UFC. Memtro do NHIME der do Grupo de Pesquisa Tera Crea, Faso Educacdo, ceriicado pelo CNPa, Coordenado de Propo do PIIC com alunos 40 Curso do Flosoiae de Educa, Ena adaueuctiseia gna com 6 E em liberdade, em direitos humanos, mas é dificil 0 agir em prol das suas até mesmo na vida cotidiana e, apesar dos bloqueios em virtude do capitalismo que levou a crise das ciéncias ¢ dos valores humanos, grande parte dessa dificuldade deve-se ao fato de nao se compreender bem o que seja realmente uma ago ética e/ou moral." ‘Comegaremos por algumas conceituagdes para que se possam entender acerca do indissolivel entrelagamento entre ética, moral, cidadania e politi tentando responder as perguntas, surgidas até mesmo em sala de aula, sobre o que vem a ser essas categorias essenciais da sociabilidade humana e o que as diferenciam entre si. Esse € 0 primeiro ponto a ser desenvolvido neste texto para, a partir dai falarmos, no segundo ponto, do fundamento da ética no pensamento clissico por meio das ideias de Sécrates, Platio ¢ Aristoteles. Aida no segundo ponto, remetendo um pouco i modernidade, tomaremos 0 pensamento de Kant ao defender a necessidade da educagao para a formagao da consciéncia moral a fim de afastar o homem da sua animalidade e realizar © seu potencial de humanidade. No terceiro ponto, a luz dessa fundamen- tagaio, falaremos da ética individual, social e profissional, destacando esta ultima categoria como sendo essencialmente a felicidade do profissional e, a0 mesmo tempo, daquele que o procura, Por fim, no quarto ponto, finalizaremos com as consideragdes sobre a ciéncia modema e os valores que norteiam 0 agir humano na atualidade, demonstrando que tais valores levam o homem, principalmente e paradoxalmente, a perder a sua humanidade. 2. Nogdes de ética, moral, cidadania e politica Cotidianamente, no senso comum, as pessoas nao costumam distinguir 08 termos: ética e moral, geralmente os utilizam indistintamente ou empregam tais termos no sentido popular, caracterizando-se a falta de ética como o falar ‘mal de alguém; e a motal como sindnimo de autoridade. Desta forma, so frequentes as expressdes tais como: “Maria dedurou José, ela no tem étiea”, 0u, “Joao nao tem moral com 0 filho”, “Vocé esti bébado, cadé sua moral? Também 0 mesmo ocorre com a palavra cidadania e politica, entendendo-se termo cidadania como nacionalismo ou somente como obrigagdes burocriticas dos individuos para com o Estado; ¢ 0 termo politica somente no seu sentido partidario, decorrendo expresses populares tipo: “eu detesto politica”, Por isso costuma-se reduzir 0 cariter da cidadania e da politica a eleigtio ou a documentos pessoais, exigidos pela burocracia civil. 3 Fares don ao ten rol res Ss om ena desc, i sea, 08 emprega indistintamente no sentido do agit voRado para o bem comum, No entant, numa defi: tab iomandoen ose per ees on nna enon an pts xa. TEMAS DE FILOSOFIA E DE HISTORIA DA EDUCACAO: bases tbricas ¢ experienciais ” Mas 0 sentido dessas categorias sociais vai além disso. Os homens pre= cisam de normas que orientam a sua ago para viver em sociedade.’ Ele éum ser que trabalha transformando a natureza em objetos de uso para atender as suas necessidades vitais, para isso estabelece relagdes com a natureza ¢ com ‘os outros homens gerando-se, a partir dai, uma superestrutura para regular as suas agdes onde esto presentes os complexos sociais como o direito, a line guagem, a religiio, a educagdo, etc. Tudo isso vai compor a sua sociabilidade que deve ter como fim 0 bem-estar de todos, ou seja, o bem comum, Porém. nem sempre os resultados de uma agao siio aqueles esperados pelos sujeitos que a pritica, isso exige a necessidade de se refletir sobre as determinagdes gue impediram tal intento, buscar outros meios, reformular princfpios, ete E importante frisar que nao estamos falando de individualidades singulares sim do género humano. Estamos aqui no campo da Etica que nao ¢ apenas, como diz. Souza Filho (1998), “uma reflexdo sobre o fazer, antes de fazer, procurando fazer bem” (p. 27. Grifo do autor), mas também uma reflexao da agao depois de