Você está na página 1de 10
a analise da ARQUITETURA TERCEIRA EDICAO. Simon Unwin éProfisoe de Aniterara na University of Dundee, na Esocia. Ele ji morou na Gri-Bretanka e ma Aut trilia, lecSonow cpalestrou sobre mia obra na China, em Inrac, na Ladi, na Suc, na Tunguta ¢ aon Exados Unio. A selevincia internacional densa obra indicada plas tradacies de Amalie de Arquittore nox idiomas chinés japon, core zm, pen eespanbol e por sma soy em comme de apuiteror damn ino. Oe ‘Bw Ss U623 Unwin, Simon. A anil da arquitetura recurso cletninico] Simon Unrvin + tradugio tcnica: Alesandre Salvaterra. = 3. ed. = Dados cletriicos.— Porto Alegre: Bookman, 2013. [Editado também como livra impressa em 2013. ISBN 978-85-65837-81-1 1. Anguiterura. L Tilo, cpu72 ‘Conalogacio na publicagio: Natacha Helena Franz Happen = CRIS 10/2150 A arquitetura como dentificacao de lugar yara que pascamos passar i anslise deralhada de algumas dat esratégias con ccctuais da arquitetura, é necessirie estabeleser uma espécie debase com re- lagso & nanereza da anquiceru “Antes de pasarmos 20 "come", precizamos cxaminar beevemente oe qué” «0 "por qué! rat” e“por quea fazemos?”, ‘Aperarda asta bibliografia sobre arquiterura, cuadefinigio exeus objetivos nunca foram determinados, Hii muita confusio © discussie accrea desis ques que éaarquizette tees oque Fertranho se considerarmorque.s anquitetura é uma atividade humana liseralmente tio antiga quanta as Pirimides. Embora a perguntao que extamos fazendo quande fazemos arquiterura?” pare;a simples, nio ¢ ficil respondé-la. \Virias maneiras de responder a tal pergunta parecem ter contribaide para 1s confiesio, Algumas delas extio relacionadas & comparacio da anquitetra com ‘outras formas de arte. A anguitetura seria apenas escultura — a composigia tri- dimensional de formas no espaco? Seria a aplicagso de consideracies extéticas 3 Forma das edlificages ~ a arte de embelezi-las? Seria a decoracio dasedificagies? A introducio de significade pottico nelae? Seria a classficario das edificariexde acordo com determinado sistema intelectual = classicism, funcionalismo, pése modernism? Poderiamos responder “sim” a todas exrat perguntas, max nenhums delas parece fomccer a explicagée mudimentar da arquiterura de que precisamos. Todas patecem aludir a uma caracteristica eepecial au preacupagaa “superestrutural”s po entanto, aparentemente deicam de lado uma questio central que deveria ser mais ébvia. Para os objetivos deste livro, precitamos de uma compreensio muito bisica e acesivel da narurera da arquiterura, uma que permits que aqueles qocac envolvem comela ssibame que extio Fazenda, “Talwes definigio mais ampla da arquiteruraseja a que encontramos com frcquincis cm dicionitios: "a arquistura ¢ projetar edificagSes™. Nio pademox iacordar dessa definigio, mas cla também aio sjuda mui, jd que diminsi @ conceita de anqaiterura aa limicido 20 “projetar edifcacdes. Embora aio axja necessitia fixislo, tendemor a ver "uma edificacso” coma um objcto (coma sm ‘ato ow um isqueime); todavia, ela envaive muito mais que o projet de objeto. [Uma maneira maicscl de compreender 3 anquitetura pode advir izonicae mente ~da moda como a palavra é usada com rlacio.a outrasformasde arte, em ‘especial, a mica, Na musicolagis, podersechamar de “arguierura” de uma sine Fania organizagio conccitual de sass partes em win tox o aja, mia estrara inmelecrual £ estranho que palsvra raramente wja sad nese seneido com rela- (cio 3 arquitetura propriamente dita. Neste liv, exea seri a definicSo primordial de arquitetura. Aqui, 2 arquitctura de uma edificagio, um grupo de edificagies, 220 Awiuise pa Anquererum. Fm ure acampaomcats ns praia, ademas replica ¢anualzar as. arb anguitersuicas de sera func pré-bicdica que ria wo ler de maradis. A fguinaévcenareecambte ‘odngar para cesinhor Ue parabrisa proceg 0 foe do wcute funciona come far pecan gmp dam lngar para guardaro corabuaine cade no fogs, enguente 0 pors-malae de car sere de depcit de comida. Fld ‘egares para semi , se gquisermas pasar ote seam neces came. So sw “hagas” hts de we case ob aes des