Você está na página 1de 34
oe baa d eee ee” Ee Be 8S EE! LS OF ig T+ | mea ree Trae convencio BATISTA a onspenss CONVENGAO BATISTA FLUMINENSE | Apresentacio . 2 Palavra do Presidente .. 3 Quem sao os Batistas 5 Pacto das Igrejas Batistas .. 10 Principios Batistas ... 11 Declaragiio Doutrinéria . 22 Todos os direitos reservados Copyright> do Conselho de Planejamento e Coordenagiio da Convengio Batista Fluminense TMPACTO - REALIDADE BATISTA. Realizagiio: Conselho de Coordenagao da Convencao Batista Fluminense Publicagdo: Convenedo Batista Fluminense Rua Visconde de Morais 231 — Inga | 24.210-145 + Niteroi— RJ | Tel: 21 620-1515 + Fax 21 717-5092 | E-mail pechf@urbi.com.br hups//www.batistafluminense.org.br _wwwbatistas-r).org.br | Coordenador Geral: Pr. Si ‘erates Oliveira de Souza NITEROL - MARCO 2001 CONVENCAO “> BALISTA | CONVENGAO BATISTA FLUMINENSE Fuoninense ssa ase Apresentacdo Conselho de Planejamento e Coordenagao da Convengio Batista Fluminense faz. chegar As suas mios este exemplar Intitulado “Impacto — Realidade Batista” contendo “Quem sio os Batistas”, “Pacto das Igrejas Batistas”, “Principios Batistas” e “Declaragao de Fé das Igrejas Batistas do Brasil”, documentos gerais que norteiam a denominacio batista. Este ndo é um livro como outro qualquer. Talvez pudéssemos chamar de livro de divulgagao. E isto devido A forma como foi produzido reunin- do textos que jd se tornaram dominio denominacional, montados em uma “Colagem”. Mais do que um receitudrio é um conjunto de documentos que sintetiza 0 pensamento batista. Entendemos que esta é a melhor ma- neira de se conhecer alguns aspectos importantes da realidade denominacional, de levar através das igrejas locais, a cada crente batista, individualmente, 0 desejo de cumprir 0 mandado de Jesus Cristo de ir, fazer discfpulos, batizar os que créem e ensind-los a guardar todas as coisas que Ele tem mandado. Nestes momentos que adentramos ao terceiro milénio, quando a igre- ja vem enfrentando situagées e tendéncias que desafiam-nos a permane- cer firmes na Palavra e na sa doutrina e comprometidos com a pratica do servico para a expansao do Reino de Deus é importante nao descuidar- mos em conhecer, recordar, estudar e ensinar os princfpios fundamentais da nossa denominac: Ao langarmos este texto queremos preencher uma grande lacuna em nosso meio gerada pela falta de conhecimento ¢ estudo de nossos princi pios que tém levado ao processo de descompromisso com os valores distintivos da Palavra de Deus e denominacionais. Queremos resgat4-los e manté-los harmoniosos e coerentes em torno da doutrina biblica e dos valores histéricos, morais e espirituais distintivos da heranga batista. Nossa expectativa € que este texto faca-nos envolver mais ¢ mais no constante trabalho do Reino, através das igrejas locais que compoem nossa Convengiio, visando somente a glorificagao de Deus, criador e Senhor do universo, e a edificagdo espiritual da Igreja de Jesus Cristo. Pr. Sécrates Oliveira de Souza Coordenador Geral coNvEncio 7 BALISTA Fionn: | CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE | Palavra do Presidente ovo Batista Fluminense, este é um momento de grande relevancia em nossa vivéncia eclesidstica. A Convengdo faz chegar s igrejas e pastores este documento que é referencial ¢ balizador de nossa ortodoxia batista,. E tem- po de zelarmos pela si doutrina e pelo povo do Senhor que tem sofrido os sobressaltos dos modismos; dessas inovagdes inconseqlientes que tém cau- sado divisio, perda de identidade e muita injustiga. O objetivo desse trabalho é propiciar uma maior conscientizagao entre as igrejas, pastores ¢ lideres, que & poss{vel crescermos, sermos alegres entusiastas na celebracdo da Gloria do Senhor, sem contudo imitarmos 0 estilo chamado “carismético” e seus jargdes. Devemos ser gratos por per- tencermos a uma Convencio premiada com uma bonita histéria, onde a lideranga passada plantou o trabalho com suor e légrimas, outra lideranga surgiu consolidando tudo quanto recebeu. E nés, lideranga atual, temos a responsabilidade de desenvolvermos esta obra, tragando alvos, abrindo no- vos horizontes para 0 progresso, preparando assim o terreno para oferecer- mos melhores condigGes aos que hio de nos suceder. Que maravilha seria se nés, os batistas fluminenses, nos envolvésse- mos de maneira total na cooperacio, na lealdade a Palavra de Deus, no compromisso com o Senhor e também com a denominaciio. Certamente niio terfamos que parar para resolver tantos problemas com os que se enve- redam por caminhos tortuosos de desvio das verdades biblicas e doutrinais. A maior dificuldade tem sido com obreiros fraudulentos que jozam por terra tudo quanto foi conquistado em 118 anos de trabalho batista em solo patrio, menosprezam a denominagao ¢ tudo quanto promovemos, mas par- ticipam dos eventos que tendem a enfraquecer a identidade batista e nao perdem os congressos ¢ semindrios promovidos por outros grupos religio- sos. E assim que vao minando a ortodoxia, enfraquecendo a sa doutrina, levando 0 povo para outros rumos € usurpando 0 que foi construfdo com tanto sacrificio. Bom seria se saissem deixando tudo como encontraram, 0 povo em seu lugar ¢ o patriménio que nos pertence. Desta forma 56 estari- am perdendo o nome batista, mas preservando o cardter, a integridade e dignidade, coisas que nao podem faltar aos que dizem servir a Deus. perfodo que estamos atravessando no 6 dos mais favordveis, ha muita especulacdo e encanto mistico. Precisamos agir com prudéncia, na dependéncia de Deus, mas sem postergagao. E dentro dessa ética que esta- convencho = BATISTA ——-, — mht —{ CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE | a sinypenss mos apresentando este trabalho, que € parte integrante das preocupacies e cuidados dessa lideranga; diretoria da Convengio ¢ Coordenadoria Geral sob a batuta do ilustre, talentoso e competente, Pr. Sécrates Oliveira de Souza, para contribuirmos com a melhoria da postura doutrinatia ¢ eclesi- olégica de nosso amado “Campo Fluminense”, sempre em busca da exce- Iéncia. A Conyengio esté desenvolvendo seu inaudito privilégio de ser ser- va das igrejas, tendo em vista “o aperfeigoamento dos santos para a obra do ministério”. Que este documento, com a bénedo de Deus, Ihe seja muito util na realizagiio da obra mais excelente. Um abrago fraterno. Pr. Vanderlei Batista Marins Presidente da CBF convencio ™pBATISTA | CONVENGAO BATISTA FLUMINENSE | Oaum SAO OS BATISTAS? Tém os Batistas convicedes em comum com outros cristios? Sim, os Batistas tm muitas convic- gOes em comum com outros cristios: acre- ditam em Deus como Criador de todas as coisas e como Pai Celestial que chama a si todos os homens. Os Batistas créem em Jesus Cristo, como Filho de Deus encarnado e como Salvador de todos aqueles que nele tem fé. Eles créem no Espirito Santo com guia sempre presente, que proporcionao conhe- cimento cristo da vontade de Deus e 0 poder para seguir a Cristo na vida diria. Eles créem que a igreja é constituida do povo de Deus que rende culto 20 Oni- potente, que d4 testemunho do seu amor e serve aos seus semelhantes em nome de Cristo. Os Batistas crem na inspiragdo e au- toridade da Biblia. Por que os Batistas formam é parte uma familia de cristéos? A resposta est4 no seguinte conjunto de convicgdes mantidas pelos Batistas: Os Batistas créem que Jesus Cristo é 0 Senhor e tem plena autoridade nos céus ena terra. Os Batistas créem que toda pessoa deve reconciliar-se com Deus mediante 0 arrependimento de seus pecados ¢ a fé pessoal no Senhor Jesus Cristo. Os Batistas créem que o batismo se- gue a profissdo pessoal de fé em Cristo, e introduz o crente na igreja . Os Batistas eréem que Deus dotou cada homem de dignidade pessoal e li- berdade de escolha, e que toda criatura humana deve fazer suas prdprias decisdes acerca de sua fé. Os Batistas créem que todo cristéio tem responsabilidade de dar testemunho de Cristo, fazendo-o por palavras e acoes. Qual o conceito dos Batistas sobre a au- toridade do Senhor Jesus Cristo? Os Batistas créem que a mais alta le- aldade dos crentes é devida a Jesus Cristo e nao a credos, tradigdes ou instituigdes religiosas. A suave vontade do Senhor Jesus Cristo esta intrinsecamente ligada a todo cristio. A autoridade de Cristo também signi- fica que ele é Senhor da Igreja. Nenhum ministro, sacerdote, bispo ou papa tem o direito de exercer a autorida- de como se fosse 0 proprio Cristo (Ma- teus 28:18). Todo homem tem acesso di- reto a Deus e 0 direito de responder por si mesmo, e de alegrar-se com a presenga do Senhor no culto e no servico. A autoridade de Cristo abrange tam- bém os valores morais. Ele satisfaz as mais profundas necessidades de cada homem. e acende as mais elevadas aspiragdes nos seus seguidores. A experiéncia humana em todos os tempos confirma a verdade dos ensinos do Senhor Jesus Cristo. Paz, justiga e compreensao s6 se tornam reali- dade quando Jesus domina. Qual o conceito de fé pessoal? HA muitos conceitos de fé. Alguns a consideram como um credo ou um con- junto de preceitos a que devemos obede- pal CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE ] cer. Outros véem nela algo em que temos que acreditar, a despeito da razo. Os Ba- tistas, porém, créem que a fé equivale & confianga € a0 compromisso individuais. A fé constitui valor espiritual que consi- | deramos acima de nés mesmos. Existe algo terrivelmente errado no homem. A Biblia revela que todos os ho- | mens pecaram (Romanos 3:23). Nosso | mundo nfo se tornard melhor enquanto o homem nao for mudado por dentro. Essa transformagao somente ser possivel pela | graca de Deus através da fé em Jesus Cri to (Efésios 2:8). A Biblia também nos diz que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu 0 seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele cré no pereca, mas tenha a vida eterna” (Jodo 3:16). Uma vida nova é ofe- recida a todos, pois Deus enviou “seu pr6- prio Filho em semelhanga de came peca- | minosa... a fim de que 0 preceito da lei se cumprisse em nds” (Romanos 8:3,4). ) Jesus Cristo é Senhor e Salvador. Sua autoridade é exercida em misericérdia. A fé¢ a submissao a Cristo devem ser pessoais. Nao é possivel ter fé por procu- racao. O homem no nasce com sua fé, nem esta pode ser-lhe proporcionada por | outro. Um ser humano pode ter nascido no seio de uma familia crist, ou num pais