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Maria Estela estava em seu apartamento quando recebeu uma mensagem de

Bruno no celular, que mandava fotos da Itália, para onde ele acabara de se
mudar com sua esposa Lidiane, que estava grávida. Eles estavam muito felizes.
Aproveitou para ler alguns artigos assustadores sobre o coronavírus e ficou
preocupada. No dia seguinte, recebeu um longo email de Bruno, relatando os
sintomas e a hospitalização de Lidiane. Percebeu a sua aflição pelos erros de
digitação no email e ficou preocupada. As notícias e informações contraditórias
sobre o vírus no mundo aumentavam e a situação piorava na Itália. Enquanto
ela tentava seguir as orientações sanitárias, não tinha notícias de Bruno, o que
a angustiava. Veio, enfim, o telefonema comunicando que Lidiane já havia sido
cremada. Maria Estela sofreu muito. A essa altura, já se sabia que Bruno havia
sido internado e seguia em tratamento. Boletins diários pela internet eram
emitidos e ela passava os dias esperando-os. Uma vizinha otimista então
sugeriu-lhe ânimo. Naquele dia, enquanto caminhava para a varanda, batendo
panelas para extravasar a dor acumulada, a esperança invadia o seu corpo e ela
pedia a Deus um fim para todo aquele sofrimento.

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