paredes oa eben. uma cidade, um jardim, crc egd considerada su fe crncioual. sia co sruura intelectual. Tal definigaa de arqutetura pode ser aplcads 3 todos 0 pos de exemplar desde simples edificagdesrésticas até coajamos urban formais, pasuada por edlificios piblicesprandiosos. Ermbora era sea uma mania iil de compreendera anguierars enquanto atividade, nio responde3 questio do objetivor =o "pomgut” da arquiterura. Aine da que pateya ser mais uma pergusta Timportanic”« complicads, navamente hi tama respons de nivel radimentar quesjuda a determinar parte do qe buseamor aleangar ao farer anqitetura. Ao proctrar exe rexsposta, augerr apenas que 0 chictive da arqutetura "projets edificayées” consiate, ais wma ve, Zimmatis- faxSri; em parte, porque suspetamac que a arquiterura envalva bem mais que inane, em part, porque is simpheamente transferee problema da compreensio dla palavr arguiterara para palaveaedifcao. Para encontrarmos uma tesposta, reremos de esquecer a palavta edifcaro, neste momento, e refletis sobre camo 3 arquittura tere inicio no passade remote Imagine uma familia peé-hieériea chepando a uma paisagem intocads pela atividede humana. Decidem parare, quanda a noite se aproxima, acendem ama fopucira. Ao fazer ino, ado importa se pretendem fcar ali permancntcmente ou apenas uma noite, ele extabelecem um lager. Naquele incrante, a fogueira & 0 centzo de suas vidas. A medida que desempenham as tarefaxdo dia a dia, criam sais lugares, os uss complementam a fagucita: um haar pera armaazenas com- brasive; um lugar para sentar; um lugar para dormir. E possvel que cerquem cscs logares ou que woem ima cobertura de flhas pasa proteger o lugar onde dormer. A partis da exolha do verreno, eles deram inicio i evoluso da casa; co= smegaram a organizaro mundo ap seu redor em lagares que usam para diferentes fins, Comegaranma fazer anuiterar. Podemos explorare istar melhor a idela de que a idenificare de gar esti no nich geradar da arquitetura Para tanto, ponsvel pensar na arquitetara ‘Faxromeraerfinguagem, mas como algo que is vezes se porta come tal. Pode scedizer que o lager repretenta pane angueturaaquil cue cgnificade represen te para Enguagern. © significada é a Foro csscrcial da ng uagess o lugar fengio emencial da arquicerara. Aprender a fazer arquiterura pode ser parecido com aprendera usa a Hing agem. Come alinguagem, a anquicerura tem padatecs c arranjor em combinagiex composes diferentes, conforme at crcunstincis. A anquiretuna como inenriricagio we LuGa — 23 oR, Aang ed damente aad cia ie Ben: smi [ese tment kr re asapeeoraie Ce ase sprigs celina a. sap maar sate de pn es septs cos tearing Erguegnecnl it femsdican orl hoe ingee get ployee veges abe psoas psp venir eae pcos tool fo conte de ama psu ou cq padre dort came propa nus eens fake meme rangineuns depends cone buigio de muisos, A nogat de arguitetusa coms isntficagior de lugar reforgs o papel indispensivel que ta dein quamie o projreea de am nels Eno que cabe ao projerista,é importante quc os lugares sageridos excjam de aconle com os hagares usados, mesmo que nse ve emp. ‘Acchamada arquitetur “tradicional” ex cheta de hagares que, por mio da familiaidade edo uso, passram a combinar muito bem com 25 percepgics Cex ppectativas dos umuirios. A thutragso desta pigina mostra ‘campo galesa (fi feito-um corte na parimenta saperinr pars apretentare cimor do dandar de cima). Os higares apacentes podem ser dirctamente comparades ‘com or do asampements na praia mostrados na pigina amterioe. ( fogo continua seado.o centro ¢o higat para corns, embora agora haf também um forno =a ppequena aberrara em arco na parede lateral da lareira. © “armatio™& exquerda da figuraé, na realidad, uma cama embutd, Hi mais uma camano andarde cis, posicionada de forma a apeorcita © ar quente que sobe da lacira Sob essa cams, Fei em higar para rmanenar e aecar catme. Existe wim aunt direita da lareina {e um tapetinho para o gato Nese cxemplo,diferetemente do acampamento na praia, todos cscs lagares so acomodados dentra de um “recipintc” a parcdes fe cobertura da cara como um todo (que, quando vista de fora, wansformarse «mum identificader dolocal de mancica diferent), Embora ainguém apareca 20 sdesenh, cada lugar mencionado ¢ percebido em termos de elagio cam © use, terior de uma casa de Pademaecompansy »inerar dome cass de camps gals com a acancpanicua nt (Praia da plgina anceio. Os Ungar ds ‘acumpamense ma praia fran rapes de qualpecr cise, um prada da vids Para mais nforars sabre caer de camps gleene Royal Commision an Ancient ‘dnd Historical Monumene in Wales — (Glamargea: Farmibesesand Castaps, 1988. 