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Presidéncia da Republica Casa Civi Subchefia para Assuntos Juridicos DECRETO N° 7.217, DE 21 DE JUNHO DE 2010, Regulamenta a Lei n® 11.445, de 6 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento basico, ¢ dé outras providéncias. © PRESIDENTE DA REPUBLICA, no uso das atribuigdes que Ihe confere o art. 84, incisos IV e VI, alinea *a’, da Constituicao, «@ tendo em vista o disposto na Lein® 11.445, de 5 de janeiro de 2007, DECRETA: TITULOL DAS DISPOSIGOES PRELIMINARES CAPITULOI DO OBJETO Art 12 Este Decreto estabelece normas para execugao da Lei n? 11.44 _de 5 de janeiro de 2007. CAPITULO II DAS DEFINIGOES Art, 22 Para os fins deste Decreto, consideram-se: | - planejamento: as atividades atinentes a identificacao, qualificacao, quantificagao, organizagao e orientagao de todas as ages, puiblicas e privadas, por meio das quais 0 servico publico deve ser prestado ou colocado a disposigao de forma adequada; Il regulagao: todo e qualquer ato que discipline ou organize determinado servigo puiblico, incluindo suas caracteristicas, padrées de qualidade, impacto socioambiental, direitos e obrigagbes dos usuarios e dos responsaveis por sua oferta ou prestacdo & fixagao e revisdo do valor de tarifas e outros pregos piiblicos, para atingir os objetivos do art. 27; IIL -fiscalizagao: atividades de acompanhamento, monitoramento, controle ou avaliagao, no sentido de garantir 0 cumprimento de normas e regulamentos editados pelo poder publico e a utilizagao, efetiva ou potencial, do servigo ptiblico; IV - entidade de regulagao: entidade reguladora ou requlador: agéncia reguladora, consércio pilblico de regulacao, autoridade regulatria, ente regulador, ou qualquer outro érgao ou enlidade de dielto pablico que possua competéncias proprias de natureza regulatéria, independéncia deciséria © no acumule fungSes de prestador dos servigos regulados; V = prestagio de servigo publico de saneamento basico: atividade, acompanhada ou no de execugao de obra, com objetivo de permitr aos usuarios acesso a Servigo pilblice de saneamento basico com caracteristicas e padrées de qualidade determinados pela legistago, planejamento ou regulagao; VI - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem & sociedade informagdes, representagdes técnicas e partcipagao nos processos de formulagao de politicas, de planejamento e de avaliagao relacionados aos servigos publicos de saneamento basico; Vil- titular: 0 ente da Federagao que possua por competéncia a prestagao de servico publico de saneamento basico; VIII - prostador de servigo publico: 0 érg&o ou entidade, inclusive empresa: a) do titular, ao qual a lei tena atribuldo competéncia de prestar servigo pablico; ou b) ao qual o titular tenha delegado a prestagdo dos servigos, observado o disposto no art 10 da Lei n® 11.445, de 2007; 1X - gestdo associada: associagdo voluntaria de entes federados, por convénio de cooperacao ou consércio publico, conforme disposto no art. 241 da Constitui X = prestago regionalizada: aquela em que um Unico prestador atende a dois ou mais titulares, com uniformidade de fiscalizagdo e regulagao dos servigos, inclusive de sua remuneragao, e com compatibilidade de planejamento; XI - servigos piblicos de saneamento basico: conjunto dos servigos publicos de manejo de residuos sélidos, de lmpeza urbana, de abastecimento de agua, de esgotamento sanitério e de drenagem @ manejo de Aguas pluviais, bem como infraestruturas destinadas exclusivamente a cada um destes servigos; XII - universalizago: ampliagao progressiva do acesso de todos os domictlios ocupados ao saneamento basico; Xill - subsidios: instrumento econdmico de politica social para viabilizar manutengao e continuidade de servico puiblico com objetivo de universalizar acesso ao saneamento basico, especialmente para populagées ¢ localidades de baixa renda; XIV- subsidios diretos: quando destinados a determinados usuarios; XV - subsidios indiretos: quando destinados a prestador de servicos publicos; XVI subsidios internos: aqueles concedidos no émbito territorial de cada titular; XVII subsidios entre localidades: aqueles concedidos nas hipéteses de gestio associada e prestagao regional; XVIII - subsidios tarférios: quando integrarem a estruturatariéria; XIX-- subsfdios fiscais: quando decorrerem da alocagao de recursos orgamentérios, inclusive por meio de subvengées; XX - localidade de pequeno porte: vilas, aglomerados rurais, povoados, nicleos, lugarejos e aldeias, assim definidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica - IBGE, XXI - aviso: informago dirigida a usudrio pelo prestador dos servigos, com comprovacao de recebimento, que tenha como objetivo notificar a interrupcao da prestagao dos servigos; XXIl = comunicagao: informagao dirigida a usuarios e ao regulador, inclusive por meio de veiculagao em midia impressa ou eletrénica; XXIII - agua potdvel: agua para consumo humano cujos parametros microbiolégicos, fisicos e quimicos atendam ao padrao de potabilidade estabelecido pelas normas do Ministério da Saude; XXIV - sistema de abastecimento de Agua: instalagdo composta por conjunto de infraestruturas, obras civis, materials e ‘equipamentos, destinada a produgao e a distribuigao canalizada de agua potavel para populagdes, sob a responsabilidade do Poder Pablico; XXV - solugGes individuais: todas e quaisquer solugdes alternativas de saneamento basico que atendam a apenas uma unidade de consumo; XXVI- edificagdo permanente urbana: construgo de carater ndo transitério, destinada a abrigar atividade humana; XVII - ligagdo predial: derivagao da agua da rede de distribuigdo ou interligagao com o sistema de coleta de esgotos por meio de instalagées assentadas na via publica ou em propriedade privada até a instalacao predial; XXVIII - etapas de eficiéncia: parametros de qualidade de efluentes, a fim de se alcangar progressivamente, por meio do aperfeigoamento dos sistemas e processos de tratamento, o atendimento as classes dos corpos hidricos; € XXIX - metas progressivas de corpos hidricos: desdobramento do enquadramento om objetivos de qualidade de agua intermedidrios para corpos receptores, com cronograma pré-estabelecido, a fim de atingir a meta final de enquadramento. § 12. Nao constituem servigo publica: ||--as ages de saneamento executadas por meio de solugées individuais, desde que 0 usuario nao dependa de terceiros para operar os servicos; € I~ as agdes e servigos de saneamento basico de responsabilidade privada, incluindo o manejo de residuos de responsabilidade do gerador. § 22 Ficam excetuadas do disposto no § 12: | a solugao que atenda a condominios ou localidades de pequeno porte, na forma prevista no § 1° do art. 10 da Lein® 11.445, de 2007; e Il - a fossa séptica e outras solugées individuais de esgotamento sanitério, quando se atribua ao Poder Publico a responsabilidade por sua operago, controle ou disciplina, nos termos de norma espectfica, § 32 Para os fins do inciso VIII do caput, consideram-se também prestadoras do servigo publico de manejo de residuos sdlidos as associages ou cooperativas, formadas por pessoas fisicas de baixa renda reconhecidas pelo Poder Ptiblico como catadores de materials reciclaveis, que executam coleta, processamento e comercializagao de residuos sélidos urbanos reciclaveis ou reutlizavets. ‘CAPITULO I DOS SERVIGOS PUBLICOS DE SANEAMENTO BASICO Secdo! Das Disposigées Gerais Art. 32 Os servigos publicos de saneamento basico possuem natureza essencial e serdo prestados com base nos seguintes principios: - universalizagao do acesso; II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades © componentes de cada um dos diversos servigos de saneamento basico, propiciando & populacdo o acesso na conformidade de suas necessidades maximizando a eficdcia das agoes e resultados; IIL- abastecimento de Agua, esgotamento sanitario, limpeza urbana, manejo dos residuos sélidos e manejo de éguas pluviais realizados de formas adequadas a satide publica e protegao do meio ambiente; IV - disponibilidade, em todas as dreas urbanas, de servigos publicos de manejo das aguas pluviais adequados & sade piiblica © & seguranga da vida e do patriménio puiblico e privado; V - adogao de métodos, técnicas @ processos que considerem as peculiaridades locais e regionais, nao causem risco a saiide publica e promovam o uso racional da energia, conservacao ¢ racionalizagdo do uso da agua e dos demais recursos naturais; VI - articulagao com as politicas de desenvolvimento urbano e regional, de habitagao, de combate a pobreza e de sua erradicagao, de protecao ambiental, de