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IZ DROGAS UTILIZADAS NO SISTEMA DIGESTIVO DE ANIMAIS DE PEQUENO PORTE Silva Franco Andrade Pedro Luiz de Camargo IntrRoDUCAO O tratamento de distirbios gastrintestnais na clinica de animais de pequeno porte se bascia Principalmente em: Tratamento Suporte — Consiste na corregio os desequibros hidroeletroliticos e no descanso do tato gastrintestinal. Em perturbagdes aguds, 1 trato gastrintestinal, resiingindo a ali mensgio durante 24 a 48 horas, A restrigio perm! ‘Ga resturagio da integridade da mucosa ¢ 0 re ‘emo mais ripido da homeostase gastrintestinal En lstrica, 0 jejum ajuda a minimizar 2 Perda de fluidos pelo vimito, reduz a iritagio gis- tia e remove o estimulo principal para a secre- ‘0 fcida. © jejum em doenga intestinal reduz 8 ‘limina a diarréia, removendo o efeito osmético OUinitante de nutrientes nio digeridos ou absor Em muitas doencas gastrintestinas a © tratamento suporte € freqientemente icente para tratare restaurar a fungio normal ‘Sintomatico - Constitui-se no agentes para controlar ou corrigir sinals TERAPEUTICA DO Sistema DiGEstivo Silvia Franco Andrade Pedro Luz de Camargo Luis Carlos Vianna Peterson Triches Dornbusch linicos. Para esse propésito utilizam-se, por exemplo, antieméticos, antidiarréicos, antifisé- ticos, ete. A terapia sintomatica pode ser impr6- pria em doenga cronica e sua uilizacao em doen- (a agudas deve ser bastante criteriosa para nio ‘mascarar ou piorar 0 quadro clinico. ‘Tratamento Especifico ~ Destna-se causa expecifca da doeniga, como, por exemplo, 0 uso de antibidticos, endoparasiticidas, antidcidos, etc. “ tratamento Dietético ~ £ fundamental o controle € manejo dietéticos nos distirbios gas- trintestnais para restabelecimento da flora intest- nal € melhora do quadro clinico. © tratamento Gietético nos quadros agudos consist, basicamen- te, no jejum inicial de 24a 48 horas e a reintrodu- (ho alimentar com alimentos leves, failmente di- fertveis © com baixo teor de gordurs, Carne ma- fgn corida (bovina ou frango), arroz e cenoura io exemplos de dietas caseiras adequadas nesta fase. Diets comercias facimente digeriveis tam- bem se enquadram nesse tratamento. Dietas co- mercinis muito ricas em cereals, nessa fase, de- ‘vem ser evitadas, pois podem aumentar a diar- Tein, Pam evitar sobrecarga alimentar, a reintrodu- {lo da alimentaglo deve ser gradual, viris vezes so dia (4 a 6 vezes), com quantidades pequenas. JX medida que 0 quadro for melhorando, aumen- a quantidade oferecda ¢ diminuir os interva- Jos (2.3 vezes a0 dia). O tratamento dietético tos dros cOnicos depende da causa, mas ba- 224 Manual de Terapéutica Veterndia icamente as dietas em quadros crénicos devem ser: baixas em gordura; lactose-livre; no aler- ‘génicas. Uma dieta baixa em gordura é importan- {te em uma variedade de doencas gastrintestinais, ‘como em doengas gistricas, intestinais e pancres ticas, A doenga intestinal com freqéncia destr6i reduz a atividade enzimitica da superficie da ‘mucosa, particularmente a lactase, que € mais su- perficial. Por isso, devem ser evitados lelte e ou- tras substincias ricas em lactose em pacientes com problemas entéricos. A falha na digestio da lacto- se resulta