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Informativo Magénico, Politico e Cultural PP dee REN: esa rd Brasil Revistas Entre em nosso Canal no Telegram. Acesse t.me/BrasilRevistas Tenha acesso as principais revistas do Brasil. Distribulgéo gratuita, venda prolbida! O Malhete Ano XIV- Niimero 160 - Julho de 2022 DIAHISTORICO PARA MACONARIA BRASILEIRA. 04 Editor: Ir, Lulz Sérgio de Freitas Castro FATOS & FLASHES... Tol.: (27) 9 9968-5641 COEVOLUIR NASENDA DAS VIRTUDES .nsnrnnnsnnneel Jomalista Responsavel Irs. Danilo $. Salvadeo ‘DAS ORIGENS DA GEOMETRIA E INFLUENCIAS NO SIMBOLISMO ne IMACONICO (1). srssnmnenennen “ renee Redacao: on . {As Hefirique Gapuero, 100 PACIFICADOR’, © "MARECHAL DE FERRO” € A INDEPENDENCIA ‘Ap. 105 - Torre 3 POPRASIL 20, pare tara \VENERAVEL MESTRE EO CNPI DALOJA 27 CEP:: 29.905-070 - Linhares PARA QUE NOS REUNIMOS NESTE AUGUSTO TEMPLO?. ve 28 E-mail: omalhete@gmall.com a: EPENSANDOO REISALOMAO. sen 32 Colaboraram nesta edicao: CORPOETEMPO x Antonio Bint Dro Anglo Bator AINIIAGKO MAGONICADE VOLTAIRE (2778), 37 Jeats Escrbane José Antonio Ferrer Benimeli JESOTERISMO, 39 Jose Ronalio Viega Aves Marco Antonio Peres AMENORA. Ad Michael Howard Philip Quadro ; 7 Valdir Massucatt ‘AMOS, 0 QUE VOCE VE?... woes Valerio de Olvelra Mazzuot . CAPITRONEMOERA MAGOM? “3 Cana desta edligaio “A Geometria é a origem da Matematica, e os alicer- ces da Arquitetura, compreendendo a doutrina de tudo aquilo que esteja sujeito ao aumento ou dimi-| nuigao; portanto, nao apenas o ponto, a linha, a superficie e o sdlido vém ao nosso estudo, mas tam- bem o tempo, o espago, a velocidade e a magnitude em geral. Pelo estudo adicional desta Quinta Cién- cia, sobre a qual a Maconaria esta fundamentada, somos levados a meditar sobre as inigualaveis obras do Supremo Grande Gedmetra deste vasto) Globo Terrestre.” (das prelegdes de John Browne, citado por Colin Dyer) Veja matéria na pagina 14 A. porto Q ; DGikk Soe ao — —™~ . = ™ BREVE LANCAMENTO # UBATUBA Av Prof Bernadino Querido, 603 - Itagua | Ubatuba PORTO EES | auaare QL mbléia Geral Ordinaria c DIA HISTORICO PARA MAGONARIA BRASILEIRA Poticast #@)) Ouca a materia clicando aqui Por Irmao Valdir Massucatti(*) dia 15 de julho de 2022 ficard na his- toria da Magonaria Br: ela primeira vez, as t nicas regulares se reuniram em Florian6po- lis-SC, para a 1 CONFERENCIA DA MACONARIA REGULAR BRASILEIRA, Representando o Grande Oriente do Brasil —GOB, estavam o Griio-Mestre Geral Adjun- to, Irmao Ademir Candido da Silva e Adal- berto Alvizio A: or do Grio Mestre; representando as Grandes Lojas, o Presidente da 51° AGO-CMSB -— Assembleia Geral Ordinaria da Confederagao da Magonaria Simbolica do Brasil, Irmao Flavio Rogério Pereira Graff e 0 Secretario-Geral Aldino Brasil de Souza, a COMAB - Confedera- cio Macénica Brasileira, estava representa- da pelo presidente Vanderlei Geraldo de Assis € 0 Secretario Geral Joao Krasnki Neto Na abertura do evento os representantes $ poténcias fizeram os dizendodo momento histérico que a Conferéncia, quando as Poténcias cas regulares, unidas, buscam forgas para rea- lizagdo de objetivos comuns. Com uma pauta pré-definida de comum acordo, os assuntos foram debatidos pelos Grao-Mestres e autoridades e tomadas as devidas deliberagées, entre elas, a formagio de comissées para elaborar propostas ¢ serem avaliadas em nova Conferéncia. Dentre os assuntos tratados, destacamos 0 combate a exploragdio da magonaria por movi- mentos golpistas e de captagdo de recursos financeiros; elaboragdo de um regulamento da conferéncia (forma, datas, sedes, repre- sentatividade, participagao, presidéncia e secretaria, pauta, blocos tematicos ete.); dis- cussio acerca da elaboragaio de um material de Instrugées Complementares; Livro de Res- trigées Nacional; Palavra Semestral comuma todas poténcias; desmistificagéo da magona- ria para sociedade e formagao de um grupo de trabalho para eleger uma ago nacional comum. Eu tive o privilégio de poder participar desse momento historico, que contou com a presenga de 206 (duzentos e seis) Irméos que assinarama lista de presenga. Na minha avaliagao, foi dado um grande passo para que a Maconaria Brasileira seja ainda mais forte, ¢ efetivamente consiga rea- lizar seus objetivos, na construgao de uma sociedade mais justa, mais igualitaria e mais fraterna. Todavia, para realizarmos esses objetivos, precisamos ter um olhar interno especial, bus- cando fortalecer nossos Irmaos e nossas Lojas, pois somente estando bem, poderemos fazer o bem. Para nos fortalecer internamente, precisa remos motivar os Irmaos, digo mais, precisa- remos entusiasmar os Irmaos a participarem das reunides, pois em Loja aprendemos a nos tornarmos melhor, e participando, ajudare- mos no fortalecimento de todos. Entao, ao trabalho de aperfeigoamento meu Irmaos!!! Saudagdes Fraternai (*) Valdir Massucatti. Grdo- Mestre Eleito da Grande Loja Magé- nica do Estado do E. Santo Clique na imagem 1 CONFERENCIA DA MAGONARIA REGULAR BRASILEIRA A Loja Magénica Campos Salles de Santa Barbara dOeste-SP realizou um belissimo jantar beneficente no Esporte Clube Barbarense. A noite foi muito animada com a Banda Acripolis ea presenga de varios Irmaos represen- tando Lojas da regio. Parceiros, patrocinadores ¢ a popu- ago puderam se divertire ajudaro préximo. Uma grande conquista: Mais de 550 convites foram vendi- dos! Janderson Caproni, presidente da Loja, salientoua impor- ncia do evento, pois trés entidades de Santa Barbara foram beneficiadas com a renda obtida: Asilo Sao Vicente de Paulo, Casa da Crianca e Hospital Santa Barbatro do sali principal, uma exposigdo de quadros sobre a histéria da Magonaria despertou a curiosidade do piiblico presen- te, Ithas gastrondmicas, buffet de massas e muita descontragao fizeram da noite, que pretende ser repetida anual- mente, um sucesso! A GRANDE OBRA NAO PODE PARAR A A.RO.L..S”. SAPIENTISSIMO IRMAO ALC RIBEIRO DA COSTA N? 3839 do oriente de Guagui ES, federada ao Grande Oriente do Brasil, Jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil do Estado do Espirito Santo ¢ filiada ao Supremo Patriarcado do Rito Adonhiramita do Brasil - SUPRAB. A tinica loja. J do rito Adonhiramita no sul do estado do Espirito Santo ena regido do Caparaé capixaba, loja essa, que conduz os amados irmaos do grau 1 ao grau 33, buscando honraro nome de um de seus membros honordrios mais nobres e com espirito a frente de seu tempo pelo dina- mismo, empreendedorismo, respeito a familia e acima de tudo a vida humana “ALCY RIBEIRO DA. COSTA”, unindo-se em apoio ao Rotary de Guacui, trouxe até nossa cidade o HEMOES, uma unidade do hemocentro capixaba, em coleta de bolsas de sangue e adastro de medula dssea itinerante, realizando a coleta nos dias 29 ¢ 30 de junho do ano de 2022 ena oportuni- NOVA LOJA DO RITO BRASILEIRO NO SUL DE MINAS Aconteceu no dia 23 de Julho, no templo da ARLS Fratemnidade Rioverdense, n° 3868 no oriente de Trés Coragées, no sul do estado de Minas, uma reuniao para fundacao da nova loja do Rito Brasileiro denominada “Templarios do Rei”. A sessio contou com a participagdio de 31 irmaos da regitio. De parabéns a iniciativa dos irmaos que seguem, com forca e vigor, trabalhando para o progresso da ‘Maconaria Mineira, dade foram coletadas 60 bolsas de sangue € efetuados 104 cadastros de medula dssea, que demonstram 0 trabalho da verdadeira magonaria em favor da vida Vivat! Vivat! Vivat! ARLS GONGALVES LEDO 0985 COMEMORA SEU CENTENARIO No dia 15 de julho, a ARLS Gongalves Lédo, n° 0985, Oriente de Belo Horizoante, completou 100 anos de existéncia. Na oportunidade das comemoragdes foi oferecido um jantar e a entrega de Comendas ¢ Meda- thas aos Irmios da Loja, bem como para irmaos que ajudaram no engrandecimento dessa Oficina, A ceriménia contou com a ilustre participacdio do Emi- nente Grao-Mestre do GOB-MG, Cléscio César Gal- io, do Eminente Presidente da PAEL irmo Adriano Pereira Pinheiro e do Eminente Secretirio Geral de Entidades ParamacOnicas oIrmao Guilherme de Castro Couto Santos, representando 0 Soberano Grao Mestre Micio Bonificio Guimaraes. Estas presengas honra- ram muito os membros da Loja. Durante a comemoracdo, a loja foi agraciada com uma Placa em reconhecimento pelos servicos prestados a0 GOBMG, entregue pelo Grio-Mestre Cléscio César LEDO N° 09 = tae Mine ate Galvao € um Centificado de Benfeitora da Ordem, entregue pelo Presidente da PAEL Adriano Pereira Pinheiro. ESPIRITO SANTO RECEBE A QUEEN VICTORIA LODGE N° 10022 No dia 1° de julho tiltimo, foi realizada, na sede da Gran- de Loja Magénica do Espirito Santo, a Fundacdo da Queen Victoria Lodge N° 10022, vinculada ao District Grand Lodge Of South America, Northern Division, da United Grand Lodge of England (UGLE). ‘Trata-se da Poténcia Magdnica Inglesa, que chegou ao Estado com o apoio da Grande Loja do Estado do Espi rito Santo (GLMEES) e do Grande Oriente do Brasil no Espirito Santo (GOB-ES). Entre os membros fundado- res esto Irmaos da GLMEES, GOB-ES, Grande Loja Distrital da América do Sul, Divisdo Norte e UGLE. Participaram do evento os Grdo-Mestres Walter Alves Noronha (GLMEES), Hélio Sodré (GOBES) e Rt. W Bro. John Charles Woodrow (Grio-Mestre Distrital. Apis a fundagdo, houve o tradicional Festive Board, congregando todos os Iimaos SESSAO SOLENE DE POSSE DO GRANDE ORIENTE PAULISTA Na noite de 08 de julho de 2022, na Clube Cireulo Militar de Sao Paulo ocorreu a Sessio Solene Festiva de Posse do Graio-Mestre e Grito-Mestre adjuntos eleitos do Grande Oriente Paulista os Serenfssimos Ilr.. Fer= nando Fernandes ¢ Celso Ribeiro respectivamente. evento contou coma presenga de representantes de varias poténcias do pais e até do exterior. Destaque para © Grio-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil Micio Bonificio Guimaraes, 0 Secretirio Geral da CMSB Aldino Brasil de Souza, o Secretirio Geral da COMAB Jodo Krainski Neto, Grio-Mestre do Grande Oriente do Brasil - So Paulo Gerson Magdaleno, Se nissimo Grdo-Mestre GLESP Jorge Anysio Haddad entre outras autoridadese familiares. GOB-RS CELEBRA 41 ANOS EM NOITE TRIUNFAL Um puiblico de 482 pessoas prestigiou o Jantar-baile do GOB-RS, ponto alto da programagao dos festejos de aniversario dos 200 anos do Grande Oriente do Brasil e 41 anos do Grande Oriente do Brasil — Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, no dia 16 de julhio de 2022. A programagdo comegou com a recepeao das autori- dades magOnicas de sete Estados da Federagao, pela parte da manhdie & tarde, com a realizagdo da inaugura- gio do Centro Histérico, localizado no Palacio Maconi- co Duque de Caxias, na Rua Washi sequéncia a Ago ParamagOnica Juvenil, através do seu Niicleo NAGA prestou homenagem aos 41 anos de Fundagiio do GOBRS. A Sessio Mz a logo apés contou coma presenga de 5 Grao Mestres Estadu- Griio Mestres Estaduais de Honra, quando foram tues Comendas de Membros Honordrios e Home- nagens. A noite, no Clube Geraldo Santana, foi realizado o Jantar-baile dos 41 anos do GOB-RS e 200 anos do GOB, ocasidio em que estiveram presentes autoridades civis e mag6nicas, nas quais podemos destacar o Sobe- rano Grio Mestre Geral Micio Bonificio Guimaries, 0 Senhor Prefeito de Porto Alegre, Inmao Sebastito Melo, que destacou a importineia e a forga da magona~ riaem nossa poténciaé nosso Estado. OFICIALIZAGAO DA GRSTERNIDADE) FEMININA DA CONIAE Foi apreciada e aprovada pela 118° AGO, a oficializa- cdo da Fraternidade Feminina da COMAB. Na ver- dade, trata-se de uma medida que reconhece a atuacao das cunhadas e filhas de macons da COMAB em agdes de apoio solidario de cunho social. Durante a argumen- taco da proposta, o presidente, Ir. Vanderlei enalteceu a presenga de “nossas cunhadas em tragédias como essa que ocorreu em Pernambuco por excesso de chu- vas que levaram a morte dezenas de pessoas e deixou mithares de familias desabrigadas, ¢ elas atuaram de forma muito decisiva para amenizar 0 sofrimento das ‘comunidades que estavam sofrendo”, ressaltou o presi- dente. A Fraternidade Feminina da COMAB é a conso- lidagtio de um ideal que envolve toda familia magénica no voluntariado para servir o préximo. MUSEU MAGONICO DO GOB-PR E INAUGURADO O Museu Magdnico do Grande Oriente do Bra- sil - Parané (GOB-PR) foi inaugurado no dia 26/07 como parte da agenda especial de trabalho coma Comitiva Nacional, em Curitiba. O Grio-Mestre do GOB-PR, Luis Mario Luchetta, 0 Grio-Mestre Adjunto do GOB-PR, José Edson Haesbaert, a Vice-Presidente Estadual da Fratemidade Feminina Cruzeiro do Sul, Lia Haesbaert, participaram do momento tao impor- tante para 0 GOB-PR. O Grio-Mestre Geral, Miicio Bonificio Gui- mardes, 0 Gréio-Mestre Geral Adjunto, Ademir Candido da Silva, ea Presidente Nacional da ternidade Feminina Cruzeiro do Sul, Jussane Gui- ‘mardes, prestigiaram ainauguragao, XXII GRANDE ASSEMBLEIA DO PR DA ORDEM DO ARCO-iRIS Nos dias 22, 23 ¢ 24 de julho, realizou-se na cidade de Ponta Grossa, a XXII Grande Assembleia da Ordem Intemacional do Arco-Iris para Meninas — Grande Jurisdieao do Parand, brilhantemente organizada pela Assembleia Guardias da Luz n® 13, da cidade de Ponta Grossa, capitaneada pelo querido Irmao Femando Mar- ques, como Presidente do Grande Conselho. Sabemos do desafio que é organizar uma Grande Assembleia, mas os Irmaos, Tias e Sobrinhas de Ponta Grossa, deram um verdadeiro exemplo de como se o niza e se realiza uma Grande Assembleia, impecdvel