recursos hidricos, de promogao da sade e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais 0 saneamento basico seja fator determinant; VII- eficiéncia © sustentabilidade econdmica; Vill - utilizagao de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuarios ¢ a adogao de solugdes graduais e progressivas, IX -transparéncia das ages, bascada em sistemas de informagées e processos decisérios institucionalizados: X -controle social; XI- seguranga, qualidade e regularidade; © Xl integragdo das infraestruturas e servigos com a gestio eficiente dos recursos hidricos. Segéo Il Dos Servigos Publicos de Abastecimento de Agua Art. 42 Consideram-se servigos publicos de abastecimento de agua a sua distribuigao mediante ligagao predial, incluindo ‘eventuais instrumentos de medigao, bem como, quando vinculadas a esta finalidade, as seguintes alividades: | -reservagdo de gua bruta: I- captagao; III - adugao de agua bruta; IV - tratamento de Agua; V - adugao de agua tratada; & VI - reservagao de agua tratada ‘Art. 52 © Ministério da Sade definita os parmetros e padrées de potabilidade da agua, bem como estabeleceré os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilancia da qualidade da agua para consumo humano, § 12 Aresponsabilidade do prestador dos servigos pilblicos no que se refere ao controle da qualidade da égua nao prejudica a vigilancia da qualidade da 4gua para consumo humano por parte da autoridade de saude publica, § 22 Os prestadores de servigos de abastecimento de agua devem informar e orientar a populagao sobre os procedimentos a serem adotados em caso de situagdes de emergéncia que oferegam risco a satide publica, atendidas as orientagoes fixadas pela autoridade competente. ‘Att. 62 Excetuados os casos previstos nas normas do titular, da entidade de regulagao e de meio ambiente, toda edificagao permanente urbana seré conectada a rede publica de abastecimento de agua disponivel. § 12 Na auséncia de redes piblicas de abastecimento de Agua, serdo admitidas solugées individuals, observadas as normas ‘editadas peta entidade reguladora e pelos érgaos responsaveis pelas politcas ambiental, saitaria © de recursos hidricos. § 22 As normas de regulago dos servigos poderio prever prazo para que o usuario se conecte & rede piblica, preferencialmente nao superior a noventa dias, § 32 Decorrido 0 prazo previsto no § 22, caso fixado nas normas de regulagao dos servigos, 0 usuario estara sujeito as sangdes previstas na legislagao do titular. § 42 Poderdo ser adotados subsidios para viabilizar a conexao, inclusive a intradomiciliar, dos usuarios de baixa renda, Art. 72 A instalago hidraulica predial ligada a rede publica de abastecimento de 4gua nao podera ser também alimentada por outras fontes, § 12 Entende-se como sendo a instalagao hidrdulica predial mencionada no caput a rede ou tubulagdo de Agua que vai da ligagdo de agua da prestadora até o reservatério de agua do usuario. § 22 A legislagao e as normas de regulacao poderdo prever sangbes administrativas a quem infringir o disposto no caput. § 32 0 disposto no § 22 ndo exclui a possibilidade da adogao de medidas administrativas para fazer cessar a irregularidade, bem como a responsabilizacao civil no caso de contaminagao de Agua das redes publicas ou do proprio usuario. § 42 Serdo admitidas instalagdes hidrdulicas prediais com objetivo de retiso de efluentes ou aproveitamento de agua de chuva, desde que devidamente autorizadas pela autoridade competente. Art. 82 A remuneragao pela prestagao dos servigos pibblicos de abastecimento de agua pode ser fixada com base no volume ‘consumido de gua, podendo ser pragressiva, em razéo do consumo. § 12 O volume de agua consumido deve ser aferido, preferencialmente, por meio de medio individualizada, levando-se em conta ‘cada uma das unidades, mesmo quando situadas na mesma ediicagao. § 22 Ficam excetuadas do disposto no § 12, enire oulras previstas na legislaco, as situagées em que as infraestruturas das ‘edificagies ndo permitam individualizagao do consumo ou em que a absorgao dos custos para instalagao dos medidores indlviduais seja ‘economicamente invidvel para o usuario. Segao Ill Dos Servicos Pablicos de Esgotamento Sanitério Art. @2 Consideram-se servigos piiblicos de esgotamento sanitério os servigos constituldos por uma ou mais das seguintes atividades: ~ coleta, inclusive ligagao predial, dos esgotos sanitarios; Il - transporte dos esgotos sanitérios; IIL tratamento dos esgotos sanitérios; e IV - disposig&o final dos esgotos sanitarios dos lodos origindrios da operagéio de unidades de tratamento coletivas ou individuais, inclusive fossas sépticas, § 12 Para os fins deste artigo, a legistagdo @ as normas de regulagao poderao considerar como esgotos sanitarios também os efluentes industriais cujas caracteristicas sejam semelhantes as do esgoto doméstico. § 22 A legisiagao © as normas de regulagao poderao prever penalidades em face de langamentos de aguas pluviais ou de ‘esgotos nao compativeis com a rede de esgotamento sanitario, Art. 10, A remuneracdo pela prestacao de servicos publicos de esgotamento sanitario poderd ser fixada com base no volume de agua cobrado pelo servigo de abastecimento de agua. Art. 11. Excetuados os casos previstos nas normas do titular, da entidade de regulagao e de meio ambiente, toda edificagao permanente urbana sera conectada a rede publica de esgotamento sanitario disponivel. § 12 Na auséncia de rede publica de esgotamento sanitério serdo admitidas solugGes individuais, observadas as normas ‘editadas peta entidade reguladora e pelos érgaos responsadveis pelas politcas ambientais, de satide e de recursos hidricos. § 22 As normas de regulago dos servigos poderdo prever prazo para que o usuario se conecte a rede piblica, preferenciaimente nao superior a noventa dias. § 32 Decorrido 0 prazo previsto no § 2%, caso fixado nas normas de regulagdo dos servigos, 0 usuario estard sujeito as sangdes previstas na legislagao do titular § 42 Poderdo ser adotados subsidios para viabilizar a conexao, inclusive intradomiciliar, dos usuarios de baixa renda. Segao IV Dos Servigos Pablicos de Manojo de Residuos Sélidos Urbanos Art. 12. Consideram-se servicos publicos de manejo de residuos sélidos as alividades de coleta e transbordo, transporte, triagem para fins de reutilizagao ou reciclagem, tratamento, inclusive por compostagem, e disposi¢ao final dos’ = rasiduos domésticos; II residuos originarios de atividades comerciais, industriais e de servigos, em quantidade @ qualidade similares as dos residuos domésticos, que, por decisao do titular, sejam considerados residuos sélidos urbanos, desde que tais residuos nao sejam de responsabilidade de seu gerador nos termos da norma legal ou administrativa, de decisao judicial ou de termo de ajustamento de conduta; III - residuos originarios dos servigos puiblicos de limpeza puiblica urbana, tais como: a) servigos de varrigao, capina, rogada, poda e atividades correlatas em vias e logradouros piiblicos; b) asseio de tiineis, escadarias, monumentos, abrigos sanitarios piiblicos; ©) raspagem e remogao de terra, areia e quaisquer materiais depositados pelas 4guas pluviais em logradouros piiblicos; 4d) desobstrugo e limpeza de bueiros, bocas de lobo e correlatos; € €) limpeza de logradouros piblicos onde se realizem feiras publicas e outros eventos de acesso aberto ao pilblico, Art. 13. Os planos de saneamento basico deverdo conter prescricdes para manejo dos residuos sélidos urbanos, em especial dos origindrios de construgao e demoligao e dos servigos de sate, além dos residuos referidos no art. 12. ‘Art. 14. A remuneragéo pela prestagéio de servico puiblico de manejo de res{duos sélidos urbanos deverd levar em conta a adequada destinagao dos residuos coletados, bem como podera considerar: - nivel de renda da populagao da area atendida; Il - caracteristcas dos lotes urbanos e areas noles edificadas: Iil- peso ou volume médio coletado por habitante ou por domictio; ou 1V- mecanismas econémicos de incentivo & minimizagéo da geragao de residuos e & recuperagao dos residuos gerados. SegioV Dos Servigos Publicos de Manejo de Aguas Pluviais Urbanas Art. 15. Consideram-se servigos puiblicos de manejo das aguas pluviais urbanas os constituidos por uma ou mais das seguintes atividades: - drenagem urbana; Il transporte de aguas pluviais urbanas; IIL- detengao ou retengdo de aguas pluviais urbanas para amortecimento de vaz6es de chelas, € IV - tratamento e disposigao final de aguas pluviais urbanas. Art. 16. A cobranca pela prestagao do servigo piiblico de manejo de aguas pluviais urbanas devera levar em