considerado cristo, mas isso nao o faz cristéo. Uma pessoa somente é crista por sua fé pessoal e submissio pessoal ao Se- | hor Jesus Cristo. Por que os Batistas praticam 0 batismo s6 de crentes? | Os batistas erem que a fé surge antes do batismo, e nao o batismo antes da fé. | Nao hé regeneracdo ou salvagio no ato do | batismo propriamente dito. O batismo éum convencio “=p BATISTA ab oosycne nie ato simbélico significando a passagem do crente da vida anterior cheia de pecados, para uma vida nova (Romanos 6:4). A simbolizagao do sepultamento da vida passada e a ressurreigdo para uma vida nova vé-se melhor na imersio, que os Batistas créem ser a forma biblica do batismo . Os Batistas nao batizam crian- cas que ainda nao estejam em condigdes de sentir a fé salvadora pessoal. Qual o conceito batista sobre a igreja? Os Batistas créem que a autoridade de Cristo esta diretamente relacionada com aigreja. Deus “pés todas as coisas debai- xo dos seus pés e, para ser 0 cabeca sobre todas as coisas, o dew a igreja, a qual € 0 seu corpo” (Efésios 1:22,23). A igreja total 6 0 corpo de Cristo, com- preendendo todos aqueles que consideram a Jesus Cristo como seu Senhor. Os Batistas também créem que a igre- ja aparece visivelmente nas congregacées locais onde os seguidores de Cristo lou- vam a Deus em conjunto, propagam o evangelho, ensinam as verdades cristas e procuram incrementar a santidade de vida e 0 uso cristéo dos bens entre seus mem- bros. Una igreja local é uma associacio de cristdos que irradiam testemunho e servi- co pela comunidade e, em cooperagao voluntéria com outras igrejas, pela huma- nidade inteira. E organizada conforme 0 principio de que todos os membros sao iguais em direitos e deveres. A igreja é de estrutura congregacio- nal, ¢ utiliza o processo democratico para as decisées de assuntos administrativos, considerando 0 Espirito como guia sem- pre presente, que lhe capacita para levar avante a missao de Cristo. (Atos 1:8). F. convencho =>, BATISTA, Como observam os Batistas a Ceia do Senhor? Para os Batistas a ordenanga da ceia do Senhor é um ato simbélico em memé- ria da morte do Senhor Jesus Cristo, ato de que participam todos os crentes. A observancia da ceia é ocasiao de auto-exa- me, reavivamento e agGes de gragas dos membros da igreja. Os Batistas nao cré- em que o po e o vinho sejam literalmen- te transformados no corpo e sangue de Cristo. Mas a cerim6nia focaliza unica- mente a presenca transformadora do di- vino Mestre em Espirito. Como as Igrejas Batistas trabalham em conjunto? Os Batistas créem que a igreja local deve ser livre para fazer aquilo que con- sidera o melhor sob a orientacao do Es- pirito Santo, com o propésito de cum- prir a comissio de Cristo. Cultivando a maior camaradagem entre os crentes € desenvolvendo programas além de suas possibilidades locais, a igreja é livre para associar-se com outras de objetivos se- melhantes. Os Batistas se retinem, portanto, em associagées, conferéncias, convengdes uniGes nacionais, culminando na Alianga Batista Mundial. Mas a igreja local per- manece soberana. Se bem que tenham suas convicgdes e conceitos bisicos em comum, os Ba- tistas ndo sustém os mesmos pontos de vista € opiniGes em cada localidade. O extraordindrio entretanto, nao sao as di- vergéncias de praticas, mas o grau de coesao alcancado através da colaboragao yoluntaria. CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE |} - Como comegou 0 Movimento Batista? Os Batistas nao reconhecem um lider como “fundador” do Movimento Batista. Igrejas do tipo batista surgiram & vezes espontaneamente mediante estudo da BE blia. No século dezesseis, as igrejas ana- batistas surgiram paralelamente aos mo- yimentos de reforma da a Europa Cen- tral. No século dezessete as igrejas batis- tas foram instituidas com vinculos no movimento puritano da Inglaterra. A perseguicdo sobreveio aesses cren- | tes de fé ndo conformistaemregidesonde | era limitada ou negada a liberdade de consciéncia, e também quando a igreja oficial e o Estado prescreviam a crenga a ser obedecida. O Movimento Anabatista na Europa Continental foi cruelmente esmagado pe- las igrejas oficiais. Os “separatistas” ou n&o conformistas da Igreja da Inglaterra foram forgados a fugir, a esconder-se. Um desses grupos migrou da Ingla- terra para Amsterdam (Holanda) sob a lideranga de John Smith, Em 1609, eles organizaram uma nova igreja nessa ci- dade, onde a condigiio de membro se ba- seava na profissao de f& pessoal, volun- taria, procedendo ao batismo. Dois anos mais tarde, alguns desses membros da nova igreja, dirigidos por Thomas | Hellws, retornaram & Inglaterra c i to- | maram parte no crescente Movimento Batista, que através de Migragées se es- praiou pela América. O grande movimento missionério ini- ciado com William Carey, da Inglaterra, em 1792, disseminou convicgdes batistas até ao Extremo Oriente e, mais tarde, por guase todo o mundo. Em alguns paises, -— | CONVENGAO BATISTA FLUMINENSE _ como a Riissia em 1867, 0 Movimento Batista comegou espontaneamente com pessoas que formaram suas convicgées ilu- minadas pela leitura do Novo Testamento. Por que estiio os Batistas empenhados em Evangelizagao e em Missdes? Os Batistas créem que a missao de tes- temunhar (Atos 1:8) e de conquistar no- vos discipulos (Mateus28:19,20) & dever de cada crente. Todo cristao é uma teste- munha. Sua vida ¢ palavras revelam aos outros sua fidelidade a Cristo. O sal deve salgar, se é sal, e a luz tera que brilhar, se éluz (Mateus 5:13,14). Os Batistas procuram dar testemunho de Cristo em todas as nacdes do mundo. Tém. grande empenho em tornar a Biblia acess vel a0 povo, em sua propria lingua. Seu es- forco missionério inclui auxilios para sati- de ¢ educagiio , ajuda aos que sentem fome, ‘aos que estiio sem agasalho ¢ sem lar. Eles créem que todas essas obras de- vem ser feitas em nome de Cristo, e nao apenas como um esforgo humanistico, alheio ao Mestre (Jodo 15:5). Batistas créem que a pregagiio do evangelho deve ser imi gémea do servigo aos nossos se- melhantes, pois Cristo devotou seu minis- tério terreno aos pobres, aos oprimidos e aos que sofriam (Lucas 4:4-21). O julga- mento final de Cristo sera baseado em nossa compaixao para com 0s outros, compaixdo esta que exprime a nossa fé (Mateus 25:31-46). Por que esto os Batistas interessados na liberdade religiosa? Deus criou 0 homem a sua propria imagem e 0 dotou de inaliendvel direito & liberdade. convengas =p BATISTA pect A lei moral de Deus requer que 0 ho- mem seja livre para que possa tornar-se responsavel. Os Batistas créem que todos os homens devem ser livres para seguir sua consciéncia em matéria de religifio, e que a autoridade civil ou politica nado tem o direito de tracar normas para a vida reli- giosa dos cidadaos. Esta liberdade € mais. que tolerdncia, porque a simples tolerdin- cia leva a cogitar sobre quem é que temo direito de tolerar a outrem. O Estado nao tem competéncia para afir- mar ao cidadiio em que ponto sua religiéo estdcerta ou errada Quando os homens pro- curam controlar as igrejas com objetivos politicos, a vida espiritual das igrejas esta ameacada, e quando uma igreja usa 0 Esta- do para impor seus credos, comete violén- cia contra a dignidade da criatura humana, proporcionada pelo Criador. Os Batistas no buscam essa liberda- de s6 para si. Eles lutam por esse direito para todos os homens. Cada pessoa deve ter o privilégio de professar e propagar sua f& ou descrenga, fazendo-o a seu pr6- prio modo, contanto que nao interfira na ordem ou seguranca publica, ou ainda nos direitos dos outros. Vivem os Batistas conforme suas con- viccdes? Os Batistas tém vivido, até certo pon- to, conforme suas prdptias convicgées, mas em certas ocasides eles 0 fizeram de maneira herdica, chegando até ao martf- rio. Pelas falhas, porventura havidas, de- vem arrepender-se e continuar com no- vas energias a sua missao. O filésofo dinamarqués Soren Kierke- gaard disse: O cristianismo comega decla- rando 0 que 0 cristiio deve ser, e nfo lou- convencio 7 BALISTA Phony penss vando-o pelo que ele &”. E em outra oportu- nidade o mesmo filésofo escreveu: “Na gra- ca hd sempre perdiio para o passado, mas nunca liberdade para deixar de lutar.” Cristo, a tinica Esperanca. “Quem so os Batistas?”, mais uma patticularidade deve ser lembrada. Os Ba- ~ CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE * tistas so um povo que abriga uma espe- ranga. Eles créem que Jesus Cristo é 0 Filho de Deus. Os Batistas esto convictos de que nao hd outro nome além de Jesus Cristo, pelo qual devemos ser salvos (Atos 4:12). Eles créem na vitéria final do Senhor Res- suscitado (Mateus 25:31; I Corintios 15:24- 25; Il Pedro 3:13; Apocalipse 11:15). Fonte: Folheto publicado pela Convencio Batista Brasileira - 1966 [ CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE convencio > BALISTA @ PACTO DAS IGREJAS BATISTAS Tendo sido levado pelo Espirito San- to a aceitar a Jesus Cristo como tinico e suficiente Salvador, e tendo sido batiza- dos, sob profissio de fé, em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo, decidimos — nos unanimes, como um corpo em Cri to, firmado solene e alegremente, na pre- senca de Deus e desta congregagao, 0 se- guinte Pacto: Comprometemo-nos a, auxiliados pelo Espirito Santo, andar sempre unidos no amor cristo; trabalhar para que esta igreja cresga no conhecimento da Pala- vra, na santidade, no conforto métuo na espiritualidade; manter os seus cultos. suas doutrinas, suas ordenancas e sua dis- ciplina; contribuir liberalmente para 0 sustento do ministério, para as despesas da igreja, para 0 auxflio dos pobres a para a propaganda do evangelho em todas as nagoes. Comprometendo-nos também a man- ter uma devocdo particular, a evitar e con- denar todos os vicios, a educar religiosa- mente nossos filhos, a procurar a salva- ao de todo o mundo, a comegar dos nos- sos parente, amigos e conhecidos; a ser corretos em nossas transagées, fiéis em nossos compromissos e exemplares em nossa conduta ¢ ser diligentes nos traba- lhos seculares, evitar a detragdo, a difa- magio e a ira, sempre e em tudo visando A expansio do reino do nosso Salvador. Além disso, comprometemo-nos a ter cuidado uns dos outro; a lembrar-nos uns dos outros nas oragées ; ajudar mutuamen- te nas enfermidades e necessidades; cul- tivar relagdes francas ¢ a delicadeza no trato; estar prontos a perdoar as ofensas, buscando, quando possfvel, a paz com todos os homens. Finalmente comprometemo-nos a, quando sairmos desta localidade para ou- tra, unir-nos a uma outra igreja da mesma £6 e ordem, em que possamos observar os principios da Palavra de Deus ¢ 0 espirito deste Pacto. O Senhor nos abengoe e nos proteja para que sejamos fidis e sinceros até a morte. convencio 4 ah so nspease © I, AUTORIDADE 1. Cristo como Senhor A fonte suprema da autoridade crista € o Senhor Jesus Cristo. Sua soberania emana da eterna divindade e poder — Como o unigénito filho de Deus Supre- mo —de Sua reden¢do vicaria e ressurrei- so Vitoriosa. Sua autoridade € a expres- so de amor justo, sabedoria infinita e santidade divina, e se aplica & totalidade da vida. Dela procede a integridade do propésito cristao, 0 poder da dedicagao crista, a motivagao de lealdade crista. Ela exige a obediéncia aos mandamentos de Cristo, dedicagdo ao Seu servico, fideli- dade ao Seu reino e a maxima devogio A Sua Pessoa, como o Senhor vivo. A suprema fonte de autoridade é 0 Senhor Jesus Cristo, e toda a esfera da vida esta sujeita a Sua soberania. 