em todos os sentidos. ha palavras que possa extemarabelezado even- to, nossas sobrinhas brasileiras e paraguaias foram pe feitas ritualisticamente; as Grandes Oficiais prepara- dissimas & execugo de seus cargos, chegando quase a perfeiczo, em APJ/GOB-DF REALIZOU SEU 1°BAILE DE MASCARAS No dia 16 de julho de 2022 0 Niicleo Alfa Honra e ‘Tradigdio da APJ/GOB-DF realizou seu primeiro Baile de Mascaras solidario. O evento ocorreu na Loja Magé- nica Anthony Sayer, foi uma noite de massas com mini pizza, macarronadas e mousses de sobremesa, Contou com diversas atragdes para todas as idades, garantindo a diversto de todos: brinquedos inflaveis, cama elisti- ca, ping pong, DJ com jogo de luzes para animar a todos, concurso de mascara com premiagao, apresenta~ ‘io de kangoo dance e muito mais! O evento cumpriu com a missio de envolver as famili- as, € contou coma presenga dotio Reginaldo, Grio Mes- tre do Grande Oriente do Distrito Federal, sua esposa, tia Elaine, Presidente da Fraternidade Feminina, tio José Geraldo, Secretério de Entidades Paramagénicas do GODF, sua esposa, tia Vitoria, Fratema, tio Albert, Secretirio Adjunto de Entidades Paramacdnicas para a APJ no GODF, primos eprimas DeMolays, Filhas deJ6 eArco-iris. ARLS LINHARES UNIDO REALIZA BANQUETE RITUALISTICO Em Sessdo de Banquete Ritualistico, na ARLS Linhares Unido, N°1710, oriente de Linhares-ES, 0 Venerivel Mestre, Luciano Conceigao Barbosa, rece beu 0 Grdo-Mestre Estadual, Eminente Indo, Hélio Soares da Luz Sodré e Poderoso Irmao, José Paulo Tonoli, Grio-Mestre Estadual Adjunto, para condeco- rar quatro irmdos da Loja O banquete aconteceu no dia 30 de junho e conde- corou, 0 agora Sapientissimo lmao, Jayme Henrique dos Santos, com a Comenda da Ordem do Mérito Dom Pedrol 34 a Comenda da Ordem do Mérito Domingos José Martins foi entregue para os irmaios: Hermes de Alme- ida Neves, Jobson Bortot e Jair Mario Bortot. O EVOLUIR NA SENDA DAS VIRTUDES Poticast #@)) Ouca a matéria clicando aqui Por Irmao Dario Angelo Baggieri homem magom, verdadeiramente inicia~ do, nao se basta a si s6, ele precisa da socie~ dade para sua cultura fisica, intelectual ¢ moral. Para que ocorra o bem comum, é necessirio sociedade de lideres, que é a Maconaria Univer- sal, promover e disciplinar seus membros, os auxi- liando na sua auto- lapidagao continua no aprimo- ramento moral, intelectual, pessoal, familiar, pro- fissional e também coletivo. O homem profano, que nao é virtuoso, é propri- amente todo aquele que esti diante e fora do tem- plo e das leis que o regem no cosmo universal Hoje nos deparamos com intimeros " irmaos" que nunca evoluirio e sero eternos profanos de aventai Essa assertiva é to cristalina, que tem desmoti- vado muitos irmaos pelo Brasil e pelo mundo e que esto esvaziando nossas colunas progressiva e pau- latinamente, com uma evasio que vem se acele- rando nestas trés ultimas décadas, conforme vemos nos varios trabalhos publicados por irméos das Potencias Regularmente Reconhecidas. Vemos os mais antigos se pronunciarem: A Mago- naria ndo é mais a mesma... Perdeu a sua Essén- cia...Esté sendo prostituida pela malversagao de seus valores... Esté se tomando um clube de servi- os festinhas.... Enfim, em um caminho de extin- do inexoravel, em algumas décadas, como uma Instituigao paladina da Moral ¢ dos Bons Costu- mes. Vemos muitos irmaos propalarem que a abertu- raque a globalizacio promoveu, expondo de mane- ira desvirtuada, muito de nossos usos e costumes, de uma maneira promiscua ¢ tendenciosa por mui- tos desses PSEUDO-INICIADOS, que trouxeram as redes sociais, uma vulgarizagaio sem precedén- cia, da Maconaria, inclusive com viés comercial, vemos nas midias, muitos aproveitadores criando lojas_virtuais, convidando para se iniciarem, OBVIAMENTE PAGANDO UMA QUANTIA RAZOAVEL, ou seja, a coisa esta tio vulgarizada € quesarcasticamente, ainda pode piorar mais. As nossas lideranga assistem impavidas e nada fazem de efetivamente pritico para coibirtais disparates. ‘Vimos nesse inicio de Julho de 2022. as Potencias Magénicas GOB, GOMG e GLMEMG, promul- garem um manifesto conjunto sobre o que Maco- naria Regular, nas midias. Mas € muito pouco. Ati- tude isolada regional mineira, que deveria ser encampada pela CMSB, COMAB E GOB a Nivel Brasil, Apés esse pequeno predimbulo, que pode pare- cer desproposital ao titulo em epigrafe, vemos que evoluir na senda das virtudes € uma tarefa extre- mamente penosa, dificil e exclusivamente pessoal, de cada irm&o mas que redundara certamente no coletivo, em nossa Sublime Instituigao. Ser virtuoso tem por conceito de varias verten- tes, sentidos diferenciados dentro do filosofismo. Vejamos. (O que seria um homem virtuoso para Aristéte- les? Segundo 0 Estagirita, o homem bom e virtuo- so € aquele que alia inteligéncia e forga, que utiliza adequadamente sua riqueza para aperfeigoar seu intelecto. A virtude, ou a exceléncia moral, resulta do habito, de sua pritica. Ou seja, de atitudes e nao de falacias. As virtudes se adquirem pelo habito de sua pritica rotineira. Se vocé praticar uma virtude de novo, de novo e de novo, eventualmente vocé ira torné-la parte do seu cariter. Vocé aprende as mesmas praticando-as. Assim, as virtudes devem serpraticadas regularmente para fortalecé-las. Na filosofia, virtude € caracterizada pela busca por uma vida mais equilibrada ¢ alinhada com que ha de positivo. Ser virtuoso é sin6nimo de ser alguém com uma boa esséncia, um individuo que realiza boas agdes motivadas por sua indole. Con- ‘tudo, nem todo mundo conhece o significado dessa palavra e compreende o real impacto que ela pos- suiparaohomem. Aristételes explicou que, quando uma pessoa fala a respeito do carater de outra, tendea usar adje- tivos como calmo e temperante, sem mencionar 0 quanto esse individuo € sabio. No entanto, a sabe- doria também pode ser louvada quando se configu- ra como resultado de um habito e, se um habito & louvado, logo cle ¢ uma virtude. Atualmente, a filosofia estuda as virtudes morais pela linha da “Etica das Virtudes” eas virtudes intelectuais con- sistem na capacidade de aprender com o didlogo e areflexao na busca do verdadeiro conhecimento. A virtude moral, por sua vez, é a ago ou comporta- mento moral, € 0 habito que & considerado bom de acordo coma tica. Na vida pessoal ¢ na caminhada na senda das virtudes, a persisténcia é frequentemente citada como um item imprescindivel para 0 sucesso. Desistir no meio do caminho, como sabemos, & mais frequente do que tentar e continuar tentando até que as realizagdes e as consequéncias positivas das realizagdes do crescimento individual de cada um de nds, chegue e seja enraizado em nossas ati- tudes éticas e morais. Segundo Henry Ford: “Ha mais pessoas que desistem do que pessoas que fra- cassam!” Nunca esse jargao se aplicou tanto a uma Entidade, quanto & Magonaria Como diz o Irmao Fernando Pessoa, que ao ver a Ordem ameagada, fez a melhor e mais publica defesa da Magonaria que se conhece na historia da Ordem. Ele ratificou que o Mundo é para quem nasce para 0 conquistar e ndo para quem sonha que o pode conquistar, ainda que tenha razio”, ou seja, ha uma grande diferenga entre aquele que pensa, pensa, pensa — com persisténcia ~ mas nao faz ¢ aquele que pensa, e faz, faz, faz até conseguir. De modo que a virtude da persisténcia, na psicologia positiva, € indissocidvel da agdo, do comporta- mento. Para Fernando Pessoa havia duas classes de magons: os esotéricos € os exotéricos. Os esotéri- cos, em sua opiniao, os verdadeiros magons, eram os espiritualistas, aqueles que viama Ordem como sociedade de pensamento, onde se podia adquirir uma verdadeira conseiéncia césmica. Os exotéri- cos eram aqueles que viam a Magonaria como um clube de cavalheiros, uma entidade sécio empresa- rial elitista e pseudo-filantrépica, mais interessada em politica e vida comunal do que, propriamente, doutrina. Na sua opinidio, a maioria dos magons era do Ultimo tipo, isso é, exotéricos. Eram do tipo admi- nistrativo, pessoas que galgam até os iltimos graus da Ordem sem entender absolutamente nada do que aprenderam ld. [sso significa que existe na Magonaria uma grande quantidade de iniciados profanos, que por falta de uma sensibilidade para com a verdadeira natureza dos ensinamentos magénicos, ou mesmo pela falta de interesse ou mera preguica intelectual, jamais serio verdadei- ros iniciados, ou macons no verdadeiro sentido da palavra, Sao iniciados por fora, apenas formal- mente, mas continuam profanos por dentro. Sua principal critica era o fato de as Lojas terem se tornado instituigdes, que faziam seces mera- mente administrativas. A maioria das Lojas, segundo o poeta, praticavam os rituais de uma forma vaziae puramente formal, sem levar oadep- toa entender a riqueza espiritual contida nas len- das, nos ritos e nos simbolos utilizados no ensina- mento magénico. Por isso, dizia ele, cada grau deveria corresponder a um estado de vida, tenden- te a levar 0 iniciado a um novo patamar de cons- ciéncia. Isso tudo se perdeu quando a Magonaria institucionalizou seus ritos e se transformou numa. organizagdo administrativa, Salientava ainda, que a Magonaria é uma “Ordem de Vale”, isto é, uma Ordem que precisa da qualidade iniciatica para se tomar uma “Ordem de Montanha.” Simbolicamente isso significa que a sua funeao é dirigir o adepto na busca da eleva- 40 espiritual. Esse ensaio ¢ deveras empolgante ¢ abre apés cada reflexdo, um campo vastissimo de andlise do que é realmente buscar e caminhar na Senda das Virtudes. Enveredando ainda pela filosofia grega, conta a histéria que Sécrates encontrava-se em Delfos & interrogou 4 Pitonisa sobre o que era verdade ¢ ela nada respondeu, mas mostrou as inscrigdes de um rochedo q uediziam:“Conhece-te a ti mesmo” Fildsofo ficou horas a fio, analisandoa frasee aprofundando-se em seus pensamentos, até que chegow a conclusao e disse a Pitonisa “Eu nada sei”. Quando retornoua Atenas questionou as auto- ridades da Polis sobre varios temas e descobriu que elas estavam em uma situagao inferior a sua, poi desconheciam que nada sabiam e para ele apenas era sbio quem ja havia descoberto que nao sabia de nada. Pois a partir desse momento, que seria possivel o inicio de uma jornada de auto avaliagaio para buscar formas identificar a verdade e o surgi- mento do conhecimento. Assim também ¢ 0 inicio da caminhada na Senda das Virtudes, ou seja, 0 reconhecimento que a verdadeira humildade con- siste ndo apenas no primeiro degrau na busca do crescimento interior, mas também o tiltimo, pois somente seremos realmente dignos de adentrar- mos ao convivio fraternal com as Béngaos do Gran- de Arquiteto do Universo, quando entendermos que a Humildade de coraco & a maior de todas as virtudes. Ser humilde nao significa fraqueza, mas, sim, comportar-nos com bondade e amabilidade, mos- trando forga, serenidade, amor préprio e autocon- trole. A mansidao foi um dos atributos mais abun- dantes na vida do Salvador. Ele proprio ensinou a Seus discipulos: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coragao”. Poderiamos ficar ainda por horasa fio, divagan- do sobre esse tema tio enriquecedor, assim termi- no esse ensaio parafraseando mais uma vez esse irmao Maravilhoso, Fernando Pessoa, “O Mundo € para quem nasce para o conquistar e ndo para quem sonha que o pode conquistar, ainda que tenha razao”, ou seja, ha uma grande diferenca entre aquele que pensa, pensa, pensa — com persis- téncia—mas nao faz e aquele que pensa, e faz, faz, faz até conseguir. De modo quea virtude da persis- téncia, na psicologia positiva, é indissociével da agdo, do comportamento. Irmo Dario Angelo Baggieri - MI Loja Magénica Sermo da Montanha Oriente Montanha-ES TAPETES PAVIMENTO MOSAICO Modelos variados e a escolher Constituido de fibras de polipropileno com base de borracha Totalmente antiderrapantes Lavaveis Personalizaveis Podem ser feitos em comprimentos de até 20m sendo a largura maxima de 2m pes Leeper reel Vitoria (27) 3338-6688 27 99961-3018 Neary Cn ore) Se oe eg q be ynatti Sua empresa em boas maos! contabilidade e consultoria * Gestao Legal * Servicos de Consultoria * Gestao Fiscal « Suporte a Profissionais Liberais * Gestao de Recursos Humanos « Imposto de Renda de Pessoas Fisicas * Gestao Contabil * Pericias Judiciais e Extrajudiciais (19) 3806 3015 (19) 3549 3015 Cee Led Cou ee Res Mogi Mirim SP - Cep:13800 280 Mirren cae Te ke DAS ORIGENS DA GEOMETRIA E INFLUENCIAS NO SIMBOLISMO MAGONICO (1) “A Geometri: € aorigem da Matematica, e os alicerces da Arquitetura, compreendendo a doutrina de tudo aquilo que esteja sujeito ao aumento ou diminuicao; portanto, nao apenas o ponto, a linha, a superficie e 0 solide vem ao nosso estudo, mas também o tempo, o espaco, a velocidade e a magnitu- de em geral. Pelo estudo adi da, somos levados ameditar sobre as nal desta Quinta Cien igualaveis obras do Supremo Grande Geémetra deste vasto , Sobre a qual a Magonaria esta fundamenta- Globo Terrestre.” (das prelegdes de John Browne, citado por Colin Dyer, 2010, pag. 103). Por José Ronaldo Viega Alves Poticast sq) Ouca a materia clicando aqui INTRODUCAO Antes de sermos admitidos na Maconaria, certamente nos refeririamos & Geometria como sendo um tema afeto aos matemiticos eos gedmetras (matemaiticos que estudam a geometria), além daqueles profissionais ligados as reas de Engenharia, Arquitetura, Astronomia, Agrimensura