conta, em cada late urbane, percanual de ae impermeabilizada e a existéncia de dispositivos de amortecimento ou de retencao da 4gua pluvial, - nivel de renda da populagdo da area atendida; © II caracteristicas dos lotes urbanos e as dreas que podem ser neles edificadas. Segao VI Da Interrupgae dos Servigos Art. 17. A prestagao dos servigos publicos de saneamento basico devera obedecer ao principio da continuidade, podendo ser interrompida pelo prestador nas hipéteses de: | - situagdes que atinjam a seguranga de pessoas e bens, especialmente as de emergéncia e as que coloquem em risco a satide da populagio ou de trabalhadores dos servicos de saneamento basico; II - manipulago indevida, por parte do usuario, da ligagéo predial, inclusive medidor, ou qualquer outro componente da rede publica; ou IIl- necessidade de efetuar reparos, modificagdes ou melhorias nos sistemas por melo de interrupgSes programadas. § 12 Os servigos de abastecimento de gua, além das hipdteses previstas no caput, paderdo ser interrompidos pelo prestador, apés aviso ao usuario, com comprovagao do recebimento e antecedéncia minima de trinta dias da data prevista para a suspensao, nos seguintes casos: ~ negativa do usuario em permitir a instalagao de dispositive de leitura de agua consumida; ou | inadimplemento pelo usuario do pagamento devido pela prestagao do servigo de abastecimento de agua, § 22 As interrupgdes programadas serdo previamente comunicadas ao regulador e aos usudrios no prazo estabelecido na norma de regulagao, que preferencialmente sera superior a quarenta e oito horas. § 3° A interrupgao ou a restrigdo do fornecimento de agua por inadimpléncia a estabelecimentos de satide, a instituigses: ‘educacionais e de internagdo coletiva de pessoas e a usuario residencial de baixa renda beneficiario de tarifa social devera obedecer ‘a prazos e critérias que preservem condicées minimas de manutengao da salide das pessoas atingidas, CAPITULO IV DA RELACAO DOS SERVICOS PUBLICOS DE SANEAMENTO BASICO COM OS RECURSOS HIDRICOS Art. 18. Os recursos hidricos nao integram os servigos puiblicos de saneamento basico. Paragrafo tinico. A prestagao de servicos piblicos de saneamento basico devera ser realizada com base no uso sustentavel dos recursos hidricos. Art. 19. Os planos de saneamento basico deveréo ser compativeis com os planos de recursos hidricos das bacias hidrogréficas em que os Municipios estiverem inseridos. Art. 20. A.uliizagio de recursos hidricos na prestagdio de services piiblicos de saneamento basico, inclusive para disposigao ou diluigao de esgotos e outros residuos liquidos, é sujeita a outorga de direito de uso, Art. 21. Em situago critica de escassez ou contaminagéio de recursos hidricos que obrigue & adogo de racionamento, declarada pela autoridade gestora de recursos hidricos, o ente regulador poder adotar mecanismos tarifarios de contingéncia, com objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes, garantindo 0 equilibrio financeiro da prestagdo do servigo e a gestéo da demanda. Pardgrafo Unico. A tarifa de contingéncia, caso adotada, incidird, preferencialmente, sobre os consumidores que ultrapassarem 08 limites definidos no racionamento. CAPITULO V DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL Art. 22. 0 licenciamento ambiental de unidades de tratamento de esgoto sanitério ¢ de efluentes gerados nos processos de tratamento de gua considerara etapas de eficiéncia, a fim de alcancar progressivamente os padrées definidos pela legislacao ambiental e 0s das classes dos corpos hidricos receptores, § 12 A implantagdo das etapas de eficiéncia de tratamento de efluentes sera estabelecida em fungao da capacidade de pagamento dos usudrios. § 22 A autoridade ambiental competente estabelecera procedimentos simplificados de licenciamento para as atividades a que se refere 0 caput, em fungdo do porte das unidades e dos impactos ambientais esperados. § 32 Para o cumprimento do caput, a autoridade ambiental competente estabeleceré metas progressivas para que a qualidade dos efluentes de unidades de tratamento de esgotos sanitérios atendam aos padrées das classes dos corpos hidricos receptores, 2 partir dos niveis presentes de tratamento, da tecnologia disponivel e considerando a capacidade de pagamento dos usuarios ‘envolvidos. § 42 © Conselho Nacional de Meio Ambiente e 0 Conselho Nacional de Recursos Hidricos editarao, no ambito de suas respectivas competéncias, normas para o cumprimento do disposto neste artigo. TITULOM DAS DIRETRIZES PARA OS SERVICOS PUBLICOS DE SANEAMENTO BASICO CAPITULOI DO EXERCICIO DA TITULARIDADE Art. 23. 0 titular dos servigos formulard a respectiva politica publica de saneamento basico, devendo, para tanto’ |= elaborar os planos de saneamento basico, observada a cooperagao das associagées representativas © da ampla Participacao da populagao e de associagdes representativas de varios segmentos da sociedade, como previsto no art. 22, inciso Il, da Lei n® 10.257, de 10 de julho de 2001; I prestar diretamente os servigos ou autorizar a sua delegagao; IIL- definir 0 ente responsadvel pela sua regulagao e fiscalizacao, bem como os procedimentos de sua atuagao; IV - adotar parametros para a garantia do atendimento essencial a satide piiblica; \V «fixar os direitos ¢ os deveres dos usuarios; VI- estabelecer mecanismos de participagdo e controle social; e Vil - estabelecer sistema de informages sobre os servigas, articulado com o Sistema Nacional de Informagées em Saneamento - SINISA. § 12 titular podera, por indicago da entidade reguladora, intervir e retomar a prestagdo dos servigos delegados nas hipéteses previstas nas normas legais, regulamentares ou contratuais. § 22 Inclui-se entre os pardmetros mencionados no inciso IV do caput o volume minimo per capita de gua para abastecimento publico, observadas as normas nacionais sobre a potabilidade da Agua 32 Ao Sistema Unico de Salide - SUS, por meio de seus érgaos de diregao e de controle social, compete participar da formulagao da politica e da execugao das agées de saneamento basico, por intermédio dos planos de saneamento basico. CAPITULO II DO PLANEJAMENTO Art. 24. O processo de planejamento do saneamento basico envolve: +0 plano de saneamento basico, elaborado pelo titular; Il-0 Plano Nacional de Saneamento Basico - PNSB, elaborado pela Unido; & III- os planos regionais de saneamento basico elaborados pela Unido nos termos do inciso Il do art. 52 da Lei no 11.445, de 2007, § 12 0 planejamento dos servigos publicos de saneamento basico atendera ao principio da solidariedade entre os entes da Federagao, podendo desenvolver-se mediante cooperagao federativa § 22 0 plano regional podera englobar apenas parte do territrio do ente da Federacao que o elaborar, Art. 25. A prestagao de servigos piblicos de saneamento basico observard plano editado pelo titular, que atendera ao disposto no art, 19 e que abrangerd, no minimo: I~ diagnéstico da situagao e de seus impactos nas condigdes de vida, utilizando sistema de indicadores de sade, epidemiolégicos, ambientais, inclusive hidrolégicos, e socioeconémicos e apontando as causas das deficiéncias detectadas; I - metas de curto, médio e longo prazos, com o objetivo de alcangar o acesso universal aos servigos, admitidas solugdes graduais ¢ progressivas ¢ observada a compatibilidade com os demais planos setoriais; IIL - programas, projetos e acdes necessarios para atingir os objetivos @ as metas, de modo compativel com os respectivos Planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando possiveis fontes de financiamento; IV-- ages para situagbes de emergéncias @ contingéncias; © \V-- mecanismos e procedimentos para avaliacao sistemtica da eficiéncia e eficdcia das agdes programadas. § 12 0 plano de saneamento basico deveré abranger os servigos de abastecimento de agua, de esgotamento sanitario, de manejo de residuos sdlidos, de limpeza urbana e de manejo de aguas pluviais, podendo o titular, a seu critério, elaborar planos cespecificos para um ou mais desses servicos. § 22 A consolidago e compatibilizagao dos planos especificos deverao ser efetuadas pelo titular, inclusive por meio de consércio publico do qual participe. § 32 0 plano de saneamento basico, ou o eventual plano especifico, podera ser elaborado mediante apoio técnico ou financeiro prestado por outros entes da Federagao, pelo prestador dos servigos ou por instituigdes universitérias ou de pesquisa cientifica, garantida a participagao das comunidades, movimentos e entidades da sociedade civil § 42 O plano de saneamento basico seré revisto periodicamente, em prazo nao superior a quatro anos, anteriormente & elaboragao do plano plurianual. § 52. 