na degradacio bacteriana do agicar em cidos graxos voliteis que podem causar diarréia ‘osmética, A dicta hipoalergénica consiste em ofe- recer a0 animal uma protefna a qual nio esteve ppreviamente exposto, Deve-se analisara dieta com 4 qual o animal estava se alimentando. No caso ‘da dieta caseira, questionar todos os alimentos ofe- recidos a ele; no caso da dieta comercial, consul- tar 0 rétulo do produto com todos os possiveis ingredientes protéicos, inclusive substitutos. Nao uma tarefa ficil e muitas vezes incorre em tenta- tiva e erro, Dependendo da regiio, a proteina de corigem animal que 0 paciente nao teve contato € derivada de cameiro, coelho ou frango, podendo ser tentadas essas opsdes. equamarorepmresmaunasy) (© vomito é um mecanismo de defesa dliferente- mente desenvolvido em cada espécie animal. Eqdi- nos raramente vomitam e quando o fazem é um sinal de afecclo grave, ocorrendo regurgitaciio do conteiido gistrico por via nasal. Isto ocorre em. decorréncia de diversos fatores, como presenca de fita muscular na cardia que se fecha firmemen- te; posigio da cfrdia muito préxima ao piloro; também a desembocadura em angulo agudo do cesofago no estémago, dificultando 0 refluxo do conteido gistrico; subdesenvolvimento do centro do vomito como conseqiéncia de um processo de vyémito nto usual, Outras espécies que nto vomi- tam slo ruminantes, roedores, cobaias ¢ coelhos, O teflexo do vamito & bem desenvolvido em cari -yor0s, primatas e suinos, sendo os eméticos indica- dos nessas espécies, ( reflexo do vomito é mediado pelo centro do vémito, localizado nos néicleos vagais sensé- rios da regio reticular do bulbo, que recebe es- timulos centrais e periféricos provenientes de: Zona Quimiorreceptora Deflagradora ou Disparadora (ZQD) ~ Proxima 20s niicleos vagais na Grea postrema (na qual predominam receptores dopaminérgicos), também & conheci- dda como zona de gatilho. E sensivel aos estimu- los quimicos e representa o local de acio de ‘guns medicamentos (morfina, glicosideos cardi ‘cos, antineoplisicos, etc.), uremia, toxinas, etc Trato Gastrintestinal (TGI) ~ Estimulos periféricos via vagal e via aferente simpitica, oriundos de iritagao da mucosa gistrica, disten- sto, inflamagio, etc. Sistema Vestibular — Estimulos via coling® sgica € histaminérgica oriundos de labiritinte, ot- tes © cinetose (indugio do vmito quando esti €m movimento; por exemplo, enjdo de andar de carro, barco, avilo, etc). Cérebro ~ Estimulos de vias cerebrais ligados a fatores psicogenicos, como estresse, dor, medo € fobia e aumento da pressio intracraniana. Resumidamente, portanto, a origem do vom to (Figura 12.1) pode ser classificada como perifé- ‘Dor, bese odoes repulshos,estesse emocional si Cereb ‘ctonosee ab eee Trains, ropes ‘euremia ‘atloas do Tl, ‘Wa aferente vce mena aratesk et r to aio pncreas, Nad eins st, rane FIGURA 121 ~ Oxgem do voto envlmento dos dersos receptres farmacolgicos (estimlag0 das terminagdes ‘6 a do estOmago ou de outmy nen ma pela estimulacao direta grt da ZQD 04 do sistem: ‘Osa da ras visceras) ou, do centro do vi. a Vestibular, que sO eto sO vomita nd 5, 8s Provenientes da Mfeseentros do SNC funcionam cone ey ma sce do vémito. Os transmissores guint