consumada. E assim que Henrique Vaz (1993) vai dizer que ética & teoria, investigagao ou explicagao da forma de comportamento dos ho- ‘mens, definindo-a como sendo “a feoria ou a ciéncia do comportamento moral dos homens em sociedade” (p. 05). O que queremos destacar aqui ¢ 0 cariter reflexivo da ética que esta presente em qualquer das suas varias definigdes e, Portanto, 0 seu aspecto eminentemente teérico, ainda que esteja em estreita relagdo com a pratica, com o agir dos homens, que é a instdncia da moral Nesse tiltimo sentido Henrique Vaz vai dizer que nio se pode confurdir problemas teéricos com problemas priticos, embora estejam relacionados; também nao se pode confundir a ética e a moral. “A ética ndo eria a moral J ela se depara com uma experiéncia histérico-social no terreno da moral” (idem, p. 12) e, a partir dele, procura determinar a esséncia do ato mocal, avaliar 0s eritérios ¢ principios que regem a mudanga e a sucessio de dife- rentes sistemas morais. Podemos sintetizar, entio, afirmando que a ética é a teoria da moral, ¢ a moral é a pratica da agao humana’, ou seja, “o fendmeno moral & 0 dado empirico, 0 qué de observavel do comportamento humano” (SOUZA FILHO, 1998, p. 30). Destaca-se ai a relagdo dialética entre a ética e a moral, uma vez que ha uma influéncia reciproca entre ambas: 0 homem age mediante uma reflextio 7 Hobbes, fidsofo inglés, clz que o homem sem normas, sem organizacéo, “8 o lobo do homem”, uma vez que predomina a forca fsica (vera sua obra Leviatd, 1983). ‘8 Veja que a rigom das cas palavas tom seniidos arlegos,apesar de suas dmenstesortlogicas si ‘nls: plava moral vem do faim mos ou meres, que Signa “costume ou “costumes om itéico ‘sentido a ca vem do grago ethos que significa ‘modo dese, “arite. Ambas assentam se no mesmo ‘sont, ov sea, cam resets forma do via conqustada plo heme, 8 dda sua ago, no sentido de fazer bem, e exerce uma reflexdo dos seus resul- tados no sentido de superar as dificuldades e bloqueios c se elevar genérica e humanamente. Tudo isso em prol de um viver comum. Portanto, € necessirio agit moralmente corteto de tal forma que nem sacrfique o individuo em prol do social, nem o eleve (o individuo singular) em detrimento do coletivo. E na conciliagao, pois, do individual com o social ou coletivo que consiste a dimensao politica do homem eo verdadeiro exercicio da cidadania, que pode ser definida basicamente como sendo o exercicio pleno da sua vide individual, social e profissional. Joaquim Severino (1994) nos ressalta que o homem sé é realmente cidadao se pode efetivamente “usufruir dos bens materiais necessarios para a sustentagao de sua existéncia fisica, dos bens simbélicos necessirios para a sustentagaio de sua existéncia subjetiva e dos bens politicos necessirios para a sustentagdo de sua existéncia social” (p. 98). Portanto, a sua dimensiio politica e a sua cidadania nao é um favor que Ihe € concedido por alguém politicamente generoso e sim é um direizo que deve fazer parte do ‘seu ser-homem. O homem deve ser politico ¢ cidadao por direito, uma vez que ‘0 ser concebido ja passa a fazer parte do género humano composto por suas Ieis e seus costumes. Também ao nascer 0 individuo singular passa a exercer forte influencia no seu meio social fazendo parte da sintese das maltiplas determinagdes individuais que formam os complexos sociais onde ele atua. agir humano esté presente em todos esses complexos e, portanto, faz-se necessario o estudo do seu comportamento nas diversas situagdes resultando, ‘assim, numa ética aplicada aos varios setores sociais como: ética individual, ética social, ética profissional, ética religiosa, ética politica, etc. Toda essa fundamentagdo tem a sua base no pensamento grego, desta- ‘cando aqui a ética de Sécrates, Plato ¢ Aristoteles, sem excluir pensadores de outras épocas, como € 0 caso do filésofo Immanuel Kant, na modernidade Faremos referéncia a esses pensadores. 