0 disposto no plano de saneamento basico 6 vinculante para o Poder Publico que o elaborou @ para os delegatérios dos servigos pliblicos de saneamento basico. § 62 Para atender ao disposto no § 12 do art, 22, 0 plano devera identificar as situagdes em que nao haja capacidade de pagamento dos usuérios e indicar solugdo para atingir as metas de universalizagAo. § 72 A delegagao de servico de saneamento basico observaré o disposto no plano de saneamento basico ou no eventual plano especifico. § 82 No caso de servigos prestados mediante contrato, as disposigées de plano de saneamento basico, de eventual plano ‘especitico de servigo ou de suas revises, quando posteriores @ contratagao, somente serdo eficazes em relagao ao prestador mediante a preservagao do equilirio econémico-financeiro. § 82 O plano de saneamento basico deverd englobar integralmente o territério do titular. § 10. Os titulares poderdo elaborar, em conjunto, plano especifico para determinado servigo, ou que se refira & apenas parte de seu territério. § 11. Os planos de saneamento basico deverao ser compativeis com o disposto nos planos de bacias hidrograficas. Art. 26. A elaboragao © a revistio dos planos de saneamento basico deverdo efetivar-se, de forma a garantir a ampla parlicipacdo das comunidades, dos movimentos ¢ das entidades da sociedade civil, por melo de procedimento que, no minimo, deverd prever fases de: - divulgago, em conjunto com os estudos que os fundamentarem; II recebimento de sugestées e criticas por meio de consulta ou audiéneia publica; e IIL - quando previsto na legislagao do titular, andlise e opinido por érgao colegiado criado nos termos do art. 47 da Lei n? 11.445, de 2007. § 12 A divulgacao das propostas dos planos de saneamento basico e dos estudos que as fundamentarem dar-se- por melo dda disponibilizagao integral de seu teor a todos os interessados, inclusive por meio da rede mundial de computadores - internet e por audigncia pablica, sdrinistredes pore-gao sdiminietrades-per- org § 2° Apés 31 de dezembro de 2022, a existéncia de plano de saneamento basico, elaborado pelo titular dos servigos, sera condigao para 0 acesso aos recursos orgamentarios da Unido ou aos recursos de financlamentos geridos ou administrados por {6rgo ou entidade da administragao publica federal, quando destinados a servigos de saneamento basico. (Redagao dada pelo Decreto n® 10.203, de 2020) CAPITULO Ill DA REGULAGAO Segaol Dos Objetivos da Regulacao Art. 27. Sao objetivos da regulagao: - estabelecer padrées @ normas para a adequada prestago dos servigos e para a satisfagio dos usuarios; II garantir 0 cumprimento das condigées e metas estabelecidas, IIL- prevenir ¢ reprimir o abuso do poder econdmico, ressalvada a compeléncia dos érgaos integrantes do sistema nacional de defesa da concorréncia; @ IV - definir tarifas © outros pregos piiblicos que assegurem tanto equilibrio econémico-financeiro dos contratos, quanto a modicidade tarifaria e de outros precos publicos, mediante mecanismos que induzam a eficiéncia e eficdcia dos servicos e que permitam a apropriago social dos ganhos de produtividade. Paragrafo Unico. Compreendem-se nas atividades de regulagdo dos servicos de saneamento basico a interpretagdo ¢ a fixagao de critérios para execugao dos contratos e dos servigos e para correta administrago de subsidios. Segao Il Do Exercicio da Fungo de Regulacéo ‘Subsegao! Das Disposigdes Gerais, Art. 28. O exercicio da fungao de regulacao atendera aos seguintes principios: | -independéncia decisoria, incluindo autonomia administrativa, orgamentaria e financeira da entidade de regulagao; e II -transparéncia, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisdes. ‘Subsegéo I! Das Normas de Regulagao Art. 29. Cada um dos servigos pablicos de saneamento basico pode possuir regulacao especifica Art. 30. As normas de regulago dos servigos serdo editadas: - por legislagao do titular, no que se refere: a) aos direitos e obrigagées dos usudrios e prestadores, bem como as penalidades a que estardo sujeltos; b) aos procedimentos e critérios para a atuagao das entidades de regulagao e de fiscalizagao; e I- por norma da entidade de regulagao, no que se refere as dimensdes técnica, econdmica e social de prestagao dos servigos, que abrangerdo, pelo menos, os seguintes aspectos: a) padres @ indicadores de qualidade da prestagao dos servigos; b) prazo para os prestadores de servigos comunicarem aos usuarios as providéncias adotadas em face de queixas ou de reclamagées relativas aos servigos; ©) requisites operacionais e de manutengéo dos sistemas; 4d) metas progressivas de expansdo e de qualidade dos servigos e respectivos prazos; e) regime, estrutura e niveis tariférios, bem como procedimentos e prazos de sua fixagdo, reajuste e reviséo; £) medigdo, faturamento e cobranga de servicos; 4g) monitoramento dos custos; h) avaliagao da eficiéncia e eficadcia dos servios prestados; i) plano de contas e mecanismos de informagao, auditoria e certficagao; j) subsidios tarférios e néo tariférios; k) padrées de atendimento ao publico e mecanismos de participagao e informagao; ¢ |) medidas de contingéncias e de emergéncias, inclusive racionamento. § 12 Em caso de gestdo associada ou prestagao regionalizada dos servigos, os titulares poderdo adotar os mesmos critérios ‘econémicos, sociais e técnicos da regulagao em toda a drea de abrangéncia da associagao ou da prestagao. § 22 Aentidade de regulagdo deverd instituir regras e critérios de estruturagdo de sistema contabil e do respectivo plano de contas, de modo a garantir que a apropriagdo e a distribuigdo de custos dos servigas estejam em conformidade com as diretrizes estabelecidas na Lei n? 11,445, de 2007. ‘Subsegao Ill Dos Orgaos e das Entidades de Regulagao Art. 31. As atividades administrativas de regulaco, inclusive organizacéo, e de fiscalizagéio dos servicos de saneamento basico poderdo ser executadas pelo titular: | - diretamente, mediante érgao ou entidade de sua administracao direta ou indireta, inclusive consércio puiblico do qual participe; ou Il - mediante delegagao, por meio de convénio de coopera¢ao, a érgao ou entidade de outro ente da Federagao ou a consércio piibico do qual nao paricipe, instituido para gestio associada de servigos publics § 12 0 exercicio das atividades administratvas de regulagdo de servicos piblicos de saneamento basico podera se dar por consércio piblico constituldo para essa finalidade ou ser delegado pelos titulares, explcitando, no ato de delegagao, o prazo de delegacao, a forma de atuacao e a abrangéncia das alividades a ser desempenhadas pelas partes envolvidas. § 22 As entidades de fiscalizagdo deverao receber @ se manifestar conclusivamente sobre as reclamagées que, a julzo do interessado, ndo tenham sido suficientemente atendidas pelos prestadores dos servigos. Art. 32, Os prestadores de servigos pilblicos de saneamento basico deverdo fornecer a entidade de regulagao todos os dados @ informagées necessarios para desempenho de suas atividades. Pardgrafo Unico. Incluem-se entre os dados e informagdes a que se refere o caput aqueles produzidos por empresas ou profissionais contratados para executar servigos ou fornecer materiais e equipamentos. Subsecdo IV Da Publicidade dos Atos de Regulagao Art. 33. Devera ser assegurada publicidade aos relatérios, estudos, decisdes e instrumentos equivalentes que se refiram & regulagdo ou a fiscalizagao dos servigos, bem como aos direitos ¢ deveres dos usuarios e prestadores, a eles podendo ter acesso qualquer do povo, independentemente da existéncia de interesse direto § 12 Excluem-se do disposto no caput os documentos considerados siglosos em razdo de interesse piblico relevante, mediante prévia e motivada decisao. § 22 A publicidade a que se refere o caput deverd se efetivar, preferencialmente, por meio de sitio mantido na internet CAPITULO IV DO CONTROLE SOCIAL Art. 34. O controle social dos servigos ptbblicos de saneamento basico poderd ser instituldo mediante adogdo, entre outros, dos seguintes mecanismos: - debates e audiéncias piblicas; I - consultas pablicas; IIL- conferéncias das cidades; ou IV - participacao de érgaos colegiados de cardter consultivo na formulagao da politica de saneamento basico, bem como no ‘seu planejamento e avaliago. § 12 As audiéncias puiblicas mencionadas no inciso | do caput devem se realizar de modo a possibilitar 0 acesso da populagao, podendo ser realizadas de forma regionalizada § 22 As consultas piblicas devem ser promovidas de forma a possibitar que qualquer do povo, independentemente de interesse, ofereca eriicas e sugestées a propostas do Poder Piblico, devendo tais consultas ser adequadamente respondidas, § 32 Nos érgios colegiados mencionados no inciso IV do eaput, 6 assegurada a partcipagao de representantes: - dos titulares dos servigos; I- de érgdos governamentais relacionados ao setor de saneamento basico; IIL- dos prestadores de servigos ptiblicos de saneamento basico; IV-- dos usuarios de servigos de saneamento basico; e \V - de entidades técnicas, organizagées da sociedade civil e de defesa do consumidor relacionadas ao setor de saneamento basico. § 42 As funcbes © competéncias dos érgaos colegiados a que se refere o inciso IV do caput poderdo ser exercidas por outro érgao colegiado jd existente, com as devidas adaptacées da legislagao, § 52 E assegurado aos érgaos colegiados de controle social o acesso a quaisquer documentos e informagées produzidos por érgaos ou entidades de regulag4o ou de fiscalizagao, bem como a possibilidade de solicitar a elaborago de estudos com o objetiva de subsidiar a tomada de decisées, observado o disposto no § 12do art. 33. 