2. As Escrituras A Biblia fala com autoridade porque é apalavra de Deus. Fa suprema regra de f& ¢ pratica porque é testemunha fidedigna e inspirada dos atos maravilhosos de Deus através da revelacio de Si mesmo e da re- dengiio, sendo tudo patenteado na vida, nos ensinamentos e na obra Salvadora de Je- sus Cristo. As Escrituras revelam a mente de Cristo e ensinam o significado de seu dominio. Na sua singular e una revelacio da yontade divina para humanidade, a Bi- blia é a autoridade final que atrai as pe: as a Cristo e as guia em todas as questées TF Oe PRINCIPIOS BATISTAS de f€ crista e dever moral. O individuo tem que aceitar a responsabilidade de estudar a Biblia, com a mente aberta e com atitude reverente, procurando o significado de sua mensagem através de pesquisa e oragio, orientando a vida debaixo de sua discipli- na ¢ instruciio. A Biblia como revelacao inspirada da vontade divina, cumprida e comple- tada na vida e nos ensinamentos de Je- sus Cristo, € a nossa regra autorizada de fé e pratica. 3. O Espirito Santo O Espirito Santo é a presenca ativa de Deus no mundo e, particularmente, na ex- periéncia humana. E Deus revelando Sua pessoa e vontade ao homem. O Espirito, portanto € a voz da autoridade divina. B 0 Espirito de Cristo, e Sua autoridade é a vontade de Cristo. Visto que as Escritu- ras sio o produto de homens que, inspira- dos pelo Espirito, falaram por Deus, a verdade da Biblia expressa a yontade do Espirito, compreendida pela iluminagao do Mesmo. Ele conyence os homens do pecado, da justiga ¢ do juizo, tornando, assim, efetiva a salvagiio individual, atra- vés da obra salvadora de Cristo. Ele ha- bita no coragao do crente, como advoga- do perante Deus e intérprete para 0 ho- mem. Ele atrai o fiel para a fé ¢ a obedi- éncia e, assim, produz na sua vida os fru- tos da santidade e do amor. O Espirito procura alcangar vontade e propésito divinos entre os homens. Ele dé CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE | ~ CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE aos cristaos poder e autoridade para o tra- balho do reino e santifica e preserva os redimidos, para o louvor de Cristo; exige uma submissio livre e dinamica 4 autori- dade de Cristo, e uma obediéncia criativa e fiel & palavra de Deus. O Espirito Santo é 0 préprio Deus revelando Sua pessoa e vontade aos homens. Fle, portanto interpreta e con- firma a voz da autoridade divina. IL. O INDIVIDUO 1. Seu Valor A Biblia revela que cada ser humano €criado A imagem de Deus; € tinico, pre- cioso e insubstituivel. Criado ser racio- nal, cada pessoa € moralmente responsd- vel perante Deus e o préximo. O homem como individuo € distinto de todas as ou- tras pessoas. Como pessoa, ele é unido aos outros no fluxo da vida, pois ninguém vive nem morte por si mesmo. A Biblia revela que Cristo morreu por todos os homens. O fato de ser o homem criado a imagem de Deus e de Cristo mor- rer para salvé-lo é a fonte da dignidade e do valor humano. Ele tem direito, outor- gado por Deus, de ser reconhecido e acei- to como individuo sem distingZio de raga, cor, credo ou cultura; de ser parte digna de respeito da comunidade; de ter a plena oportunidade de alcangar o seu potencial. Cada individuo foi criado a imagem de Deus e, portanto, merece respeito e consideracio como uma pessoa de va- lor e dignidade infinita. 2. Sua Competencia O individuo, porque criado a imagem de Deus, torna-se responsfvel por suas de- convenche “BATISTA ne nee cisdes morais e religiosas. Ele € compe- tente, sob a orientagao do Espirito Santo, para formular a prépria resposta 4 cha- mada divina ao evangelho de Cristo, para a comunhZo com Deus, para crescer na graca e conhecimento de nosso Senhor. Estreitamente ligada a essa competéncia esta a responsabilidade de procurar a ver- dade e, encontrado-a, agir conforme essa descoberta ¢ de partilhar a verdade com outros. Embora nao se admita coacio no terreno religioso, 0 cristéo nao tem a li- berdade de ser neutro em questées de consciéncia e conviccao. Cada pessoa é competente e respon- sdvel perante Deus, nas proprias deci- sdes e questées morais e religiosas. 3. Sua liberdade Os batistas consideram como inaliena- vel a liberdade de consciéncia, a plena li- berdade de religiao de todas as pessoas. O homem é livre para aceitar ou rejeitar a religio; escolher ou mudar sua crenca; propagar e ensinar a verdade como a en- tenda, sempre respeitando direitos ¢ con- vicgGes alheios; cultuar a Deus tanto a sés quanto publicamente; convidar outras soas a participarem nos cultos e outra ati vidades de sua religiio; possuir proprieda- de e quaisquer outros bens necessérios a propagaciio de sua £&. Tal liberdade nao é privilégio para ser concedido, rejeitado ou meramente tolerado — nem pelo Estado, nem por qualquer outro grupo religioso — € um direito outorgado por Deus. Cada pessoa é livre perante Deus em todas as questies de consciéncia e tem 0 direito de abracar ou rejeitar a religido, bem como de testemunhar sua fé religio- sa, respeitando 0s direitos dos outros. convencho “> BATISTA adiconyyene IL. A VIDA CRISTA 1. A Salvagéo pela Graca A graga € a provisiio misericordiosa de Deus para a condic&o do homem per- dido. O homem no seu estado natural é egoista e orgulhoso; ele esté na escravi- dao de satands e espiritualmente morto em transgressdes e pecados. Devido 2 sua natureza pecaminosa, o homem nao pode salvar-se a si mesmo. Mas Deus tem uma atitude benevolente em relag&o a todos, apesar da corrupeiio moral e da rebelidio. A salvaciio nao € 0 resultado dos méritos humanos, antes emana de propésito e ini- ciativa divinos. Nao vem através de me- diago sacramental, nem de treinamento moral, mas como resultado da misereér- dia e poder divinos. A salvacao do peca- do € a dadiva de Deus através de Jesus Cristo, condicionada, apenas, pelo arre- pendimento em relagaio da Deus, pela fé em Jesus Cristo, e pela entrega incondici- onal a Ele como Senhor. A Salvacdo, que vem através da gra- ga, pela £8, coloca o individuo em unizio vital e transformadora com Cristo, e se caracteriza por uma vida de santidade e boas obras. A mesma graca, por meio da qual a pessoa alcanga a salvacao, da cer- teza e a seguranga do perdio continuo de Deus e de Seu auxilio na vida crista. A salvagio 6 dédiva de Deus atra- vés de Jesus Cristo, condicionada, ape- nas, pela f em cristo e rendicdo 4 So- berania Divina. 2. As Exigéncias do Discipulado O aprendizado cristo inicia-se com a entrega a Cristo, como Senhor. Desen- volve-se & proporcdo que a pessoa tem comunh&o com Cristo e obedece aos | CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE | Seus mandamentos. O discipulo apren- de a verdade em Cristo, somente por obedecé-la. Essa obediéncia exige a en- trega das ambicées e dos propésitos pes- soais ea obediéncia & vontade do Pai. A obediéncia levou Cristo a cruz e exige de cada discipulo que se tome a propria cruze siga a Cristo. O levar a cruz, ou negar-se a si mes- mo, expressa-se de muitas maneiras na vida do discfpulo. Este procuraré, primei- ro, 0 reino de Deus. Sua lealdade supre- ma serd a Cristo. Ble sera fiel em cumprir o mandamento cristiio. Sua vida pessoal manifestard autodisciplina, pureza, inte- gtidade e amor cristo em todas as rela- Ges que tem com os outros. O discipula- do é completo. As exigéncias do discipulado cristo esto baseadas no reconhecimento da soberania de Cristo, relacionam-se com a vida em um todo e exigem obediéncia e devocdo completas. 3. O Sacerdécio do Crente Cada homem pode ir diretamente a Deus em busca de perdao, através do ar- rependimento e da fé. Ele nao necessita para isso de nenhum outro individuo, nem mesmo de igreja. Ha um s6 mediador en- tre Deus e os homens, Jesus. Depois de tornar-se crente a pessoa tem acesso dire- to a Deus, através de Cristo. Ela entra no sacerdécio real que lhe outorga o privile- gio de servir a humanidade em nome de Cristo. Devera partilhar com os homens a f€ que acalenta e servi-los em nome e no espirito de Cristo. O Sacerdécio do cren- te, portanto, significa que todos os cris- tos so iguais perante Deus e na frater- nidade da igreja local. | CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE | Cada cristo, tendo acesso direto a Deus através de Cristo, é seu préprio sacerdote e tem a obrigacdo de servir de sacerdote de Cristo em beneficio de outras pessoas. 