3. Fundamentos da ética em Sécrates, Platao, Aristételes, eem Kant De um modo geral, os grandes pensadores que trataram de uma ética fundamental sempre buscaram formulagdes que atendesse, a partir de alguns principios mais universais, o bem-estar do género humano, cuja base essen cial relaciona-se coma virtude e a justiga. Apesar das variagBes na teoria dos fil6sofos aqui citados, podemos dizer que, de um modo geral, essa é a questio central que permeia 0 pensamento de todos eles sobre a ética. Socrates, flésofo grego (470-399 a.C.), que aparece nos dislogos de Platio, pesar de considerar a extrema necessidade de obediéncia as leis para o bem TEMAS DE FILOSOFIA E DE HISTORIA DA EDUCAGAD: bases tedricas © experiencia 7 coletivo, ele as questionava nos seus didlogos (descritos por Plato)’, procurando fundamentar racionalmente a sua validade e se elas eram realmente justas, E nesse sentido que 0 conservadorismo grego nao suportava os seus questiona- ‘mentos 0 condenando a morte por ser acusado de corromper a juventude, pois considerava-se que as leis deveriam ser obedecidas e nao questionadas. A ética socratica reside em preparar o homem para conhecer-se a si mesmo (conhece- ¢ a si mesmo) e nesse conhecimento vislumbrar a felicidade e a justiga. Para Socrates, 0 conhecimento de si é a base para o agir ético do homem, porém sempre voltado para o respeito as leis justas e & coletividade a fim de garantira ordem ea manutengao sadia de si e do corpo social. Na obra Defesa de Sécrates (1985) Platio menciona a sua posigao ética quando os amigos suplicam-lhe para fugir: “a tnica coisa que me importa & viver honestamente sem cometer injustigas, nem mesmo em retribuigao a uma injustiga recebida” (p. 26). A ética soerdtica ¢ fundamentada na virtude (areté) que deve ser ensinada aos jovens. Posteriormente Sécrates foi considerado o fundador da moral. Platio (427-347 a.C.), principal discipulo e seguidor de Sécrates, con- sidera que a ética esté intrinsecamente relacionada com a politica e com 0 conhecimento, por isso o bom governante deve ser sabio e virtuoso. Para ele, a sabedoria, a coragem, a temperanga e a justiga sdo virtudes essenciais para © desenvolvimento do comportamento ético que deve estar voltado para a felicidade do homem e para o bem comum, Portanto, s6 pode haver felicidade se 0 que for bom e justo para o individuo seja também para a coletividade. ‘Toda essa concepgao est relacionada a ideia do Bem que Platdo desenvolve na sua obra A Repiiblica (1980), demonstrada prineipalmente nos livros VI VIL. Para ele, 0 Bem é a finalidade suprema da vida, é ainda condicionado pelo conhecimento ea causa maior de toda a existéncia, Diz Platdo (1980): “no limite do cognoscivel é que se avista, a todo custo, a ideia do Bem; e uma vez avistada, compreende-se que ela é, para todos, a causa de quanto ha de justo e belo [...] é preciso vé-la para ser sensato na vida particular e piblica (p. 321). A Polis (Estado Grego) retratada na Republica é, pois, presumidamente, 0 lugar onde se desenvolve a pritica do bem, da justiga e da consciéncia moral. Aristoteles (383-322 a. C), também relaciona a ética d politica ea defende como 0 alcance da felicidade, porém ndo considera o conhecimento como le- vando © homem necessariamente a uma ago moral, pois o mesmo pode levar i verdade ou & mentira, Na sua obra Etica a Nicémaco (1984) ele fala das virtudes ‘Sécrats nada dotou esrio sobre a6 suas ideas. O que so tom do seu pensamento & demonstrate ‘rncipaentenas obras lilogos de Pato. Também Xerofone (490265 a.C)@Artfones (48-385, {8.C.)esceveram sobre o seu pensamenio, embore com menos intesidadee proundiadefsohica 10 Na sua obra A Ropabica Pato doscreve wn Estado deal, ugar de una via boa feliz, quer czot 0 lugar do uma vida colt, dca usta 20 dos vicios, insistindo na pluralidade dos seres e, portanto, o bem também ad- quire variedades, diz Aristoteles (1984): “admite-se geralmente que toda arte © toda investigagio, assim como toda agao e toda escolha, tem em mira um bem qualquer [...] o bem & aquilo a que todas as coisas tendem” (p. 49). Para cada ser deve haver um bem, de acordo com a sua natureza € com a sua essencia, ‘Quanto mais complexo ¢ 0 ser, mais complexo sera 0 seu bem. No entanto, ele no isola a ideia de um bem supremo e de relacionar esse bem a uma vida virtuosa. Quer dizer, o bem supremo é o exercicio da virtude numa vida perfeita, o que leva necessariamente a felicidade. Diz 0 filésofo: “as agdes virtuosas devem ser apraziveis em si mesmas [...] siio, além disso, boas enobres (ARISTOTELES, 1984, p. 58. Grifos do autor), Aristoteles explica que esté tratando da virtude humana e nao a do corpo: “por virtude humana entendemos nao a do corpo, ‘mas a da alma; ¢ também a felicidade" chamamos atividade da alma” (idem, 1. 