enohidos na neurotransmissio do vomit sos ini aetcolina, dopamina, S-hidroxivions sin, agindo respectivamente sobre recepiony Luoninégicos H,, muscarinicos M, dopanines ssD,€ serotoninérgicos $HT, Asindicagdes clinicas para uso de eméticos said € gatos conscientes sao: + iminagio de venenos ou agentes no-cor- rosivos. ‘sEsvaziamento gistrico para inducdo de anestesia geral, Eméticos de Acao Central ‘“WOFRREAPEMOrfina — 14 uma cena va- ‘go entre os animais domésticos no que se site ao efeito emético da morfina e apomorfina, (weagem estimulanco a ZQD. Suinos e aves nao ‘pondem aos eméticos de acao central. Cies teesitam de doses em torno de 0,04 mg/kg, "de apomorfina © 0,08 mg/kg, IM, SC, para ‘silo do vomito. A apomorfina € potencial- “atte rica em gatos ¢ sua eficiicia nesta espé- ‘= Equestionavel TWHRIRFE Agonista a,-adrenérgico que ati- Uikeeptores ct,na ZQD na fea postrema, indu- ese, Gatos s10 mais sensiveis a este efeito Mazina. As doses recomendadas para induzit SSe So: em gatos, 0,44 mg/kg, IM ou IV; € eae 1,1 mg/kg, IM ou IV. O vémito ocorre enato de 25 minutos e ¢ acompanhada por 2 0 moderada de 30 a 90 minutos. Eméticos de Agag Periférica arto de Sédio (NaCI) Solugio ee rigena fOxIdo de Hidrogénio 3% = Xarope de Ipeca; Sulfato de Zin- de Cobre 1% — Administrados } causam estimulo periférico por irrt- ido receptores da faringe ¢ est6- estas informagdes pelas vias vagals Centro do vomito. Terapeutica do Sistema Digestivo 225 ANTiEMETicos womito prolongado causa per- Sede faut ecleltos sem degree ee Sonforto e estesse a0 animal, Existon algumas indatOeS QUE 0 uso de antieméticos € cont indicido, como obstrusio ou perfuragio gacwin, aeih alguns tipos de envenenamentos ¢ qua. ros de tremorese convulsto. So ulizades coo (iiiPla sintomitica de suport principalmente en stirbios gastintstinais diagnosticados ¢ ert Clamente tatados, cinetose, labirtinte, enjoo da Sravidez ¢ controle do vomit induzcdo por qui- ‘nioterapia antineoplisica, uremia e irradiagao, Podem atuar em receptores dopaminérgicos (D), Serotoninéspicos (S-HT,),histaminérgicos (H,)¢ ‘muscarinicos (M), Antiemeéticos de Aco Central Deprimem diretamente 0 centro do vOmito € 8 2QD. As principais apresentagbes ¢ indicagoes esto descritas na tabela 12.1. SEIT (rs, uc; Vet) ~ Promove bloqueio dos receptores dopamingr- gicos (D,) na zona quimiorreceptora do vomito ZQD). Em altas doses, também bloqueia recep. (ores 5-HT, Estimula a motilidade do trato gas- teintestinal (TGD superior por sensiblizar os te- cidos 2 ago da acetilcolina, Faclta 0 esvazia- mento do estémago. A atividade peristitica é aumentada no duodeno e jejuno, e o esfincter pilérico é relaxado. HA pouco ou nenhum efet- to sobre a motilidade do c6lon. A metoclopra- mida estimula a liberaga0 de prolactina. Possui efeitos adversos, como extrapiramidais (raro) € ‘mudangas comporamentais (agressividade e de- sorientagio) em ces € gatos. Interagdes m ‘camentosas: atropina e analgésicos opidides po- em anular os efeitos da metoclopramida no TI, A metoclopramida afeta a absorgo de di- verse medicare, nino dioxin tine tetracclina (aumenta 2 absor30),Feno, taznicos (aepromazin, clorpromazina, et fom potencializar os efeitos extrapiramidais ida