24 Anduse pa Anquireruns 2 ocupasio, 0 significado, Projetamas pesioas, ou 4 nés mesmas, nos cmodor; sob 2s cobertas da cama, corinkando ao fogio. conversando pero da Larisa This lugares ado sia abstrayics come as que encontrames em utr ates: io patte inseparivel do munda real. No nivel eudimentat, a arquirerura nao lida com abstragdes. mas im com a vidacamo cla ¢vivida, exe poder fundamental Eidensificar rm hugae (O lugar é condigso sine que non da arquitenra. Néx noe relacionamos com ‘0 mundo por meio da malian fia pelo gar Situanos é um requisto 4 prior para a nossa exsténcia, Ser implica estar em um lugar expecifico em um momento _especifica, Estamos constantemente nor pasicionandar teres nog de nde estar more dasoutros igares a9 nosso redor:ponderamns aonde podemes i ex seul Sentime-nor conforciveis quanda extamas inseridos em wm Iigar: ix cama; m uma poltrona em casa. Sentimoxnos desconforives quando esamasno higar ert so (na hora cada): no campo durante uma tempestade: vexponhosamente eapesies ‘em um evento social: penlidos em uma cslade desconhecida. Fra nose vidas, ou -ealelecemas legates para di mesmor ou otra extabelecem para ns. Brine mos, constantemente, de nos situar com relagda dt cosas, Bs pessoas, Bs Forgas da sutureza. Sejam simples ou complesos, of lugares nos acomodam. acomodam 21 coisas que fazcmese os nossos pertences: els cram as extruturas nas quas exis mot ¢ agimor. Quando funcianam, dervelam 6 mundo pars nds; ou nés entende- soso mundo, no scatido sco e pscakigica, por mci delex Aqueles que orga ‘tam o mundo (ou parte dele) cm lugares para eves tim muita responsabilidad. ‘As condigées da arquitetura ‘Ao tentar entender os poderes da arquiterura, precisamos estar cientes dat con+ dicSes em que eles sc aplicam, Embora scus limites nie possam scr definidon, edevam, talves, se revstos sempre, a arquiteruta nao é uma arte mental livre. Exceruandosre, por ora, agueler projetor de arquiterara feito como propostas conceituais ou polémicas sem intencio de serem concretizadas, os processos de snquiterura aplicamce em (ot wobre) um mundo real com carscteristicas resi grividade, a terra eo.céu, volume eexpaco,o lima, a pascagem do tempo, etc. Ax sted angers icons om in an gt me pitas a ‘Além dso, a arquitcuraé realizada por para pesous, que tim accessidae dese desejos,crengas caspases: que tim sensbilidades emércasafetadas pela seneagsode calor, ato ofao, som, bem como por estimalos pessoa: ue fazer ccnisas © cujasatividades tim exigéncias prieicasy que veem sentida © significado ‘no manda 2a sew redoe. ge i seam ean de cif gle isi Toe ne serra, Anim como os idiomas do mundo tim caractersticas em comm ~ vocar halo, esrruturse gramaticaie, ec. 2 anquterura também tem seus elementos, padiese etrururas (sca cintlecruas) Embora nia tio aberta a rompantes de imaginagia quanto outras artes, 3 anquiterara rem menos limiter. pintara nao preccslevara gravidade em conser ‘asia: misica predominuntemenc audiiva,Todavia, a anyuitevara ao ¢ condi ‘onal pelos limites dew moldurs; nemise resume s um sentido. A anpiteturs vem sido consblerala, deude a amsiguidade, amie" dx ates. Enquamto a misica, 2 pinturae esculuracastem separadamente ela ve, em una zm transcendent special, arguitetursincorpora a vid2 As pesnas eas aiidader so um cos pooente indispensivel da aguitemra, alo apenas eomo expectadares 2 entree, maxcomo conribuints ¢participantes, Pimores, ecultors © comportarcs is v= et queixamine de que seus espectadores ou publica nia veer ou: ourem mi arte como fol caneebida, ou que cla ¢inerpretada