5 62-Sers-vedado 2 parte do-exercici francerte de 2844 acesso nos recursos federsis ou aoe ge edministrados- por érgio ene inatrem=p cjslagie-eepectica,o controle ner brgdercolegiade- nos termosd doreapitt- § 6 Apés 31 de dezembro de 2014, serd vedado 0 acesso aos recursos federais ou aos geridos ou administrados por Srgo ou entidade da Unido, quando destinados a servigos de saneamento basico, aqueles ttulares de servigos pUblicos de saneamento basico que nao instituirem, por meio de legislagao especifica, 0 controle social realizado por érgao colegiado, nos termos do inciso IV do caput. (Redacdo dada pelo Decreto n® 8.211, de 2014 Art. 35. Os Estados e a Unido poderdo adotar os instrumentos de controle social previstos no art. 34 § 12 A delegagao do exercicio de competéncias nao prejudicard o controle social sobre as atividades delegadas ou a elas conexas, § 22 No caso da Unido, o controle social a que se refere o caput sera exercido nos termos da Medida Provis6ria n® 2.220, de 4 de ‘setembro de 2001, alterada pela Lei n? 10.683, de 28 de maio de 2003, Art. 36. So assegurados aos usuarios de servigos piblicos de saneamento bésico, nos termos das normas legals, regulamentares e contratuais: | - conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que podem estar sujeltos; e Il acesso: a) a informagdes sobre os servicos prestados; b) ao manual de prestagao do servigo e de atendimento ao usuario, elaborado pelo prestador e aprovado pela respectiva entidade de regulagao; ©) a0 relatério periédico sobre a qualidade da prestagao dos servigos. Art. 37, © documento de cobranga relativo & remuneragdo pela prestagao de servicos de saneamento basico ao usuario final devers: | - explicitar itens e custos dos servigos definidos pela entidade de regulagao, de forma a permitir o seu controle direto pelo usuario final; @ II conter informagdes mensais sobre a qualidade da agua entregue aos consumidores, em cumprimento ao inciso | do art. 5% do Anexo do Decreto n? 5.440, de 4 de maio de 2005, Paragrafo Unico. A entidade de regulagio dos servigos instituiré modelo de documento de cobranga para a efetivacao do Previsto no caput e seus incisos. CAPITULO V DA PRESTAGAO DOS SERVIGOS Segiol Das Disposigées Gerais Art. 38. 0 titular podera prestar os servigos de saneamento basico: | - diretamente, por meio de 6rgo de sua administracao direta ou por autarqula, empresa publica ou sociedade de economia mista que integre a sua administragao indireta, facultado que contrate terceiros, no regime da Lei n® 8.666, de 21 de junho de 1993, para determinadas atividades; I - de forma contratada: a) indiretamente, mediante concessao ou permissio, sempre precedida de lictagao na modalidade concorréncia publica, no regime da Lei n® 8,987, de 13 de fovereiro de 1995; ou b) no ambito de gestao associada de servigos publicos, mediante contrato de programa autorizado por contrato de consércio publico ou por convénio de cooperagao entre entes federados, no regime da Lei n® 11.107, de 6 de abril de 2005; ou IIL - nos termos de lei do titular, mediante autorizagao a usuarios organizados em cooperativas ou associagdes, no regime Previsto no art. 10, § 12, da Lei n® 11.445, de 2007, desde que os servigos se limitem a a) determinado condominio; ou b) localidade de pequeno porte, predominantemente ocupada por populagao de baixa renda, onde outras formas de prestagao ‘apresentem custos de operacao e manutengao incompativeis com a capacidade de pagamento dos usuérios. Paragrafo Unico. A autorizagao prevista no inciso Il deverd prever a obrigagao de transferir ao titular os bens vinculados aos servigos, por meio de termo especifico, com os respectivos cadastros técnicos. Segéo ll Da Prestagao Mediante Contrato Subsegao! Das Condicées de Validade dos Contratos Art, 38, Sao condigdes de validade dos contratos que tenham por objeto a prestagao de servigos publicos de saneamento basico: ~ existéncia de plano de saneamento basico; II - existéncia de estudo comprovando a viabilidade técnica e econémico-financeira da prestagao universal e integral dos servigos, nos termos do respectivo plano de saneamento basico; IIL- existéncia de normas de regulagao que prevejam os melos para o cumprimento das diretrizes da Lei n° 11.445, de 2007, incluindo a designagao da entidade de regulagao e de fiscalizagao; e IV - realizago prévia de audiéncia e de consulta piblicas sobre o edital de lictagéo e sobre a minuta de contrato, no caso de concessao ou de contrato de programa, § 12 Para efeitos dos incisos |e II do caput, serdo admitidos planos especificos quando a contratagao for relativa ao servigo cuja Prestacao serd contratada, sem prejuizo do previsto no § 22do art. 26. § 22 E condigao de validade para a celebragao de contratos de concessao e de programa cujos objetos sejam a prestagao de servigos de saneamento basico que as normas mencionadas no inciso III do caput prevejam: ~ autorizagao para contratagao dos servigos, indicando os respectivos prazos e a area a ser atendida; II - incluso, no contrato, das metas progressivas © graduais de expansao dos servigos, de qualidade, de eficiéncia e de uso racional da agua, da energia e de outros recursos naturais, em conformidade com os servigos a serem prestados; IIL prioridades de ago, compativeis com as metas estabelecidas; IV - hipéteses de intervengao e de retomada dos servigos; V - condigées de sustentabilidade © equilibrio econdmico-financeiro da prestacao dos servigos, em regime de eficiéncia, incluindo: a) sistema de cobranga e composigao de taxas, tarifas e outros pregos piblicos; b) sistematica de reajustes e de revisdes de taxas, tarifas e outros precos puiblicos; ©) politica de subsidios; © VI- mecanismos de controle social nas atividades de planejamento, regulagao e fiscalizagao dos servigos. § 32 Os planos de investimentos @ os projetos relatives ao contrato deverdo ser compativeis com respectivo plano de saneamento basico, § 42 0 Ministerio das Cidades fomentaré a elaborago de norma técnica para servir de referéncia na elaboragao dos estudos previstas no inciso Il do caput. § 52 A viabilidade mencionada no inciso II do caput pode ser demonstrada mediante mensuragao da necessidade de aporte de outros recursos além dos emergentes da prestagao dos servigos. § 62 0 disposto no caput e seus incisos nao se aplica aos contratos celebrados com fundamento no insiso IV do art, 24 da Lei no 8.688, de 1993, cujo objeto seja a prestagdo de qualquer dos servicos de saneamento basico. ‘Subsegao Il Das Clausulas Necessarias Art. 40. Sao cldusulas necessérias dos contratos para prestacao de servigo de saneamento basico, além das indispensaveis para atender ao disposto na Lei n® 11,445, de 2007, as previstas: ~no art. 13 da Lei n® 11.107, de 2005, no caso de contrato de programa; I -no art. 23 da Lei n? 6.987, de 1995, bem como as previstas no edital de licitagao, no caso de contrato de concessao; e IIl- no art, 55 da Lei no 8,666, de 1993, nos demais casos, Segdo Ill Da Prestago Regionalizada Art. 41. A contratagéo de prestagdo regionalizada de servigos de saneamento bésico dar-se-4 nos termos de contratos ‘compativeis, ou por meio de consércio piiblico que represente todos os titulares contratantes. Pardgrafo ‘nico. Deverdo integrar o consércio piiblico mencionado no caput todos os entes da Federagio que participem da gestdo associada, podendo, ainda, integré-lo o ente da Federagao cujo érgao ou entidade vier, por contrato, a atuar como prestador dos servigos. Art. 42. Na