metoclopramida 226 Manual de Terapéutca Veter ‘TABELA 12.1 ~ Principals apresentagbes € Indicagoes clnicas dos antleméticos mals utlizados na Veterinéria Principio ‘Nome Indicagao “Apresentagao ‘atlvo comerctat clinica Metoclopramida Plas, ‘Vomitos oriindos _—_Ampola de 2 ml com 10 mg. do TGI, emi, ‘Comprimido de 10 mg, caixa com 20. quimioterapla Solugdo oral, fasco com 100 ml, 1 mg/m. antineoplisica Gotas pedliticas, asco com 10 ml com 4 mg/ml «© procinetico uci, Idem ‘Ainpola de 2 ml com 10 mg ‘Comprimido de 10 mg, caixa com 20 ou 200, Solugio oral, frasco com 120 ml com 1 mg/l. ‘Gotas pedifiiea,frasco com 10 ml com 4 maf GGotas adulto, com frasco com 10 ml com 10 mp/m Clorpromazina Vomitosrefrairios __Comprimidos de 25 e 100 mg caixa com 20. a metoclopramida, _Soluglo oral a 4%, frasco com 20 ml ‘quimioterapia AAmpola com 5 ml com § mg/l antineoplisica, lnradiagao. Difenidramina — Dramin'y, Cinetose, Blister com 4 comprimidos de 100 mg. Dramin Byt4, —Cinetose, CComprimido de 190 mg, caixa com 20. ‘Ampola de 1 ml. Prometazina —Fenergant,, —_—_—Cinetose. ‘Comprimidos de 25 mg, caixa com 20. Ampola de 2 ml com 50 mg Ondansetrona Zoran", Vomitos refatirios _Ampola de 4 mg/2ml e 8 mg/m ‘ a metoclopramida, __Comprimido de 4 e 8 mg eaixa com 10, quimiorerapia antineoplisica, ‘uremia, inradagio. Nausedron%jy, Idem Ampola de 4 mg/2 ml e 8 mg/4 ml Comprimido de 4e 8 mg, eaixa com 10. = Doses: possuem efeito antiemético moderado, porém = les: 0,2 a 0,5 mg/kg, VO, SC, 8/8 horas ou 1a 2 mg/kg, IV (em infusio), 24/24 horas. ~~ Gatos: 0,2.a 0,5 mg/kg, VO, SC, 8/8 horas, GERSEAAE (Amplictil®,,; Acepram*,,) € (WUMOTEMOAATID r0perido'%;,; Haloperdot,) = Agentes neurolépticos que em doses relativa- ‘mente baixas podem agie como antieméticos, em virtude de sua capacidade de antagonizar recep- tores D, centrais. © composto protstipo deste grupo como antiemético potente e seletivo é a clor- promazina (Amplicti,.), til no controle de vomi- tos associados a radioterapia e quimioterapia do cancer. Ocasionam sedagio e podem causar hipo- tensio. As propriedades antimuscarinicas e anti- histaminicas das fenotiazinas também contribuem para seus efeitos antieméticos. As butirofenonas ‘causam menos sedagio € hipotenstio que as fe- notiazinas, * Doses (antieméticas), clorpromazina: € gatos ~ 0,5 mg/kg, IM, 8/8 horas. DlOTEEIOFES SEPOTOMCPLNCOS (5:H17,) Zofran® ,y; Nausedron® .) © Granisetrona (Kytril”,,) -Sa0 antagonistas 5117, que foram desenvolvidos para o tratamento ant emético induzido em humanos em virtude ¢ quimioterapia do cincer. Os receptores 5-HT, s1° encontrados perifericamente nas fibras aferentes vagais e também no centro do vémito. Portartos Possuem tanto a agio central quanto perifétict ‘no combate ao vOmito, dai sua grande potencit — eee ese sentido. O antagonismo de receptores pe- Mrgeicos também pode produzir um efeito intico. Ondansetrona foi utiizada experi falmente com sucesso em filhotes com gas- merrerte por parvovirus com vOmito profuso wtp eontlado com clorpromazina e metoclo- ida e que foi controlado com ondansetrona Ede custo elevado. ‘Doses, ondansetrona aes: 0,1 mg/kg, 12/12 ou 8/8 horas, IV, ‘ou 0,52 1 mg/kg, VO. ; [Bloqueadores H Prometazina (Fenergan®,,) €Dimenidrato