ou cxibida de forma que afetam seu sariter inate, Pam, eles tim contale sobre a esséncia de sua obra tl exséncia sei, de cerea manera, hermetcamente coniilano objet: a parira de uma mie sica,axcapas de um lire ou a moldarade wm quado. A cssncia da anuietura€, or aura Ido inoenciada pelos peaoas culate acomods Aaarquiverars tem sida comparads cara @ cinema sama forma de arte que incorpors pesoas hares ages no tempo. Cantude, mesmo nocinema, je direwr esti no controle da exéncia de objeto arstco, pois conerola x tama, 0: cxnitios, ot ingulos da cimera, 0 rceir, etc, 0 que:nio o caso da anquierara. ‘Além disse 1 concretizagio de obras de arguitenua geralmente depend de parrocinia. Or produtos da anquiterura — seam edificasées, paitagens, cide des caigem recursos Financcizos substanciais. A obra tendea satiafazer 0 descja sdagucles que tém accaso ans recursos acceastics ou @ controle sobre eles, para dar saporce 3 realizacia. les decidem o que seré constraida ¢, com feequinci, flucnciam sua forma. ‘As condigées com as quais pademas abardat a anguitrura sia, portanta, complex, talvex mais do que em qualquer outra manifestagio aestica, Hi as ‘condicSes finicas impostas pelo munde natural «suas forcas: espaca c wolime, tempo, grividade, cima, lux Hi ar condigSes imposas par aqueles que usm 26 © AwAuise oa Anquereruna in impor gut compecee sei pea reformat finde, ara pe cme coma ple ron (Pars be was day bande pas maar Aa fants, vac mabelice ue lugar. ‘Mero dip de radon» inet teucsrpe poe, deatifcandes pe came sun asente, 2 agar onde ocd seu. cs produtos da arquitetura c aqueles que pagam por elex. Também hi ss cone Ta BONES mate waiver Palos tnteragOc de seres humanor tanto individualmente quanto em sociedade. A anquiterura esti, inevitavelmente, cob co deminio da politics, cm que nio hi direitos indiscutiveis, mas hi muitos ros dliseutives. © mundo pode estar organirade conceitualmence de madorinfiita- meme distimos.E, assim como existem mits rligides e muita Flosofas pole ‘ican exstem insimeras Formas diferentes dewsara arquitetura. A organizacio €a dlisporigdo de hagares sso to importantes paraa manera coma a pessoas vive c inceragem quc.a0 nngacda histéra, acabaram sc rornanda cada vex menos ma queso de ates fre e esto cada vex mais uetas 20 controle politica “As pessoas constroem Ingares (ow acupam higares canstruidor para elas) conde podem farce as cosas que costumam fazer higares para comer, dormir, compra, reat, disci, aprender, armanenat artigos, ets. O'mada come at pee seas organizam seus lugares evtd relasignado As suas crengas sophragies, sa “Fie Ede aia come avai de mats ¢ anquietnrs abe ‘em nivel pessoal, em nivel social e cultural; e entre diferentes subculturas densro dewma soiedade. Em geral, o uso da arquitetura que prevalece situa questio de poder = politico, Financeita oa ndicacio, argumento. persuze aor UTancamento de um projeto de acordo com condiges como cssas é uma aventura que estd an alcance apenas dos corsjosor. Uma definicao de “lugar” [Ems 1982, 20 falar para 2 Architectural League era Nova Vark, o arquiteto Vie toro Gregett disse: "O ate tecinice primordial nie €cahens primiti, mas a smaraagie do rls” Mas arquitewrs comeca antex dizo: comega com 3 motivae c#o mental de deixar uma marca, como dexjo de idenificar wm “Lugar” ¢ uma palzvraque, como muitas outras tem signficadas rariiveis, Com fequénca, 20 se disci aruitevara, el usada no rem sugerido por cota frase: "Nowa York (ou qualquer outro local) é um aga: tem win aspecto vie ssal particular, queconsiste ma akura dos edificios, ma escalx no lésute daz as, sot materisis usados na conserui. ma formas enos detales de portasejanelas. xc.” oom aconsequentcimplicario de que anova arquitetura pode estar relacio- ads, de algum moda, Squele axpecta tio arraigado— seu genius Inet). A palavra é uslzada de maneiea diferente, mais rudimenta, neste livea, Essa utlizacio pode ser ilsttada pelos pasos: A amguireruns como inewristeagio pe Lucan 27 + Imagine que vocé estd em um campe, Apenas com um olhar, excalhe um ‘ponte especifica no terreno. Neste