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Esta atitude inusitada do grande filósofo, nos aponta para uma qualidade
essencial da arte de ouvir: a atitude despreconceituosa diante do novo, a
capacidade para deixar de lado os conceitos prontos do que é, e do que não é a
realidade. Ser de certa forma como criança quando o outro esta falando, pois
ali a novidade pode acontecer. Uma criança eterna dentro de nos que cresce e
aprende com tudo que ouve.
Ao ouvir, nos colocamos diante de algo que é distinto do nosso próprio ser.
Precisamos nos esforçar para, mesmo que temporariamente, aceitar o outro
dentro de nos. A imagem da criança neste sentido surge de forma poderosa,
pois sendo ela como uma esponja, que absorve todas as impressões que a
rodeiam, sem barreiras ou filtros, é muito mais apta a aprender e a ter
verdadeiros encontros. Enquanto estamos ouvindo de forma genuína, estamos
exercitando uma nova infância, um renascer para a realidade que surge.