e Design Grifico, em principio. Este trabalho conteri em seu decorrer alusdes i Arquitetura e & Astronomia, que em seus conceitos, quando amplificados, podem reunir arte, ciéncia, geomettia, filosofia e o simbolismo mag6nico. 0 nosso interesse maior recairé, sobretudo, em descobrir sobre os porqués dessa ciéncia (geometria) estar associada 4 Magonaria. Claro que, visando melhor entender a evolu- io dos acontecimentos, das influéncias e da énfase com que a Geometria chegou i Magonaria e porque chegou, se faz absolutamente nevessirio, num primeiro momento, conhecermos alguns aspectos baisicos relacionados & G metria como ciéncia, onde veremos a prépria definigdo do termo, um pouco das suas origens Ii na antiguidade, quem foram os geémetras que mais se destacaram, do ponto de vista das obras que deixaram ¢ da importincia das suas descobertas para o conhecimento e progresso da humani- dade! Haverd um nimero reduzido de pessoas, aquelas que, sendo consultadas, se referirio a geometria (quando disei- plina no curriculo escolar) como uma das suas matérias preferidas, afora aquelas com pendores matemiéticos. Geo- metria Plana, Espacial, Analitica, demais subdivises © classificagdes, so aspectos que no serio analisados detidamente, porque n4o vem ao caso, ja que para o ‘Magom importa saber quais componentes especificos, quais figuras, quais elementos sto os que vem sendo utili- zados na construgo das nossas metiforas, dos nosso sim- bolismo, que transmitem mensagens ¢ dio significado a0 nosso aperfeigoamento, ao desbaste da nossa pedra bruta, a0 Seu polimento constante, & construcdo do nosso templo interior. Também, para nés Magons, a geometria possui outros tantos aspectos que devem ser estudados, para além da disciplina sobre a qual nos referimos em uma passagem anterior. Devemos aprofundar-nos mais nos estudos dessa Geometria, sinénimo da Arquitetura da Magonaria, sabera respeito da Geometria a qual se referem os antigos ‘manuscritos magénicos, 4 Geometria como uma das sete artes liberais, a Geometria que é de vital importincia parao imbolismo magénico, a Geometria sagrada, a letra G, enfim, descobrir e entender porque ¢ mesmo que ela est associada definitivamentea Magonaria ‘Ouuusando daspalavras do Irmao Joao Anatalino: “O mundo magdnico é um mundo geométrico por exce- lencia” (Anatalino, 2013, pag. 206) Sim, a Geometria possui uma longa tradigao na Ordem ‘Mag 6nica, pois, hé muito dela impregnado nos textos dos ‘nossos Rituais. Os antigos magons operativos se utiliza- ‘ram bastante dessa cigneia, buscaram constantemente seu conhecimento, se aprofundaram para entender os seus arcanos, com 0 objetivo de dar as suas obras proporedes exatas, chegando assim, em suas concep¢des, ao mais prd- imo possivel de um ideal de perfeigdo,a perfeigdo aquela que podiam contemplar na obra de Deus-Grande Arquiteto do Universo, visivel em todo esse universo-obra da sua ctingao, SOBRE AS ORIGENS DA GEOMETRIA: O EGITO O termo geometria se originou pela jungao de dois outros termos, os quiais possuem origem grega: “geo” (ter= 1a) e“métron” (medir). Significa entdio: medida da terra, mensuracao deterra, Quando buscamos informagdes sobre o bergo da Geo- metria, sobre as origens da geometria, a tendéncia é supor- ‘mos que jé tinhamos uma resposta pronta, na ponta da lin- ua, faltando somente confirma-la: na Grécia, Ledo enga- no, Eaisomosremetidosao Egito antigo, Consta que os egipcios tinham um problema sério em virlude das enchentes anuais do rio Nilo, sendo que, cada vez que chegava a época das enchentes, 0 rio acabava extravasando em suas margens, ocasionando com isso a destruigdo das marcas que delimitavam espago perten- cente a cada um dos possuidores de terras av longo do seu delta, Desavengas, conflitos varios, surgiam entre os habitantes do lugar, que brigavam entre si pelo uso da terra no delimitada, alémde outros problemas. Claro que, 0 delta do Nilo acabara se convertendo, em virlude dessas mesmas enchentes, na melhor terra fértil de toda.a regio que podia ser lavrada. Asolugaio encontrada por parte do govero (os faraés) foi a de nomear agrimensores, os quais tinham a incum- béncia de medir as terras e a partir dai retragar os limites dos campos, restituindo.a cada um o que eraseu de direito. Consta que esses agrimensores se utilizavam de instru- mentos de medida e cordas entrelacadas que eram conce- bidas para marcar4ngulos retos, Com o tempo aprenderam a determinar as dreas de lotes de terreno coma sua divisto emretingulos ¢ trifngulos. Assim teria acontecido, supos- tamente, 0 nascimento da geometria, que como se vit, foi inventada a partirde necessidades priticas, conforme pala- vras de Herddoto, o grande historiador. Mas, O Egito antigo jé ndo é mais definitivo quanto a0 assunto das origens. Em tempos mais recentes foram feitas descobertas que serviram para atestar o registro de priticas, geométricas em civilizagdes anteriores e que se situavam na antiga Mesopotimia ¢ extremo oriente, 0 que faz com que ateoria de Herédoto sobre suas origens no Egito tenha deixado de ser consenso entre os historiadores. (wikipe- dia) DAS ORIGENS DA GEOMETRIA: 0 IMPULSO. DOS GREGOS Os gregos, de fato, ¢ sobretudo, Euclides (cerea 300 a.C.) foram os que fizeram da geometria uma cigneia dedutiva e teérica, baseada em postulados. Também, encontraram os gregos na geometria, uma maneira de utili- zicla como uma disciplina mental. (Champlin, 2008, pag. 888) Entre matemiticos ¢ fildsofos gregos, so varios aque- Jes que se destacaram também. por suas contribuigdes & geometria, Além do ja citado Euctides, podemos citar os seguintes nomes: Arquimedes, Apoldnio, Tales de Mileto, Plato, Pitigoras... No ambito da Magonaria, em antigos manuscritos, em nossos Rituais, nas instrugdes ¢ estudos, dois deles sao os que aparecem mais seguidamente: Bucli- dese Pitigoras. FILOSOFOS-MATEMATICOS-GEOMETRAS Vejamos a biografia de Euclides e Pitdgoras, elaboradas com base em diciondrios magénicos e artigos da Internet: EUCLIDES (323-283 a.C., aproximadamente) ~ Céle- bbre gedmetra que ensinou matemdtica em Alexandria, quando o reiera Ptolomeu I. Foi professor na Academia de Alexandria, a qual depois se tomou um centro de excelén- cia voltado para a cultura na antiguidade, irradiando o conhecimento que era produzido naqueles tempos. Escre- veu aquela que é considerada uma das obras mais influen- tes ¢ importantes da Matemiitica denominada “Os Elemen- tos”, composta de 13 volumes, onde consta uma expos sistemnitica das principais proposiydes da geometria métri- ca, assim como, uma teoria dos mimeros. Publicou ainda uma colegio de problemas que ficaram conhecidos como “Os dados”, onde apresentava 95 exemplos de dedugi provenientes de suas andlises e que estavam destinadas a todos aqueles que desejavam aprender a resolver proble- mas. No que tange as suas obras, hi mais ainda: “Sobre divisdes”, onde apresenta 36 problemas relacionados divisdo de Areas, um livro de 6ptica, que é apresentado a partir da geometria ¢ onde constam 61 proposigdes, ha tratados que incluem geometria astronémica, geometria férica e elementos da miisica. Euclides & considerado o Sree tee ea Pai da Geometria. (Vrettos, 2005, pigs. 67-68) Num resumo da geometria cuclidiana, a sua obra “Ele- mentos” veio para introduzirum método duradouro, muito bem fundamente ¢ objetivo no campo da geometria. O onto, reta c ocireuloc os seus cinco postuladosserviram de base para toda a Geometria Euclidiana ¢ vem sendo utilizado até hoje, ainda que, outros postulados diferentes tenham surgido ao longo do tempo. COMENTARIOS: O nome de Euclides se destaca quando estudamos os documentos relativos ao periodo da Maconaria Operativa: as““Old Charges”, ou Antigas Obrigagdes ou Antigos Deve~ res, Nesses manuscritos constavam narrativas relaciona- dass origens da Magonaria, lendas, regulamentos gerais, rages, sendo que, também nessas narrativas,a geometria cra citada como uma ciéncia essencial. Sobre esses docu- ‘mentos importantes, os quais so considerados verdadei- ros testemunhos da histéria da Magonaria, veremos muito maisainda, durante odesenvolvimento deste trabalho, J4 com relacdo a Pitigoras, hé uma grande quantidade de informagdes disponiveis, resumidasassim PITAGORAS (570-490 a.C., aproximadamente) - Pitigoras nascew na ilha grega de Samos, ¢ neste mesmo lugar posteriormente estudou matemética, astronomia, ‘misica, literatura e filosofia. J4 na cidade grega de Mileto recebeu orientago de um dos maioresfilésofos da antigui~ dade: Tales de Mileto. Pitigoras soffeu persegui¢des por suas ideias consideradas revoluciondrias para a época em que vivia ese mudou para o sul da Itilia, Crotona, Ali fun- dou a sua escola de cariter mitico-filoséfica que ficou famosa € que levou o nome de “Escola Pitagérica”. Ali também sofreu perseguigdes ¢ acabou se mudando para o Egito, onde, conta-se que um dia enquanto observava a pirimides teve a ideia genial que resultou naquele que & conhecido hoje como o Teorema de Pitiigoras. Foi o prime- iro também a cnsinaro sistema heliocéntrico, E considera~ do o maior matematico, ge6metra, astrdnomo € metatisico daantiguidade. Professowa doutrina da reencarnagio, mas sem as distorgdes que alguns acabaram adicionando mes. ‘ma, Pitégoras descobriu. muitos teoremas, fez a primeira classificacao dos mimeros pares ¢ impares. primos e millti- plos. A algebra matemitica é criagdo sua, 0 termo filosofia também é:(philo=amizade e sophia=sabedoria). Pitagoras achava que o niimero ¢ o principio de todasas coisas. Deua miisica a classificagdo por nimeros: oitavas, quintas, tetas. Ainda, é atribuido a ele o desenvolvimento da tébua de multiplicagdo, o sistema decimal e as proporgdes arit- méticas. Enfim, no teriamos como listar aqui, tudo que abrange suas descobertas, suas ideias © as suas influéncias, pois, foram muitas as dreas em que concentrou seus estu- dos. COMENTARIOS: Sobre Pitigoras e a Magonaria hii muito para ser pes- quisado, e considerando a abrangéncia dos estudos por ele realizados, muitos dos quais acabamos de citar, 0 ideal & que se busque leituras complementares sobre sua vida e sua obra, Em relacdo A Maconaria, hé também muitos tépicos, cada um deles podendo ser abordados como trabalhos espe- cificos. Basta saber que em documentos mag6nicos do sée. XVIII jé havia registros em inglés arcaico remetendo ao seu nome, o que servem para provar sua influéncia e sua importincia para os ensinamentos ministrados na Mago- naria. A propria doutrina do Pitagorismo, a qual era ensina da nas Escolas Pitagéricas (eram sociedades fechadas), guarda em muito da sua estrutura de ensino semelhangas com a Magona mente, as suas trés categorias de disefpulos. Ainda, anume- rologia pitagérica,a geometria, a interpretagao dos muitos simbolos geométricos com equiparaco na interpretacdo magOnica, enfim, a presenga de Pitigoras nos ensinamen- tos magénicos chegou em razio das suas descobertas na Matematica, na Geometria, nas Ciénciase nas Artes. levando-se em consideracao, principal: PLATAO (427-347 a.C.,aproximadamente) Depois de haver citado esses dois grandes filésofos gregos, um outro nome importante da antiguidade, inclui- do também na galeria dos maiores fildsofose geémetras da antiguidade nfo poderia ser deixado de fora: Plato. A titulo de ilustracdo, reproduzimos uma de suas frases mais, famosas: ‘Que ninguém que nao seja geémetra entre aqui” (ins crigdio que constava acima do portio de entrada da Aca demia criada pelo fildsofo Platao) Sobre Platio ¢ a geometria, podemos dizer também que, seu pensamento era bascado na afirmativa de que 0 estudo da matemitica e da geometria ajudavam o homem a se sentir atraido na busca para descobrir as verdades acerca douniverso. Além do mais, Platio buscou explicara criagao do uni- verso a partir da geometria, associando os sélidos geomé- tricos a elementos presentes na natureza. Os sdlidos de Plato sio o tetraedro, o hexaedro, 0 octaedro, 0 dodecae- dro e 0 icosaedro, ‘Como podemos pereebe ideia de associar a geome- tria a criagdo do universo jé vem de longe, sendo que, no decurso da historia do pensamento humano, ela foi reto- mada em varias ocasides, principalmente, por alguns dos mais brilhantes estudiosos que atuaram dentro desta outra cignciamuitoantiga que se chama Astronomia, a qual estu- dao universo eos corposcelestes. Platio foi o eriador da alegoria da caverna, alegoria que tem sido bastante utilizada no ambito dos ensinamentos ministrados em Loja, assim como, em artigos de cunho A GEOMETRIA COMO PARTE DA MATEMATICA E A GEOMETRIA COMO SINONIMO DE MAGONARIA ‘Quando pesquisamos a definigio de geometria, é possi- vel encontrarmos varias delas, sej nos diciondrios comuns, nas enciclopédias ou na Internet. Hai definigdes ¢ definigdes, claro, & parecem quesoam mais completas: A geometria é uma ciéncia cujo objetivo é 0 estudo das medidas das formas de figuras planas ou espaciais, assim como, da posieéo relativa das figuras no espago e suas propriedades Outras parecem ser bastante simplificadas: jgumas delas ‘Parte da matemdtica cujo objeto é 0 estudo do espago e das figuras que podem ocupé-lo. ‘Estudo das formas presentes na natureza e das propri- edacles que essas formas possuem. Poroutro angulo: Serd que quando nos referimos & geometria em Mago- naria estamos falando exatamente dessa que era a geome- tria de Euclides, Pitagoras, etc. ,oua“geometria” no ambi