Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Proposta 1a Qualificação Odécio
Proposta 1a Qualificação Odécio
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
FORTALEZA
2023
O ENSINO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ADAPTADO PARA DISCENTE
COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E DISCALCULIA: UM ESTUDO
DE CASO
FORTALEZA
2023
RESUMO
It is evident in today's society the inclusion of individuals with special and specific
needs in daily activities and in the job market. With this, the professional education of
these people at the university level is, without a doubt, a great social step. However,
for this education to be complete and not just an inclusion required by law, it is crucial
that the student receives an apprenticeship that promotes their academic performance
and meets their professional aspirations. In this context, the issue addressed in this
study is the difficulty of teaching Differential Equations (ED), specifically derived, for
students diagnosed with Autistic Spectrum Disorder (ASD) and Dyscalculia. Thus, the
question that motivated this research was: Do the teaching techniques of Differential
Equations consider the needs of students with disabilities, taking into account their
previous knowledge of mathematics to facilitate the understanding of the contents of
Calculus? With the general objective of analyzing the teaching strategies adapted for
students with Autism Spectrum Disorder and Dyscalculia in the discipline of Differential
Equations with a variable, taking into account their previous knowledge in basic
mathematics. The specific objectives are to identify the pre-calculus knowledge
mastered by the student, indicating their difficulties and abilities, to present the
teaching techniques used in the Differential Equations discipline adapted for the
student in question and to highlight the positive points observed in the teaching
techniques used in the discipline of Differential Equations adapted for the researched
student. Data evaluation was based on Vygotsky's socio-interactionist theory, and on
his ideas about the Zone of Proximal Development, cognitive mediation and the
internalization process. By using the perspective of the Zone of Proximal Development,
it was possible to identify the skills of the participant in this research. Cognitive
mediation helped in the analysis of interventions carried out with the use of signs and
tools, while the internalization process allowed the understanding of the results
obtained. In summary, the Vigotskian approach presented relevant theoretical
foundations on the concepts of development and learning based on social interaction,
which contributed to a coherent evaluation of the learning process through cognitive
mediation. The individual in question is a student of the undergraduate course in
Oceanography at Labomar, Instituto de Ciências do Mar, UFC, who was diagnosed
with Autistic Spectrum Disorder and Dyscalculia. For data collection, the following
resources were used: audio recording on cell phones, unstructured interviews, a field
diary (notebook), printed tests to diagnose basic mathematical knowledge, printed
activities, in addition to observation in the field and individualized follow-up of the
student. The collected information was divided and analyzed into two categories: a
category related to basic knowledge of mathematics and another related to the
teaching strategies used during the ED discipline. The analyzes of the data collected
during the field research showed that the student presented deficiencies in the domain
of knowledge of basic mathematics. This situation may have been caused by the fact
that he was exempt from these classes in the final years of elementary school and
during high school. Even so, it is important to highlight the battles that the individual
faced and overcame, despite his cognitive limitations, to enter the much-desired
Oceanography undergraduate course. He needed to overcome prejudice and fear of
failure to move forward. It can be said that the objectives proposed by this research
were achieved, since the diagnostic tests and the unstructured interview allowed
identifying the basic mathematical knowledge (Pre-Calculus) of the student under
study. Based on the results of the diagnoses, it was possible to guide field observations
and analyze the teaching strategies employed in the ED discipline, taking into account
the student's weaknesses and abilities. Among the tactics employed, it is worth
mentioning, as the most beneficial, the use of the technological resource
WolframAlpha computational intelligence website. This resource was well received by
the student and especially favored the study of analysis of graphs that illustrated the
functions proposed during the classes. In addition, the other teaching strategies used
contributed to student engagement in classes. He showed interest, dedication,
participated actively and by the performance presented in the evaluation activities, it
was possible to notice that there was progress in his cognitive development.
1.INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………………. 7
2.REVISÃO DE LITERATURA………………………………………………………………….. 14
2.1.Definição e características…………………………………………………………………... 14
2.2.Diagnóstico e níveis………………………………………………………………………….. 17
2.3. Estatísticas e causas……………………………………….……………………………….. 22
2.4. Intervenções………………………………………………………….................................. 25
3. EDUCAÇÃO INCLUSIVA E EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL …………................... 29
3.1. Definições e competências…………………………………………………………………. 29
3.2. Primeiras instituições e legislações sobre educação especial e o educação 31
inclusiva……….