4. O Cristiio e Seu Lar O lar foi constitufdo por Deus como unidade basica da sociedade. A formagiio de lares verdadeiramente cristios deve merecer o interesse particular de todos. Devem ser constituidos da unido de dois seres cristios, dotados de maturidade emocional, espiritual e fisicae unidos por um amor profundo e puro. O casal deve partilhar ideais e ambigGes semelhantes e ser dedicado & criacdo dos filhos na ins- truco e disciplina divinas. Isso exige o estudo regular da Biblia e a pratica do culto doméstico. Nesses lares 0 espirito de Cristo estd presente em todas as rela- Ges da familia. As igrejas tém a obrigacio de prepa- rar jovens para o casamento, treinar e au- xiliar os pais nas suas responsabilidades, orientar pais e filhos na provagées e cri- ses da vida, assistir Aqueles que sofrem em lares desajustados, e ajudar os enlu- tado e encanecidos a encontrarem sem- pre um significado na vida. Olar é basico, no propésito de Deus para o bem estar da humanidade, e 0 desenvolvimento da famflia deve ser de supremo interesse para todos 0s crist4os. 5. O Cristéo como Cidadao O Cristo € cidadio de dois mundos — o reino de Deus e 0 Estado politico - ¢ deve obedecer & lei de sua patria terrena, tanto quanto a lei suprema. No caso de ser necessdria uma escolha, 0 crist&o deve obedecer a Deus antes que ao homem. ~)BALISTA inp ise Deve mostrar respeito para com aqueles que interpretam a lei e a poem em vigor, ¢ participar ativamente na vida social, eco- ndmica e politica com o espirito e princi- pios cristéos. A mordomia crista da vida inclui tais responsabilidades como 0 voto, © pagamento de impostos e 0 apoio a le- gislagao digna. O cristo deve orar pelas autoridades e incentivar outros cristdos a aceitarem a responsabilidade cfvica, como um servico a Deus e & humanidade. O cristao é cidadao de dois mundos — 0 Reino de Deus e 0 Estado — ¢ deve ser obediente a lei do seus pais tanto quanto a lei suprema de Deus. IV. A IGREJA 1. Sua Natureza No Novo testamento 0 termo igreja é usado para designar 0 povo de Deus na sua totalidade, ou sé uma assembléia lo- cal. A igreja é uma comunidade fraterna das pessoas redimidas por Cristo Jesus, divinamente chamadas, divinamente cri- adas, e feitas uma s6 debaixo do governo soberano de Deus. A igreja como uma entidade local — um organismo presidido pelo Espirito Santo — é uma fraternidade de crentes em Jesus Cristo, que se batiza- ram e voluntariamente se uniram para 0 culto, estudo, a disciplina muitua, o servi- 0 @.a propagaciio do Evangelho, no local da Igreja e até aos confins da terra. A igreja, no sentido lato, 6a comuni- dade fraterna de pessoas redimidas por Cristo e tornadas uma sé na familia de Deus. A igreja, no sentido local é a com- panhia fraterna de crentes batizados, vo- luntariamente unidos para 0 culto, de- senvolvimento espiritual e servico. convencho BATISTA = oe 2. Seus Membros A igreja, como uma entidade, é uma companhia de crentes regenerados e bati- zados que se associam num conceito de £6 e fraternidade do evangelho. Propria- mente, a pessoa qualifica-se para ser mem- bro de igreja por ser nascida de Deus e aceitar voluntariamente 0 batismo. Ser membro de uma igreja local, para tais pessoas, é um privilégio santo é um dever sagrado. O simples fato de arrolar-se na lista de membros de uma igreja nao toma a pessoa membro do corpo de Cristo. Cuidado extremo deve ser exercido a fim de que sejam aceitas como membros da igreja somente as pessoas que déem evi- déncias positivas de regeneragao e verda- deira submissao a Cristo. Ser membro de Igreja é um privilé- gio dado exclusivamente a pessoas re- generadas que voluntariamente ac: tam o batismo e se entregam ao disci- pulado fiel, segundo o preceito cristao. 3. Suas Ordenangas O batismo e a ceia do Senhor so as duas ordenangas da igreja. Sao simbolos, mas sua observancia envolve fé, exame de consciéncia, discernimento, confissao, gtatiddo, comunhio e culto. O batismo é administrado pela igreja, sob a autorida- de do Deus tritino, e sua forma € a imer- so daquele que, pela f6, j4 recebeu a Je- sus Cristo como Salvador e Senhor. Por esse ato 0 crente retrata a sua morte para © pecado ¢ a sua ressurrei¢do para uma vida nova. A ceia do Senhor, observada através dos simbolos do pao e do vinho, é um profundo esquadrinhamento do coragao, uma grata lembranga de Jesus Cristo e sua morte vicéria na cruz, uma abengoada seguranga de sua volta e uma jubilosa comunhiio com o Cristo vivo e seu povo. O batismo e a ceia do Senhor, as duas ordenangas da igreja, sao simbo- los da redengdo, mas sua observancia envolve realidades espirituais na expe- riéncia crista. 4. Seu Governo O prinefpio governante para uma igre- ja local € a soberania de Jesus Cristo. A autonomia da igreja tem como fundamen- to o fato de que Cristo esta sempre pre- sente e é a cabega da congregacao do seu povo. A igreja, portanto, nao pode sujei- tar-se 4 autoridade de qualquer outra en- tidade religiosa. Sua autonomia, entio, é valida somente quando exercida sob 0 do- minio de Cristo. Ademocracia, o governo pela congre- gacdo, é forma certa somente na medida em que, orientada pelo Espirito Santo, providencia e exige a participaco cons- ciente de cada um dos membros nas deli- beragdes do trabalho da igreja. Nema mai- oria, nem a minoria, nem tampouco a una- nimidade, reflete necessariamente a von- tade divina. Uma igreja é um corpo auténomo, sujeito unicamente a Cristo, sua cabe- a. Seu governo democratico, no senti- do préprio, reflete a igualdade e res- ponsabilidade de todos os crentes, sob a autoridade de Cristo. 5. Sua Relagdo Para com o Estado Tanto a igreja como o Estado so or- denados por Deus e responsdveis perante cle. Cada um é distinto; cada um tem um propésito divin; nenhum deve transgre- dir os direitos do outro. Devem permane- | CONVENGAO BATISTA FLUMINENSE |, cer separados, mas igualmente manter a devida relagao entre si e para com Deus. Cabe ao Estado o exercicio da autoridade civil, a manutengao da ordem e a promo- cao do bem-estar ptiblico. A igroja 6 uma comunhio voluntéria de crist&os, unidos sob 0 dominio de Cris- to para o culto ¢ servigo em seu nome. O Estado nao pode ignorar a soberania de Deus nem rejeitar suas leis como a base da ordem moral e da justia social. Os cristfios devem aceitar suas responsabili- dades de sustentar o Estado e obedecer a0 poder civil, de acordo com os princi- pios cristdos. O Estado deve a igreja a protecdo da lei e a liberdade plena, no exercicio do seu ministério espiritual. A igreja deve ao Estado o reforgo moral e espiritual para a lei e a ordem, bem como a proclamagao clara das verdades que fundamentam a justica e a paz. A igreja tem a responsabi- lidade tanto de orar pelo estado quanto de declarar 0 juizo divino em relacao ao governo, as responsabilidades de uma soberania auténtica e consciente, e aos direitos de todas as pessoas ‘A igrejadeve praticar coerentemente os principios que sustenta e que devem governar a relaco entre ela e o Estado. Aigreja e 0 Estado sio constituidos por Deus e perante Ele responsdveis. Devem permanecer distintos, mas tém a obrigaciio do reconhecimento ¢ refor- ¢o miituos, no propésito de cumprir-se a fancdo divina. 6. Sua Relacéo Para com o Mundo Jesus Cristo veio ao mundo, mas nao era do mundo. Ele orou nao para que seu povo fosse tirado do mundo, mas que fos- se liberto do mal. Sua igreja, portanto, tem. | CONVENCAO BATISTA FLUMINENS! convERcKo Ball STA nec aresponsabilidade de permanecer no mun- do, sem ser do mundo. A igreja e o cristao, individualmente, tém a obrigagao de opor- se ao mal e trabalhar para a eliminacao de tudo que corrompa e degrade a vida hu- mana. A igreja deve tomar posicio defini- da em relacdo a justica e trabalhar fervoro- samente pelo respeito miituo, a fraternida- de, a retidao, a paz, em todas as relagdes entre os homens, racas e nagées. Ela tra- balha confiante no cumprimento final do propésito divino no mundo. Esses ideais, que tém focalizado 0 tes- temunho distintivo dos batistas, choca-se com o momento atual do mundo e em cru- cial significagio. As forgas do mundo os desafiam. Certas tendéncias em nossas igrejas ¢ denominacao poem-nos em pe- rigo. Se esses ideais servirem para inspi- rar os batistas, com 0 senso da missao dig- na da hora presente, deverao ser relacio- nados com a realidade dindmica de todo © aspecto de nossa tarefa continua. A igreja tem uma posicio de respon- sabilidade no mundo; sua missio é para com o mundo; mas seu carter e mi- nistério so espirituais. V.NOSSA TAREFA CONTINUA 1. A Centralidade do Individuo Os batistas, historicamente, tém exal- tado o valor do individuo, dando-lhe um lugar central no trabalho das igrejas e da denominagao. Essa distingao, entretanto, estd em perigo nestes dias de automatis- mo ¢ presses para 0 conformismo. Aler- tados para esses perigos, dentro das pré- prias fileiras, tanto quanto no mundo, os batistas devem preservar a integridade do individuo. | convencio BATISTA aehionspenie ae O alto valor do individuo deve refle- tir-se nos servicos de culto, no trabalho evangelistico, nas obras missionérias, no ensino e treinamento da mordomia, em todo o programa de educacao crista. Os programas sio justificados pelo que fa- zem pelos individuos por eles influencia- dos. Isso significa, entre outras coisas, que o individuo nunca deve ser usado como um meio, nunca deve ser manobrado, nem tratado como mera estatistica. Esse ideal exige, antes, que seja dada primordial consideracdo ao individuo, na sua liber- dade moral, nas suas necessidades urgen- tes e no seu valor perante Cristo. De consideracao primordial na vida cno trabalho de nossas igrejas é 0 indi- yiduo, com seu valor, suas necessidades, sua liberdade moral, seu potencial pe- rante Cristo. 2. Culto Oculto a Deus, pessoal ou coletivo, é a expressao mais elevada da fé e devogiio a E supremo tanto em privilégio quanto em dever. Os batistas enfrentam urna necessidade urgente de melhorar a qualidade do seu culto, a fim de experi- mentarem coletivamente uma renovaciio de fé, esperanca e amor, como resultado da comunhao com o Deus supremo. Oculto deve ser coerente com a natu- reza de Deus, na sua santidade: uma ex- periéncia, portanto, de adoraciio e confis- sao que se expressa com temor e humil dade. O culto nao € mera forma ¢ ritual, mas uma experiéncia com o Deus vivi através da meditacao e da entrega pesso- al. Nao é simplesmente um servigo reli- gioso, mas comunhao com Deus na reali- dade do louvor, na sinceridade do amor e na beleza da santidade. CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE, O culto torna-se significative quando se combinam, com reveréncia e ordem, a inspiragao da presenga de Deus, a procla- magio do evangelho, a liberdade e a atu- aco do Espirito. O resultado de tal culto ser uma consciéncia mais profunda da santidade, majestade e graca de Deus, maior devogio e mais completa dedica- gio A vontade de Deus. O culto - que envolve uma experién- cia de comunhio com 0 Deus vivo e san- to - exige uma apreciacao maior sobre a reveréncia ea ordem, a confissio e a hu- mildade, a consciéncia da santidade, majestade, graca e propésito de Deus. 3. O Ministério Cristio A igreja e todos os seus membros es- tao no mundo, a fim de servir. Em certo sentido, cada filho de Deus é chamado como cristéo. Hd, entretanto, uma falta generalizada no sentido de negar o valor devido a natureza singular da chamada como vocacio ao servigo de Cristo. Mai- or atengao neste ponto é especialmente necessdria, em face da pressiio que rece- bem os jovens competentes para a esco- Iha de algum ramo das ciéncias c, ainda mais devido ao nimero decrescente da- queles que estdo atendendo & chamada divina, para o servigo de Cristo. Os que so chamados pelo Senhor para o ministétio cristo devem reconhecer que o fim da chamada é servir. Sdo, no sentido especial, escravos de Cristo e seus minis- tros nas igrejas e junto ao povo. Devem exaltar suas responsabilidades, em vez, de privilégios especiais. Suas fungGes distin- tas nao visam a vangléria; antes, so mei- os de servir a Deus, a igreja e ao proximo. As igrejas sio responséiveis perante Deus por aqueles que elas consagram ao seu —— CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE ministério. Devem manter padres elevados para aqueles que aspiram & consagragii quanto a experiéneia ao caréter cristiio Devem incentivar os chamados a procur: rem o preparo adequado ao seu ministétio. Cada cristo tem o dever de minis- trar ou servir com abnegacao comple- ta; Deus, porém, na sua sabedoria, cha- ma varias pessoas de um modo singu- lar para dedicarem sua vida de tempo integral, a0 ministério relacionado com a obra da igreja. 