63). Por esse prisma, Aristoteles defendia que o governante, acima de tudo, deveria promover a justiga ¢ a vida boa para todos os cidadiios para que estes pudessem viverfelizes. Por isso 0s governantes nao poderiam ser corrompidos ¢ sim deveriam agir eticamente correto. Em suma, podemos perceber que @ virtude é 0 ponto comum do pensamento ético desses trés filésofos. Kant, pensador alemao da modemidade (1724-1804), vai retomar essa ideia de virtude buscando uma ética de validade universal, porém sem perder 1 sua dimensio histérica e a responsabilidade moral do homem posto que ele confere a si mesmo os valores, fins e leis da ago moral. A teoria kantiana do agir moral esti baseada em uma regra bisica de que o agir moralmente consiste em agir com base em regras universaliziveis de tal modo que qualquer outro ser racional possa adoti-las como suas. Eis 0 seu imperativo categérico: “age como se a méxima da tua acdo se devesse tornar, pela tua vontade, em lei wni- versal” (Kant, 1986, p. 59. Grifos do autor). Kant associa a ideia de liberdade 0 conceito de autonomia e da ago moral. Portanto, liberdade niio € 0 direito de fazer 0 que se quer, mas € 0 direito de fazer o que se deve; agir por dever & ser livre. Entao a liberdade nao é a auséncia de leis, mas ¢ 0 agir’ conforme alei (responsabilidade moral)! Para que o ato possua valor moral o individuo nao pode ser coagido, gratificado ou impulsionado a agir de determinada maneira ‘que no seja proprio da sua boa vontade (consciéncia moral), Spaiearnper mentary gs a icaiemntna ema mpagemmaem tare 12 Edlaro que Kant est tratando aqui de uma fei votada para o bem comum, abstraindo de qualquer par- Ut een can man ac snc tn LOMAS DE FILOSOFIA E DE HISTORIA DA EDUCAGAO: bases tetricas © experiencia Aqui consiste a questo central do imperativo categérico enquanto lei univer sal ¢ da liberdade como propriedade auténoma da vontade. E nesse aspecto que ele fundamenta a sua ideia de liberdade na educagio ¢ essa s6 ocorre se a crianga ensinada a agir com racionalidade. Para Kant (2006) é preciso treinar as criangas para que aprendam a pensar e para que o homem desenvolva as suas disposigdes para o bem, “cuja pritica necesita ser aperfeigoada por varias geragdes” (idem, p. 19). Para chegar ao estigio de moralidade é preciso que desde a infincia 0 individuo seja disciplinado e orientado para desenvolver as suas potencialidades. ‘Segundo Kant, “a disciplina’? transforma a animalidade em humanidade” (idem, p. 12), quer dizer, ela “submete o homem as leis da humanidade” (idem, p. 13) A disciplina deve ser imposta as criangas tanto pelos pais como pelas escolas. Kant diz.que a falta de disciplina € pior do que a falta de cultura, pois “esta pode ser remediada mais tarde, ao passo que nao se pode abolir o estado selvagem e corrigir um defeito de disciplina” (idem, p. 17). Toda a propositura de Kant em sua pedagogia é proporcionar o pleno desenvolvimento da crianga para que ela possa se guiar pela propria razio, tomando-a livre ¢ aut6noma. A interiorizagaio da disciplina e a aquisi¢ao da consciéncia moral promovem a formagao do sujeito ético, autonome livre, eapaz de se guiar pela propria razio na sua vida pessoal, social ¢ principalmente no exercicio da sua profissio. 