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COSTA, J. F. A face e o verso: estudos sobre o homoerotismo II.

1 O sujeito como rede linguística de crenças e desejos


Teoria freudiana do sujeito
“(...) o eu tem que reconhecer o “perigo” representado pelas “representações
inconciliáveis” com o sistema, para poder censurá-las.” Página 30
Ego: sistemas de representação/ dispositivo de controle automático das excitações.
O ego e o olho da mente.
Neste modelo do ego ou do eu, o sujeito percebe o mundo ao seu redor e escolhe, por
assim dizer, o que lhe convém para que a vida se suceda de forma “normal” ou
aprazível, com o interesse de preservar a vida.
Num segundo momento, Freud é mais categórico, digamos: o eu não está mais
relacionado aos fatores biológicos e mentais que estabelecem limites entre os perigos;
agora, o eu (ou o sujeito) “é um set articulado de crenças e desejos postulado como
causa interior de nossos atos linguísticos”. Página 32
“O sujeito é a história de seus laços discursivos com outros sujeitos ou com o mundo
material”. É linguagem ou um efeito de linguagem.” Página 32
“Um “realista” não precisa ser essencialista. O “realista” precisa simplesmente dizer que
existem “realidades” que preexistem à descrição, sem se preocupar com o que é “a
essência da realidade”.” Página 34
“(...) a “realidade das árvores e das estrelas” consideradas como “realidade” também é
uma realidade fundada em acordo linguístico.” Página 35
O autor quer dizer que a realidade não pré-existe antes dos acordos linguísticos ao qual
estas realidades estão postas; não há realidade sem o acordo da linguística. Por isso, o
autor fala sobre o sujeito: para que ele exista, é necessário que se descreve sua
“realidade” linguística em função da sua pretensa natureza.

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