3.3. Âmbito escolar para as pessoas com Transtorno do Espectro Autista e a legislação
13.146/15………………………………………………………………………………………….. 40
3.4. Discalculia…………………………………………………………….................................. 46
3.5. Educação especial na perspectiva da educação inclusiva no Brasil………………….. 49
3.6. Os números da inclusão……………………………………………………………………. 56
3.7. Inclusão de pessoas com deficiência na Universidade Federal do Ceará……………. 59
3.8. A Base Nacional Comum Curricular………………………………………………………. 64
4. CONTEXTO HISTÓRICO E POLÍTICO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 68
4.1. Estrutura e organização da Base Nacional Comum do Ensino Médio………………… 71
5. O NOVO ENSINO MÉDIO……………………………………………………………………. 75
6. A BNCC APLICADA A MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS NO ENSINO MÉDIO
6.1. O recurso tecnólogico wolframalpha……………………………………………………… 78
7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA……………………………………………………………… 85
7.1. Aplicações de equações diferenciais na oceanografia e ciências do mar ……………. 89
8. METODOLOGIA………………………………………………………………………............ 90
8.1. Caracterização da pesquisa……………………………………………………………….. 94
8.2. O lócus da pesquisa………………………………………………………………………… 94
8.3. O sujeito da pesquisa………………………………………………………………………. 95
8.4. Delineando a pesquisa de campo………………………………………………………… 95
8.5. A coleta de dados…………………………………………………………………………… 96
8.6. Os testes diagnósticos de conhecimentos prévios (pré-calculo)………………………. 97
8.7. Observação………………………………………………………………………………….. 97
8.8. O diário de campo…………………………………………………………………………… 98
9. ANÁLISE PRELIMINAR DE DADOS E DISCUSSÃO INICIAL …………………………… 100
9.1. Caracterização do sujeito…………………………………………………………………… 100
9.2. Categorização e análise dos dados coletados durante a pesquisa de campo………… 102
Referências……………………………………………………………………………………….. 105
ANEXO A – FICHA DE ANAMNESE (ADAPTADA)……………………………………………. 111
7
1. INTRODUÇÃO
aluno com deficiência em sua sala de aula não podem permanecer inertes e devem
adotar medidas que apoiem suas práticas. Nesse sentido, é essencial que os mesmos
se preparem, ou estejam prontos, para trabalhar com esse novo público.
Além disso, é possível observar que em algumas deficiências os aspectos
cognitivos não são afetados. No entanto, quando se trata de deficiências relacionadas
ao comprometimento na comunicação, no comportamento e na socialização, como no
caso do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e da Discalculia (transtorno específico
do desenvolvimento que afeta a aprendizagem de matemática) que podem ser
diagnosticados em um mesmo indivíduo, os professores enfrentam um grande
desafio.
Conforme Secretaria de Acessibilidade da UFC e orientações com o
orientador, soube existência de um aluno diagnosticado com TEA e Discalculia no
curso de oceanografia do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da UFC, e então
definimos como proposito da pesquisa o desempenho acadêmico, especialmente em
disciplinas da área de matemática e suas disciplinas corretas no curso (Cálculo I e
Equações Diferenciais). Ao saber que o estudante deveria cursar a disciplina de
Equações Diferenciais (ED) em breve, se resolveu conduzir a pesquisa nesse locus.
Além disso, a justificativa para o desenvolvimento dessa pesquisa é o fato do
pesquisador ser bacharel e licenciado em Matemática, professor do ensino superior,
ser pai de criança com TEA e TDAH, membro do NAPNE do IFCE e ser sensível a
questões relacionadas à inclusão educacional. Portanto, suas intenções são contribuir
tanto para o aluno quanto para os professores envolvidos nesse processo
educacional, bem como para outros interessados na área.
Dessa forma, o sujeito do estudo é um estudante diagnosticado com TEA,
mais especificamente com Transtorno de Asperger (CID10) e Discalculia. No Brasil é
difícil encontrar estudos que abordem o ensino de ED para estudantes com
deficiência, como esse, em repositórios nacionais de produção científica, como a
Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e o Catálogo de Teses e
Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES).
Assim sendo, acredita-se que este estudo tenha uma relevância
significativa no âmbito educacional e abra possibilidades para novas perspectivas
sobre a aprendizagem e o ensino para sujeitos que possuam deficiências similares,
podendo contribuir para avanços inovadores na educação inclusiva, ao se tornar uma
10
2. REVISÃO DE LITERATURA
Comportamentos motores:
1. Movimentos motores estereotipados, flapping de mãos, “espremer-se”, corres de um lado
para o outro, entre outros movimentos;
2. Ações atípicas-repetitivas, alinhar/empilhar brinquEDs de forma rígida, observar objetos
aproximando-se muito deles, prestar atenção exagerada a certos detalhes de um brinquED,
demonstrar obsessão por determinados objetos em movimento;
3. Dissimetrias (falta de simetria) na motricidade, tais como maior movimentação dos membros
de um lado do corpo, dificuldades de rolamento na idade esperada, movimentos corporais
em bloco e não suaves e distribuídos pelo eixo corporal; dificuldade, assimetria ou exagero
em retornar os membros superiores à linha média, dificuldade de virar o pescoço a cabeça
na direção de quem chama a criança.
Comportamentos sensoriais:
1. Hábito de cheirar e/ou lamber objetos;
2. Sensibilidade exagerada a determinados sons,reagindo a eles de forma exacerbada;
3. Insistência visual em objetos que têm luzes que piscam e/ou emitem barulhos, bem como
nas partes que giram;
4. Insistência tátil: as crianças podem permanecer por muito tempo passando a mão sobre uma
determinada textura.
Comportamentos de rotinas:
1. Tendência a rotinas ritualizadas e rígidas;
2. Dificuldade importante na modificação da alimentação. Algumas crianças, por exemplo, só
bebem algo se utilizarem sempre o mesmo copo. Outras, para se alimentarem, exigem que
os alimentos estejam dispostos no prato sempre da mesma forma. Certas crianças com TEA
se sentam sempre no mesmolugar, assistem apenas a um mesmo DVD e colocam as coisas
sempre no mesmo lugar. Qualquer mudança de sua rotina pode desencadear acentuadas
crises de choro, grito ou intensa manifestação de desagrado.