4. Etica individual, social e profissional No seu livro Fundamentos de Etica Geral e Profissional (1999), Marculino Camargo diz que “a tinica obrigagao do homem é ser e agir como homem; como {0 contrario, o tinico mal do homem é nio ser ¢ agir como homem” (p. 19) endo referéncia ao individuo singular o autor diz que o administrador, pai, mae, enfermeiro, professor, etc., cada um sé ird realizar-se enquanto tal se antes realizar-se como pessoa. Portanto, remete “antes i exigéncia de ser pessoa, ser agente, ser homem” (idem, p. 20). Vimos que a ética reflete a ago do homem no sentido de se verificar quais os melhores principios norteadores das suas prixis. E isso ocorre nos mais diferentes campos da agdo humana. Temos, entiio, uma ética geral - sempre referente a ideia de bem, de virtude ~ e as éticas especificas, como ja mencionamos: individual, social, politica, profissional, ete. No entanto, qualquer desses casos refere-se sempre ago do homem. Entiio “os agen- tes morais, em primeiro lugar, so individuos concretos que fazem parte de uma comunidade” (HENRIQUE VAZ, 1993, p. 18), ou seja, os atos morais 19 disci ro sentido kantano dt espeto 2s cudados e as oentagbes que Se ceve cars ciangas, indo que ea desenvota as sus ptenciaidadesporém demonstando os seus imaes posto que nit ‘0 pode viver em socedade som regs e sam concer os "pergoe” que a vida pode razer 2 a apresentam sempre um aspecto subjetivo, interno, psiquico, constituidos de motivos, impulsos, atividades da consciéncia “que propde fins, seleciona meios, escolhe entre diversas altemativas, formula juizos de aprovagio ou de reprovagaio,.cte.” (idem, p. 19). Dessa forma a atividade moral é sempre vivida internamente pelo sujeito que vai influenciar fortemente as normas e principios que norteiam o coletivo, além de ser influenciado pelo meio social. Destaca-se aqui a ética individual “que nasce paulatinamente das experiéncias existenciais do individuo” (SOUZA FILHO, 1998, p. 35). E claro que fator subjetivo e a consequente formagio da personalidade io amplamente determinados pelo meio em que 0 individuo vive, pois quando nascemos jt encontramos um mundo feito € definido: os setores sociais, a familia, a religido, a educagao, as relagdes econdmicas ¢ politicas etc. tudo isso ja com uma ética consolidada e imposta. Souza Filho (1988) comenta que da mesma forma que a mae protege os filhos contra doengas 20 vacini- -los, também as instituigdes sociais administram “algumas: vacinas éticas destinadas & preparagdo de um comportamento individual e social eficaz. € estivel” (p. 34. Grifos do autor). Tais vacinas so os ensinamentos, na vida infantil, por meio da educagao familiar, escolar, de universidades, igrejas, associagées, sindicatos, etc. Entdo a partir da infincia e da adoles individuo vai construindo sensorial e emotivamente, através da educagio e dos conhecimentos recebidos, uma postura ética, uma responsabilidade moral pelos seus atos.'* Porém nio se pode esquecer que 0 individuo s6 se tora pessoa na relagiio com 0 outro, inseridos numa malha social. : Estamos agora no ambito da ctica social, pois, como ji fisamos, 0 individuo ao nascer depara-se com as necessidades eexigéncins da vida coletiva onde vigora uma moral social “que nao é a invengaio de cada um em particular, mas que cada ‘um encontra como dado objetivo, social” (HENRIQUE VAZ, 1993, /p. 20). Mani- festa-se aqui a intrinseca relago do pessoal com o social. E preciso atentar para ue no se caia num psicologismo ético no caso de se reduzir a moral a0 aspecto subjetivo, assim como, no outro extremo, ndo se caia no sociologismo ético no caso de se reduzir 0s atos morais aos fatos sociais. Portanto, a moral humana, quer seja individual ou social, ndo pode ser prescindida uma da outra, Para uma ago moralmente correta ¢ preciso um conhecimento das estruturas sociais, mas, por ‘outro lado, é preciso que os fatores sociais que ai influem passem pela consciéncia dos homens, pela sua liberdade de escolha e de decisto. sip ee ale epee caste cag er 1" "Nobre Lopes (1995) falando do pensamento de Lukéics na sua obra Ontologia Wz que para se Se ee heen aoe eee TEMAS DE FILOSOFIA E DE HISTORIA DA EDUCAGAO: bases te6ricas © experiancais 2 Nessa intrinseca relagdo dos polos subjetivo e objetivo da ago humana, podemos resgatar 0 papel ativo do homem como sujeito construtor da sua vida social e da sua hist6ria. Destacam-se, assim, a sua responsabilidade e compro- _metimento