Você está na página 1de 1

Segundo a teoria de Marx e Engels o modo de produção asiático se caracteriza pela ausência

da propriedade privada, comunidades aldeãs (sendo autossuficientes se sustentando através


da agricultura e o trabalho doméstico), um estado centralizador que com o contexto ecológico
impunha a realização de grandes obras hidráulicas para que fosse possível na agricultura a
irrigação e a Escravidão generalizada. Entretanto ocorre alguns equívocos em explicar como as
civilizações daquelas regiões se organizavam por essa teoria.

Contestando o modelo marxista no período sargônico na baixa mesopotâmia mais


especificamente nas regiões como Umma, Girsu, nipur e kish era possível identificar a
atividade de compra e venda de propriedades privadas que o autor explicita na seguinte
passagem do texto: “Mas a existência de propriedades privadas continua largamente atestada
nos antigos kudurru do período sargônico e por outros documentos da época”(BOUZON 1990.
Cap. 2 P.21) e existia uma centralização do poder muito forte na mão dos palácios e o
monopólio de todas as terras aráveis e toda mão de obra da cidade. Em comparação com a
mesopotâmia demograficamente viviam próximos dos Rios, na Antiga Síria não a forma de
agricultura não era baseada na irrigação dependiam das chuvas, das cisternas e captação de
filetes que escorriam das encostas das montanhas (CARDOSO 1990 cap 5 p. 75), o governo não
era tão centralizado e os templos não tinham um grande papel econômico. Outra diferença
entre a civilização da mesopotamia é que a da Creta minoana estava dividida em reinos
autônomos centrados nos grandes palácios entretanto os palácios cuidavam da burocracia
econômica-social sem monopolizar totalmente as propriedades e economia.(CARDOSO cap 6
p. 92)

Outro equívoco é o discurso de uma escravidão generalizada tendo em vista que na babilônia
antiga estudiosos dos textos econômicos-administrativos mostram que a escravidão não teve
um papel tão relevante naquela região durante aquele período. Na seguinte passagem é
possível ver a desproporção de escravos em relação a sociedade: “Na cidade de Sippar, de
18.000 nomes de pessoas registrados nos documentos existentes, somente 300 são nomes de
escravos: uma porcentagem, portanto, de cerca de 1,7%” (BOUZON Cap 3 p. 44)

Você também pode gostar