Comportamentos da fala:
1. Algumas crianças com TEA repetem palavras que acabaram de ouvir (ecolalia imediata).
Outras podem emitir falas ou slogans e vinhetas que ouviram na televisão sem sentido
contextual (ecolalia tardia). Pela repetição da fala do outro, não operam a modificação no
uso de pronomes.
2. Podem apresentar características peculiares naentonação e no volume da voz.
3. A perda de habilidades previamente adquiridas deve ser sempre encarada como sinal de
importância. Algumas crianças com TEA deixam de falar e perdemcertas habilidades sociais
já adquiridas por volta dos 12 aos 24 meses. A perda pode ser gradual ou aparentemente
súbita. Caso isso seja observado em uma criança, ao lado de outros possíveis sinais,a
hipótese de um TEA deve ser aventada, sem, no entanto, excluir outras possibilidades
diagnósticas.
Comportamentos de aspecto emocional:
1. Expressividade emocional menos frequente emais limitada;
2. Dificuldade de se aninhar no colo dos cuidadores;
3. Extrema passividade no contato corporal;
4. Extrema sensibilidade em momentos de desconforto(por exemplo: dor);
5. Dificuldade de encontrar formas de expressar as diferentes preferências e
vontades e de responderàs tentativas dos adultos de compreendê-las (quando
a busca de compreensão está presente na atitude dos adultos).
Fonte: Ministério da Saúde (2014)
19
Nível 1: exige apoio, pois apresentam déficits na comunicação social, dificuldade para iniciar
interações sociais, dificuldade em trocar de atividade e problemas para organização e
planejamento sendo estes obstáculos à independência;
Nível 2: exige apoio substancial, mostram déficits graves nas habilidades de comunicação social
verbal e não verbal; prejuízos sociais aparentes mesmo na presença de apoio; limitação em dar início
a interações sociais e resposta reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem de outros,
inflexibilidade do comportamento, dificuldade de lidar com a mudança ou outros comportamentos
restritos/repetitivos, sofrimento e/ou dificuldade de mudar o foco;
Nível 3: exige apoio muito substancial, exibem déficits graves nas habilidades de comunicação social
verbal e não verbal causam prejuízos graves de funcionamento, grande limitação em dar início a
interações sociais e resposta mínima a aberturas sociais que partem de outros, inflexibilidade de
comportamento, extrema dificuldade em lidar com a mudança ou outros comportamentos
restritos/repetitivos, grande sofrimento/dificuldade para mudar o foco ou as ações.
Fonte: American Psychiatric Association (2014)
Figura 1 – Quantidade de casos por nascimentos de crianças com TEA nos EUA
e negras. Isso difere do relatório anterior, que constatou uma frequência maior em
crianças brancas do que em crianças afrodescendentes. No entanto, a prevalência em
crianças de origem hispânica ainda é baixa em comparação com outros grupos
étnicos. (JÚNIOR, 2020)
Em relação ao incremento da prevalência de crianças com TEA,
especialistas nacionais e internacionais elaboraram um relatório para a Organização
Mundial da Saúde (OMS), no qual afirmam que o aumento observado nos diagnósticos
de TEA pode ter resultado do uso de táticas mais amplas de sensibilização da
sociedade acerca da importância da triagem e de uma maior atenção dos profissionais
da saúde na orientação das famílias sobre possíveis casos de TEA e seus tratamentos
futuros. (ZORZETTO, 2011) A inclusão de crianças de diferentes grupos étnicos e
raciais foi um fator que contribuiu para o aumento dos casos de autismo,
possivelmente devido aos programas de conscientização. Isso resultou em uma
pequena variação nos números entre esses grupos no último levantamento de dados.
(JÚNIOR, 2020) No entanto, é importante não descartar o aumento real nos casos de
autismo e realizar mais pesquisas considerando esses fatores. Além disso, outros
fatores que podem estar associados ao aumento devem ser considerados, como idade
avançada dos pais, doenças maternas durante a gravidez, mutações genéticas,
nascimento prematuro antes da 37ª semana de gestação e nascimentos múltiplos.
(GIANNINI, 2018)
De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria (2014), também
foram mencionados os elementos que podem aumentar a probabilidade do transtorno
do espectro autista, incluindo: idade avançada dos pais, baixo peso ao nascer ou
exposição fetal ao ácido valproico; além disso, as estimativas de herdabilidade variam
de 37% a mais de 90%, com base em taxas entre gêmeos, e apenas 15% dos casos
parecem estar relacionados a mutações genéticas.
Contudo, ainda há muitas interrogações e indagações acerca das origens
do autismo, o que divide as pesquisas em diferentes áreas, incluindo possíveis
alterações bioquímicas, transtornos metabólicos hereditários e até lesões cerebrais.
(COELHO; SANTO, 2006) Apesar dessas incertezas sobre as causas do Transtorno
do Espectro Autista (TEA), é crucial que intervenções terapêuticas adequadas sejam
incorporadas à rotina desses sujeitos o mais cED possível após o diagnóstico, uma
vez que essas intervenções ajudam a minimizar suas particularidades e a desenvolver
suas habilidades.