pelos seus atos. E por isso que ao assumir uma determinada profissao, ainda que nao seja por sua vontade, em virtude das condigdes de ofertas, 0 sujeito singular deve assumir com responsabilidade aquilo que escolheu, Manifesta- -se aqui a Etica Profissional que pode ser compreendida “como uma reflexio Pessoal do agente profissional buscando definirdiretrizes logicas e valorativas orientadoras do seu procedimento laboral” (SOUZA FILHO, 1998, P. 61). Nesse Ambito da ética profissional incide bastante a ética individual, pois a filosofia de vida pessoal do agente influi decisivamente no seu comportamento profis- sional. “Um individuo egoista o seri como psicdlogo, professor ou advogado. Quem individualmente desconhece o valor honestidade, muito provavelmente © desconhecera na pritica da sua profissio” (SOUZA FILHO, idem, p. 67). Portanto, o refletir ético-profissional torna-se bastante necessario, uma vez ue implica a realizagao de duas felicidades: a do profissional e a felicidade daquele para quem esti atuando, por exemplo: advogado e cliente, médico & Paciente, professor e aluno, etc. “A profissdo traz consigo uma significagio Substantiva, Representando o conhecimento categérico e especifico de cada atividade do agir humano” (SOUZA. FILHO, idem, p. 62). Podemos ra titulo de exemplo, o Direito, 0 Servigo Social, a Medicina, a Administragao, a Educagao, a Pedagogia, etc., que encerram em seus sistemas gndticos, conceitos e procedimentos basicos indispensaveis a harmonia ¢ ao equilibrio das relagdes sociais nas quais esto inseridos 0s profissionais ¢ os seus res- Pectivos clientes, pacientes, alunos, ete. Podemos destacar entiio “a relagdo existente entre 0 homem que escolhe uma profissdo, sua reflexao sobre os Valores l6gico-cientificos e deontolégicos da profissio e sua pritica individual € social” (idem, p. 63). O profissional deve revelar nao somente um tipo de sabedoria relativa ‘sua ciéncia, mas, acima de tudo, devera se sentir feliz e fazer o seu cliente, Paciente, aluno, etc., feliz, realizando moralmente o ideal da sua profissie © ajudando aos outros individuos a se sentirem melhores € mais seguros na busca de um determinado profissional e, consequentemente, na busca comum de uma vida feliz. A “Etica Profissional, portanto, sera iniciada por uma in- trospeceao, um conhece-te a ti mesmo a partir do qual o sujeito profissional Se autoanalisa como conhecedor dos preceitos teéricos do seu oficio e depois como correto praticante de sua profissio” (idem, 65). Enfim, da mesma forma que a ética geral é uma teoria e uma reflexio da ‘moral, a ética profissional é também uma teoria ¢ uma reflexao axiolégica de uma moral profissional, Se 0 “fim buscado na reflexao ética é a realizacto de 2 uma pritica moral feliz, o mesmo ocorreri com relagao & ética profissional” (idem, p. 69-70). Na atualidade, em que os valores humanos ¢ éticos esto tio distantes ¢ preciso insistir: 0 profissional de qualquer oficio tera de ser feliz e fazer feliz a quem o procura. Queremos terminar essas consideragdes com a seguinte questo: no mundo hoje, é possivel qualquer profissional na agao do seu oficio inse ‘uma atitude moralizante, no sentido do exemplo de uma profissio coerente, honesta e feliz, a fim de que se possa chegar a uma sociedade mais justa, igualitaria e realmente humana, cuja diregdo maior é o respeito vida’? Quais, so os valores que norteiam o agir humano no mundo atual? 5, A guisa de conclusio: a ciéncia moderna e os valores que norteiam o agir humano na atualidade Augusto Comte (1983), filsofo francés, considerava a época da raziio cientifica como sendo o periodo de maturidade ¢ evolugao da humanidade, Para ele a humanidade se iniciou por um conhecimento teolbgico da realidade quando o homem procurava explicar tudo a partir da religidio. No segundo estigio, ela atingiu a dimensio metafisica, filoséfica, quando 0 homem passou 1 justificar o real a partir da reflexiio, O terceiro estagio, que € a maturidade ‘da humanidade, é 0 positivo (no sentido de positivismo) porque agora tudo & explicado a partir das ciéncias