to magénico, no simbolismo magénico, seria muito dife- rente? Vejamos 0 que diz 0 verbete GEOMETRIA no “Dicio- nirio da Franco-Magonaria e dos Franco-Magons”, da autoria do estudioso francés Alec Mellor: A GEOMETRIA: CIENCIA SAGRADA “GEOMETRIA — Na Franco-Magonaria operativa, os termos 'Geometria’, 'Magonaria’ e 'Arquitetura’ sio sindnimos. (...) A geometria & ainda, uma das sete artes liberais do ciclo dos estudos do Quadrivium medieval (..). (Mellor, 1989, pag. 121) Ao virar apagina, nos deparamos comas descrigdes de Oswald Wirth, estudioso da Magonaria e do esoterismo, que é citado por Alec Mellor nesse seu diciondrio. Wirth foi o autor de varias obras dedicadas 4 Magonaria, sendo que, trés delas so dedicados aos primeiros trés Graus da Maconaria Simbélica. O trecho que ¢ citado seguinte foi retirado por Mello do “Livre du Compagnon” (Livro do Companheiro) de Wirth e dizassim ‘Por menos que o corte das pedras se complique, ele torna-se impossivel ao trabalhador que ndo seja capac de resolver certos problemas de geometria.” (Mellor, 1989, paig.122) Uma das crengas dos Maconsem relag#oa geometria é a de que o conhecimento desta iiltima tornaria possivel reconhecer os prineipios sobre os quais a natureza ¢ a sociedad foram construidas. (Harwood, 2014, pag. 48) Onosso melhor entendimento sobre tudo isso pode ser oamilgama obtido aps a leitura dos comentarios e des- crigdes que pudemos apreciar até aqui, mas, ainda no vimos tudo, € na Magonaria ainda sio muito os outros contomosainda que a Geometria podeassumir. Para os pedreiros da Idade Média, os construtores de catedrais ou magons operativos, a geometria da qual se utilizavam em sua rotina didria estava ligada diretamente arte da construco, assim como, era tida em alta consi- deragao, tanto que os seus “segredos” eram guardados a sete chaves. Além do mais, havia o entendimento também de que a geometria era um atributo divino, tanto que, hi varias representagd da Divindade durante aquele perio- do, onde ela aparece de posse de um compasso, dando a entender que se utiliza desse instrumento em seu simbo- lismo na concepeao do universo. Alias, somente sobre 0 uso simbélico do esquadro ¢ do compasso, no ambito da Maconaria simbélica hé muita coisa, basta lembrar, a titulo deexemplo das posigdes desses instrumentos quan- do sobre 0 Livro da Lei e dos seus significados dentro de cada um dos Graus, Aprendiz, Companheiro e Mestre, onde o percurso do Macom vai sendo representado pelo Aprendiz. ondea materialidade suplanta a espiritualidade, pelo Companheiro onde aespiritualidade e a materialida- dese equilibram pelo Mestre onde, finalmente, as coisas do espirito triunfam sobre a matéria. Isso & da geometria Voltando para esse grande estudioso da Magonaria € do esoterismo, Oswald Wirth: ele foi o autor de varias obras dedicadas & Magonaria, sendo que, trés delas sio dedicados aos primeiros trés Graus da Magonaria Simbé- lica. O trecho seguimte foi retirado do “Livre du Compag- non” (Livro do Companheiro) ediz assim: “Por menos que 0 corte das pedras se complique, ele torna-se impossivel ao trabathador que nao seja capaz de resolver certos problemas de geometria,” (Mellor, 1989, pag. 122) AGEOMETRIA: CIENCIASAGRADA Entre a maioria dos povos antigos, a geometria perten- ciaao plano do conhecimento sagrado. Os egipcios ¢ os gregos, por exemplo, ensinavam-na aos iniciados. A Iniciética & uma pritica educativa, um processo de ensino-aprendizagem voltado para a cons- cigncia, utilizado em nicleos filoséficos-religiosos. No proceso pedagé gico, esse ensino-aprendizagem vai acon- tecerem fungao somente do intelecto. Na ini os conhecimentos geométricos eram tidos como indispenséveis. Naquela ja citada escola inicidtica de Pitigoras, por exemplo, uma das mais destacadas da antiguidade, ensi- nava-se a matemitica pitagérica que abrangia ao mesmo tempo o aspecto racional do universo (geometria), com 0 mistico, como a teoria da perfeigdo numérica setendria. A matemética pitagérica, os ensinamentos de Pitagoras, como vimos, influiram nos ensinamentos magdnico também, o que fazjus ao pensamento deque a geometria considerada parte essencial da tradig30 magénica 0 fato de que a geometria é considerada uma cigneia sagrada e como tal uma qualidade praticamente divina, tem ligagdo direta com a letra G. Esse G de Geometria, no que se refere as suas origens e & época de sua introdug:io no simbolismo mag6nico, se tornou dificil de ser rastrea- do. Mas, 0 seu simbolismo é tanto, que mais adiante, ana- lisaremos com mais profundidade este simbolo de vital importineia. CONTINUA NA PROXIMA EDIGAO Instrumental « O melhor da musica instrumental de todos os tempos CLIQUE AQUI E CONFIRA Poticast #@)) Ouca a materia clicando aqui Por Marco Antonio Peres uque é um titulo que se refere ao chefe de Estado ide um ducado. E um titulo hereditario, mas pode também atribuido a uma pessoa, o que foi feito em 23 de Margo de 1869, pelo Imperador D. Pedro Ll, a0 nosso Irmo Lufs A ves de Lima e Silva, o Duque de Caxi- as, tinico brasileiro que se tornou DUQUE ~ Caxias no Maranhgo. Exceed do Duque de Caxias, todos os duques brasilei- ros foramagraciados ainda no Primeiro Reinado, tendo os todos parentes de D. Pedro I: duas filhas dele com a mar- quesa de Santos — Domitila de Castro Canto e Melo a Mar- quesa de Santos: Duquesa de Goids, concedido em 24 de Maio de 1826 a Isabel Maria de Alcantara Brasileira, Rio de Janeiro 23 de Maio de 1824 e falecida com 74 anos, na Alemanha, em 3 de Novembro de 1898, Maria Isabel de A lcdntara Brasileira, Rio de Janeiro, 13, de Agosto de 1827 e falecida de meningite, com seus pou- cos 20 dias de vida, a 25 de Outubro de 1827. Foi Ihe con- cedido 0 titulo de Duquesa do Cearé em 13 de Agosto de 1828. Portanto o Cearé nunca teve realmente um duque ou duquesa. Outro ducado existente foi o proprio Santa Cruz— Rio de Janeiro, concedido em 05 de Novembro de 1829 a0 D. Augusto Carlos Napoledo de Beauharnais, em francés: Auguste Charles Eugéne Napoléon, nascido em Milo de 9 de Dezembro de 1810 e falecido em Lisboa em 28 de Margo de 1835, foi o primeiro marido da rainha Maria Il. Foi também o segundo Duquede Leuchtenberg. Patrono do Exército Brasileiro nascido em Porto da Estrela em 25 de Agosto de 1803, hoje Cidade de Duque de Caxias. Faleceu em Valenca, Cidade também no Estado do Rio deJaneiro,em 07 de Maio de 1880. Caxias seguiu uma carreira militar, assim como seu pai etios. Lutou em 1823 contra Portugal na Independéncia do Brasil e depois passou trés anos na Cisplatina, que foi uma provincia do Reino Unido de Portugal, Brasil Algarves e, posteriormente, do Império do Brasil. A pro- vineia correspondia ao atual territério do Uruguai. As Lojas magénicas de li tinham a numeragéio das do Brasil no GOB. Os argentinos reivindicavam-na como parte do antigo Vice-reinado da Prata, o Império do Brasil a manti- ‘ha como necessdria para a defesa das provincias do Sul ‘A separago ocorreu em 1825, com a independéncia do tetrit6rio que formou o Estado Oriental do Uruguai. Logo depois as Lojas magénicas de lé foram tiradas do rol da numeragaio do GOB, com isso algumas Lojas Mago- nicas do Brasil, como a Augusta e Respeitivel Grande Benfeitora Loja Simbélica Estrela do Rio Claro, hoje no 0496, tinham outro ntimero, Em agosto de 1896, Boletim Oficial N° 6 - Ano 21, em sua primeira pagina, apés a capa, traz um alerta aos ‘magons: “O tiltimo arranco”. Nas paginas de mimero 346 até 376 registra as Lojas MagOnicas no Brazil, ~“Damos em seguida as Lojas que se constituiram sob a obedién dos Grandes Orientes aos Valles do Lavradio e dos Bene- ditinos, com diversos esclarecimentos Nesta lista com 529 Lojas, onde constam também Lojas do Unuguai - a Guerra da Cisplatina que havia ocor- rido de 1825 a 1828, havia separado onovo Pais do Brasil, porémas Lojas Magénicas s6 o foram separadas, daMaco- naria Brasileira, mais tarde, Neste rol das Lojas, aparece como sendo a de mimero 505, “Estrella do Rio Claro” — tito escosses — Sao Joo do Rio Claro, (S. Paulo) — 2 de margode 1896, Hoje omimero desta Loja €496 do: OB. O nosso Irmao Luis Alves de Lima e Silva enguanto 0 governo tentou resistir, sem sucesso contra a secessio da provincia, permaneceu leal ao imperador Pedro 1. Tam- bém durante os protestos em 1831, apesar de seus familia- res terem abandonado 0 monarea, Pedro I abdicou em favor de seu filho Pedro II, a quem Caxias serviu como mestres de armas — uma espécie de instrutor, ensinando além da esgrima o hipismo, finalmente tomando-se seu amigo. Aregéncia que govemou o Brasil durante a minoridade de Pedro Ienfrentou varias revoltas por todo o pais. Caxi- as novamente ficou contra seu pai e tios, que eram simpati- zantes dos rebeldes, comandando as forgas lealistas de 1839 a 1845 na supressdo de revoltas como a Balaiada - chamada ainda “Guerra dos Bem-te-vis” - uma revolta popular ¢ social ocorrida no estado brasileiro do Mara- nhdo entre os anos de 1838 e 1841. Outra luta sua que nos deu garantia de territ6rio foi na Revolugao Farroupilha, esta merece um relato, a parte, onde Caxias mostrou toda suahabilidade e gravou mais uma agao vitoriosa: ‘A luta de secessio do Rio Grande do Sul - REVOLUGAO FARROUPILHA identificada com a magonaria vermelha, isto é, republicana. Os farrapos, quando tinham uniformes, os usavam da cor vermelha. Assim passamos a resumir a revolugio gaticha, conforme © descrito por Paulo Bonavides, em sua histéria constitu- cional do Brasil (Ed, Paz Terra). Em 1824, ano da outorga da Carta Constitucional pelo Imperador, apés o golpe que dissolveu a Assembleia Cons tituinte, eclodiu logo apés a revolugao nordestina, cujo ler foi Frei Caneca, Esta revolugdo teria proclamado a confederaedio do Equador, com os mesmos ideais que ador- naram, posteriormente, a revolugao farroupilha. Nao con- Segui, no entanto esta revolugdo sobreviver mais do que algumas semanas, ao contririo da revolugo gaticha que sobreviveu anos. Se na revolugao nordestina sé nominal- mente houve governo e organizagio estatal, ndo pasando tudo de um esboco ou quimera, logo atropelada pela sucessio vertiginosa dos eventos militares adversos; nesta outta ao contrério, a Repablica, uma vez proclamada, configurou-se qual um poder estabelecido, apto a susten- tar por mais tempo, ¢ nao raro com algum éxito, as bases de uma organizagao de govemno e Estado, em que avultou, sobretudo, a convocagdio ¢ 0 funcionamento de uma Cons- tituinte ea elaboragao de um projeto constitucional. Na do sul tinhamos como vizinhas duas repiblicas simpatizan- tes, adversas ao império e que simpatizavam com a causa dos insurrectos 0 que tomava a politica e geogrética, a sustentagio da luta pelos rio-grandenses. Assim foi, que as tensdes entre liberais (vermelhos) e conservadores (azuis) ou caramurus, aprofundadas com o que Felisbelo Freire caracterizou como os excessos imperiais relativos ao peso de exorbitantes impostos, pois "eram os produtos rio- grandenses vencidos pela concorréncia dos platinos nos mereados gerais; a0 Rio Grande faltavam servigos neces- sirios ao seu desenvolvimento, parte de suas vendas eram drenadas em suprimentos a Provincia de Santa Catarina, Fora cancelaraa divida do tesouro de Sio Paulo ao do Rio Grande, mas concedia-se aqueles impostos de introducao de animais que este para ali exportava; e, nao satisfeito, 0 Império criava direitos vexatérios sobre os chapeados, as esporas € 05 estribos." A chamada Guerra dos Farrapos principiou a 20 de setembro de 1835, com a deposigo do Presidente da provincia, Antonio Rodrigues Femandes Braga, Nesse dia, em razio do levante, embarcou ele para © Rio Grande onde se refugiou. Ocupada a capital, Porto Alegre, pelos revoluciondrios, empossaram estes perante a Camara Municipal, na auséncia dos trés primeiros vice~ presidentes, o quarto vice-presidente, Marciano Pereira Ribeiro. Bento Gongalves, cinco dias depois, lavra um manifesto, de seguinte teor: "Conhega 0 Brasil que o dia vinte de setembro de 1835 foi a consequéncia inevitivel de ‘uma mi ¢ odiosa administragao; e a que no tivemos outro objeto, ¢ nao nos pro- pusemos outro fim, que restaurar 0 império da lei, afastando denés um admi- nistrador inepto e faccioso, sustentando © trono de nosso jovem monarea, € integridade do império, Sim compatrio- tas, devemos a0 Brasil, que neste momento tem seus olhos fitos em nds, esta manifestag2o tanto mais sincera € pronta, quanto maior é o dever em que nos achamos de desvanecer os temores com que nossos inimigos 0 quiseram aclamar, acusando- nos de sustentar vistas de desunido e repiiblica. Desgraga~ damente nesta provineia, como nas demais do Império, existe uma facgdo retrégrada adversa por prinefpios e inte- esses & nova ordem, de coisas, e inimiga implacavel de todos aqueles que professam decidido amor ds liberdades pitrias. © Governo de facgo desapareceu de nossa cena politica, a ordem se acha restabelecida, Com este triunfo dos principios liberais minha ambigdo esta satisfeita, e no descanso da vida privada, a que tio somente aspiro, goza- rei o prazer de ver-vos desfrutar os beneficios de um governo ilustrado, liberal € conforme com os votos da maioridade da provincia, Respeitando o juramento que prestamos ao nosso cédigo sagrado, ao trono constitucio- nal e conservacao da integridade do império, comprova- rei aos inimigos de nosso sossego Felicidade, que sabei preferir 0 jugo da lei ao dos seus