24
2.4. Intervenções
mais a situação do transtorno que a criança enfrenta. Além disso, há casos em que os
responsáveis convivem com o preconceito em relação ao diagnóstico, o que impede
que as crianças com TEA recebam o tratamento adequado.
Deve ser enfatizado que o impacto emocional que os pais ou responsáveis
experimentam quando seu filho é diagnosticado com TEA deve ser abordado
imediatamente para que possam aceitar o diagnóstico de maneira positiva. Portanto,
é importante que os centros de apoio aos pais, oferecidos pelo sistema público de
saúde ou pela rede particular, ofereçam um suporte psicológico eficaz desde o
primeiro contato com a família da criança. Além disso, os pais ou responsáveis podem
enfrentar situações estressantes ao lidar com as divergências entre os profissionais
de saúde. Essas contradições às vezes surgem dentro da mesma equipe em relação
ao diagnóstico em si e também em relação aos encaminhamentos para o tratamento.
(BOSA, 2006)
Em relação ao planejamento do tratamento, é importante estruturá-lo de
acordo com as diferentes fases da vida do paciente. Bosa (2006) destaca que existem
tratamentos específicos para cada fase: na infância, é prioritária a terapia da fala,
interação social/linguagem, educação especial e apoio familiar; durante a
adolescência, é importante focar em grupos de habilidades sociais, terapia
ocupacional e sexualidade; e na fase adulta, é essencial abordar questões como
opções de moradia e tutela. Além disso, é fundamental trabalhar a questão da
interação social em todas as fases da vida para pessoas com TEA. A quantidade de
opções de tratamento para o autismo cresceu significativamente, indo desde serviços com
técnicas personalizadas realizadas por especialistas altamente capacitados em uma área
específica até clínicas que contam com abordagens multidisciplinares. É importante
destacar que um profissional habilitado, experiente e com conhecimentos sólidos sobre o
autismo, além de habilidades para trabalhar em equipe e com as famílias, é fundamental
para garantir a efetividade do tratamento.
A escritora apresentou um resumo dos objetivos fundamentais para o
tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos seguintes aspectos:
incentivar o progresso social e comunicativo; aprimorar a aprendizagem e a
capacidade de resolver problemas; reduzir comportamentos que atrapalham a
aprendizagem e o acesso às oportunidades cotidianas; e auxiliar as famílias a lidar
26
Outra forma de assistência é o AEE, que foi criado pela Política Nacional
de Educação Especial para melhorar e orientar as redes de ensino. O AEE é oferecido
de acordo com o PARECER CNE/CEB Nº: 13/2009, Art. 1º, em salas de recursos
multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede
pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins
lucrativos. Para obter esse recurso, os sistemas de ensino devem matricular os
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação nas turmas regulares do ensino comum. De acordo com o
Artigo 2º, o papel do AEE é fornecer serviços, recursos e estratégias que removam as
barreiras à participação plena na sociedade e na aprendizagem do aluno, além de
complementar ou suplementar sua formação. Por outro lado, o Artigo 7º estipula que
os alunos com altas habilidades/superdotação recebem enriquecimento em suas
habilidades por meio de atividades curriculares oferecidas em escolas públicas de
ensino regular, juntamente com intervenções realizadas por instituições de ensino
superior e institutos especializados em pesquisa, artes e esportes. (BRASIL, 2009)
elaborada por dois grupos distintos que desenvolveram suas ações simultaneamente.
De um lado, um grupo composto, principalmente, por profissionais e gestores do
campo da Atenção Psicossocial, defensores da Reforma Psiquiátrica e membros das
ações diretamente vinculadas à política pública de saúde mental no Sistema Único de
Saúde (SUS). Por outro lado, as associações de pais e familiares de pessoas com
TEA, que começaram a criar suas próprias estratégias assistenciais para seus filhos
durante o século XX, devido à falta de recursos públicos destinados ao atendimento
de pessoas com TEA. (OLIVEIRA et al., 2017)
Levando em conta o Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi estabelecida
em 27 de dezembro de 2012 uma lei extremamente significativa, a Lei nº12.764, que
cria a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA, também
conhecida como "Lei Berenice Piana". De acordo com o Art. 1º, a pessoa com TEA é
reconhecida como uma pessoa com deficiência em todos os aspectos legais. No
Artigo 2º, é estipulado o fomento para a formação e o aprimoramento de profissionais
especializados no atendimento de sujeitos portadores de transtorno do espectro
autista, bem como de pais e responsáveis. Ademais, é incentivada a pesquisa
científica, com ênfase em estudos epidemiológicos que visem dimensionar a extensão
e as características do transtorno do espectro autista no território nacional. Ainda, é
acrescido um parágrafo único que assegura o direito a um acompanhante
especializado para sujeitos com transtorno do espectro autista matriculados em
turmas regulares, quando houver comprovação de necessidade.
Além disso, o Art. 7º enfatiza que é dever do gestor escolar ou autoridade
competente realizar a inscrição de alunos com transtorno do espectro autista ou outras
deficiências, e a recusa resultará em uma multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários
mínimos. Em caso de reincidência, após um processo administrativo justo e com
direito à defesa, a perda do cargo será imposta.