positivas, empiricas, experimentais. © nosso século, caracterizado por esse terceiro estagio, é marcado pela ‘evolugdo do saber cientifico. Podemos -verificar, no entanto, o quanto este saber vem sendo utilizado nao somente no processo de hominizagio, ou seja, no sentido da descoberta da natureza, dos seus nexos causais, ¢ de transforma-la para atender as necessidades humanas; mas acima de tudo o quanto este saber Cientifico destréi arbitrariamente a natureza, degradando também o proprio ‘género humano. Basta lembrarmos as duas jiltimas guerras mundiais, 0 exter- tninio de milhdes de pessoas e a fome que ainda assola muitos homens em todo planeta. O mundo tecnicizado leva 4 “autocoisificagao” do homem. E aqui se evidencia o grande paradoxo dessa sociedade fundamentada na ciéncia: de um lado, o grande desenvolvimento; de outro, a desigualdade social ¢ a destruig2o da natureza. A ciéncia tem se mostrado incapaz de resolver estas questdes. Verifica-se assim o carter aético na construcdo da ciéneia moderna ¢ pos-modema. Porém a solugdo nao esti no retomo ao passado, nem tan- pouco se deve ver a técnica somente no seu aspecto extremamente negativo. ‘A questo que se coloca é a seguinte: sera que nao é possivel um progresso que respeite a natureza e dignifique a vida humana? Seri. que nfo ¢ possivel ‘uma sociedade onde se tenha realmente o exercicio da cidadania? TEMAS US TILOSSTIAE OS FESTA DA BOUL: bases tericas € experienciais, i 2 Diante de todas essas questdes nada é mais oportuno do que se falar em ética, j4 que a razdo cientifica esta fazendo da ciéncia nio um meio de libertagdo e construgdo do homem e sim de escravizagao, isto €, 0 homem da modernidade e do avango da ciéncia tora-se escravo de si proprio, ‘Vivemos num mundo maravilhoso da tecnologia e, a0 mesmo tempo, dos horrores da miséria. A Revoluso Industrial provocou enormes mudangas na vida humana e na sociedade fazendo surgir uma civilizago mundial, uma organizagaio social e o estabelecimento de valores padronizados através do acesso de todos os povos a mesma tecnologia produtiva. Foi a partir dai que se formou um sistema econdmico universal Tal fase jé se inicia no século XVIII e se desenvolve nos séculos XIX, XX € XXI com a invengio dos computadores ¢ com as novas formas de comuni- cago. O tempo humano fica cada vez mais distante e o que predomina & 0 do tempo das méquinas. O homem vai perdendo o seu lugar e subordinando-se sada vez mais aos ritmos impostos pelas tecnologias. Dessa forma, a ago do homem torna-se mecinica uma vez que predomina a automagao, pois, de aacordo com os valores atuais, “tempo é dinheiro” e, dante disso, nd importa ‘s valores humanos e sim os valores do ter e do poder, do lucro e do consumo, Os valores morais, que so 0 fundamento da ética, com o desenvolvimento da cigncia e da tecnologia sofreram fortes inversdes. A forma de produgiio capitalista, proporcionada pelo desenvolvimento das ciéncias, fez surgir uma nova conscigneia: a teenol6gica. Segundo Manfredo Oliveira (1989), essa é a consciéneia da funcionalizagao universal, que é aquela que regra todas as coisas asi para descobrir a fungdo que pode exercer em sua autorrealizagao. O cientifi- cismo passa a sera expresso ideolégica dessa consciéneia. Manifesta-se, entio, o cariter da reificagao das relagdes humanas, do fetiche cientifico e econdmico, Na sociedade tecnoldgica e capitalista, nao se considera o ser humano como valor fundamental e sim o dinheiro, este sim ocupa o lugar central, ‘Tudo € medido pelo dinheiro. As pessoas so valorizadas pelo dinheiro que posstem ou pelo dinheiro que sio capazes de produzir.'® Quantas vezes nos referimos as pessoas pelo que elas possuem como: “é aquele que tem um arro vermelho”, por exemplo. Ou seja, as pessoas so identificadas pelo que posstiem e nao pelo que sto de fato: um bom amigo, um bom cardter, uma pessoa educada, uma pessoa simpatica, ete. ‘Tudo isso mostra que o aspecto humano do homem deixou de ser 0 valor fundamental, predominando o valor do dinheiro e do luero. E comum ouvirmos, 6 arc na sua obra Manuseitos Econdmico Floss (1989) diz que o diner, “enquanto ‘tr eric puma cs tpn unos ro at {1}. todas as qualiades naa @ hunanas’ (24) ¢, assem, quem pode comprar a cragen, pr ‘exeoa,“¢ovsado, anda que sj cove |. (MARX, tem, idem) 40 se planejar uma acdo, a seguinte pergunta: “O que vou ganhar com isso?”