4. Evangelismo O evangelismo é a proclamagio do juizo divino sobre 0 pecado, ¢ das boas novas da graga divina em Jesus Cristo. E a resposta dos cristiios as pessoas na inci- déncia do pecado, é a ordem de Cristo aos seus seguidores, a fim de que sejam suas testemunhas frente a todos os homens. O evangelismo declara que o evangelho, e unicamente o evangelho, é o poder de Deus para a salvagdo. A obra de evange- lismo € basica na missao da ign mister de cada cristio. O evangelismo, assim concebido, exi- ge um fundamento teoldgico firme e uma énfase perene nas doutrinas basicas da sal- vagao. O evangelismo neotestamentario é a salvaciio por meio do evangelho e pelo poder do Espirito. Visa a salvacio do ho- mem todo; confronta os perdidos com o prego do discipulado e as exigéncias da soberania de Cristo; exalta a graca di na, a fé voluntéria e a realidade da experi- €ncia de conversiio. Convites feitos a pessoas no salvas nunca devem desvalorizar essa realidade imperativa. O uso de truques de psicolo- gia das massas, os substitutivos da con- vicgio e todos os esquemas vaidosos s&o Sek yen Ts S 2 BATISTA pecados contra Deus e contra 0 individuo. O amor cristao, o destino dos pecadores € a forga do pecado constituem uma urgén- cia obrigatéria. A norma de evangelismo exigida pe- los tempos criticos dos nossos dias é€ 0 evangelismo pessoal ¢ coletivo, 0 uso de métodos saos e dignos, 0 testemunho de piedade pessoal e dum espitito semelhante ao de Cristo, a intercessdo pela misericér- dia e pelo poder de Deus, e a dependén- cia completa do Espirito Santo. evangelismo, que é basico no mi- nistério da igreja e na yocacao do cren- te, 6 a proclamagiio do juizo e da graca de Deus em Jesus Cristo e a chamada para accité-lo como Salvador e segui- lo como Senhor. 5. Missées Misses, como usamos o termo, € a extensiio do propésito redentor de Deus através do evangelismo, da educagao e do servico cristo além das fronteiras da igre- ja local. As mas perdidas do mundo constituem um desafio comovedor para as. igrejas cristas, Uma vez que os batistas acreditam na liberdade e competéncia de cada um para as proprias decisées, nas questdes religi- osas, temos a responsabilidade perante Deus cle assegurar a cada individuo 0 co- nhecimento ¢ a oportunidade de fazer a decisio certa. Estamos sob a determina- cao divina, no sentido de proclamar 0 evangelho a toda a criatura. A urgéncia da situagdo atual do mundo, o apelo agres- sivo de crengas ¢ ideologias exoticas, e i pelos transviados exigem de nds dedicag%io maxima em pessoal e dinheiro, a fim de proclamar-se a reden- iio em Cristo, para o mundo todo. convenca a BATISTA neeceanel A cooperacao nas missdes mundiais é imperativa. Devemos utilizar os meios A nossa disposicao, inclusive os de comu- nicagdo em massa, para dar 0 Evangelho de Cristo ao mundo. Nao devemos depen- der exclusivamente de um grupo peque- no de missiondrios especialmente treina- dos e dedicados. Cada batista é um missi- onério, no importa o local onde mora ou posig&o que ocupa. Os atos pessoais ou de grupos, as atitudes em relago a outras nagGes, racas ¢ religides fazem parte do nosso testemunho favordvel ou contrario a Cristo, 0 qual, em cada esfera e relacio da vida, deve fortalecer nossa proclama- cao de que Jesus é Senhor de todos. As missées procuram a extensio do propésito redentor de Deus em toda a parte, através do evangelismo, da edu- cago, e do servico cristio e exige de nés dedicacio maxima. 6. ‘ist é 0 uso, sob a ori- entaciio divina, da vida, dos talentos, do tempo e dos bens materiais, na proclama- do do Evangelho e na pritica respectiva. No partilhar 0 Evangelho a mordomia encontra seu significado mais elevado: ela €baseada no reconhecimento de que tudo (0 que temos e somos vem de Deus, como uma responsabilidade sagrada. Os bens materiais em si no sfio maus, nem bons. O amor ao dinheiro, ¢ no o dinheiro em si, é a raiz de todas as espéci- es de males. Na mordomia crista 0 dinhei- ro torna-se 0 meio para alcancar bens es- pirituais, tanto para a pessoa que da, quan- to para quem recebe. Aceito como encar- go sagrado, o dinheiro torna-se nao uma ameaca e sim uma oportunidade. Jesus preocupou-se em que o homem fosse li- CONVENCAO BATISTA FLUMIN berto da tirania dos bens materiais e os empregasse para suprir tanto as necessi- dades préprias como as alheias. A responsabilidade da mordomia apli- ca-se ndo somente ao cristéo como indi- viduo, mas, também a cada igreja local, cada convengao cada agéncia da denomi nacfio. Aquilo que é confiado ao indivi- duo ou a instituigao nao deve ser guarda- do nem gasto egofsticamente, mas empre- gado no servico da humanidade e para a gloria de Deus. A mordomia crist& concebe toda a vida como um encargo sagrado, confi- ado por Deus, e exige o emprego res- ponsdvel de vida, tempo, talentos e bens — pessoal ou coletivamente — no servico de Cristo. 7. O Ensino e Treinamento Oensino ¢ treinamento sao basicos na comissao de Cristo para os seus seguido- res, constituindo um imperativo divino pela natureza da fé e experiéncia cristas. Eles sao necessarios ao desenvolvimento de atitudes cristis, a demonstracdo de vir- tudes cristas, ao goz0 de privilégios cris- tos, ao cumprimento de responsabilida- des crists, a realizagao da certeza crista. Devem comegar com 0 nascimento do homem e continuar através de sua vida toda, Sao fungdes do lar e da igreja, divi- namente ordenadas. E constituem o ca- minho da maturidade crista. Desde que a fé hé de ser pessoal, ¢ vo luntaria cada resposta a soberania de Cris- to, o ensino e treinamento so necessérios antecipadamente ao Discipulado Cristao, ea um testemunho vital. Este fato signifi- ca que a tarefa educacional da igreja deve ser 0 centro do programa. A prova do mi- nistério do ensino e treinamento esta no 1 CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE cardter semelhante ao de Cristo e na capa- cidade de enfrentar e resolver eficientemen- te os problemas sociais, morais e espiritu- ais do mundo hodierno. Devemos treinar 0s individuos afim de que possam conhe- cer a verdade que os liberta, experimentar 0 amor que os transforma em servos da humanidade, ¢ alcangar a fé que lhes con- cede a esperanca no reino de Deus. A natureza da fé e experiéncia cris- tds e a natureza e necessidades das pes- soas fazem do ensino e treinamento um imperativo. &. Educagaio Crist A f€ e a razao aliam-se no conheci- mento verdadeiro. A fé genuina procura compreensao e expressio inteligente. As escolas crist’s devem conservar a fé e a razdo no equilibrio préprio. Isto significa que nao ficardo satisfeitas sendio com os padres académicos elevados. Ao mesmo tempo, devem proporcionar um tipo dis- tinto de educacio — a educacio infundida pelo espfrito cristo, com a perspectiva crista e dedicada aos valores cristios. Nossas escolas cristés tm a respon- sabilidade de treinar e inspirar homens e mulheres para a lideranca eficiente, leiga c-vocacional, em nossas igrejas eno mun- do. As igrejas, por sua vez, tm a respon- sabilidade de sustentar condignamente todas as suas instituigdes educacionais. Os membros de igrejas devem ter in- teresse naqueles que ensinam em suas ins- tituigdes, bem como naquilo que estes transmitem. Ha limites para a liberdade académica; deve ser admitido, entretan- to, que os professores das nossas institui- goes tenham liberdade para erudigio cri- adora, com 0 equilibrio de um senso pro- fundo de responsabilidade pessoal para convencie “BATISTA abansyens tee com Deus, a verdade, a denominagao, e as pessoas a quem servem. A educacio crista emerge da relacio da f€ e da razio e exige exceléncia e li- berdade académicas que sao tanto reais quanto responsdveis. 