Ao voltarmos ao Art. 2º V, a legislação também prevê a promoção da
inclusão daqueles que apresentam transtorno do espectro autista no mercado de
trabalho, levando em conta as particularidades dessa deficiência e as disposições da
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) (BRASIL,
2012). Dessa forma, essa lei garante o merecido reconhecimento e a importância das
pessoas com autismo na sociedade brasileira, reconhecendo suas habilidades e
37
incentivando ações voltadas para o mercado de trabalho para aqueles com TEA.
De acordo com os escritores Santos e Vieira (2017), a inclusão do autismo
como uma deficiência iniciou uma nova discussão sobre como essa população deve
ser assistida em relação às ações e serviços oferecidos pelo SUS, bem como pelas
instituições particulares e filantrópicas já existentes. Portanto, a Lei mencionada
anteriormente foi regulamentada em 02 de dezembro de 2014 pela Lei nº 8.368, que
estabelece, no Artigo 2º, os direitos à saúde das pessoas com transtorno do espectro
autista dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo seus benefícios e
respeitando suas especificidades. Portanto, é responsabilidade do Ministério da
Saúde:
I - promover a qualificação e a articulação das ações e dos serviços da Rede de
Atenção à Saúde para assistência à saúde adequada das pessoas com transtorno
do espectro autista, para garantir:
a) o cuidado integral no âmbito da atenção básica, especializada e hospitalar;
b) a ampliação e o fortalecimento da oferta de serviços de cuidados em
saúde bucal das pessoas com espectro autista na atenção básica,
especializada e hos- pitalar; e
c) a qualificação e o fortalecimento da rede de atenção psicossocial e da
rede de cuidados de saúde da pessoa com deficiência no atendimento das
pessoas com o transtorno do espectro autista, que envolva diagnóstico
diferencial, es- timulação precoce, habilitação, reabilitação e outros
procedimentos definidos pelo projeto terapêutico singular;
II - garantir a disponibilidade de medicamentos incorporados ao SUS
necessá- rios ao tratamento de pessoas com transtorno do espectro autista;
III - apoiar e promover processos de educação permanente e de
qualificação técnica dos profissionais da Rede de Atenção à Saúde quanto
ao atendimento das pessoas com o transtorno do espectro autista;
IV - apoiar pesquisas que visem ao aprimoramento da atenção à saúde e à
melhoria da qualidade de vida das pessoas com transtorno do espectro
autista; e
V - adotar diretrizes clínicas e terapêuticas com orientações referentes ao
cui- dado à saúde das pessoas com transtorno do espectro autista,
observando suas especificidades de acessibilidade, de comunicação e
atendimento. (BRASIL, 2014)
Para elevar o grau de sucesso o número de alunos por turma deveria ser
reduzido, deveriam existir professores de apoio nas respectivas áreas ou
disciplinas, a programação e a avaliação deveriam ser individuais no sentido de
definir quais os comportamentos a modificar e quais as áreas a trabalhar,
assim como para identificar melhor as aquisições e as dificuldades. Deveria
ser elaborado um plano de intervenção adequado ao aluno de forma a
possibilitar um tratamento personalizado e específico, satisfazendo as
capacidades e o ritmo de cada um, havendo o cuidado das sessões de
trabalho serem curtas e o aluno ser encorajado na realização das atividades
propostas. (COELHO; SANTO, 2006, p.30)
de todos os membros que atuam na rede escolar, seja aqueles que trabalham
diretamente com os alunos ou não, incluindo a infraestrutura escolar, a comunidade
escolar e a família do aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou outra
deficiência. O processo de inclusão é amplo e exige cautela na sua elaboração para
não perder o propósito do educação inclusiva. Todos os envolvidos devem se
empenhar nessa construção, buscando conhecimento e suporte necessários.
3.4. Discalculia
Qualquer pessoa que possui tal distúrbio apresenta problemas com tabuadas,
sequência numéricas, dificuldades em distribuir os números em folha de
papel, dificuldade em fazer soma, subtração, dividir e multiplicar, bloqueio em
memorizar cálculos e fórmulas, dificuldade em distinguir os símbolos
matemáticos, dificuldade em compreender os termos utilizados.
Depois de tais eventos, levou muitas décadas até que no século XX, a
incorporação das pessoas com deficiência no sistema educacional brasileiro pudesse
ser observada. Mantoan e Prieto (2006, p. 16) vinculam a inclusão escolar às
50
iniciativas feitas por movimentos sociais mais vastos, que "reivindicam maior equidade
e mecanismos mais justos no acesso a bens e serviços". Sem dúvida, as demandas
provenientes das famílias desses sujeitos e de movimentos em defesa dos direitos
humanos, assim como da democratização do ensino, ajudaram a desenvolver
políticas públicas educacionais que estabelecessem normas e regulamentassem a
inclusão das pessoas com deficiência no sistema de ensino. Nesse sentido, é possível
afirmar que a primeira medida mais eficaz foi estabelecida na Constituição Brasileira
(CB), a lei suprema deste país, aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte em
22 de setembro de 1988.
