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Seis anos
mais jovem que o herdeiro legítimo, viveu sua infância sem receber o carinho dos pais e tendo que
lidar com a crueldade de seu irmão, Arthur. Recebendo o afago necessário apenas de Aelina, a
serviçal da família, Edwin viveu oito anos de reprovação, até ser misteriosa e friamente enviado a
um austero orfanato no vilarejo de Andor; um povoado sobre uma colina na fronteira norte de
Cormyr com os Vales. Fugira cedo do lugar e viveu sua juventude intercalando entre furtos e
esquemas para sobreviver diante de uma sociedade inóspita a sua condição, e espionagens a mansão
de sua família.
Nesse tempo, aprendeu as técnicas de ladinagem que até hoje lhe apetecem, descobriu que sua
família escondia segredos (como a misteriosa e freqüente visita de figuras encapuzadas na calada da
noite) e construiu uma sólida amizade com Arkish, um jovem humilde que o auxiliara como podia.
Em uma das visitas soturnas a sua velha morada, encontrou o corpo moribundo de Aelina rastejando-
se nos jardins externos. O ferimento em seu ventre era um anuncio da morte que se aproximava a
passos rápidos, mas nem por isso Edwin deixou de tentar inutilmente ajudá-la. Assustada com a
presença repentina do jovem, tudo que a senhora conseguira fazer antes de morrer, foi presenteá-lo
com um pingente de prata: “Aqui encontrará ajuda”, disse Aelina, afogando-se no próprio sangue em
seguida.
A petulância de Edwin o rendeu não apenas o desaparecimento de Arkish, como uma visita da
guarda da família Mondrick. Os soldados chegaram a Andor poucos dias depois, destruindo toda o
casebre. Edwin foi poupado sob a promessa de que não mais visitaria os arredores da mansão
Mondrick, mas o paradeiro de Arkish ainda fora mantido na escuridão. Partiu para os vales sem
respostas, mas com uma mácula em seu corpo adquirida em um dia incerto de sua juventude. Uma
maldição dolorosa que crescia tão gradualmente quanto a saudade que Arkish e Aelina deixaram.
A vida que aprendera na rua agora lhe é de serventia para sua vida errante nos vales. Pelo menos
enquanto essa maldição o permite viver. Seu nome agora é Lucius Arthur.