9. A Autocritica Tanto a igreja local quanto a denomi- nacdo, a fim de permanecerem sadias e florescentes, tém que aceitar a responsa- bilidade da autocritica. Seria prejudicial As igrejas e A denominagiio se fosse nega- do ao individuo o direito de discordar, ou se fossem considerados nossos métodos ou técnicas como finais ou perfeitos. O trabalho de nossas igrejas e de nossa de- nominagiio precisa de freqiiente avaliacio, afim de evitar a esterilidade do tradicio- nalismo. Isso especialmente se torna ne- cessério na drea dos métodos, mas tam- bém se aplica aos principios e priticas his- t6ricas em sua relacHo & contempornea. Isso significa que nossas igrejas, institui- Oes e agéncias devem defender e prote- ger 0 direito de o povo perguntar e criti car construtivamente. A autocritica construtiva deve ser cen- tralizada em problemas bdsicos e assim evitar os efeitos desintegrantes de acusa- Ges e recriminacies. Criticar nao signi- fica deslealdade; a critica pode resultar de um interesse profundo do bem-estar da denominagio. Tal critica visaré ao desenvolvimento & maturidade crista, tanto para o indivi- duo quanto para a denominagao. Todo grupo de cristios, para con- servar sua produtividade, terd que acei- tar a responsabilidade da autocritica construtiva. convencio ™ BATISTA en he Como batistas, revendo 0 progresso realizado no decorrer dos anos, temo to- dos inteira razio de desvanecimento ante as evidéncias do favor de Deus so- bre nés. Os batistas podem bem cantar com alegria, “Gloria a Deus, grandes CONVENGAO BATISTA FLUMINENSE coisas Ele fez! “ Podem eles também Iembrar que aqueles a quem foi dado o privilégio de gozar de tio alta heranca, reconhecidos ao toque da graga, devem engrandecé-la com os seus proprios sa- ctificios. Fonte: Elaborado por uma Comissio Especial da Convengio Batista do Sul dos Estados Unidos - 1964. Tradugio de Cathryn Smith CONVENCAO BATISTA ELUMINENSE Declaragdo Dout! convencio aden Ni rindria da Convencdo Batista Brasileira INTRODUGAO Os discipulos de Jesus Cristo que vie- rama ser designados pelo nome “batista” sé caracterizavam pela sua fidelidade as Escrituras ¢ por isso s6 recebiam em suas comunidades, como membros atuantes, pessoas convertidas pelo Espirito Santo de Deus. Somente essas pessoas eram por eles batizadas e nao reconheciam como valido 0 batismo administrado na infan- cia por qualquer grupo cristao, pois, para eles, criangas recém-nascidas néio podi- am ter consciéncia de pecado, regenera- do, fé e salvacio. Para adotarem essas posi¢Ges eles estavam bem fundamenta- dos nos Evangelhos e nos demais livros do Novo Testamento. A mesma funda- mentaedo tinham todas as outras doutri- nas que professavam. Mas sua exigéncia de batismo s6 de convertidos € que mais chamou a atengo do povo e das autori- dades, dai derivando a designacao “batis- ta” que muitos supdem ser uma forma simplificada de “anabatista”, “aquele que batiza de novo”. A designagao surgiu no século XVIL, mas aqueles discipulos de Jesus Cristo es- tayam espiritualmente ligados a todos os que, através dos séculos, procuraram per- manecer ficis aos ensinamentos das Es- crituras, repudiando, mesmo com risco da propria vida, os acréscimos e corrupgdes de origem humana. Através dos tempos, os batistas se tém notabilizado pela defesa destes prineipios: 1° - A aceitacio das Escrituras Sagradas como tinica regra de f€ e conduta. O conceito de igreja como sendo uma comunidade local democratica e au- tOnoma, formada de pessoas regene- radas e biblicamente batizadas. A separacao entre igreja ¢ estado. A absoluta liberdade de consciéncia. A responsabilidade individual dian- te de Deus. A autenticidade e apostolicidade das igrejas. 3e 4° 5° 6 Caracterizam-se também os batistas pela intensa e ativa cooperagio entre suas igrejas. Nao havendo nenhum poder que pos- sa constranger 2 igreja local, a no ser a vontade de Deus, manifestada através de seu Santo Espirito. os batistas, baseados nesse principio da cooperagio voluntiria, ejas, realizam uma obra geral de missGes, em que foram pioneiros entre os evangélicos nos tempos modernos; de evangelizacao, de educacio teolégica, re- ligiosa e secular: de ago social e de be- neficéncia. Para a execucdo desses fins, organizam associacées regionais ¢ con- vengGes estaduais e nacionais, no tendo estas, no entanto, autoridade sobre as igre- jas; devendo suas resolugdes ser entendi- das como sugestdes ou apelos. Para os batistas. as Escrituras Sagra- das, em particular 0 Novo Testamento, constituem a tinica regra de fé e conduta, mas, de quando e quando, as circunstin- convencie “78 sATISTA. cias exigem que sejam feitas declarages doutrindrias que esclarecam os espiritos, dissipem duividas e reafirmem posigGes. Cremos estar vivendo um momento as- sim no Brasil, quando uma declaragao desse tipo deve ser formulada, com a exi- gécia insubstituivel de ser rigorosamente fundamentada na palavra de Deus. E 0 que faz agora a Convencao Batista Brasilei- ra, nos 19 artigos que seguem: I Escrituras Sagradas A Biblia € a palavra de Deus em lin- guagem humana.1 Eo registro da revela- gio que Deus fez de si mesmo aos ho- mens.2 Sendo Deus seu verdadeiro au- tor, foi escrita por homens inspirados e dirigidos pelo Espirito Santo. 3. Tem por finalidade revelar os propésitos de Deus, levar os pecadores & salvacio, edificar os crentes, e promover a gléria de Deus. 4 Seu contetido a verdade, sem mescla de erro, e porisso é um perfeito tesouro de instrucdo divina.5 Revela o destino final do mundo e os critétios pelo qual Deus julgard todos os homens.6 A Biblia é a autoridade tinica em matéria de religiao, fiel padrao pelo qual devem ser aferidas as doutrinas ¢ a conduta dos homens.7 Ela deve ser interpretada sempre a luz da pes- soa e dos ensinos de Jesus Cristo.8 1. Sal. 119:89; Heb. 1:1; Is. 40:8; Mat. 24:35; Luc. 24:44,45; Joao. 10:35; Rom. 3:2; I Ped. 1:25; 1 2105; Prov. 30:5; Jodo. 10: 35; ei ; Tim. 3:15-17 6. Jobo. 1247, 48; Rom. 2:12, 13 s CONVENGAO BATISTA FLUMINENSE | 7. MI Cron. 24:19; Sal. 19: 5:17,18; Isa. 8:20; At. I 16; Tim. 1: 8. Luc. 24:44,45; Mat. 5:22,28,32,3 11:29,30, Jodo. 5:39,40, Heb. 1:1. 1:1,2,14. IT- Deus O tinico Deus vivo e verdadeiro é Es- pirito pessoal, eterno, infinito ¢ imutivel; € onipotente, onisciente, e onipresente; é perfeito em santidade, justiga, verdade e amor.1 Ele é 0 criador, sustentador, reden- tor, juiz e Senhor da histotia ¢ do universo, que governa pelo seu poder, dispondo de todas as coisas, de acordo com o seu eter- no ropésito e graca.2. Deus ¢ infinito em santidade e em todas as demais perfeicdes.3 Por isso, a ele devemos todo 0 amor, culto e obediéncia.4 Em sua triunidade, o eter- no Deus se revela como Pai, Filho e Es; rito Santo, pessoas distintas mas sem divi- sao em sua esséncia.5 1. Deut. 6:4; Jer.10:1; Sal 139; I Cor. 8:6; I Bx. IPed. 1:16,17 2. Gén. 1:1; 17:1; & 17:24-26; Ef. 3:11; 1 Ped. 1:17 7:15; J6. 34:10 4, Mat. 22:37; Jodo. 4:23,24; IPed. 1:15.16 . 15:11-18; Is.43:3; At. 15:305 Ml Cor. 13:13; Fil. 3 Deus Pai Deus, como Criador, manifesta dispo- 0 paternal para com todos os homens.1 Historicamente ele se revelou primeiro como pai ao povo de Israel, que escolheu consoante os propésitos de sua graga.2 Ele é Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem enviou a este mundo para salvar os pecadores e deles fazer filhos por adogao.3 | CONVENGAO BATISTA FLUMINENSE | Aqueles que accitam a Jesus Cristo e nele créem sao feitos filhos de Deus, nascidos pelo seu espfrito, ¢, assim, passam a té-lo como Pai celestial, dele recebendo prote- cao e disciplina.4 211; At. 17:26-29; 1 Cor. 2. Ex. 4:22.23; Deut. 32:6-18; Jer. 31:9 3. Sal. 2:7; Mat. 3:17; 17:5; Luc. 1 ii 4, Mat. 23:9; 212,13; Rom. 8:14-17; Gal. 4:4-7, Heb. 12:6-11 ; 63:16; Joao. Deus Filho Jesus Cristo, um em esséncia com 0 Pai, € 0 eterno Filho de Deus.1 Nele, por ele e para ele, foram criadas todas as coisas.2 Na plenitude dos tempos ele se fez carne, na pessoas real e hist6rica de Jesus Cristo, gerada pelo Espirito Santo e nascido da Virgem Maria, sendo, em sua pessoa, ver- dadeiro Deus e verdadeiro homem.3 Jesus € a imagem expressa do seu pai, a revela- do suprema de Deus ao homem.4 Ele hon- rou e cumpriu plenamente a lei divina e revelou e obedeceu toda a vontade de Deus.5 Identificou-se perfeitamente com os homens, softendo 0 castigo ¢ expiando a culpa de nossos pecados, conquanto ele mesmo nao tivesse pecado.6 Para salvar- nos do pecado, morreu na cruz, foi sepul- tado e ao terceiro dia ressurgiu dentre os mortos e, depois de aparecer muitas vezes a seus discfpulos, ascendeu aos céus, onde 4 destra do Pai, exerce 0 seu eterno sumo. sacerdécio.7 Jesus Cristo é 0 tinico Medi- ador entre Deus e os homens € 0 tinico e suficiente salvador e Senhor.8 Pelo seu Espirito ele esta presente ¢ habita no cora- cdo de cada crente e na igreja.9 Ele volta- ra visivelmente a este mundo em grande convencho ATISTA, Pivwiwense poder e gloria, para julgar os homens e consumar sua obra redentora.10 1; Luc. 4:41; 7:14; Luc. eo) 4, Joao. 14:7-9; Mat. 11: -50; Col. 5. Is. 53; Mat. 5:7-10 1:35; Joao. 1:14; '; Joao. 10:30,38; 2: 25 7.At. 1:6-14; Jodo. 19:30,35; Mat. 28:1-6; Luc. 24:46; Jofio, 20:1 8. Joao. 14:6; At. 4:12; Tim. 2:4,5; At. 7:55,56; Heb. 4:14-16; 10:19-23 9. Mat. 28:20; Joaio. 14:16,17; 15:26; 16:7;1 Cor. 6:19 10. At. 1:11; 1 Cor. 15:24-28; I Tess. 4:14-18; 2B Deus Espirito Santo O Espirito Santo, um em esséncia com 0 Pai ¢ com o Filho, é pessoa divi- na.1 E 0 Espirito da verdade.2 Atuou na criagao do mundo e inspirou os homens a escreverem as Sagradas Escrituras.3 Ele ilumina os homens e os capacita a compreenderem a verdade divina.4 No dia de Pentecostes, em cumprimento fi- nal da profecia e das promessas quanto 4 descida do Espirito Santo, ele se ma- nifestou de maneira singular, quando os primeiros discipulos foram batizados no Espfrito, pasando a fazer parte do Cor- po de Cristo que é a Igreja. Suas outras manifestagdes, constantes no livro Atos dos Apéstolos, confirmam a evidéncia de universalidade do dom do Espirito Santo a todos os que créem em Cristo.5 O recebimento do Espirito Santo, sem- pre ocorre quando os pecadores se con- convencie 7A STISTA cmt vertem a Jesus Cristo, que os integra, regenerados pelo Espirito, a igreja.6 Ele da testemunho de Jesus Cristo e 0 glo- tifica.7 Convence 0 mundo do pecado, da justiga e do juizo.8 Opera a regene- racio do pecador perdido.9 Sela o crente para o dia da redengao final.10 Habita no crente.11 Guia-o em toda a verda- de.12 Capacita-o para obedecer 4 von- tade de Deus.13 Distribui dons aos fi- Thos de Deus para a edificagio do Cor- po de Cristo e para o ministério da Igreja no mundo.14 Sua plenitude e seu fruto na vida do crente constituem condigdes para uma vida crist4 vitoriosa e teste- munhante.15 4. Luc, 12: 1: Joao, 14:16,17,26; I Cor. 2:10-14; Heb. 9:8 5. Joel. 2:28-32; At. 1:5; 2:1-4; Luc. 24:29; At. 1 Cor. 12:12-15 8. Tofo. 16:8-11 9. Joao. 3:5; Rom. 8:9-11 10. Ef. 4:30 11. Rom. 8:9-11 15, Ef. 15:18-21; Gal. 5:22:23; At. 1:8 TT - 0 Homem Por um ato especial, o homem foi cri- ado por Deus & sua imagem e conforme & sua semelhanca e disso decorrem o seu valor e dignidade.1 Seu corpo foi feito do po da terra e para o mesmo pé ha de vol- [ce (ONVENCAO BATISTA FL UMINENSE | t tar.2 Seu espfrito procede de Deus e para ele retornaré.3 O criador ordenou que o homem domine, desenvolva e guarde a obra criada.4 Criado para a glorificagao de Deus.5 Seu propésito é amar, conhe- cer e estar em comunhao com seu Cria- dor, bem como cumprir sua divina vonta- de.6 Ser pessoal ¢ espiritual, o homem