• Art. 89. Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos estaduais
de educação, e relativa à educação de excepcionais, receberá dos poderes
públicos tratamento especial mediante bolsas de estudo, empréstimos e
51
os quais serão enfatizados neste escrito. Entre eles: o Acordo da Guatemala (1999);
o esquema de Educação Inclusiva: direito à pluralidade (2003); o registro O Ingresso
de Estudantes com Deficiência nas Escolas e Turmas Comuns da Rede Regular
(2004); o Acordo sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006); o Plano
Nacional de Educação em Direitos Humanos (2006) e o Plano de Aperfeiçoamento da
Instrução (PDE) de 2007.
Nesta situação, pode-se perceber que houve uma trajetória extensa,
gradual e constante até se alcançar as circunstâncias atuais de incorporação nos
sistemas de ensino públicos e privados. Para uma melhor compreensão de como isso
se deu, é apresentada de maneira resumida a seguir cada um dos registros
mencionados no parágrafo anterior.
Finalmente, a Convenção de Guatemala (1999), conforme citado por Brasil
(2010, p. 3), foi ratificada no Brasil através do decreto nº 3.956/2001, o qual declara
que:
Contudo, assegurar direitos não seria satisfatório para que os sujeitos com
deficiência fossem genuinamente integrados ao sistema educacional. Para tal, seria
indispensável uma equipe de profissionais capacitados para atendê-los. Em resposta
a essa necessidade, o Ministério da Educação (MEC) estabeleceu em 2003 o
Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade.
Este projeto tinha como objetivo apoiar a conversão dos sistemas de ensino
em sistemas educacionais inclusivos. Um extenso processo de treinamento seria
executado em todas as cidades brasileiras para permitir que todos tenham acesso à
educação, ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) e à acessibilidade,
garantindo assim o direito à escolarização. (BRASIL, 2010)
Contudo, no ano de 2004, o Ministério Público Federal (MPF) emitiu um
documento intitulado: O Acesso de Estudantes com Deficiência às Escolas e Turmas
Comuns da Rede Regular, com o propósito de "divulgar os conceitos e orientações
internacionais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da educação de
estudantes com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular". (BRASIL,
54
2010, p.14)
Enquanto isso, após dois anos em 2006, o governo brasileiro, que
concordou com a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência da
Organização das Nações Unidas (ONU), comprometeu-se a garantir um sistema
educacional inclusivo em todos os níveis de ensino, em ambientes que promovam o
desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de plena inclusão e
participação. (BRASIL, 2010). O país foi encarregado de implementar medidas para
garantir que:
Em 2008 foi instituído o decreto Nº 6.571, que trata sobre o AEE, o qual no
seu Art. 1º decreta que:
Fonte: Elaborada por Deed/Inep com base nos dados do Censo da Educação Superior
Ceará (UFC). Isso pode ser constatado ao analisar as informações sobre ingresso na
graduação disponíveis no site da Pró-reitoria de Graduação. Durante a Chamada
Regular do Sistema de Seleção Unificada (Sisu 1º/2018), que implementou cotas para
pessoas com deficiência pela primeira vez, um total de 131 candidatos com deficiência
foram admitidos na UFC. Entre eles, a maioria (61,07%) apresentava deficiência
física, com um total de 80 estudantes. Além disso, havia também estudantes com
deficiência visual (28), mental (13), auditiva (8) e múltipla (2). (UNIVERSIDADE
FEDERAL DO CEARÁ, 2018)
O Ensino Médio no Brasil foi sempre tão negligenciado que somente a partir
74
(MOURA, 2020)
E quando falamos em Matemática e suas tecnologias podemos notar a
grande cobrança exigida tanto para os estudantes como para os professores,
transformar essas competências em atividades práticas na sala de aula, não é nada
fácil, ainda mais quando não se tem uma estrutura adequada como é a realidade da
maioria das escolas brasileiras, para além de um bom prédio, ressalta-se a
importância de um laboratório de matemática, formação continuada para os
professores, acesso à internet, objetos onde os alunos consigam acompanhar a
medição de ângulos, volumes e área não mais de maneira abstrata, por exemplo.
Esse tipo de incentivo seria bastante atrativo para professores, e especialmente para
os estudantes que possuem poucas afinidades com a área da matemática ou que
pensam em abandonar a escola por não acompanhar o conteúdo, porém, as escolas
ainda tentam conseguir tais matérias e isso não acontece da noite para o dia.