infratores, ¢ que a0 mesmo tempo nunca esqueceis que sois os administrado- res do melhor patriménio das geragdes que vos devem suceder, que este patriménio é a liberdade, e que estais na obrigagtio de defendé-la A custa de vosso sangue ¢ de vossa existéncia.” Se na realidade deste manifesto se caracteriza em realidade somente um rompimento com os conservadores corroborado pelo Vice-Presidente da Pro- vincia, Marciano Pereira Ribeiro, que proclamava: "Viva a integridade do Império! Viva a unio Brasileira! Viva 0 Sr. D. Pedro Il, Imperador Constitucional do Brasil! Vivam os Rio-grandenses! Viva o dia 20 de setembro!” No entanto os caramurus, elementos conservadores, mina- vam a manifestacio liberal imputando-a de separatista & antimonarquica. Uma nova fase da guerra dos farrapos inaugura-se em 10 de setembro de 1836, apés 0 combate ferido em 'Seival, quando 0 Gen. Antonio de Souza Neto, derrota as forgas legalistas de Silva Tavares, desbaratando os contingentes imperiais, Animados pelo triunfo, no dia seguinte, em 11 de setembro de 1836, os vitoriosos, pro- clamaram a Republica do Rio Grande independente, libe- rando-se dos lacos com o Império. Eno Campo de Mene~ zes que 0 chefe vitorioso em Seival, Antonio Netto, pro- lama: "Nés quecompomosa 1a Brigadado Exército Libe- ral, devemos ser os primeiros a proclamar, como procla- mamos, a Independéncia desta Provineia, a qual fica eter eee desligada das demais do Lmpério e forma um estado livree independente, com o titulo de Repiiblica Rio-Grandense, cujo manifesto és NagGes civilizadas se fard competente- mente, Camaradas! Gritemos, pela primeira vez: Viva a Repiiblica Rio-Grandense! Viva a Independéncia! Viva o Exército Republicano Rio- grandense! A independéncia sera formalizada através da representatividade que a homologou nas sessdes das Cmaras de Jaguardo e Pirati- ni, respectivamente, em 20 de setembro e 05 de novembro de 1836, Embora Bento Goncalves, pela ata gravada, tenha sido instituide como "Protetor da Repibliea c Liber- dade Rio-Grandense" e seu primeiro presidente interino, quis o infausto que apds o desasire militar da ilha do Fanta, a4 de outubro de 1836, 0 grande chefe militar da revolu- <0, caisse prisioneiro dos legalistas, sendo que em substi- tui¢do ao mesmo, assumiu a Presidéncia em Piratini, José Gomes de Vasconcelos Jardim. Nesta mesma histérica sesso, a 6 de setembro de 1836, foi convocada uma Assembleia Geral e Constituinte para fazer a Constituigao da Repiiblica que nascia, confirmada através da represen- taco feita pelo Gen. Souza Neto, em 23 de setembro de 1837, no campo das Asperezas. ‘Neste mesmo ano, Bento Gongalves que estava preso no Forte Sio Marcelo, na Bahia, se evade com a ajuda da magonaria, através daqueles liberais, republicanos baia~ nos, queneste mesmo ano irdo promover a revolugaio deno- minada Sabinada, E este o relato dos Ferreira, opus citae fis 394: "Assim, no dia 28 de junho daquele ano, na loja Virtude ao Oriente da Bahia, "o irmao Secretirio apresen- tou uma prancha do Irmao Bento Gongalves da Silva, grau 18, de que ficou a Loja ciente, logo nomeados os Irmiios Guimaraes, Manoel Joaquim e Marques para se dirigirem por parte da Loja ao dito Irmao e participarem-the que ela ficou inteirada, e que faria 0 que estivesse a seu alcance a fim de methorar a sua sorte..."E no dia 30, na loja Fidelida~ de ¢ Beneficéncia: "teve lugar igualmente a leitura de outra prancha dirigida pelo Inmao Rosa-Cruz Bento Gon- calves da Silva, preso no Forte do Mar por efeito de como- ¢0es politicas, fazendo ver o estado em que se achava, ea vista do que pedia o tinico recurso de Ihe serem ministra- dos meios de ser mudado para uma pristio mais comoda, onde fosse licito falar aos seus amigos; do que, sendo a Loja inteirada, foram nomeados pelo Irmao Veneravel para visitarem ao dito Irmao ¢ lhe oferecerem os socorros de que ainda precisasse, ou estivesse ao alcance da Loja, 08 Inmaos Roberto, Tesoureiro ¢ Orador Adjunto..." Era um dos fundadores da Sociedade seereta o proprio coman- dante do Forte de Sao Marcelo, Bento Gongalves, obtendo licenga para nadar, pela mana, embrenhou-se pelo mar a nado sendo recolhido na curva de uma onda. Conspirado- res de chapéu alto esperavam-no em uma praia, Dias mais tarde um palhabote (veleiro de dois mastros) do comércio Jargava mansamente os panosao nordeste. Ia com farinhas para Pelotas e Montevidéu. No topo do mastaréu (pega linear de madeira) a flamula auriverde tremulava. Quem. diria que entre os sacos brancos era devolvido aos pagos 0 homem da Setembrina?" A revoluc0 reacendeu seu voo com o resgate de seu chefe militar e civil, mas s6 cinco anos aps, em 1842, nos dias 29 e 30 denovembro é que se realizaram duas sessdes preparatérias da Assembleia Geral Constituinte, cuja solene instalacao ocorreu, cot forme estava previsto,a | de dezembro de 1842, na vila de Alegrete, entio capital da Repablica Rio- Grandense. A Ata de instalacdo foi publicada no periédico oficial""Ame- ricano", no 21, de 14 de dezembro de 1842, sendo que presidiu a sesso o deputado mais votado, Martins Avila. Jé nesta ocasido podia-se prenunciar um retomo & comu- nnidade nacional que se adivinhava na linguagem utilizada por Bento Goncalves no trecho de sua fala: "E assim que seu poder se debilita e se aproxima o dia em que, banida a realizada da terra de Santa-Cruz nos havemos de reunir para estreitar lagos federais 4 magnanima nagao brasileira, a cujo grémio nos chama a natureza € nossos mais earos interesses." (Paulo Bonavides - opus citae - fis. 185).Com efeito, o grande agente separatista no fora o ardor repu- blicano da farroupillia, mas 0 despotismo da autoridade imperial, a propensio absolutista dos "caramurus", sem- pre infensos ao iluminismo do pensamento liberal. A revo- luo rio-grandense, abragada a limitagao de poderes e a legitimidade das prerrogativas de govemo, buscava, de iiltimo, lograr 0 mais cedo possivel o estabelecimento de uma ordem estivel e constitucional, parang faltar is gran- des promessas que ondeavam os estandartes da revolugio. AB de feverciro de 1843, foi apresentado & Constituinte de Alegrete, o Projeto da Constituigao da Repiblica Rio- Grandense, subscrito pela Comissio Constitucional, com- posta por José Pinheiro de Ulhoa Cintra, Francisco de Brito, José Mariano de Matos, Serafim dos Anjos Franga e Domingos José de Almeida conforme os parimetros esta- belecidos na proclamagao anteriormente feita: "Os direi- tos do homem estabelecidos em prinefpios to sélidos & duraveis como a moral eterna, adivisio dos Poderes Cons- titucionais firmada sobrea lei, a propriedade ea seguranga individual combinadacom o interesse e a seguranga pibli- ca, correspondéncia ¢ harmonia dos direitos com osdeve- res do cidadiio, eis os principios e as condigées do novo Pacto Social, eis a importante e ardua missio de vossos representantes." Com serenidade verbal, os constituintes de Alegrete assim concluiram sua proclamagao aos rio- Eenckcous grandenses: "Completai a vossa obra ¢ mostrai ao mundo © belo espeticulo de um povo, que por sua moderagiio & capaz de conservar a liberdade e por sua coragem sabe conquistar a independéncia." Bonavides, opus citae, fls 194, falando sobre o federalismo da repiblica tio- grandense diz, que este "era ao nosso ver, uma forma de unido que aceitava lagos associativos com outros entes, desde que nao importassem sacrificio da independéneia nem da autonomia, entendida a primeira como a plenitude do poder soberano. E de admitir, pois, que os farroupilhas, cercados da simpatia das repiblicas platinas, buscassem um meio de associagao com seus vizinhos do Prata, medi= ante um provivel pacto de natureza confederativa, Em consequéncia, a unio constitucional, de teor federativo propriamente dito, esteve assim com toda a probabilidade longe dos designios revolucionérios. Havia da parte dos rio-grandenses em relagao aos platinos a mesma car de identidade que determinara a dissolueao dos vineulos da Provincia Cisplatina com 0 Brasil. Prevaleciam, por conseguinte, em mais elevado grau.as razGes de centro de associagdo com o Lmpério, mormente se este reconhecesse a autonomia rio-grandense ou antecipasse a mutagdo fede~ rativa, somente ocorrida com o advento da reptiblica, mas sonhada pelas correntes liberais desde Primeiro Reina do. A solugao federativa dentro da monarquia constitucio- nal brasileira era na época tese altamente improvavel. Entre Buenos Aires e Rio de Janeiro, 0 Projeto de federa- o do general farroupilha Bento Gongalves parecia mais, inclinadoa eleger uma alternativa de todo distinta: a unio com Montevidéu, Corrientes e Entre Rios. O mével maior da Repiblica Rio-grandense, cultivando assim relagbes extemas rudimentares na Bacia da Prata, debaixo da opo- ico imperial, consistia sem diivida em fazer vingar 0 germe federativo externo, como escudo para garantir a sobrevivéncia do projeto separatista em curso, uma vez que no Brasil a proposta de federaedo estaria fadada a nao receber apoio das demais provincias, como os fatos da revolugdo, cabalmente, demonstraram desde 0 principio, pater Oe geen Ocaminho exterior passava pela soberania ea repiiblica: e 86 depois se propunha a alcangar o refluxo federativo, como um estigio mais adiantado na concretizagao e con- solidagao da independéncia, logrando primeiro 0 apoio ¢ aseguranga de uma unio com outras unidades republica- nas vizinhas. Ao cabo da guerra civil, as Tiderangas far- roupilhas ja estavam, porém desenganadas de obter uma forma de unilo com seus vizinhos do rio da Prata. A mesma distncia de cultura interesses que separara a Pro- vincia Cisplatina do Brasil-Império apartava entio os rio- grandenses dos povos da Prata. A recusa da federacao trazia embutida a consciéneia politica de que ela propria seriaa perda da independéncia conforme se via no animo de Bento Gongalves e Bento Manuel. Paulo Bonavides, citando 0 historiador Floréncio de Abreu, diz a fis 196, opus citae, que Rivera, este sim, explorando as neces dades dos revoluciondrios de conseguirem armas, géne- ros e cavalhadas, divisava 0 sonho do Quadrilitero de Artigas (unido do Uruguai - Corrientes - Entre-Rios - Rio Grande - Paraguai e Misiones), mas Bento Gongalve ni cogitava disto. Os fatores da politica externa contri bbuiram fortemente, como se vé, para que a sorte dos che- fes vencidos no movimento farroupilha contra o Império fosse tao distinta do destino daqueles que durante 0 meiro Reinado encaberaram nas provineias do norte 0 republicanismo da Confederagao do Equador. Nao houve chrcere nem patibulo para as liderangas farroupilhas Ainda destrogado militarmente, Bento Gongalves nego- ciou a paz com 0 Bardo de Caxias numa solida posigao, senflo de forga, ao menos de tranquilidade para quem jase achava definitivamente no fim. Foram dois magons que encontraram 0 caminho do Brasil Grande. ‘Tratado do Poncho Verde, que colocou fim no movi- mento, em 1845, as negociagdes entre o governo brasilei- ro € os farrapos estenderam-se por anos e resultaram na assinatura, que colocou fim no movimento. Nesse trata- do, 0s farrapos reconheveram a sua derrota e finalizaram arevolta em troca de determinadas garantias dadas pelo governo imperial. Entre elas, pelo governo brasileiro estavam: a anistia (perdao) a todos os envolvidos na Guerra dos Farrapos; a imposigdo de uma taxa alfandegaria de 25% sobre o charque produzido na Argentina eno Uruguai; ea incorporagao a0 exérci- to imperial ¢ manutengdo da patente dos militares que lutaram pelo exército dos farrapos. Respeito ao acordo foi a escolha do novo Pre- sidente de Provincial: Luis Alves de Lima e Silva, que govemnou de 9 de Novembro de 1842 a II de Margo de 1846, até queassume o vice-presidente, Neste breve relato histérico se entende que a Magonaria, as vezes, segue caminhos estudados € Jongos, como unig de norte a sul dos irmaos para o bem maior. Brasil grandee Unido. O respeito ao obreiro on lider esté em seu reco- mhecimento! Nao por isso Caxias parou de trabalhar, [asam) Fle novamente liderou as Forgas brasileiras para a vitéria, desta vezna Guerra do Paraguai. Como recompensa passou a ser um nobre, tomando- se sucessivamente: Bardo (18 de julho de 1841), Conde (25 demargo de 1845), Marqués (26 de junho de 1852) e, por fim, a tnica pessoa a receber um titulo de duque (23 demargo de 1869) durante o reinado de Pedro LL. Caxias se tomou membro do Partido Regressista na década de 1840, que depois se tomouo Partido Conserva- dor. Foi eleito senador em 1846 e dez.anos depois, 1856, irou o Presidente do Conselho de Ministro. Ocupou 0 cargo novamente durante um breve periodo entre 1861 1862, Dentre seus ministros estava José Maria da Silva Paranhos, que viriaa sero Visconde do Rio Branco etam- bém Soberano Grande Comendador do Supremo Co tho do Brasil do Grau 33 para o Ri Aceito, assim como o Duque de Caxias e também Grdio- Mestre do Grande Oriente do Brasil. Caxias tentou con- eguir o apoio da tradicional lideranga saquarema, Entre- tanto, eles tentaram usi-lo como uma pessoa decorativaa fim de conseguirem seus proprios abjetivos. Ele comen- tou com Paranhos: "Percebo o que quer dizer, a respeito docomportamento bizarro dessessenhores, que no dese- jam governar o pais, ao serem convidados a fazé-lo, por preferirem governar 0 govemo, Estio completamente enganados sobre mim, jé que eu nao estou disposto a ser- vilos como um cavalinho de