ouDifenidramina (Dramin®,,) - Bloqueiam im- pulsos histaminérgicos ¢ colinérgicos_que_che- ‘ao centro do vémito e zona vestibular. Exer- rier ov enhtima atvidade contra vomi- 10s produzidos por substincias de agio fobt2 ZOD, mas sio eficazes na cinetose e con- tav6mitos causados por substancias que agem Fee ro cstma ‘Podem causar sonolén- the sedagao. Devem ser administrados antes do. inicio da ndtusea (cinetose), pois sua ago antiemé- tia € observada cerca de 2 a 4 horas apss @ ingestio oral. * Doses, prometazina = hes e gatos: 0,2 a 1 mg/kg, VO, SC, 8/8 ou 12/12 horas. = Difenidramina: Caes ¢ gatos 2a 4 me/kg, ‘VO, IM, IV, 8/8 ou 6/6 horas. Bloqueadores Muscarinicos Bloqueiam a via colinérgica aferente do trato {Astimestinal até 0 centro do vomito. Seus efeitos Cobterais (xerostornia, taqulcardia, midriase, > tengo urindria, constipagio, etc.) no indicam 0 Seu uso como antiemético em animals de peave- ‘porte, sendo recomendado outros antiemeticos Imiis eficazes com menos efeitos colaterais Outros dexametasona e outros glicorticoides pos efor antiemeicos, porém os mecanis Os Squnis esse efeito € obtido ainds nfo e}0 idos, Em associagio com # metocloprs: eftito antiemetico é potencalizado, Tom dos em protocolos na quimiotersP!2 fem seres humanos. _creitieas, S20 indleadas principalmente_€m “Gromes de ma absorgio e insuficigneia pancres- Antleméticos de Acdo Periférica ‘Agem perifericamente aliviando a mucosa it- ritada, Seu efeito dura pouco tempo ¢ € apenas ‘um recurso geralmente associado a uma terapia ‘com antiemético de ago central Gelo Picado ou Agua Gelada — Anestesia local tempordria por vasoconstricao. E um recur- 0 utilizado no tratamento de cies com gastrite, substituindo a agua de beber por égua gelada ou ‘com gelo picado. Bebidas Gasosas (Agua Mineral com Gas, Coca-cola, etc.) ~ As bolhias de ar “massageiam” ‘4 mucosa gistrica irritada, trazendo alivio mo- mentineo. Vitamina B, ¢ Citrato de Sédio - Ainda nao ‘esti esclarecido 0 mecanismo de agao antiemé- tico dessas substincias, apenas que parecem atuar perifericamente. A vitamina B, € comumente associada a0 dimenidrato no tratamento de cinetoses. Dicestivos Sio fiirmacos que auxiliam 0 processo de digestio no TGI. Sto utilizados em quadros que se caracterizam por falta de uma ou mais subs- tincias que Funcionam na digestio de alimentos no trato alimentar. Enzimas Pancredticas ou Enzimas Diges- tivas (Pankreoflat®,,; Pankreon®,,) ~ As prepa- fagoes encontradas comercialmente sio obtidas de pinereas de suinos ¢ bovinos, ericas em ami- fase, tipsina ¢ lipase. S20 utlizadas por via ora, devendo-se administrar bloqueadores H, (cime- ‘idina-ranidina, Famotidina) 30- minutos antes das enzimas, para diminuigio da secrecao acida ibara melhorar a eficiéacia das enzimas Grciticas, S20 indicadas principalmente em sia- {ica exGcrina (PE) de cles ¢ gatos. A IPE ger ate nao tem cura ea suplementago com en- ‘imas pancredticas deverd ser mantida pela vida aries Pode-se ulizar a5 apresentagDes em cip- ane 1a 2 edpsulas antes das refeigBes, ou em $5, 1 coher de ch misturada a0 alimento para cada 20 kg de peso vivo. 228 Nonuat de Terapéutkca Velen Enzimas Proteoliticas Extraidas de Frutas «+ Papaina: Extrafda do