prestagdo regionalizada de servigos puiblicos de saneamento basico, as atividades de regulagao e fiscalizagao poderdo ser exercidas: | - por érgao ou entidade de ente da Federagao a que os titulares tenham delegado o exercicio dessas competéncias por meio de convénio de cooperagao entre entes federados, obedecido 0 art. 241 da Constitu | - por consércio piblico de direito piiblico integrado pelos titulares dos servigos. Art. 43. © servigo regionalizado de saneamento basico poder obedecer a plano de saneamento basico elaborado pelo conjunto de Municipios atendidos. Segao IV Do Contrato de Articulacao de Servicos Publicos de Saneamento Basico Art. 44. As atividades descritas neste Decreto como integrantes de um mesmo servigo puiblico de saneamento basico podem ter prestadores diferentes. § 12 Atendidas a legislagao do titular e, no caso de o prestador no integrar a administraco do titular, as disposigées de contrato de delegagao dos services, os prestadores mencionados no caput celebrarao contralo entre si com cléusulas que estabelegam pelo menos: ~ a8 atividades ou insumos contratados; I1-as condigdes e garantias reciprocas de fornecimento ¢ de acesso as atividades ou insumos; IIL - © prazo de vigéncia, compativel com as necessidades de amortizagao de investimentos, e as hipdteses de sua prorrogacao; IV-- 0s procedimentos para a implantagéio, ampliagao, melhoria ¢ gestéo operacional das alividades; \V - as regras para a fixagdo, o reajuste e a revisao das taxas, tarifas e outros pregos puiblicos aplicdveis ao contrato; \VI-as condigées e garantias de pagamento; VII- 08 direitos e deveres sub-rogados ou os que autorizam a sub-rogagao; Vill - as hipoteses de extingao, inadmitida a alteragao e a rescisdo administrativas unilaterais; 1X. as penalidades a que estao sujeitas as partes em caso de inadimplemento; X + a designagéo do érgdo ou entidade responsavel pela regulagio e fiscalizagao das atividades ou insumos contratados. § 22 A regulagdo e a fiscalizacdo das atividades objeto do contrato mencionado no § 12 sero desempenhadas por Unico érgao fade, que definira, pelo menos: ouer | normas técnicas relativas a qualidade, quantidade e regularidade dos servigos prestados aos usuarios e entre os diferentes prestadores envolvidos; I - normas econdmicas e financeiras relativas as tarifas, aos subsidios e aos pagamentos por servicos prestados aos usuarios @ entre os diferentes prestadores envolvidos; IIL- garantia de pagamento de servicos prestados entre os diferentes prestadores dos servicos; IV - mecanismos de pagamento de diferengas relativas a inadimplemento dos usuarios, perdas comerciais e fisicas e outros créditos devidos, quando for o caso; e \V- sistema contabil especitico para os prestadores que atuem em mais de um Municipio § 32 Inclui-se entre as garantias previstas no inciso VI do § 12 a obrigagao do contratante de destacar, nos documentos de cobranga aos usuarios, 0 valor da remuneragdo dos servigos prestados pelo contratado ¢ de realizar a respectiva arrecadagio © ‘entrega dos valores arrecadados. § 42 No caso de execugdo mediante concesséo das atividades a que se refere o caput, deveréo constar do correspondente cedital de lcitagao as regras © 08 valores das tarfas e outros pregos plibicos a serem pagos aos demais prestadores, bem como a obrigacao ea forma de pagamento. CAPITULO VI DOS ASPECTOS ECONOMICOS E FINANCEIROS, Segéo! Da Sustentabilidade Econémico-Financeira dos Servicos Art. 45. Os servigos piblicos de saneamento basico terdo sustentabilidade econémico-inanceira assegurada, sempre que Possivel, mediante remuneracao que permita recuperagao dos custos dos servigas prestados em regime de eficiéncia: ||- de abastecimento de agua e de esgotamento sanitario: preferencialmente na forma de tarifas e outros pregos piiblicos, que poderdo ser estabelecidos para cada um dos servicos ou para ambos conjuntamente; II - de limpeza urbana e de manejo de residuos sélidos urbanos: taxas ou tarifas @ outros precos pilblicos, em conformidade com o regime de prestagio do servigo ou de suas atividades; e IIL- de manejo de aguas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em conformidade com o regime de prestago do servigo ou de suas atividades. Segao Il Da Remuneragao pelos Servigos Art 46. A instituigéo de taxas ou tarifas e outros pregos piblicos observara as seguintes diretrizes: ~ prioridade para atendimento das fungées essenciais relacionadas a satide publica; Il - ampliagdo do acesso dos cidadios e localidades de baixa renda aos servicos: Ill - geragao dos recursos necessarios para realizagao dos investimentos, visando o cumprimento das metas @ objetivos do planejamento; IV -inibigdo do consumo supértiuo e do desperdicio de recursos; \V - recuperagao dos custos incorridos na prestago do servigo, em regime de eficiéncia; VI - remuneragao adequada do capital investido pelos prestadores dos servigos contratados; VIL - estimulo ao uso de tecnologias modernas ¢ eficientes, compativeis com os niveis exigidos de qualidade, continuidade © seguranga na prestagao dos servigos; VIII - incentivo a eficiéncia dos prestadores dos servigos, Paragrafo Unico. Poderao ser adotados subsidios tariférios © nao tariférios para os usuarios @ localidades que nao tenham capacidade de pagamento ou escala econémica suficiente para cobrir o custo integral dos servicos. Arl.47, Aestrutura de remuneragdo e de cobranga dos servigos poderd levar em consideragao os seguintes fatores: ~ capacidade de pagamento dos consumidores; | - quantidade minima de consumo ou de utlizagao do servigo, visando a garantia de objetivos sociais, como a preservagao da satide publica, o adequado atendimento dos usuarios de menor renda e a protegao do meio ambiente; IIL- custo minimo necessério para disponibilidade do servigo em quantidade e qualidade adequadas: IV - categorias de usuarios, distribuida por faixas ou quantidades crescentes de utilizagao ou de consumo; V - ciclos significativos de aumento da demanda dos servigos, em periodos distintos; VI- padrdes de uso ou de qualidade definidos pela regulagao. Art. 48. Desde que previsio nas normas de regulagao, grandes usudrios paderfo negociar suas tarifas com o prestador dos servigos, mediante contrato especifico, ouvido previamente 0 érgao ou entidade de regulagao e de fiscalizagao. Segao Ill Do Reajuste da Revisdo de Tarifas e de Outros Precos Publics. Subsegao! Das Disposigées Gerais Art. 49. As tarifas e outros pregos pilblicos serdo fixados de forma clara e objetiva, devendo os reajustes e as revisées ser tornados publics com antecedéncia minima de trinta dias com relacao a sua aplicagao, ‘Subsegao Il Dos Reajustes Art. 50. Os reajustes de tarifas e de outros pregos piiblicos de servigos pilblicos de saneamento basico serdo realizados observando-se 0 intervalo minimo de doze meses, de acordo com as normas legais, regulamentares e contratuais. ‘Subsegao Ill Das Revisées Ar 51. As revises compreenderdo a reavaliagdio das condigées da prestagao dos services € das tarifas e de outros pregos publicos praticados e poderao ser: | - periédicas, objetivando a apuragao e distribuigao dos ganhos de produtividade com os usudrios e a reavaliagao das condigdes de mercado; ou Il - extraordinarias, quando se verificar a ocorréncia de fatos nao previstos no contrato, fora do controle do prestador dos servigos, que alterem o seu equilibrio econémico-financeiro. § 12 As revisées tarifarias terao suas pautas definidas pelas entidades de regulagao, ouvidos os titulares, os usuarios © os prestadores dos servigos, § 22 Poderdo ser estabelecidos mecanismos tarifarios de inducdo a eficiéncia, inclusive fatores de produtividade, assim como de antecipagao de metas de expansdo e qualidade dos servigos. § 32 Os fatores de produtividade poderao ser definidos com base em indicadores de outras empresas do setor. § 42 A entidade de regulagao podera autorizar o prestador de servigos a repassar aos usuarios custos e encargos tributarios. no previstos originalmente e por ele ndo administrados, nos termos da Lei no 8.987, de 1995. Secao IV Do Regime Contabil Patrimonia! Art. $2. Os valores investidos om bens reversiveis polos prestadores dos servigos, desde que estes nao integrem a administracao do titular, constituirao créditos perante o titular, a Serem recuperados mediante exploragdo dos servicos, § 12 Allogislagao pertinente a sociedade por acdes e as normas contabeis, inclusive as previstas na Lei n° 11.638, de 28 de dezembro de 2007, serao observadas, no que couber, quando da apurago e contabilizago dos valores mencionados no caput. § 22 Nao gerardo crédito perante