pau. Sem apoio, o gabinete de Caxias renunciou em 24 de maio de 1862, tendo tam- bém perdido a maioria na Camara dos Deputados. Durante as décadas seguintes, Caxias viu seu partido crescer, alcangar seu apogeu e entrar em declinio. Voltou a presidéncia do conselho pela tiltima vez em 1875 ficou até 1878, porém exerceu mais uma presidéncia figurativa, Depois de anos comasatide piorando progres- sivamente, Caxias faleceu em maio de 1880. O Marechal Luis Alves de Lima e Silva, duque de Caxias esté no livro dos herdis - PANTEAO DA PATRIA - desde 28/01/2008. MARCO ANTONIO PERES - RIO CLARO- SP QUER OBTER A NACIONALIDADE PORTUGUESA, MORAR OU EMPREENDER EM PORTUGAL? PROCURE- NOS! Pere CM levine) E-mail: geraldorlbeiroc]@gmall.com Atendimento via WhatsApp + 351 963 798 888 CARIACICA: 3336-5636 / SERRA: 3328-4770 Ne SUPER. PROJETO e ATAS (ELEICAO E POSSE) e EDITAIS (convocacAo) ¢ ESTATUTOS e CNPJ / RFB e BALANCETES ¢ DEMONSTRATIVOS E PRESTAGAO DE CONTAS ¢ PARECER DO C. FISCAL « ESCRITA CONTABIL ¢ FINANCEIRO ¢ IRPJ / ECF ° DCTF/ RFB ¢ IMUNIDADE TRIB. at Ax Barreto: 31 9 8626-2141 VENERAVEL MESTRE E 0 CNP) DA LOJA O Veneravel Mestre é a 1° DIGNIDADE DA LOJA e, como tal, inumeras s&o as atribui- des que Ihe competem, estando estas afei- tas A gestdo administrativa, patrimonial, financeira e de relacionamentos interpessoa- is no Ambito da Loja magénica a qual preside. Veneravel Mestre nao é um mero adminis- trador da Loja eleito para cumprimento de um mandato. Nao basta simplesmente “sentar no Trono de SalomAo” e esperar que as coi- sas acontecam. Eleito dentre seus pares, 6 necessario que aquele que esteja investido neste cargo tenha a consciéncia que a sua fungéio seja executada com toda proficiéncia, lealdade e zelo. O Veneravel Mestre, com a colaboragaéo do secretario e dos seus Oficiais, deve elabo- rarum “Plano de Trabalho ou uma Agenda da Loja” que é um instrumento de planejamento, no qual devera estar estabelecido as diretri- zes, 0s objetivos e as metas que a adminis- tragdo pretenda vir a realizar. Este “Plano de Trabalho ou Agenda” devera englobar todos os aspectos ritualisticos, incluindo apresen- tagdes de trabalhos dos irmaos, bem como as atividades e eventos que a administragao da Loja pretenda realizar durante a sua ges- tao. Como aPrimeira Luz da Loja, o Veneravel Mestre é o responsavel, inclusive pelos aspectos administrativos e financeiros, cui- dados com 0 CNPJ da Loja e a atualizagao (no mundo profano) das atas de eleigdes e posses, observar que segundo a legislagao da GLMMG, o registro em ata dos biénios administrativos (venerancia), compreendem dois processos burocraticos, um de eleigao outro de posse. Por conta disso, duas atas devem ser preparadas por profissional conta- bil ou advogado que tenham conhecimento. da legislagao que trata do assunto. A falta de regularizagéo dos documentos da Loja Mag6nica junto aos orgaos compe- tentes (Receita Federal, Cartério de Registro das PJ's, Prefeitura e outros), pode acarretar sérios problemas, tanto para o Venera- vel/Presidente que esta nomeado na base de dados da RF, como para a loja num todo, podendo haver bloqueio do CPF e do CNP, a impossibilidade de movimentagao da conta bancaria da loja, e até o bloqueio da aposen- tadoria do responsavel / presidente na base de da RF, sem descartar as pesadissimas multas pela omissdo das obrigagdes acessé- rias. Foi pensando nisso que olr.’. Barreto (Gu- alter Barreto), criou o “PROJETO LOJA LEGAL”. O projeto tem o objetivo de atender em todas as esferas (6rgaos publicos) as Lojas Magénica e ainda dar a devida manu- tengao da escrita contabil regular com a entrega de todas as obrigagdes acessérias, dentre elas, apresentagao das prestagdes de contas com pareceres do CF Conselho Fis- cal, a entrega da ECF (declaragaio do impos- to de renda) e outras. Ligue agora mesmo ou mande um whatsApp para o Irm&o Barreto (31) 98626- 2141. PARA QUE NOS REUNIMOS NESTE AUGUSTO TEMPLO? Podcast ®) Ouga a materia clicando aqui Por I ‘Valerio de Oliveira Mazzuoli Para que nos reunimos neste Augusto Templo? Esta é uma das indagagdes que o Venerivel Mestre faz a0 Inmao 1° Vigilante na abertura ritualistica do REAA e Cuja resposta é das mais complexase significativas para todaamagonaria universal: ‘Para combater o despotismo, as tiranias, os precon- ceitos, as injustigas, a ignordncia e os erros; para pro- mover o triunfo da Verdade, da Liberdade e da Justica; para pugnar pela evolucdo do Homem, o bem-estar da Pitria e da Humanidade, levantando Templos & Virtude ecavando masmorras.ao vicio”. Uma andilise escorreita da sentenga exarada pela I* Vigildncia faz-se necessiria 4 exata compreensio dos propésitos maiores que levam a magonaria a ultrapas- sar fronteiras, espraiando-se pelos quatro cantos do planeta. De fato, na maconaria os propésitos maiores (coletivos) sempre prevalecem sobre os menores (indi viduais). Nesse sentido, cada Obreiro ter por missio propagar~ sobretudo em sua vida profana— tais princi pios e propésitos, para o seu proprio bem, de sua fami- lia, dasocie belissimos props sitos magdnicos expressos na abertura ritualistica do REAA é imperativa a todos os Imaos de Ordem, que no podem se furtar em bem compreendé-los ¢ devida- mente aplicé-los, seja dentro ou fora da Oficina, trans- formando as ligdes ali apreendidas em verdadeira pro- fissdode fé O objetivo deste ensaio é verificar como se desdobra e, como consequéncia, como se interpreta devida- ‘mente~a resposta da 1" Vigilincia ao Veneravel Mestre 20 profundo questionamento por este realizado: Para que nos reunimos neste Augusto Templo? Para combater o despotismo, as tiranias, os pre- conceitos, as injusticas, a ignordncia eos erros ‘A primeira sentenca da resposta do 1° Vigilante ao ‘Venerivel Mesire é complexa e exige do intérprete pro- funda atengio. Ali se colocam nada menos do que seis atitudes (“combates”) que devem tomar os magons para ograr terem suas atividades desenvolvidas a contento combater o despotismo; combater as tiranias; comba- Jer os preconceitos; combater as injusticas; combater as ignordncias; e combater os erros. Cada qual merece andlise em separado, ainda que dentro das limit deste texto que niio pretende mais do que fazer compre- ender as bases fundamentais do seuentendimento, 4) Combate ao despotismo Despotismo é0 poderarbitririo, sem limites, desgo- vernado e descontrolado. Fo poder que no conhece a tolerdncia, o didlogo, a transigéncia e qualquer tipo de contengao. E um poder desmedido e autoritario, nao representativo e, por tal razo, inconsequente. A forma de govemar baseada no despotismo foi combatida pela magonaria universal desde sempre, pois os principios magénicos universais nao admitema opressao, a intol rancia e 0 cerceamento da liberdade. A magonaria & uma das instituigdes que mais preza e luta pela liberda- de no mundo, razao pela qual todo tipo de despotismo no hi de ser tolerado, pois édever de todomagom com- ater veementemente essa forma de governar. E incom- pativel com uma ordem justa e solidiria a existéncia do despotismo, pois neste ha concentragdo de poder basea- da na intransigéncia e no cerceamento das liberdades individuais ecoletivas. Por isso, amagonariaha de pres- ar um papel relevantissimo & humanidade no combate a toda forma de despotismo, em qualquer parte do pla- neta 4) Combate ds tiranias . A tirania é um poder usurpado, ilegal e injusto. fo poder que nao respeita a ordem juridica e o império da lei, por isso mesmo alheio a todo e qualquer regulamen- to. E um poder inadmitido pela ordem magénica uni- versal, pois no reconhece os espacos individuais dos cidadaos ¢ suas liberdades fundamentais, seus direitos € prerrogativas. A maconaria combate com toda forca as tiranias, pois os magons guardam a caracteristica de serem homens livres ¢ de bons costumes. As tiranias slo 0 ant6nimo do respeito ao proximo, da tolerdncia e do livre arbitrio, pois ¢ opressora, abusivae cruel, domi- nando a populaciio por meio da violéncia e da ameaca. Tais atose atitudes sto frontalmente contrarios aos prin- cipiose ideais mag6nicos, cabendo a magonaria univer- sal combaté-lose extirpé-los de todaa humanidade. ©) Combate aos preconceitos A maconaria universal nao pode tolerar qualquer tipo de preconceito, discriminacao ou intolerncia. Os macons témo dever de combateras diferencas alegadas atitulo de menosprezo de um ser humano em relagdio a outro. Todo macom é um homem imperfeito, raziio pela qual nao tem o direito de discriminar 0 préximo com atitudes intolerantes, Nao cabe a qualquer magom jul- gar um Irmo ou um profano por caracteristicas intrin- secas suas que nenhuma ligagao tém com o seu verda- deiro cariter, a sua honestidade, a sua honradez ea sua indole. Portanto, preconceitos de raga, género, cor, etnia, religiio, nacionalidade, classe social ou orienta sexual devem ser extirpados de toda e qualquer ativida- de macénica. E por essa razio que, dentre os fatores de estarem os magons reunidos em Loja, o combate aos preconceitos é matéria singular e que deve ser levado muito a sério. Os homens gays, por exemplo, ja sofre- ram histérica discriminagio € foram impedidos de ingressar na Ordem em muitas Lojas pelo mundo afora, E evidente que ainda hé discriminagio na maconaria, mesmo que de forma velada. Isso, no entanto, demons- tra apequenez da administraco da Oficina, que desco- nhece que 0s valores magénicos ultrapassam os muros de uma Oficina e sio universais, para alm de nao conhecer 0 verdadeiro significado de uma irmandad. ‘A magonaria moderna conta com principios sdlidos que inadmitem todo tipo de discriminaco, em especial, nos dias de hoje, arelativa a orientagao sexual. Na Gran- de Loja Unida da Inglaterra, por exemplo, hé uma“Po- litica de Reatribuiciio de Género” que estabelece dire- ttizes para a iniciagdo de homens trans em suas Lojas jonadas. Dentre os seus itens, destaque-se 0 ‘Seuma pessoa que passou por uma mudan de sexo ¢ se tornou um homem se candidatar para se tornar um magom, sua inscrigdo deve ser processada da ‘mesma maneira que para qualquer outro candidato do sexo masculino. (...) Nenhum candidato deve ser sub- metido a perguntas sobre seu género que possam fazer com que se sinta desconfortivel. Em suma, uma Ordem que tem por missio combater 6s preconceitos nao pode comungar com diserimina- Ses ¢ intolerdncias de qualquer espécie, seja de rag: género, cor, etnia, religiao, nacionalidade, classe social ouorientagao sexual. d) Combate as injustigas ‘Todo tipode injustica deve ser combatido pela mago- natia, pois a InstituigZo preza pela ordem juridica justa € pelo bem comum. Como Ordem de homens livres e esclarecidos, prezar pela justiga é um imperativo ético que jamais deve ser esquecido. Nas reunides em Loja, os assuntos levados até a Oficina ¢ que dependam de deliberagdo coletiva devem ser sempre colocados em pauta com explicagdo prévia do Veneravel Mestre sobre a justiga esperada para com adecisao, pois poderd haver injustigas (contra irmios, profanos ou terceiros interessados) que nio cicatrizardo facilmente 3 luz de uma decisdo desordenada. Os Immaos devem ser adver- tidos—fazendo o exame de consciéncia respectivo—de que a justiga deverd imperar naquela dada decisao, para que nenhuma pessoa seja prejudicada, seja um Irmo, lum profano ou um terceiro interessado. Portanto, todo e qualquer tipo de injustiga deve ser combatido pela Ordem Mag6nica, mas com agdes con cretas levadas a efeito com temperanga. Isto é, 0 com- bate as injustigas deve ser sébrio, calculado e comedi- do, dado que, muitas vezes, no af de combater o que se pensa “injusto” se esta causando injustiga maior a um Irmao oua qualquer outra pessoa. A qualificagao do que & “injusto” & ato notadamente inglério, que somente poderi ser bem compreendido 3 luz da virtude da tem- peranga, pois a moderacio e o cometimento so pecas- chave para a refiexto do que ¢ verdadeiramente injusto Aluzdos principioseideais macénicos. ©) Combate as ignorancias As ignordneias devem ser combatidas para que nfo ultrapassem a busea da Verdade. Em uma Ordem qu preza pelo triunfo da Verdade, o combateas ignorancias & de rigor, pois toda ignorincia é antonima da Virtude, certo de que perseguir e buscar a Virtude é papel pri- mordial da maconaria. Os ignorantes — exatamente porque propagam ignorincias — no so tolerados na Ordem Magénica, pois a “ignorincia” referida pelo REAA no é aquela que simplesmente ignora ou desco- nhece um fato ou ato, mas a que vem impregnada com desvio éticoe com ardil OREAA, ao se referird ignordncia, o faz exatamen- te nesse sentido, é dizer, daquele que é solerte e que se utiliza de meios desonestos e ardilosos para fazer pre- valecer a sua vontade, muitas vezes com aparéncia de honestidade. E exatamente por essa razio que os Inmios, reunidos no Augusto Templo, tém o dever de combater essa modalidade de ignordncia, perniciosa e altamente destrutiva aos trabalhos em Loja ou ao ques passa no mundo profano. Por isso & que o Ritual prope uma verdadeira “guerra” — um duro “combate” — as ignorincias (¢ aos ignorantes) de todos os tipos, sem que 0 Homem nao poder jamais perseguir 0 caminho da Verdade e da Virtude. P) Combate aos erros ‘No mundo profano é bem conhecida a méxima segundo a qual “errar éhumano”, No universo magn co, contudo, 0 combate aos erros deve agir como prinei- pio-regente da atividade do Obreiro, ainda que todos nds estejamos