tem capacidade de perceber, conhecer ¢ com- preender, ainda que em parte, intelectual e experimentalmente, a verdade revelada, e tomar suas dicisées em matéria religio- sa, sem mediacao, interferéncia ou impo- sigdo de qualquer poder humano, seja ci- vil ou religioso.7 5 3:19; Bel, 3:20; 12:7 3.Eel. 12:7; Dan. 12:2,3 4, Gén. 1:21; 2:1; Sal, 8:3-8 5.At. 17:26-29; I Joao. 1:3,6,9 6. Jer.9: Mig. 6:8; Mat. 6: Rom. 8: 7, Jodo. 1:4-13; 17:3; Eel. 5:14,17; 1 Tim. 2:5; ‘56, 19:25,26; Jer, 31:3; At. 5:29; Ez. 18:20; Dan. 12:2; Mat, 25:32,46; Jodo, 5:29; 1 Cor. 15;1 Tess. 4:16,17; Apoc. 20:11-30 IV-O Pecado No principio o homem vivia em esta- do de inocéncia e mantinha perfeita comu- nhao com Deus.1 Mas, cedendo a tenta- cao de Satands, num ato livre de desobedi- éncia contra seu Criador, 0 homem caiu no pecado e assim perdeu a comunhao com Deus e dele ficou separado.2 Em conseqii- @ncia da queda de nossos primeiros pais, todos somos, por natureza, pecadores e in- clinados A pratica do mal.3 Todo pecado é cometido contra Deus, sua pessoa , sua vontade e sua lei.4 Mas o mal praticado pelo homem atinge também 0 seu proxi- mo.5 0 pecado maior consiste em nfo crer na pessoa de Jesus Cristo, no Filho de Deus, como salvador pessoal.6 Como re- sultado do pecado, da incredulidade e da desobediéncia do homem contra Deus, ele estd sujeito A morte e & condenacao eterna, além de se tornar inimigo do préximo e da propria criagdo de Deus.7 Separado de Deus, o homem é absolutamente incapaz de salvar-se a si mesmo e assim depende da graga de Deus para ser salvo8. V-Salvacao A salvagdo é outorgada por Deus pela sua graca, mediante arrependimento do pecador e da sua fé em Jesus Cristo como Yinico Salvador e Senhor.1 O prego da re- dengdo eterna do crente foi pago de uma vez por Jesus Cristo, pelo derramamento do seu sangue na cruz.2 A salvacdo é in- dividual e significa a redengdo do homem na inteireza do seu ser.3 E um dom gra- tuito que Deus oferece a todos os homens e que compreende a regeneracao, justifi- cacao, a santificagao e a glorificagao.4 1. Sal. 37:39; Is. 55:5; Sof. 3:17; Tito. 2:9-11; Ef. 2:8,9; At. 15:11; 4:12 2. Is. 53:4-6; I Ped. 1:18-25; I Cor. 6:20; Ef. 1:7; Apoc. 5:7-10 3. Mat. 116:24; Rom. 10:13; I Tess. Rom. 5:10 4. Rom. 6:23; Heb. 2:1-4; Joao. 3:14; Cor. 1:30; At. 11:18 5:23,24; CONVENGAO BATISTA FLUMINENSE | convencio % fete A regenerac&o é 0 ato inicial da sal- vagéio em que Deus faz nascer de novo 0 pecador perdido, dele fazendo uma nova criatura em Cristo. E obra do Espirito Santo em que o pecador recebe 0 perdio, a justificagdio, a adogao como filho de Deus, a vida eterna e o dom do Espirito Santo. Nesse ato 0 novo crente é batizado no Espirito Santo, € por ele selado para o dia da redengao final, ¢ é liberto do casti- go eterno dos seus pecados.1 Hé duas condigdes para o pecador ser regenerado; arrependimento e fé. O arrependimento implica em mudanga radical do homem interior, por forga do que ele se afasta do pecado e se volta para Deus. A fé 6 a con- fianga e aceitagao de Jesus Cristo como Salvador e a total entrega da personalida- de a ele por parte do pecador.2 Nessa ex- periéncia de conversio o homem perdido é reconciliado com Deus, que lhe conce- de perdo, justica e paz.3 1. Deut, 30:6; Ez. 36:26; Joao. 3:3-5; I Ped. 3. 1 Cor. 1:21,22; Ef. 4:30: Rom. 8:1; 6:22 A justificacdo. que ocorre simultanea- mente com a regeneracao, € 0 ato pelo qual Deus, considerando os méritos do sacrifi- cio de Cristo, absorve, no perdi, o homem de seus pecados e 0 declara justo, capaci- tando-o para uma vida de retiddo diante de Deus ¢ de corregdo diante dos homens.1 Essa graca é concedida nao por causa de quaisquer obras meritéritas praticadas pelo homem mas por meio de sua fé em Cristo.2 convencro aaPlagsyens re A santificacdo é 0 processo que, prin- cipiando na regeneracio, leva o homem & realizagao dos propésitos de Deus para sua vida e o habilita a progredir em busca da perfeicéio moral ¢ espiritual de Jesus Cristo, mediante a presenca e o poder do Espirito Santo que nele habita.1 Ela ocorre na medida da dedicagdo do crente e se manifesta através de um cardter marcado pela presenga e pelo fruto do Espirito, bem como por uma vida de testemunho fiel e sevico consagrado a Deus ao proximo.2 1. Jodo. 17:17; I Tess. 4:3; 5:23; 4:7 2. Prov. 4:18; Rom. 12:1,2; Fil. 2:12,13; 0 Cor. 7:1; 3:18; Heb, 12:14; Rom. 6:19 A glorificaciio é 0 ponto culminante da obra da salvagao.1 E 0 estado final, permanente, da felicidade dos que sio tedimidos pelo sangue de Cristo.2 1. Rom. 8:30; II Ped. 1:10,11; I Joao. 3:2; Fil. 3:12; Heb. 6:11 2.1 Cor. 13:12; I Tess. 2:12; Apoc. 21:3,4 VI - Eleigéo Eleicao é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a eternidade, de pessoas para a vida eterna, no por qualquer mérito, mas segundo a riqueza da sua graca.1 Antes da criagao do mundo, Deus, no exercicio da sua soberania divina e a luz de sua presciéncia de todas as coisas, ele- geu, chamou, predestinou, justificou e glorificou aqueles que, no correr dos tem- pos, aceitariam livremente o dom da sal- vaciio.2 Ainda que baseada na soberania de Deus, essa eleicao estd em perfeita con- sonincia com 0 livre-arbitrio de cada um e de todos os homens.3 A salvacio do crente é eterna. Os salvos perseveram em. Cristo e esto guardados pelo poder de Deus.4 Nenhuma forga ou circunstancia tem poder para separar o crente do amor de Deus em Cristo Jesus.5 O novo nasci- " CONVENGAO BATISTA FLUMINENSE | mento, o perdio, a justificagdo, a adogao como filhos de Deus, a elei¢go e o dom do Espirito Santo asseguram aos salvos a permanéncia na graca da salvacdo.6 1. Gén. 12:1, . 19:5,6; Bz. 36:22,23,32; I Ped. 1:2; Rom. 9:22-24; I Tess. 1:4 2. Rom. 8:28-30; Ef. 1:3-14; II Tess. 2:13,14 3. Deut. }-20; Joao. 15:16; Rom. 8:35-39; 1 Ped. 5:10 4, Joao. 3:16,36; Jofio. 10:28,29; I Joao. 2:19 5. Mat. 24:13; Rom. 8:35-39 6. Jodo. 10:28; Rom. 8:35-39; Jud. 24 VII - Reino de Deus Oreino de Deus € 0 dominio sobera- no e universal de Deus é eterno.1 E tam- bém 0 dominio de Deus no coragao dos homens que, voluntariamente, a ele se submetem pela fé, aceitando-o como se- nhore Rei. E, assim , o reino invisivel nos coragdes regenerados que opera no mun- do e se manifesta pelo testemunho dos seus stiditos.2 A consumagio do reino ocorreré com a volta de Jesus Cristo, em data que s6 Deus conhece, quando o mal sera completamente vencido e surgirdo 0 novo céu e a nova terra para a eterna ha- bitacdo dos remidos com Deus.3 ; Luc. 17:20; 4:43; Jodo. 18:36; 3:3-5 3. Mat. 25:31-46; 1 Cor. 15:24; Apoe. 11:15 VII - Igreja lgreja é uma congregagio local de pessoas regeneradas e batizadas aps pro- fissdio de fé. E nesse sentido que a palavra “jgreja” & empregada no maior ntimero de vezes nos livros do Novo Testamen- to. Tais congregacdo sao constituidas por livre vontade dessas pessoas com a fina- lidade de prestarem culto a Deus, obser- yarem as ordenangas de Jesus, meditarem nos ensinamentos da biblia para a edifi- cacao miitua e para a propagagiio do evan- gelho.2 As igrejas neotestamentirias sao auténomas, tém governo democritico, praticam a disciplina e se regem em todas as questées espirituais e doutrindrias ex- clusivamente pelas palavras de Deus, sob a orientagdo do Espirito Santo.3 Ha nas igrejas, segundo as escrituras, duas espé- cie de de oficiais: Pastores e didconos. As igrejas devem relacionar-se com as demais igrejas da mesma fé e ordem e cooperar, yoluntariamente, nas atividades do reino de Deus. O relacionamento com outras entidades, quer seja de natureza eclesids- tica ou outra, nao deve envolver a viola- cdo da consciéncia ou o comprometimen- to da lealdade a Cristo e sua palavra. Cada igreja é um templo do Espirito Santo.4 Ha também no novo testamento um outro sentido da palavra “igreja” em que ela apa- rece com a reuniao universal dos remidos de todos os tempos, estabelecida por Je- sus Cristo e sobre ele edificada, constitu- indo-se no corpo espiritual do Senhor, do qual ele mesmo é a cabega. Sua unidade é ritual e se expressa pelo amor fraternal, pela harmonia e coopera- do voluntaria na realizacdio dos propési- tos comuns do reino de Deus.5 1, Mat. 18:17; At. 2. At. 2:41,42 3. Mat. 18:15-17 4. Al. 20:17,28; Tito. 5. Mat. 16 Be IS 11; 20:17-28; I Cor. 4:17 IX- O Batismo e a Ceia do Senhor O batismo e a ceia do Senhor so as duas ordenangas da igreja estabelecidas pelo proprio Jesus Cristo, sendo ambas de natureza simbélica.1 O batismo con- siste na imersao do crente em Agua, apés | CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE convencae “BATISTA efi sua publica profissao de fé em Jesus Cristo como Salvador tinico, suficiente e pesso- al.2 Simboliza a morte e sepultamento do yelho homem e a ressurreissdo para uma nova vida em identificacZo com a morte, sepultamento ¢ a ressurreisséo do Senhor Jesus Cristo é também premtincio da res- surreissdo dos remidos.3 O batismo, que € condigiio para ser membro de uma igre- ja, deve ser ministrado sob a invocagao do nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo.4 A ceia do Senhor é uma cerimé- nia da igreja reunida, comemorativa e pro- clamadora da morte do Senhor Jesus Cris- to, simbolizada por meio dos elementos utilizados: O pao e o vinho.5 Neste me- morial 0 pio representa seu corpo dado por nés no calvario e o vinho simboliza seu sangue derramado.6 A ceia do Senhor deve ser celebrada pelas igrejas até a vol- ta de Cristo e sua celebragao pressupée o batismo biblico e 0 cuidadoso exame in- timo dos participantes.7 23; 4:1,2; 1; 11:23-29 7. Mat. 26:29; I Cor. 11:26-28; At X- 0 Dia do Senhor O domingo, dia do Senhor, é 0 dia do descango cristo satisfazendo plenamen- te as exigéncia divina e a necessidade humana de um dia em sete para o repou- so do corpo e do espirito.1 Com 0 adven- to do cristianismo, o primeiro dia da se- mana passou a ser 0 dia do Senhor, em virtude de haver Jesus ressussitado neste dia.2 Deve ser para os cristios um dia de real repouso em que, pela frequéncia aos cultos nas igrejas e pelo maior tempo de- convencio 7BALISTA faetocetl dicado 4 oragao, a leitura biblica e outras atividades religiosas eles estardo se pre- parando para “aquele descanso que resta para o povo de Deus”. 