Uma das grandes contradições nas políticas educacionais no Brasil, por
exemplo, é a Emenda Constitucional 95 onde reduz de forma drástica os
investimentos em educação por 20 anos, e essa Emenda Constitucional foi aprovada
no mesmo contexto da implantação da BNCC e do Novo Ensino Médio, onde as
escolas necessitam reestruturar seus currículos, ampliar carga horária e passa-se a
exigir mais do trabalho do professor. (JUNIOR VAIRÃO; ALVES, 2017)
Observa-se que ao passo que a Base Nacional Comum Curricular
apresenta aspectos positivos para os processos de ensino-aprendizagem na área da
Matemática e suas tecnologias, tais como um ensino mais reflexivo, contextualizado
e o uso das tecnologias digitais, percebe-se que alinhado a isso que não houve de
forma paralela formação técnica e pedagógica dos professores, reestruturação dos
espaços físicos e equipamentos nas escolas, além de se observar, a partir dos autores
trazidos neste texto, o alinhamento da BNCC com os interesses em mercantilização
da educação, ou seja, da educação como uma mercadoria, quando o seu texto final
foi fortemente influenciado pelos empresários e não pelos intelectuais e profissionais
da educação, aqueles que fazem a escola funcionar e acontecer em seu dia-a-dia,
que conhecem verdadeiramente os desafios, necessidades e possibilidades da
educação nacional.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) dividiu a disciplina de
Matemática no Ensino Fundamental em cinco unidades temáticas: Números; Álgebra;
Geometria; Grandezas e Medidas; e Estatística e Probabilidade, que estão
81
7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
• Predições das marés, as quais são calculadas através da equação das marés
que envolvem uma série temporal de dados;
• Correntezas das marés, para saber os efeitos das marés na costa marítima;
• Circulação termohalina que é produzida pela diferença de densidade de água
do mar;
• Coeficientes de marés que indicam a amplitude da maré prevista.
alunos conseguem associar os assuntos com circunstâncias práticas, que possam ser
experimentadas em sua trajetória laboral, o grau de engajamento é ampliado,
resultando em uma apreensão mais efetiva dos saberes abordados. Assim sendo, as
aptidões desses estudantes são aprimoradas de maneira mais ágil.
Ao se adotar uma outra perspectiva em relação a essa questão, evidencia-
se que a investigação conduzida por Catapani (2001) apresenta uma visão distinta
desse fenômeno, na qual a colaboração entre docentes de matérias específicas do
programa em conjunto com os professores de ED pode favorecer uma abordagem de
ensino que destaque as atividades relacionadas à aplicação dos conceitos do cálculo
no contexto do curso em que o estudante está matriculado.
Frente ao cenário discutido, é relevante ressaltar a significância das
relações sociais, preconizadas por Vigotski, na dinâmica de ensino e aprendizagem,
conforme enfatizado por Barros e Carvalho (2011):
8. METODOLOGIA
8.7. Observação
Uma vez que o diário de campo é o registro dos fatos verificados através de
notas e observações, nele o pesquisador deve registrar com exatidão e muito cuidado
as observações, percepções, vivências e experiências obtidas na pesquisa. Também
são registros do diário de campo as impressões pessoais sobre as ações
desenvolvidas na pesquisa. (BARROS; LEHFELD, 2007)
97
Anteriormente, aos 4 anos foi levado a um psiquiatra, pois a família o achava inquieto
e diferente dos outros, porém todos os exames deram normais. Entre 8 e 9 anos, a
mãe foi pressionada pela escola a procurar ajuda especializada, mas somente de 9
para 10 anos foi que começou a procurar psicólogos, psiquiatra, neurologista, dentre
outros, pois até então, pensavam que ele era só “diferente”, com hábitos estranhos.
A mãe recebia reclamações da escola em relação ao comportamento do
filho com frequência. Ele vivia sendo retirado de sala e da escola por agressividade
e/ou não aceitação de regras. Discutia com professores quando não aceitava o
argumento de alguma coisa. Será que o discente se sentira acolhido pelos colegas,
pelos professores e pela escola? Ou será que esse comportamento estava
relacionado a sua deficiência? A escola estava preparada para lidar com essa
problemática? Esses são alguns dos questionamentos que podem ser feitos, porém
não se pretende respondê-los, neste texto. Entretanto, são reflexões que devem
ocorrer cotidianamente na atuação profissional de professores e professoras para que
seja possível tornar o ensino humanizado.
Dos 11 aos 15 anos, o sujeito objeto da pesquisa foi acompanhado por um
psicopedagogo, e concomitante, dos 10 aos 15, por psicólogos. Fez o ensino
fundamental, anos inicial e anos finais na rede particular de ensino. “Estudou”
matemática até o 4º ou 5º ano, depois do diagnóstico de discalculia, foi liberado das
aulas de matemática. Quando chegava a hora da aula de matemática o mesmo ia
para biblioteca. Isso durou o restante do. Enfatiza-se, que essa é a versão
apresentada pela mãe do sujeito em estudo. Não se pesquisou junto às escolas para
realizar o confronto de informações ou obter justificativa. Portanto, não se pode
expressar aqui se isso é algo comum nas escolas ou se foi um caso isolado.
No ensino médio cursou Mineração numa escola pública profissionalizante.
Nas disciplinas que tinham cálculos como física, química e matemática faziam
trabalhos em grupos. Os professores dessas disciplinas exploravam com ele só a
parte teórica.
A mãe afirmou que o filho tem aversão a cálculos, e que não consegue fazer
contas simples.
Expos que o filho:
É ciente das limitações que tem, mas, muitas vezes, quer fazer como os outros
fazem, ou seja, quer ser igual a eles. Não gosta de ser tratado como criança
e fala tranquilamente do fato de ser Aspeger. Fica muito inquieto, nervoso às
100
vezes quando não entende o que falam ou não se faz entender. (MÃE DO
DISCENTE, EM FICHA DE ANAMNESE, 2019)
tal, de modo que, uma determinada resposta fique apenas numa única categoria.
