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Afetos? Onde tudo isso começa?

A nossa estruturação subjetiva tem relação direta com as


nossas vivências afetivas, somos o que somos a partir delas e
todas as experiências vividas

Ao questionar quais as implicações dos afetos na vida do ser humano, vamos


olhar um pouco para sua estrutura familiar: “com certeza voltarão cenas como
a notícia de uma gravidez na família, as reações de cada um, as expectativas
quanto ao sexo do bebê, a curiosidade sobre cor dos olhos, dos cabelos, traços
do rosto, etc.”

Passado o tempo de gestação, tempo que estava sendo nutrido através de um


cordão umbilical, é hora de vir ao mundo, surge diante de nós um ser pequeno
e indefeso, que depende de outros seres para sobreviver e partir de então “a
sobrevivência da criança não depende apenas de nutrientes que possibilitem
seu crescimento físico, necessita de nutrientes afetivos, que serão
determinantes na sua estruturação psíquica”.Os nutrientes afetivos são
oferecidos ao bebê de diversas formas. Todas as sensações visuais, táteis,
olfativas e sonoras percebidas pelo bebê estarão nutrindo-o afetivamente, mas,
embora a mãe dedique grande parte do seu tempo a isso, Valquíria atenta que
é de fundamental importância que também o pai participe desse processo de
“nutrição afetiva”. Além de fortalecer essa nutrição, ele exerce um papel
importante nessa relação dual de mãe e filho, “ele tem o papel de ‘cortar o
cordão umbilical’ subjetivamente mostrando tanto para a figura da mãe quanto
para figura da criança que elas por si só não se bastam e que também não são
um ser único”, explica. E a partir do momento que o desejo de mãe e o desejo
de pai estão instalados nessa relação triangular, mãe-pai-filho, a criança se
sentirá desejada, segura, e seu sistema psíquico irá aos poucos se constituindo
e reconhecendo estas investidas maternas e paternas como forma de afeto, de
acalento e segurança.

“A afetividade não tem implicações apenas nos comportamentos de interação


social do ser humano, ela influencia decisivamente na percepção, na memória,
no pensamento, na vontade e as ações, sendo, assim, um componente
essencial da harmonia e do equilíbrio da personalidade humana. Considerando
tais implicações, diversos estudiosos assinalam que para uma criança aprender,
construir seus conhecimentos, desenvolver seus processos investigativos para
formular suas ideias não basta uma estrutura física (corpo) e um aparato
cognitivo (intelecto), a afetividade se faz necessária.”

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