3 Nesse dia os cris tos devem abster-se de todo trabalho se- cular, excetuando aquele que seja impres- cindfvel e indispensdvel a vida da comu- nidade. Devem também abster-se de re- creagées que desviem a atengio das ati- vidades espirituais.4 1. Gén, 2:3; Bx, 20:8-11; Is. 58:13-14 — Minisiério da Palavra Todos os crentes foram chamados por Deus para a salvagdo, para o servigo cris- (do, para testemunhar de Jesus Cristo e pro- mover 0 seu reino, na medida dos talentos e dos dons concedidos pelo Espirito San- to.1 Entretanto, Deus escolhe, chama e separa certos homens, de maneira especi- al, para 0 servico distinto, definido e sin- gular do ministério da sua palavra.2 O pregador da palavra é um porta-voz de Deus entre os homens.3 Cabe-lhe missio semelhante aquela realizada pelos profe- tas do Velho Testamento e pelos apéstolos do Novo Testamento, tendo o proprio Je- sus como exemplo e padrao supremo.4 A obra do porta-voz de Deus tem finalidade dupla: a de proclamar as boas novas aos perdidos e a de apascentar os salvos.5 Quando um homem convertido dé evidén- cias de ter sido chamado e separado por Deus para esse ministério, e de possuir as qualificagées estipuladas nas Escrituras para 0 seu exercicio, cabe a igreja local a responsabilidade de separd-lo, formal e publicamente, em reconhecimento da vo- cacao divina jé existente ¢ verificada em | CONVENGAO BATISTA FLUMINENSE L_— 7 sua experiencia cristé.6 Esse ato solene de consagracio é consumado quando os membros de um presbitério ou concflio de | pastores, convocados pelaigreja, impoeas maos sobre 0 vocacionado.7 O ministro da Palayra deve dedicar-se totalmente 2 obra para a qual foi chamado, dependendo em tudo do proprio Deus.8 O pregador do evangelho deve viver do evangelho.9 As igrejas cabe a responsabilidade de cuidare sustentar adequadamente e dignamente seus pastores.10 1. Mat. 78:1920: At. 1:8; Rom. 1:6,7; 8:28- : a Tits 19: Heb. 9:15; At. 6:1-4; 13:23; -18; Rom. 1:1;1 Cor. 1 Cor. 2:17; 1:15-17 5. Ex ates Is. 6:5-9; Jer. 1:5-10; At. 621-4; 1Tim. 4211-16; I Tim. 2:3. Ped. 5:1-3 9. Mat. 10:9,10; Luc. 10:7; I Cor. 9:13.14: TTim. 5:17,18 10. I Cor. 8:1-7; Gal. 6:6; Fil. 4:14-18 Xi - Mordomia Mordomia é a doutrina biblica que reconhece Deus como Criador, Senhor e Dono de todas as coisas.1 Todas as bén- dos temporais e espirituais procedem de Deus e por isso devem os homens a ele 0 que sdo e possuem e, também, o susten- to.2 O crente pertence a Deus porque Deus 0 criou e o remiu em Jesus Cristo.3 Per- tencendo a Deus, o crenteé mordomo ou administrador da vida, das aptiddes, do | tempo, dos bens, da influéncia, das opor- | tunidade, dos recursos naturaise de tudo | | CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE © que Deus Ihe confia em seu infinito amor, providéncia e sabedoria.4 Cabe ao crente o dever de viver e comunicar ao mundo 0 evangelho que recebeu de Deus.5 As Escrituras Sagradas ensinam que 0 plano especifico de Deus para 0 sustento financeiro de sua causa consiste naentrega pelos crentes de dizimos e ofer- tas algadas.6 Devem eles trazer & igreja sua contribuigdo sistematica e proporcio- nal com alegria e liberdade, para o sus- tento do ministério, das obras de evange- lizagdo, beneficéncia e outras.7 1. Gén. 1:1; 14:17-20; Sal, 24:1; Ecl. 11:9: 1 Cor. 10:26 18; I Crén. 29:14-16; 3. Gén. 1:27; At. 17:28; 1 Cor. 6:19,20; Tiago. 1:21; I Ped, 1:18-21 4, Mat. 25:14-30; 31:46 5, Rom. 1:14; I Cor. 9:16; Fil. 2:16 6. Gén. 14:20; Lev. 27:30; Prov. 3:9,10; Mal. 3:8-12; Mat. 23:26 7. At. 11:27-30; I Cor. 8:1-35 I Cor. 8:1-15; Fil. 4:10-18 XIII - Evangelizagao e Missoes A missao primordial do povo de Deus é a evangelizacao do mundo, visando a reconciliacao do homem com Deus.1 E dever de todo discipulo de Jesus Cristo e de todas as igrejas proclamar, pelo exem- plo e pelas palavras, a realidade do evan- gelho, procurando fazer novos discipulos de Jesus Cristo em todas as nagGes, ca- bendo 4s igrejas batizd-los e a observar todas as coisas que Jesus ordenou.2 A res- ponsabilidade da evangelizacaio estende- se até aos confins da terra e por isso as igrejas devem promover a obra de mis- ses, rogando sempre ao Senhor que en- vie obreiros para a sua seara.3 convencio “BATISTA Pioninens 1, Mat. 28:19,20; Jodo. 17:30; At. 1:8; 13:2,3 2. Mat. 28:18-20; Luc. 24:46-49; Joao. 17:20 3. Mat. 28: t. 1:8; Rom. 10:13-15 XIV — Educagéo Religiosa O ministério docente da igreja, sob a égide do Espirito Santo, compreende o relacionamento de Mestre e discipulo, entre Jesus Cristo e o crente.1 A palavra de Deus é 0 contetido essencial e funda- mental nesse processo e no programa de aprendizagem crist.2 O programa de edu- cago religiosa nas igrejas 6 necessério para a instrugdo e desenvolvimento de seus membros, a fim de “crescerem em tudo naquele que é a cabeca, Cristo”. As igrejas cabe cuidar do doutrinamento ade- quado dos crentes, visando sua formacao e desenvolvimento espiritual, moral e eclesidtico, bem como motivagdo e capa- citag4o sua para 0 servico cristo e 0 de- sempenho de suas tarefas no cumprimen- to da missfo da igreja no mundo.3 1. Mat. 11:29,30; Joao. 13: 2. Joao. 14:24 Cor. 3:1,2; II Tim. 3. Sal. 119; H Tim. 3:16,17; Col. 1 Mat. 28:19,20 XV — Liberdade Religiosa leus e somente Deus é o Senhor da dos direitos fundamentais do homem, ine- rente & sua natureza moral e espiritual.2 Por forca dessa natureza, a liberdade reli- giosa no deve sofrer ingeréncia de qual- quer poder humano.3 Cada pessoa tem 0 direito de cultuar a Deus, segundo os di- tames de sua consciéncia, livre de coagdes de qualquer espécie.4 A igreja e o Estado devem estar separados por serem diferen- tes a sua natureza, objetivos e fungdes.5 E dever do Estado garantir o pleno gozoe convencio = BATISTA Pi vnsnense exercicio de liberdade religiosa, sem fa- vorecimento a qualquer grupo ou credo.6 O Estado deve ser leigo e a igreja livre. Reconhecendo que o governo do Estado € de ordenagdo divina para o bem-estar dos cidadaos e a ordem justa da socieda- de, € dever dos crentes orar pelas autori- dades, bem como respeitar e obedecer as leis ¢ honrar os poderes constituidos, ex- ceto naquilo que se oponha a vontade de Deus.7 1. Gén. 1:27; Sal. 9:7-8; Mat. 10:28; 23:10; Rom. 14:4; 9,13; Tiago. 2. Jos. 24:15; I Pod. 2: nie. 20:25 3. Dan. 3: suc, 20:25; At. 4:9-20; 5:29 4. Dan. 3:16-18; 6; At. 19:35-41 $. Mat. 22:21; Rom. 13:1-7 6.AL 19:34-41 7. Dan. 3:16-18; 6:7-10; Mat. 17:27; At. 4:18-20; }; Rom. 13:1-7; [ Tim. 2:1-3 XVI - Ordem Social Como o sal da terra ea luz do mundo, o cristo tem o dever de participar em todo esforco que tende ao bem comum da so- ciedade em que vive.1 Entretanto, o mai- or beneficio que pode prestar é anunciar a mensagem do evangelho: o bem-estar social e 0 estabelecimento da justiga en- tre os homens dependem basicamente da regeneracao de cada pessoa e da pratica dos prinefpios do evangelho na vida indi- vidual e coletiva.2 Todavia, como cris- tdios, devemos estender a mao de ajuda aos 6rfaos, as vitivas, aos anciaos, aos enfer- mos ¢ a outros necessitados, bem como a todos aqueles que forem vitimas de quais- quer injustiga e opressdes.3 Isso faremos no espirito de amor, jamais apelando para quaisquer meios de violéncia ou discor- dantes das normas de vida expostas no Novo Testamento.4 | CONVENCAO BATISTA FLUMINENSE ——— XVUI - Familia A familia, criada por Deus para o bem do homem, é a primeira instituicdo da so- ciedade. Sua base é o casamento mono- gamico e duradouro, por toda a vida, s6 podendo se desfeito pela morte ou pela infidelidade conjugal.1 O propésito ime- diato da famflia é glorificar a Deus e pro- ver a satisfagao das necessidades huma- nas de comunhio, educagio, companhei- rismo, seguranca, preservacao da espécie ¢ bem assim o perfeito ajustamento da pessoa humana em todas as suas dimen- sdes.2 Caida em virtude do pecado, Deus prové para ela, mediante a fé em Cristo, a bencao da salvacdo temporal e eterna, ¢ quando salva podera cumprir seus fins temporais e promover a gléria de Deus.3 1. Gén. 1:7; Jos. 24:15; [Reis. 2:1-3; Mal. 2:1 2. Gén. 1:28; Sal. 127:1-5; Ecl. 4:9-13 3. At. 16:31,34 XVII - Morte Todos os homens so marcados pela fi- nitude, de vez que, em consequéncia do pe- cado, a morte se estende a todos.1 A pala- vra de Deus assegura a continuidade da consciéncia e da identidade pessoais apés a morte, bem como a necessidade de todos os homens aceitarem a graga de Deus em Cristo enquanto esto neste mundo.2 Com a morte esta definido o destino eterno de cada homem.3 Pela fé nos méritos do sacri- ficio substitutivo de Cristo na cruz, a morte do crente deixa de ser tragédia, pois ela 0 transporta para um estado de completa € constante felicidade na presenga de Deus. ——] CONVENGAO BATISTA FLUMINENSE | A esse estado de felicidade as Escrituras chamam “dormir no Senhor”.4 Os ineré- dulos e impenitentes entram, apartir da morte, num estado de separacdo definitiva de Deus.5 Na Palavra de Deus encontramos claramente expressa a proibicao divina da busca de contato com os mortos, bem como anegacao da eficacia de atos religiosos com relagao aos que jé morreram.6 1. Rom. 5:12; 1 Cor. 15:21-26; Heb. 9:27; Tiago. 4:14 2. Luc. 16! 19-31; Heb. 9:27 5:14,15;Fil,1:21-23;] Tess, 4213-17; Tim. 2:11 5. Luc. 16:19-31; Joiio. $:28.29 6, Ex. 22:18; Lev. 19:31; 20:6,27; Deut. 18:10; Cron, 10:13; Is, 8:19; Jodo. 3:18 XIX - Justos e Impios Deus, no exercicio de sua sabedoria, esté conduzindo o mundo e a histéria a seu termo final.1 Em cumprimento a sua promessa, Jesus Cristo voltard a este mun- do, pessoal e visivelmente, em grande poder e gléria.2 Os mottos em Cristo se- rao ressuscitados, arrebatados e se unirio Convencion “> BALISTA sete! ao Senhor.3 Os mortos sem Cristo tam- bém serdo ressuscitados.4 Conquanto os crentes jd estejam justificagdo pela fé, to- dos os homens comparecerdo perante 0 tribunal de Jesus Cristo para serem julga- dos, cada um segundo suas obras, pois através destas é que se manifestam os fru- tos da fé ou os da incredulidade.5 Os im- pios condenados e destinados ao inferno IA sofrerdo o castigo eterno, separados de Deus.6 Os justos, com os corpos glorifi- cados, receberao seus galardées e habita- rao para sempre no céu como o Senhor.7 t 3:21; 1 Co 15:24- Mi 16:27. 25:31-40; Le 14:14; 16:22,23; Jo 5-28.29; 14:1-3; Rm 6:22,23; Fonte: Elaborada por um Grupo de Trabalho e aprovada na 67° Assembi¢ia da CBB - Campo Grande ~ MS - 1986. tt ae ye OE gone oe. i an ese \\ le bE ew) yea sent t0 re, een ~ + 4 ‘ é\ (eae oo A886 Vy, AY iY ‘Hiya YS PRT wah

Você também pode gostar