olhar, vcd estabeleceu — mesmo que apenas mentalmeate = um lugar. “Lugar” é onde a mente toca mando. ‘Talver voce veja tal lugar come um local possivel para se acomadar ou 20 ‘menor descansar um pouco. ‘Talver associc ex lugar a uma eaperiineia expecifica ~ passar dos raios de sal de um campo para ax sombrarde uma floresta = ou talvex com devermi+ nado conjunto de emogies=uma sensacio de par e seguranca. © Vocé decide mudar esce hagar, ralvex apenas ecupando-o ou ainda remo- vendo 2 vegetacio ou as pedrat para definir uma irea no sol. Em seguids, constréi um muro aa redor de tal drea, om um circule de pedras, uma pe- quena casa ouum templo. Um “lugar” extabelecide por uma configuragio de elementos de ar- (quitetura que parecem (conforms o que os sentides informam &:mente) acomodar ow oferecer a pessibilidade de acomodag.to para uma pessoa, um objeto, uma atividade, uma atmosfera, um espirite, um deus. Quando ext em sau interiog, or limites le sus rea ~ 9 muro, @citealo de pedras, mua casa =definem voc# na seu lugar; ou, no casa de um rermplo ppequena,definem o espitita ou deusern seu lugar. “Lugares” fazem sana mediacio entre a vida e 0 mundo mais amplo— + Mesmo fora dele, vocd sake onde estd com base em seu lugar. Ao identificar “lugares” « orgamizivlos, ¢ possivel entender 0 mundo onde vivemas. (Os Tagares a6. matris expacial da vida que acomodam; eles orquestram oss experiéncia do mundo cadminiscram nosas relagécscom outras pex soz, nosso ambiente, noses deuses. Dessa forma, mudaros o munda (ou, no min imo, Esses passos ihastram uma forma de entender ‘aspecto visual. Trata-ae da “lugar” como consequén: vel, do fato de extar no mundo. A arquiterura concebida e experimentada camo identificagao de lugar organiza a nossa vivincia no mundo. £ possivel analisare ‘compreender lugares camo Nowa York desea mesma mancira(tssim como em tet~ mosde aspecta visual aparente), mas iso exige uma investigacio mais profunda do modo cag vida ss mistura com Sespase gus osupa (lus. ne tempol me- diada pela arquierura (organizagio do expaco) de seus cémodor e ruas, pragat € patios, eniradasejaneas, excadase calc, Invcra,altates, meas. uncon ef. O projet da cst acima— 4 Case Mall (1236-37), prejeiads por Hans Scharoua— someon com devise de onde psiciowsr 0 sof (mercado com wom porto) na serene. 28 Anduse oa Anquereruna “Vocabuldrio”, “sintaxc” ¢ “significado” Aanalogia entre arquiretura ¢ linguagern pode auriliar na comprocnsie da pric tea de arquiterura, Para usar 2 linguagem, pegamos palzvras (vacabulirio), as organizamas de acordo com determinados arranjas (sintaxe} em “sentengas" €, talvez, transmitimos mensagens (significado) para terceirws ‘Algo parecide seantece quanda praticamos 3 arquiteturs: ax elementos 3t- ‘quiteténicos hisicos (parede, cobertura, porta, etc} listados no capitulo 2 seguir ‘sonstinuem 9 equivalente ao vorabubirin: x manciras como podem set oxganica- dos, ilustradas nos capitulos posterires, constieuem o equivalence 3 sintaxe; € 8 “lugar” feonforme recém definido) ¢ ocquivalente ao signficada, Logo, rtornane do aa caso das das paredes paralelas na praia: casa parede é uma "palavea’s sua lorgsnizacio paralela consti a “sintaxe” ds composicio (“eentenga"); € 0 rexul ‘ado a identificag3o de um “lugar” (a “mensagem” transmit pela “sentenca”) ‘Como ocorre com todas a+ analogias,€ importante que no exageremox nessa comparacio entre a linguagem ¢ aanquitetura. Axparedes nia sio palaveas, nem vice-versa (exceto, talvez, quando escrevemos "ENTRADA PROIBIDA" em tum portio). Basta sugerir(inda que de modo impreciso} que. 2tsim coma use mos a linguagem = compondo palavras em sentencas. de acordo com a sintaxe. pats criar um significado ~ para tenrar nos comunicar © vverbalmente, wsamor 3 arquitecura = eompondo paredes (eoutras elementos) em «aanjas especificos para idensificar lagarcs ~ para tentar nos situar ¢comprecn- der o mundo espacialmente. Além disso, no seria absurdo sugerir que podemos scr pragmticos tam na linguagem quanto na arquiterura, mas também podex sos aspirar’ flnsafise & poesia,

Você também pode gostar