o titular os investimentos feitos sem Gnus para o prestador, tais como os decorrentes de ‘exigencia legal aplicdvel a implantacdo de empreendimentos imobilidrios e os provenientes de subvengdes ou transferéncias fiscais voluntarias. § 32 Os investimentos realizados, os valores amortizados, a depreciagéo e os respectivos saldos serdo anualmente aucitados « certficados pelo érgao ou entidade de reguiagao. § 42 Os créditos decorrentes de investimentos devidamente certficados poderéo constituir garantia de empréstimos, destinados exclusivamente a investimentos nos sistemas de saneamento objeto do respectivo contrato. § 52 Os prestadores que atuem em mais de um Municipio ou que prestem servigos publicos de saneamento basico diferentes ‘em um mesmo Municipio manterao sistema contabil que permita registrar e demonstrar, separadamente, os custos e as receitas de cada servigo em cada um dos Municipios atendidos e, se for 0 caso, no Distrito Federal. TITULO I DA POLITICA FEDERAL DE SANEAMENTO BASICO CAPITULO! DOs OBJETIVOS Art. 53. A Politica Federal de Saneamento Basico 6 o conjunto de planos, programas, projetos e ages promovidos por érgaos @ entidades federais, isoladamente ou em cooperagdo com outros entes da Federagdo, ou com particulares, com os objetivos de: | - contribuir para o desenvolvimento nacional, a redugo das desigualdades regionais, a geragdo de emprego e de renda e a incluso soc! IL priorizar a implantago e a ampliagao dos servigos e ages de saneamento basico nas areas ocupadas por populacdes de baixa renda; Il = proporcionar condigdes adequadas de salubridade ambiental as populagdes rurais ¢ de pequenos niicleos urbanos isolados; IV - proporcionar condigbes adequadas de salubridade ambiental aos povos indigenas e outras populagdes tradicionais, com solugées compativeis com suas caracteristicas socioculturais; \V - assegurar que a aplicagéio dos recursos financelros administrados pelo Poder Pablico se dé segundo critérios de promogao da salubridade ambiental, de maximizagao da relagdo beneficio-custo © de maior retono social; VI - incentivar a adogo de mecanismos de planejamento, regulagio e fiscalizagéo da prestagdo dos servigos de saneamento basico; VII - promover alternativas de gestao que viabilizem a autossustentagao econémico-financeira dos servigos de saneamento basico, com énfase na cooperagao federativa Vill - promover o desenvolvimento institucional do saneamento basico, estabelecendo meios para a unidade e articulagao das aces dos diferentes agentes, bem como do desenvolvimento de sua organizagdo, capacidade técnica, gerencial, financelra e de recursos humanos, contempladas as especticidades locais; 1X - fomentar 0 desenvolvimento cientifico © tecnolégico, a adogdo de tecnologias apropriadas e a difustio dos conhecimentos gerados de interesse para o saneamento basico; ¢ X - minimizar os impactos ambientais relacionados @ implantagao e desenvolvimento das ages, obras e servigos de saneamento basico e assegurar que sejam executadas de acordo com as normas relativas a protego do meio ambiente, a0 uso € ‘ocupagao do solo e a saiide. CAPITULO II DAS DIRETRIZES Art. 64, Sao diretrizes da Polltica Federal de Saneamento Basico: ~ prioridade para as ages que promovam a equidade social e territorial no acesso ao saneamento basico; II - aplicagdo dos recursos financeiros por ela administrados, de modo a promover o desenvolvimento sustentavel, a effciéncia ea eficacia; IIl- estimulo ao estabelecimento de adequada regulacao dos servicos; IV - utilizagao de indicadores epidemioldgicos e de desenvolvimento social no planejamento, implementagao e avaliagao das suas agdes de saneamento basico; \V-methoria da qualidade de vida e das condigdes ambientais e de satide publica; VI- colaboragao para o desenvolvimento urbano e regional; ViI- garantia de meios adequados para 0 atendimento da populagao rural dispersa, inclusive mediante a utilizagao de solugdes ‘compativeis com suas caracteristicas econdmicas e sociais pecullares; Vill - fomento ao desenvolvimento cientifico e tecnolégico, @ adogao de tecnologias apropriadas e a difusao dos conhecimentos gerados; 1X - adogao de crtérios objetivos de elegiblidade e prioridade, levando em considerago fatores como nivel de renda e cobertura, grau de urbanizagao, concentracao populacional, disponibilidade hidrica, riscos sanitérios, epidemiolégicos © ambientais; X - adogao da bacia hidrogréfica como unidade de referéncia para o planejamento de suas agées; e XI - estimulo & implantacdo de infraestruturas e servigos comuns a Municipio, mediante mecanismos de cooperacao entre entes federados. Paragrafo tnico. As politicas e ages da Unido de desenvolvimento urbano e regional, de habitagao, de combate e erradicagao da pobreza, de protecdo ambiental, de promocdo da sade e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida devem considerar a necessaria articulag4o com 0 saneamento bésico, inclusive no que se refere ao financiamento. SAP RLOH BO-FINANGIAMENTO- Segiet oper por érgi ‘entidedes—da—tnidte—serto—feitoe—er fade ph condicionades: ——(Revoas Decreto n° 10,588, de 2020) n isp rt ze zt (Revogado pelo Decreto n® 10.588, de 2020) St se-teence de eioes minimoe do {Revo pelo Decroto n° 10.588, de 2020) presta e% - are financeire-dos-ser ¢——(Revogado pelo Decreto n® so.snde de 2020) ‘by eficiéncia-e eftedcia-dos-servigos,-ae-tonge-de-vide titi de-empreendimente; ——{Revogado pelo Decreto n° 10.588, de 2020) eaput-e——(Revogado pelo Decreto n° 10.588, de 2020) (Revogado pelo Decreto n° 10.588, de 2020) s- pe ceput Bo pere-quale me °F (Revogado pelo Decreto n® 10.588, de 2020) + -tecebertransferéncias-volintarias-da-tniao-destinadas-a-agées-de-saneamente-basico; ——(Revogado pelo Decreto n° 10,588, de 2020) Ps a dea pt a ‘pr Pr aputdever pet caracteristicos-das-regises respectivas——(Revogado pelo Decrato n° 10.588, de 2020) ‘Segtott Serle 100 « 4 1 pre traneferdow f pies ederst-p dos or . de-que-referides entes particinem——(Revogado pelo Decreto n® 10.588, de 2020) se in caput nae prejt et ao aptict ‘progr ee itive de presker ov ofernee ss ce (Revogado pelo Decreto n° 10.588, de2020) publicos-de-s: a por drgéo-ottentidadefederat por-praze-deter 1 res-de iminente isco snide pibien-¢ a0 meio-ambiente——(Revogado pelo Decrato n® 10.588.de 2020) ate je-usttion: que nao tenner capacidade ee pagame pativel-com-a-autoseustentagiie-econds indigenas-e-¢-outras-poptiapsee tradicionais-——(Revogado pelo Decrelo n° 10.588, de 2020) a : 7 4 phic vite be N (Revogado pelo Decreto n° 10.588, de 2020) CAPITULO IV DOS PLANOS DE SANEAMENTO BASICO DA UNIAO Segao! Das Disposigées Gerais Art. 87. A Unido elaborara, sob a coordenago do Ministério das Cidades: - 0 Plano Nacional de Saneamento Basico - PNSB; ¢ II planos regionais de saneamento basico. § 12 Os planos mencionados no caput - setdo elaborados e revisados sempre com horizonte de vinte anos; Il serdo avaliados anualmente; Ill- serdo revisados a cada quatro anos, até o final do primeiro trimestre do ano de elaboragao do plano plurianual da Unido; & IV - deverdo ser compativeis com as disposigdes dos planos de recursos hidricos, inclusive 0 Plano Nacional de Recursos Hidricos e planos de bacias. § 22 Os drgaos e entidades federais cooperardo com os titulares ou consércios por eles constituldos na elaboracao dos planos de saneamento basico. Segao Il Do Procedimento Art. 58. O PNSB serd elaborado e revisado mediante procedimento com as seguintes fases: + diagnéstico; II -formulagao de proposta; IIl- divulgago e debates; IV - prévia apreciagéo pelos Conselhos Nacionais de Satide, Meio Ambiente, Recursos Hidricos e das Cidades; \V - apreciago e deliberagao pelo Ministro de Estado das Cidades; VI- encaminhamento da proposta de decreto, nos termos da legislagdo; € \VIl- avaliagao dos resultados e impactos de sua implementagao, Art. 59, A Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades providenciara estudos sobre a situacao de salubridade ambiental no Pais, caracterizando e avaliando: | - situagdo de salubridade ambiental no territério nacional, por bacias hidrogréficas e por Municipios, utilizando sistema de indicadores sanitarios, epidemiolégicos, ambientais e socioeconémicos, bem como apontando as causas das deficiéncias detectadas, inclusive as condigdes de acesso e de qualidade da prestagao de cada um dos servigos piiblicos de saneamento basico; I demanda © necessidade de investimentos para universalizagao do acesso a cada um dos servigos de saneamento basico ‘em cada bacia hidrografica e em cada Municipio; e IIL - programas ages federais em saneamento basico e as demais