Essas categorias organizam e facilitam a análise dos dados em direção ao problema
em estudo.
Portanto, definiram-se, duas categorias em conformidade com objetivos
específicos. Dentro de cada uma delas, foram listadas subcategorias com o
propósito de sequenciar e delimitar os assuntos abordados nos encontros e
observações, de mediações pedagógicas. As denominações dessas, estão expostas
no Quadro 1.
REFERÊNCIAS
BERNARDI, Jussara. Discalculia: o que é? Como intervir? São Paulo: Paco Editorial, 2014.
BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília, DF: MEC,
2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 25 jul. 2019.
2010.
CATAPANI, E. C. Cálculo em serviço: um estudo exploratório. Bolema, Rio Claro, ano 14, n.
16, p. 48-62, 2001.
D‟AMBROSIO, Ubiratan. Educação matemática: da teoria à prática. 23. ed. São Paulo:
Papirus, 2012.
GERHARDT, Tatiana Engel et al. Estrutura do projeto de pesquisa. In: GERHARDT, Tatiana
Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
2009.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2007. GIL, Antônio Carlos. Método e técnica de pesquisa social. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
HOROWITZ-KRAUS, T. Can the error detection mechanism benefit from training the working
memory?: A comparison between dyslexics and controls - an ERP study. PLoS ONE, v. 4, n.
9, e7141, 2009. Disponível em: https://www.cincinnatichildrens.org/bio/h/tzipi-horowitz-kraus.
105
INEP. Resumo técnico: censo da educação básica 2018. Brasília, DF: INEP, 2019.
Disponível em: http://portal.inep.gov.br/informacao-da-publicacao/-
/asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/document/id/6386080. Acesso: 16 jun. 2019.
INEP. Resumo técnico: censo da educação superior 2017. Brasília, DF: INEP, 2017.
Disponível em: http://portal.inep.gov.br/informacao-da-publicacao/-
/asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/document/id/6725796. Acesso: 8 maio 2019.
LACHINI, J. Subsídios para explicar o fracasso de alunos em Cálculo. In: LAUDARES, J. B.;
LACHINI, J. (org.). Educação matemática: a prática educativa sob o olhar de professores
de cálculo. Belo Horizonte: FUMARC, p. 146-190, 2001.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér; PIETRO, Rosângela Gavioli. Inclusão escolar: pontos e
contrapontos. São Paulo: Summus, 2006.
MATOS, Leozart das Silva. Compreensões sobre derivada e integral com o uso
de um cas on line: um estudo com alunos do terceiro ano do ensino médio. 2015.
154 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Matemática) - Instituto de
Ciências Exatas, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2015.
MINAYO, M.C.S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 15. ed. Petrópolis: Vozes,
2000.
REIS, F. S. Rigor e intuição no ensino de Cálculo e Análise. In: FROTA, M. C. R.; NASSER,
L. (org.). Educação matemática no ensino superior: pesquisas e debates. Recife:
SBEM, 2009. p. 81-97.
ZUIN, E. S. L. Cálculo: uma abordagem histórica. In: LAUDARES, J. B.; LACHINI, J. (org.).
Educação matemática: a prática educativa sob o olhar de professores de cálculo. Belo
Horizonte: FUMARC, 2001.
108
I - IDENTIFICAÇÃO:
II - ANTECEDENTES PESSOAIS:
a) Concepção:
A criança foi desejada?
Observações:
b) Gestação:
Como a mãe estava emocionalmente?
Teve complicações orgânicas?
Em que mês:
Traumatismo, queda ou alguma intercorrência durante a gestação:
109
c) Parto:
Maternidade:
d) Desenvolvimento:
Alimentação:
Lactência materna?
Mamadeira?
Quando iniciou:
Quando deixou?
Como aceitou alimentos sólidos?
Quando nasceram os primeiros dentes?
Tem problemas de alimentação atualmente?
Quais?
Qual a atitude da família?
III – SONO:
Onde dormiu desde o nascimento?
Quando?
Observações:
IV – CONTROLE DE ESFÍNCTERES:
Quando deixou as fraldas?
Observações:
V– LINGUAGEM:
Quando começou a falar as primeiras palavras?
Quais foram?
Problemas de fala:
Quais?
Desde quando?
Qual a atitude dos pais?
Observações:
VI – SOCIABILIDADE:
Em que idade o bebê começou a interagir com a mãe?
Com o pai?
Quais?
Observações:
Tem amigos?
Que idade?
Observações:
VII – SEXUALIDADE:
Manifesta curiosidades sexual?
Teve orientação?
Qual idade?
Observação:
Chupava dED?
Qual idade?
Observação:
Quais?
Tiques?
Observação:
IX - DOENÇAS:
Doenças infantis (quais e em que idade)?
112
Desmaios (idade)?
Qual?
Qual?
Observação:
X – TRATAMENTOS:
Anteriores (todos):
Atuais:
XI - ANTECEDENTES FAMILIARES:
Doenças na família?
XII – ESCOLARIDADE:
Que escola (s) freqüentou?
Quais?
Qual o comportamento?
Observações:
113
Mãe:
Por quê?
XV – AREAS DO CONHECIMENTO
Qual?