sujeitos a errar, Diferentemente, porém, do que se passa no mundo profano, no universo magi- nico o combate aos erros deve ser perseguido diutuma- mente, ndo apenas duranteas atividades em Loja, sendo também em todos os momentos vividos por um homem-macom emsua vida profana, A Oficina que tem conhecimento de um determinado erro —seja de proce- dimento, de postura ou levado ao conhecimento da Loja por algum Inmio ~ deve buscar esclarecer a ques- dio e verificar qual a gradacdo desse erro, corrigindo-o, se possivel, de imediato. Voltando o erro a se repetir, devera ser repelido de plano, com a orientagdo para que ngomais revolvaa Oficina. Ti dissemos em outro texto que o combate aos erros €um limite da tolerancia, pois nao se tolera a quebra de postura em Loja quando um Irmo, por exemplo, faz comentirios paralelos, se utiliza do telefone celular (especialmente para fins profanos) ou chama a atengio de Inmios em momento inoportuno. Assim, a Oficina deve estar sempre alerta para que erros niio ocorram, mas, se ocorrerem, deve tomaras devidas providént para que nao se repitam, O combate aos erros hé de ser, contudo, temperado como valor especial da prudéneia, para o fim de evitar toda e qualquer sorte de inconveniéncias ou perigos, Detectar um “erro” é questo também de prudéncia, pois exige cautela, ponderacio, sensatez e paciéncia por parte do investigador. Um impulso ou um ato de improviso podera ser to erréneo quanto o erro que se pretende combater. Dai a necessidade de cautela e pre: cauedo para o fim de verificar que um verdadeiro erro foi detectado e merece ser imediatamente corrigido. Para promover 0 triunfo da Verdade, da Liber- dadee da Justia Os macons, segundo o REAA, também se retinem no Augusto Templo para promover o triunfo da Verda- de, da Liberdade e da Justiga, certo de que tais valore so pilares fundamentais para toda e qualquer atividade magénica A Ferdade & o principio basico, inicial ¢ 0 ponto de partida da vida magénica, sem o que todasas atividades da Ordem perdem sentido. Buscar a Verdade ¢ tarefa incessante e que eleva ohomema graus maiores de com- preensio, Jd dissemos alhures que o fato de saber que a Verdade nao sera jamais aleancada (s6 Deus a detém) niio pode levar o bom magom & acomodagao ou a inér- cia, poisa inéreia nao condizcom aatividade magdnica, porque desprovida de vontade, além de seralheia a ati- vidade laboral, de que todo magom deve ineumbir-se, dado que o desbaste da pedra bruta é labor: A Liberdade, a seu tumo, & 0 valor que interessa 20 homem, ao Obreiro titil e dedicado, que se elastece com 0 ingresso do Inmao na Ordem, Todo iniciado deve ser livre e de bons costumes”, sem o que haveria impedi- mento a Iniciagao. O iniciado, portant, ja carrega con- sigo o valor Liberdade desde a sua vinda do mundo pro- fano, mas tal liberdade seri melhor trabalhada no homem quando, apés a iniciagao, ele se tornar um. Aprendiz Magom. Outro olharimportante sobre o valor Liberdade & 0 que o liga ao combate ao despotismo e is tiranias, pois somente se é livre quando nao subjugados por qualquer forma de poder autoritario. ‘A Justica, por sua vez, é 0 simbolo da igualdade entre todos os Inmiios, no podendo ser ameagada por qualquer maneira. Além do respeito as leis magénicas, que colocam todos (guardadas as diferengas de graus) em iguais condigdes de observancia e de garantia de direitos, o valor Justiga deve ser levado em conta como imperativo ético da igualdade material entre os Obre 10s. No proprio sentido aristotélico a Justiga seria trat os iguais de forma igual e os desiguais de forma desi- gual, na medida de suas desigualdades. Assim também deve operar no universo mag6nico, luz, porém, dos principios reitores da nossa Ordem, os quais sao, muitas vezes, distintos daqueles que regem 0 mundo profano, ‘Na maconaria, o valor Justiga tem cunho mais moral € ético do que propriamente juridico, mesmo sendo a Ordem dotada de instincias julgadoras, como os Con- selhos de Familia e o Tribunal de Justiga. Na Ordem magénica, portanto, o conceito de Justica liga-se mais a substncia (virtude) do que a positividade da norma (normatividade). Para pugnar pela evolugio do Homem, o bem- estar da Patria e da Humanidade ‘Os macons se retinem no Augusto Templo para pug- nar pela evolugdodo Homem, obem-estar da Patriae da Humanidade. Essa cadeia entrelacada de valores repre- senta um ideal que pode ser compreendido, a primeira vista, como distante de qualquer atividade human: ainda que coletiva. Contudo, a magonaria universal ja deu mostras, através dos tempos, de que é possivel fazer evoluir o homem, zelar pelo bem-estar da patria e pug- nar pelo progresso da humanidade. De fato, no seria utopia tal pretenso se a magonaria universal estiver unida — com todas as Poténcias e Lojas do mundo envolvidas nesse mesmo designio — a luz de uma uni- formidade de propésitos direcionados ao caminho da perfeigao. Levantando Templos a Virtude e cavando mas- morras ao vicio Por derradeiro, os magons se reiinem em Lojas para levantar Templos & Virtude e cavar masmorras ao vicio. Ambas as atividades estio intimamente conectadas, no obstante serem diametralmente opostas, & medida que a exaltagio das virtudes visa abater o pecado dos vicios. E por esse motivo que as virtudes devem ser erguidas como Templos ¢ os vicios restarem abandona- dos em locais inferiores, como ocorria nas masmorras dos antigos castelos, situadas em seu subsolo (sempre ldgubres, timidas e ao abrigo do sol) destinadas aos pri- sioneiros. Portanto, as Virtudes devem ser levantadas em Templose os vicios destinados as mais crugis mas- morras. Tais propdsitos sio aqueles que atingem o nosso Ew profundo de forma mais marcante na magonat- ria, pois ilumina a vida magdnica em oposigao a varias das atividades empreendidas no mundo profano, muitas dag quais exaltam 0s vicios e menosprezam as virtudes Essa inversio de valores é combatida pela magonaria universal e deve ser o lema de todo homem macom. Que todos os Irmaos possam refletir sobre essa sublime e to complexa questo ~ Para que nos reuni- mos neste Augusto Templo? —¢ sua significativa e filo- sifiea resposta, para o fim de melhor compreender os trabalhos em Loja ¢ refletir sempre sobre quais so os verdadeiros misieres da magonaria universal Referencias Bibliograficas MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Postura dos Irmaos em Loja. Revista Consciéncia, Ano 30, n° 170, 2021, p. 15-16. MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Enigma da vidae meditagdo da verdade: a filosofia no Grau de Compa- nheiro. Revista “A Trolha",n° 422, Dezembro 2021, p. 49-51 REPENSANDO 0 REI SALOMAO Na Magonaria celebramos Salomao como um rei bom e sabio. As raz6es sao obvias, e uma olhada superficial em 2 Crénicas parece con- firmar a opiniao. E, no entanto, importante olhar mais de perto, pois a visao apresentada no Livro dos Reis é diferente. Ir\ Philip Quadrio Representagao de Giovanni Battista Venanzi do Rei Salomao sendo desviado a idolatria em sua velhice por suas esposas, 1668 Podcast dq) Ouca a matéria clicando aqui a verdade, o autor de Cronicas provavelmente usou Reis como fonte de material e depois conta uma histéria diferente, No que se segue, focarei principalmente em Reis, que é mais antigoeéo texto mais extenso que temos sobre Salomao. Uma opiniio comum sobre o Livro dos Reis é que le coloca a culpa substancial pela destruigdo do Tem- plo edo cativeiro babilénico aos pés de Salomao. Deus avisa Salomao tanto da possivel destruigao do Templo quanto do cativeiro na dedicagio do Templo. Isto & encontrado em Crdnicase Reis: ‘se vos desviardes e abandonardes os meus estatu- tos € os meus mandamentos... e fordes servir a outros deuses e os adorar; Entéio eu os arrancarei pela raiz da minha terra que thes dei; ¢ esta casa, que santif quei para o meu nome, lancareifora da minha presen- a” (2 Crénicas 7: 19-20%) Ignorando ou esquecendo este aviso, Salomao viola as leis de Deuteronémio e, portanto, a Tori. Mas como? Comegamos com um negécio imobiliério duvido- so. Em Reis 9:10, ouvimos que, depois que a constru- io foi concluida e em troca do fornecimento de made- ira de cedro e ouro, Salomao deu a Hirao de Tiro um presente de vinte cidades da Galiléia, Enquanto 0 rei Hiram esti descontente com o que Salomao Ihe deu (0 pagamento na entrega é geralmente melhor), 0 direito de Salomio de redistribuir a terra prometida por Deus aos israelitas € questiondvel. Aléim disso, a maioria desses cedros nfo acaba na Casa di Deuses, mas é usada para cons- truiro Palacio Real —conhecido como Casa da Floresta do Liba- no, Aqui, sea terra é dada a um rei estrangeiro, é apenas em parte para glorificar a Deus, porque a maior parte da madei- ra acaba construindo uma casa que glorifi H4, no entanto, outra ques- tio ligada as interagdes de Salo- mio com o rei Hiram. Aqui devemos nos lembrar de uma passagem importante, Deutero- nomio 17:16-17, que pode ser resumida como sustentando queumrei a) no pode multiplicar** cavalos (e mais explicitamente nao do Egito); b) no pode multiplicar esposas, ec) nao pode acumular ouro prata, Leis sensatas, impedindo um rei de acumular beneficios pessoais de sua realeza, ‘Mas o presente de terra de Salomaio para Hiram nfio Eapenas sobre madeira, Parte do que ele esta pagando a Hiram é a entrega de ouro. Bem, certamente foi pro- metido a Salomao que acumularia riquezas incomuns, ‘mas ele acumula vastas quantidades de metais precio- de varias fontes, conforme discutido em 1 Reis 9 e inclusive da Rainha de Saba e dos Reis da Arabia. Entio, em I Reis 10:28 nos ¢ dito que Salomao tam- bém adquiriu um grande ntimero de cavalos e carros, muitos dos quais vém do Egito — expressamente proi- bido por Deuteronémio. Se isso nio for ruim o suficiente, Salomio entio negocia cavalos e carros para os hititas, fornece cava- los para os cananeus e fornece armas para os arameus. Se esses acordos de armas sio ou nao prudentes econo micamente, a verdadeira questo é a seguranga nacio- nal: como beneficia Israel fornecer a essas nagdes cavalos, carmuagens e armas? Salomio nao esti sendo sibio nem seguindo a Tora. De fato, tém sido levanta- das questdes regulares sobre se Salomiio esti agindo como o rei fiel; em vez disso, ele parece estar agindo como 0 tipo de rei deserito tao depreciativamente em Deuterondmio e Samuel s esposas? Deuterondmio ¢ claro: nao acumule esposas ou seu 'coragio pode ser desencaminhado’. Com setecentas esposas ¢ trezentas concubinas, 0 excesso é claro, Além disso, muitas dessas esposas so de nages estrangeiras e a primeira esposa mencionada orei, Ss ee eee ee ene ey a filha de Faras! Claramente, ha vantagens politicas e comerciais para tais sindicatos. Mas estes no sfio casa- mentos de conyeniéncia sem amor, pois 1 Reis 11:2 nos diz que ele “se apegou a elas com amor”, O corte maiscruel éaquele através de suas esposas ‘seguiram Astorete, deusa dos sidonios, e Moleque, o detestdvel deus dos amonitas. Assim Salomao fez 0 que era mau aos olhos do Senhor; ele néio seguiu 0 Senhor completamente, como Davi seu pai tinha feito’. (Reis 11:5-6 Na verdade, cle construiu templos para eles. Ele no apenas multiplica suas esposas, contrariando Deu- terondmio, mas se torna desleal a Deus, descartando a adverténcia que recebeu, Ha muito mais que poderia ser dito. Salomao de fato se torna um rei no modelo de Farad, um rei auto- indulgente, mais fiel a si mesmo do que seu povo. O autor de Reis, no entanto, esta nos mostrando algo. Foi dito que cle esta fornecendo uma teodiceia (um relato da justiga de Deus) mostrando que a adesio as Leis Sagradas ¢ o que Deus deseja em iiltima instncia e que a destruicdo do Temploe o cativeiro do povo ¢ resulta- do das fathas e aqui, particularmente, a natureza imperfeita e excessiva de seu construtor primario. Dai a li¢ho a todos os Macons e, em particular, aos Mes- tres Instalados: «Observe bem seus deveres como mostrados pelas Trés Grandes Luzes, pois 0 GADU ama a adesdo a elas mais do que qualquer outra coisa que vocé possa oferecer ¢ 0 desvio é, em tiltima andiise, um caminho deruina” Eee CORPO E TEMPO Poticast #@)) Ouca a matéria clicando aqui Por Irmao Antonio Binni (*) Magonaria regula, em termos meticulosos obrigatérios,a posi¢ao que o corpo deve assu- ‘mir tanto quando o iniciado entra no Templo, como quando o deixa, seja esta uma Loja ou uma Camara de aperfeigoamento. Incidentes, observo que no ha ritos que possam ser realizados sem o corpo. A Magonaria, no entanto, ignora completa mente anogao de corpo em si, no sentido de ser obje- tivamente considerado ¢ assim entendido, embora obviamente a pressuponha. Uma afirmagao, alids, nemnegada nem contraria- da mesmo quando em grau, que, para a devida dis- ctigdio ndo nomeio, o Ritual enfatiza a importancia dos sentidos entendidos como tantas fontes media- das de conhecimento, janelas auténticas sobre 0 mundo circundante. Desse ponto de vista, 0 corpo nao é de fato considerado em sua complexa singula- ridade, mas, a0 contrario, como um organismo, ou seja, como uma soma de elementos cognitives indi- retos Com esta escrita pretendemos, pelo contrario, deslocar a atengiio precisamente para 0 corpo fisico enquanto unidade considerada tal como se manifesta no mundo real, Por corpo assim assumido entende- mos um corpo fisico sujeito ao nascimentoea morte, percebido em sua singularidade e globalidade com 08 dtgiios normais