politicas relevantes nas condigdes de salubridade ambiental, inclusive as ages de transferéncia e garantia de renda e as financiadas com recursos do FGTS ou do FAT. § 12 Os estudos mencionados no caput deverdo se referir a0 saneamento urbano ¢ rural, incluindo as areas indigenas e de populagées tradicionais. § 22 0 diagnéstico deve abranger o abastecimento de agua, 0 esgolamento sanitério, © manejo de residuos sélidos © manejo de aguas pluviais, ou ser especitico para cada servig. § 32 No diagnéstico, poderao ser aproveitados os estudos que informam os planos de saneamento basico elaborados por outros entes da Federagao. § 42 Os estudos relatives a fase de diagnéstico sao puiblicos ¢ de acesso a todos, independentemente de demonstragdo de interesse, devendo ser publicados em sua integra na internet pelo perfodo de, pelo menos, quarenta e olto meses. Art. 60. Com fundamento nos estudos de diagnéstico, sera elaborada proposta de PNSB, com ampla participagao neste processo de comunidades, movimentos e entidades da sociedade civil organizada, que contera: | - objetivos e metas nacionais, regionais e por bacia hidrografica, de curto, médio e longo prazos, para a universalizagao dos servigos de saneamento bésico e o alcance de niveis crescentes de salubridade ambiental no territério nacional, observada a ‘compatibilidade com os demais planos e politicas publicas da Unido; Il - diretrizes orientagdes para 0 equacionamento dos condicionantes de natureza politico-institucional, legal e juridica, ‘econémico-financeira, administrativa, cultural e tecnolégica que influenciam na consecugao das metas e objetivos estabelecidos; IIL - programas, projetos e ages necessarias para atingir os objetivos e as metas da Politica Federal de Saneamento Basico, com identificagdo das respectivas fontes de financiamento; IV - mecanismos e procedimentos, incluindo indicadores numéricos, para avaliagao sistematica da eficiéncia e eficdcia das ages programadas; V = agées da Unido relativas ao saneamento basico nas areas indigenas, nas reservas extrativistas da Unido e nas ‘comunidades quilombolas; VI - diretrizes para 0 planejamento das agdes de saneamento basico em areas de especial interesse turistico; Vil - proposta de revisdio de competéncias setoriais dos diversos érgaos © entidades federais que atuam no saneamento ambiental, visando racionalizar a aluacao governmental. Paragrafo Unico. A proposta de plano deve abranger o abastecimento de agua, o esgotamento sanitario, o manejo de residuos sélidos, 0 manejo de aguas pluviais e outras agdes de saneamento basico de interesse para a melhoria da salubridade ambiental, incluindo o provimento de banheiros e unidades hidrossanitarias para populagdes de baixa renda Art. 61. A proposta de plano ou de sua reviséo, bem como os estudos que a fundamentam, deverdo ser integralmente publicados na internet, além de divulgados por meio da realizacao de audiéncias publicas e de consulta publica. Paragrafo nico, A realizagao das audiéncias piiblicas e da consulta pibblica seré disciplinada por instrugdo do Ministro de Estado das Cidades. Art. 62. A proposta de PNSB ou de sua revisdo, com as modificagdes realizadas na fase de divulgagao e debate, sera ‘encaminhada, inicialmente, para apreciagao dos Conselhos Nacionais de Saiide, de Meio Ambiente e de Recursos Hidricos, § 12 A apreciago serd simultanea ¢ deverd ser realizada no prazo de trinta dias. § 22 Decorrido 0 prazo mencionado no § 12, a proposta sera submetida ao Conselho das Cidades para apreciacao. Art. 63, Apos a apreciagao e deliberagao pelo Ministro de Estado das Cidades, a proposta de decreto sera encaminhada nos termos da legislagdo. Art. 64. O PNSB deverd ser avaliado anualmente pelo Ministério das Cidades, em relagao ao cumprimento dos objetivos e metas estabelecidos, dos resultados esperados e dos impactos verificados. § 12 A avaliagdo a que se refere o caput deverd ser felta com base nos indicadores de monitoramento, de resultado ¢ de impacto previstos nos préprios planos. § 22 A avaliagao integrard o diagnéstico e serviré de base para o processo de formulagéo de proposta de plano para o periodo subsequente. Segao Ill Dos Planos Regionais Ar. 65. Os planos regionais de saneamento basico, elaborados ¢ executados em articulago com os Estados, Distrito Federal ‘@ Municipios envolvidos serdo elaborados pela Unido para’ - as regides integradas de desenvolvimento econémico; © II-as regiées em que haja a participago de érgao ou entidade federal na prestagao de servigo publico de saneamento basico. § 12 Os planos regionais de saneamento basico, no que couber, atenderdo ao mesmo procedimento previsto para o PNSB, disciplinado neste Decreto, § 22 Em substituigdo a fase prevista no inciso IV do art. §8, a proposta de plano regional de saneamento basico serd aprovada por todos os entes da Federacao diretamente envolvidos, apés prévia oitiva de seus respectivos conselhos de meio ambiente, de satide @ de recursos hidricos. CAPITULO V DO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAGOES EM SANEAMENTO - SINISA Art. 66. Ao SINISA, instituido pelo art. 53 da Lein® 11.445, de 2007, compete: ~ coletar e sistematizar dados relativos as condigdes da prestacao dos servigos puiblicos de saneamento basico; II - disponibilizar estatisticas, indicadores e outras informagées relevantes para a caracterizagao da demanda e da oferta de servigos ptiblicos de saneamento basico; Il - permitir e faciitar 0 monitoramento e avaliagao da eficiéncia e da eficacia da prestaao dos servigos de saneamento basico; & IV- permitir e facilitar a avaliagéo dos resultados e dos impactos dos planos e das agdes de saneamento basico. § 12 As informagdes do SINISA sao piblicas e acessiveis a todos, independentemente da demonstracao de interesse, devendo ser publicadas por meio da internet. § 22 0 SINISA devera ser desenvolvido e implementado de forma articulada ao Sistema Nacional de Informagdes em Recursos Hidricos - SNIRH e ao Sistema Nacional de Informacées em Meio Ambiente - SINIMA. Art. 67. © SINISA sera organizado mediante instrugdo do Ministro de Estado das Cidades, ao qual competird, ainda, 0 ‘estabelecimento das diretrizes a serem observadas pelos titulares no cumprimento do disposto no inciso VI do art, 9° da Lein® 11,445, de 2007, e pelos demais participantes. § 12 © SINISA devera incorporar indicadores de monitoramento, de resultados e de impacto integrantes do PNSB e dos planos regionais, § 22 O Ministério das Cidades apoiard os titulares, os prestadores e os reguladores de servigos pubblicos de saneamento basico na organizagao de sistemas de informacao em saneamento basico articulados ao SINISA. CAPITULO VI DO ACESSO DIFUSO A AGUA PARA A POPULAGAO DE BAIXA RENDA. Art. 68. A Uniao apoiara a populacao rural dispersa e a populagdo de pequenos niicleos urbanos isolados na conten¢ao, reservagao e utilizagao de aguas pluviais para o consumo humano e para a produgo de alimentos destinados ao autoconsumo, mediante programa especifico que atenda ao seguinte: | - utilizagao de tecnologias sociais tradicionais, originadas das praticas das populagdes interessadas, especialmente na construgao de cistemas e de barragens simplificadas; e II - apoio produgao de equipamentos, especialmente cisternas, independentemente da situagao fundiaria da area utlizada pela familia beneficiada ou do sitio onde devera se localizar o equipamento. § 12 No caso de a agua reservada se destinar a consumo humano, 0 6rgdo ou entidade federal responsavel pelo programa oficiard a autoridade sanitéria municipal, comunicando-a da existéncia do equipamento de retenco e reservagao de aguas pluviais ara que se proceda ao controle de sua qualidade, nos termos das normas vigentes no SUS, § 22 0 programa mencionado no eaput sera implementado, preferencialmente, na regio do semiérido brasileiro. CAPITULO Vi DAS DISPOSIGOES FINAIS Art. 69. No prazo de cento ¢ oitenta dias, contado da data de publicagao deste Decreto, o IBGE editaré ato definindo vilas, aglomerados rurais, povoados, niicleos, lugarejos ¢ aldeias para os fins do inciso Vill do art. 3° da Lein® 11.445, de 2007. Art. 70. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicagao. Brasilia, 21 de junho de 2010; 1892 da Independéncia e 122° da Republica LUIZ INACIO LULA DA SILVA. Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto Guido Mantega Paulo Sérgio Oliveira Passos Carlos Lupi José Gomes Tempordo lzabella Ménica Vieira Teixeira Marcio Fortes de Almeida Este texto ndo substitui o publicado no DOU de 22.6.2010 - Edicao extra

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