. Exificios que caem e matam dezenas de pessoas por algum tipo de economia na cconstrugo; pessoas morrendo em hospitais por falta de uma assisténcia médica piiblica, etc. Estes so exemplos dos fatos que predominam na atualidade ses valores que regem a nossa sociedade atingem a maioria das pessoas sejam aquelas que ocupam cargos elevados, sejam aquelas que pedem uma ‘moedinha no sinal. Todos querem garantir 0 seu lucro, 0 seu dinheiro, o seu poder. O grande problema é que a sociedade capitalista emprega e estimula a competigo e, nesse sentido, as pessoas se tornam egoistas, uma vez que s6 se preocupam consigo préprias e a intengao primeira é passar na frente do outro, & competir com 0 outro, embora muitas vezes o discurso seja outro. Assim 08 valores que norteiam o agir humano na sociedade capitalista so aqueles que tém cariter de utilidade: “é bom pra mim aquilo que ¢ til”. E tudo isso € resultado de uma ideologia com a égide da defesa dos direitos humanos dos individuos, com a égide da democracia e da liberdade total do homem. Quando nos referimos a ciéncia, a realidade nao ¢ diferente. Ela surgiu ‘como aquela instncia humanizadora e facilitadora da propria sobrevivéncia humana, Porém, com o seu desenvolvimento, verificou-se que ela foi se tor- nando um meio de eseravizagao do proprio homem. Isso tudo porque o centro dos valores deixou de ser humano e passou a ser o lucro, pois 0 conhecimento passou a ser uma étima forma de gerar dinheiro e poder. Neste sentido a ética se apresenta como o grande desafio e espago de articulagao do sentido da vida humana na sociedade contemporinea ~ onde as religides, as tradigdes e a cultura perderam espago — uma vez que ela (a ética) deve ter como objeto e fim diltimo a obtengao do bem humano. O bem, portanto, & 0 que nos faz realizar a “perfeigdo de nossa natureza”. Jé sabemos que o bem humano tem o carter coletivo; individualmente tal principio até pode nao ser aceito, mas, no verdadeiro exercicio da cidadania, deve ser pon- derado pelo executor. Ou seja, estando em convivio social, deverei agir de tal modo que os meus principios e os sociais sejam contemplados a0 maximo. E na sua propria existéncia, nas suas agdes, que o individuo vai conciliar os princfpios éticos gerais com a sua aplicagao pratica, uma vez que a ética ndio oferece regras de conduta para cada acdo. No entanto, é 0 homem quem esta- belece e modifica os seus principios éticos, ¢ 0 homem quem deve conciliar © individual e 0 coletivo. Portanto, cabe a ele proprio buscar novas normas de conduta para superar a barbarie gerada por ele mesmo. E preciso, pois, rever 0s valores que se tornaram invertidos na sociedade contemporanea, uma vez que nela o homem tornou-se meio, ¢ 0 dinheiro e o poder tornaram-se o fim ‘iltimo na vida social dos homens. A partir dessas consideragdes podemos defender a necessidade de uma educagio mediada por uma dimensio é quer seja a educagao formal; quer seja a educagao no seu sentido mais geral O importante é que atinja a obtengiio do bem humano, TEMAS DE FILOSOFIA E DE HISTORIA DA EDUCACAO: bases tevicas @ experienciais $s torieas © experiencia ar REFERENCIAS ARISTOTELES (11). Etica a Nicémaco. Trad. Leonel Vallandro e Gerd Borheim da versio inglesa de W. D. Ross, Sao Paulo: are aulo: Abril Cultural, 1984, CAMARGO, Marculino. Fundamentos de étic: Z : Ee tr6polis, RJ: Vozes, 1999, AneInicy COMTE, Auguste. Curso de Filosofia Positi ‘a. Trad. José ii a José Arthur Giannottie mos. 2. ed. Sao Paulo: Abril Cultural, 1983, (Col. Os Pensadores), HOBBES, Thomas. Leviata ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesidstico e Civil. Trad. Jodo Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva, 3. ed. Si Paulo: Abril Cultural, 1983. (Col. Os Pensadores). KANT, Immanuel. Sobre a Pedagogi igogia. Trad. 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