dos sentidos operando simultane- amente, Na definigdo proposta, © eco do uso da palavra por Homero ¢ muito evidente, De fato, no cantor grego essa palavra sempre indica o corpo de uma pessoa morta, como cadaver na lingua inglesa. Annogio de corpo deve ser completada com algumas observagdes adicionais Entre as partes - fisica, mental, espiritual - que compdem 0 corpo deve-se notar que nao ha competi- G20, mas cooperagao solidaria, porque nenhuma parte do corpo esta orientada para si mesma, mas todas para a harmonia vital do todo. Além disso, 0" todo " é complexo, aberto, em continuo movi- mento ¢ mudanga, segundo um "equilibrio instivel" tendentea saiide. O corpo ésilencio- so porque trabalha em siléncio, livre porque age espontaneamente. ‘A vida do homem se realiza no corpo. Sem corpo nao ha homini viatores. E no mundo classico - nao no biblico - que se deve bus- car a estima e 0 amor pelo corpo sensivel. Em poucas palavras, seu valor positivo. Desse perfil, decisivo, mais uma vez, é 0 ensinamento de Plato que, no Timeu (29d - 30 c), exalta sua perfeigdo, harmonia, nobreza, fruto do trabalho de um artifice divino capaz. apenas de belas obras, espe- Iho microcosmo, portanto, do macrocos- mo. O que, alias, esta totalmente alinhado com o que aconteceu no universo grego em todos os niveis, comegando pelo concreto. De fato, foram os gregos que inventa- ram os gindsios (a palavra deriva de gymnds que em grego significa "nu"), gindsios, spas, em geral os cuidados como corpo, para nao invocar a estatuaria grega para maior conforto, prova irrefuutdvel de atengao participativa reservada pelo cor- po, sua beleza, sua nobreza. No entanto, é sempre Platao quem, sob o impulso da doutrina pitagérica, fala do corpo como priso e timulo paraa alma (soma - sema - Gérgias 493 a; Crati- Jo 400 c), de onde fugir para chegar ao "claro de verdade" (Fedro,248 a-c). ‘Coma qual, nao s6 se estabelece uma relagtio entre corpo e alma, mas, ao mesmo tempo, afir- ‘ma-sea superioridade da alma sobre o corpo. ‘Adimensio do corpo, de fato, ¢ a do tempo e da multiplicidade, por definigao oposta a dimen- sdio do espirito, que ¢ a do eterno. Oposigao e superioridade que constituiréo entao a pedra angular da doutrina catélica e, em particular, da sua mistica, que, a partir da beleza do corpo, nos ensina aascender passo a passo a esfera do espi- ritual. No entanto, sem desvalorizar ou mesmo demonizar 0 corpo, pois, sem conhecimento ¢ amor do corpo sensivel - apenas para se despren- der dele - nao & possivel conhecer ou amar a alma queée vale mais. Esta ndo é, portanto, uma recusa, muito menos uma condenagdo do corpo, mas uma razio de crescimento. Como se dissesse que a dimensao corpérea, embora subordinada a espi- ritual, é em todo caso um fato real, além de nobre, O homem foi de fato criado pelo Fator Supremo também como um corpo. Se este fosse entdo desprovido de Logos, o Filho nunca teria encamado nele. Em conclusio, é precisamente na fragilidade do corpo e na sua répida corrup- Go e perecimento que a sua divindade deve ser apreendida e reconhecida. O corpo e os sentidos nao sao, portanto, vin- culo nem obstaculo ao espirito, como pregam alguns, pois no homem autenticamente espiritu- al corpo e alma, alma e corpo, convivem em per- feita harmonia. O mundo real é um mundo cor- péreo. Isso motiva e justifica amplamente que a atengao dispensada ao tema e sua anilise racio- nal seja completada, porém, também por outro lado significativo, aliés muito pouco considera- do, ao mesmo tempo que merece ser aprofunda- do. ‘Nao importa 0 tempo subjetivo - aquele niti- damente destacado por Agostinho - que, por assim dizer, encontra seu ponto de apreenstio ¢ avaliagdio na consciéneia de cada um, para os fins de nossa investigagao. Pelo contrario, para isso assume 0 valor decisivo 0 "numerado” pla- ténico, ou seja, a consideracado objetiva do tem- po, com toda a sua forga ordenadora, fonte de emergéncia de momentos decisivos e de modo a dar uma virada significativa. Caso contrario, significa que o tempo da vida searticula por meio de cortes, conclusdes, limia- res e tradigdes. Mas para os consumidores modernos, criangas e adolescentes retardados que nunca se tornaram adultos, 0 tempo nada mais € do que um simples passo de um presente para outro. Mesmo que o tempo, sem se importar com nada, se vingue de quem envelhece sem querer envelhecer. O tempo, com todo o seu poder devastador, de fato deixa vestigios indeléveis e sinais visiveis em tudo o que é matéria e, portanto, também no proprio corpo humano. Se considerarmos com cuidado, entdo o que é comumente ensinado no Sapenas verdade, a saber, que o homem vive no tempo, mas talvez nao seja menos verdade que 0 tempo vive no homem a ponto de se tornar sua medida. O corpo humano, em outras palavras, teste munhaa passagem do tempo. Com uma imagem -ousada - pode-se argumentar que 0 corpo huma- no éuma marca de tempo, um relégio muito pon- tual justamente porque, através do tempo, € pos- sivel reconstruir a vida de cada um, bem como relé-la em profundidade. Em conclusao, parece legitimo argumentar que 0 corpo humano, entre todos os outros, também cumpre a fungdo de calendario incontestavel. Nos relégios de sol, geralmente, lemos: sinesole, sileo. Da mesma forma, sem um exame da evolugao do tempo nao é possivel apreender a real trans- formacao do corpo. Para abarcar 0 fenémenoem todo o seu dinamismo, porém, é preciso um exer- cicio de atengaio. Como se dissesse que para "pa recer diferente" é preciso estar atento a tudo 0 que nao se vé, a tudo o que esta escondido, mas que existe de verdade: Sua Majestade o Tempo! Outro que nao existe! O Irmao Antonio Binni, ¢ Grao- Mestre Emérito da GLDI A INICIACAO MACONICA DE VOLTAIRE (1778) As vezes, geralmente se estabelece uma espécie de correspondéncia entre o mago- nismo e 0 voltairismo. Mas 0 que nao costuma ser dito é que Voltaire fol iniciado na Magonaria aos oitentae quatro anos, exatamente sete semanas antes de sua morte. Voltaire ( 1694-1778 ) Escritor,, historiador., filésofo e advogado francés foi um dos principais representantes abril de 1778na loja Les Neuf Soeurs. do Iuminismo. Membro da Academia Francesa . Ele foi iniciado na Magonaria em Paris na terca-feira, 7 de Poticast «@)) Ouca a materia clicando aqui loi na terga-feira, 7 de abril de 1778, que Voltaire deixouo mundo profano para entrarna socieda- dedos mistérios. Especificamente no templode Les NeufSocurs que ficava na sededo Grande Oriente. O busto de Luis XVI, 0 do Grio-Mestre, o do rei Fre- derico II da Prassia, 0 de Helvécio, suposto fundador da loja, davam as boas-vindas a Voltaire. Todos os grandes homens da Maconaria Francesa estavam pre- sentes, Benjamin Franklin entre eles. Oabade Cordier de Saint-Firmin foi 0 encarregado de apresentar Voltaire. A loja, apedido dopadre padri- nho do profano, decidiu que, por causa de sua idade e problemas de satide, Voltaire estava isento das prova- des mais dolorosas. Assim, ele ndo estava com os olhos vendados, por exemplo. Mas, em vez disso, uma cortina preta o impediu de ver o Oriente até o momen- to em que a iniciago foi um fato consumado. Uma comisstio de nove membros nomeados pelo Venerivel tinha o encargo de receber e preparar o candidato. Este, apoiado pelos irmaos Franklin ¢ Court de Gébe- lin, entrou no templo. Depois de ter respondido de maneira notavel as questdes de morale filosofia, que o ‘Venerivel levantou. Lalande entao o fez emprestar a obrigagdo; rece- ‘beu-o como aprendiz, seguindo o costume, ¢ comuni cou-Ihe os sinais, as palavras e os sinais de reconheci mento, Uma coroa de louros veio a rodear-Ihe a cabe~ ga, que © novo irmao ndo quis guardar, e quando Lalande se aproximou dele para lhe por o avental que tinha pertencido a Helvécio, o novo irmio levou-o aos labios, homenageando assim a sua meméria, Depois de Voltaire ter sido colocado no Oriente pelo Venerivel - 0 que era algo excepcional - Lalande dirigiu-Ihe um discurso no qual, entre muitas outras frases retéricas, depois de aludir 4 sua amizade com Frederico II da Prissia, ele apontou claramente como nao foi magom antes, de forma explicita, embora tivesse sido em espirito, Estas foram suas palavras «Meu querido irmao, 0 momento mais glorioso para esta loja serd doravante marcado pelo dia da sua adogao. Um Apolo era necessério na loja das Nove Armas; ela 0 encontra em um amigo da humanidade, que retine todos os titulos de gloria que poderia dese~ jar para o ornamento da Maconaria, Um rei de quem voce é amigo hd muito tempo e que se fez conhecido como o mais ilustre protetor de nossa ordem deveria té-lo inspirado a se juntar a ela; mas foi para o seu oem pais que vocé reservou a satisfagdo de inici nossos mistérios. Tendo ouvido os aplausos ¢ 0 cho- que da nagdo, tendo visto seu entusiasmo e embria- guez, vocé vem receber no templo da amizade, de vir~ tude e letras, uma coroa menos brithante, mas igual- mente lisonjeira tanto para o coragdo como para 0 espirito. A emulagdo que a vossa presenca aqui deve espathar, dando um novo brilho e uma nova atividade 4 nossa Loja, beneficiard os pobres que socorre, os estudos que patrocina e todo o bem que néio cessa de fazer. Que cidadao serviu methor ao pais do que vocé, esclarecendo-o sobre seus deveres e sobre seus verda- deiros interesses, tornando odiosos 0 fanatismo e a superstigdo ridicula; devolvendo o gosto ds suas ver~ dadeiras regras; histéria ao seu verdadero fim; leis & sua integridade original? Prometemos vir em socorro de nossos irmdos, ¢ vocé foi o criador de um povo inte~ iro que o adora, e que so é conhecido por seus atos de caridade; vocé erguew um templo para o Eterno; mas o que é ainda mais valioso foi visto perto daquele tem- plo: um asilo para homens proscritos, mas titeis, que um zelo cego talvez tivesse rejeitado, Assim, querido irmdo, vocé era um magom antes mesmo de receber 0 carder, e vocé cumpriu os deveres antes de ter contra- tado a obrigagdo em nossas maos. O quedrado que egamos como simbolo da retidao de nossas ages; 0 avental que representa a vida laboriosa e a atividade itil; as luvas brancas, que expressama fran- can CONROE GMa U Lm CeCe EC ECU anu e ES cue caic} eect Noles queza, inocéncia e pureza de nossas ages; a paleta que serve para esconder os defeitos de nossos irmdos, tudo alude a beneficéncia e amor & humanidade e, consequentemente, expressa apenas as qualidades que o distinguem; S6 Ihe podiamos acrescentar, ao recebé-lo entre nds, a homenagem da nossa admira- 40 e do nosso reconhecimenton. Voltaire agradeceu a acolhida do Venerivel. Em guida, varios irmios leram poesia e outros textos apropriados; e enquanto essas leituras aconteciam, 0 immo Monnet, pintor do rei, desenhou o retrato de Voltaire. Seguiu-se o banquete, ¢ logo depois cle par- tiuacompanhado por um grande nimero de irmiios. Nosibado, 11 de abril de 1778, foi o grao-mestre,o duque de Chartres, que recebeu Voltaire. Pouco depo- is, nanoite de 30 para 31 de maio, Voltaire morreu. No entanto, postumamente, Les Neuf Soeurs consagra ram a Voltaire sua sesso de 28 de novembro de 1778, durante a qual Diderot, d'Alembert eCondorcet deve- riam ter sido recebidos como magons Extraido de: José Antonio Ferrer Benime- , "Voltaire e Magonaria", em Cadernos de Pesquisa: Geografia e Historia, 1,1 (1975), pp. 65-90. Sabedoria, mural de Robert Lewis Reid. Biblioteca do Congresso Thomas Jefferson Building, Washington, DC ESOTERISMO Poticast sq) Ouca a materia clicando aqui porC.G ‘Mesmo noalvorecer do século 21 hé muitas pessoas que nao sabem o valor do esoterismo, apesar (alguns dirdo) que o advento da Intemet levantou todos os véus. Acredito que a Internet, ao invés de fomentar 0 conhe- cimento, gerou exatamente 0 contrario, ou seja, criow um novo véu de desinformagato que mantém a realidade velada. Demasiada informagao mal gerida por pessoas que nem sempre sdo competentes nos assuntos trata~ dos. A Internet criou uma rede de ignorantes (ignorar= ignorar) inconscientes, ¢ favoreceu um achatamento cultural geral, Antes dessa poderosa ferramenta, exist am diferentes formas de informagii, talvez nfio aces veis a todos, mas era mais ficil encontrar aqueles que, documentando-se, formavam sua pripria opinido sobre os temas Hoje "eu lina internet”, "disseram na TV"... enfim, poucos pensam com a cabega porque esta tudo muito perto. O resultado € que as mentes pensantes diminui- ram e 0 pensimento critico que deve levar a busea da verdade enfraqueceu. Certamente & mais fécil digitar uma pergunta nos mecanismos de busca do que docu- mentar em varios livros e jornais para encontrar uma tunica resposta. A outra consequéncia negativa do advento da Internet, creio, foi ade ter causado, além do achatamento cultural, a perda geral e generalizada de uma grande virtude: a paciéneia. Para obter informa- es, leva apenas alguns segundos e voeé nao precisa mais perder tempo documentando-se, O tempo que costumavamos elaborar uma resposta pessoal foi redu- zido ¢ nossas proprias perguntas ¢ as perguntas dos ‘outros so respondidas rapidamente, mas com o pensa~ ‘mento embalado por outros e tudo em nome da velo dade, Uma atitude mental, a de ter tudo disponivel, que afeta toda a dinimica da nossa vida com uma perda geral daquilo que ainda acredito ser uma grande virtu- de, apaciéncia ‘Mas voltemos ao assunto desta Mesa Arquitet6ni

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