mamao papaia é usa- ta popularmente como digestivo de alimen- tos protéicos, também é empregada exter- namente (gel a 296) para o tratamento de feridas e processos inflamat6rios. + Bromelina: Extraida do abacaxi, também € uma enzima proteolitica que auxilia 0 processo digestivo. Coleréticos ~ Sao substincias que estimu- lam a secregio da bile importante para a absor- ‘Go de lipideos. Sa0 representacos pelos sais € cidos biliares. Algumas substancias de origem vegetal também possuem efeito colerético, como a cinarina, extraida da alcachofra, ¢ a boldina, do boldo. Colagogos — Estimulam o esvaziamento da vesicula biliar do mesmo modo que a colecisto- quinina. As substincias que possuem este efeito slo: gema de ovo, creme de lete,sulfato de mag- nésio e sorbitol ANmipiarréicos OU CoNsTIPANTES Sio firmacos utilizados no tratamento de dia 1€ias para diminuir 0 nimero de evacuagbes. Para ‘uma terapeutica adequada com antidiaréicos, € importante 0 conhecimento de todos 0s fatores que envolvem a daria, como sua duraci, lcaliza- ‘lo no trato gastrintestinal, mecanismos causado- res (diamréia osmética, secret6ria, por aumento de permeabilidade ou por alteraio de motilidade) e ctiologia (alimentar, infecciosa, parasitiria, induzi- da por drogas ou outras substancias, ete). © uso inadequado dos medicamentos antiiaréicos pode ‘agravar ou prolongar o estado patol6gico. Algu- ‘mas substincias e medicamentas com ago consti- ppante ¢ esto deseritos no quadro 12.1. Opiéides —Sio antidiarréicos antiperistt usados em diarréias acompanhadas de excessivo aumento do peristaltismo intestinal (célicas). Devem ser utilizados com muita cautela por se rem modificadores da motilidade e aio dever ser administrados em pacientes com diarréias in- fecciosas ou parasitirias. O mecanismo de agio consiste na inibicao da liberago de acetilcolina (ACh) com consequente diminuigao da motili dade intestinal. Além disso, atuam diretamente estimulando a absorgio de fluids e eletrolitos QUADRO 12.1 ~ Alguns medicamentos ¢ substanclas com agao constipante Rassias alan “Analgésicos Gnibidores da simese de prostaganiinay, J Antacids (que encerram carbonato de cilia va hhidréxido de alumtnio) + Antidiaréicos + Anti-histaminicos (bloqueadores H efeto nticolinésgico). + Sulfato de bari. + Diuréticos que causam hipocalcemia + Bloqueadores ganglionares. + Metais pesados (especialmente chumbo). + Ferro. + Laxantes (ullzados cronicamente). + Inibidores da MAO. Kelaxantes musculares Opicices. + Fenotiazinas (efeito anticolinérgico). via receptores p-opidceos da mucosa intestinal Podem também estimular receptores j1 centeas, + Elixir paregérico: opiide natural uz do como antidiarréico, mas que pode ca- sar efeitos analgésicos e sedativos em de- ccorréncia da interagto de receptores ji cen trais. Usar com cautela em gatos. Pode dar cor escura as fezes. E administrado por vi oral, 2a 3 vezes ao dia para cies e gatos;e 1 vez a0 dia para bovinos e eqiiinos + Difenoxilato: é um congénere da meper dina com agio constipante. ~ Apresentaclo: Colestase®,,, (associacio difenoxilato 2,5 mg, furazolidona 5,25 mg atropina 1%, pectina 100 mg, silicato de aluminio © magnésio 300 mg; caixas com 12 ou 120 comprimidos, frasco com 60 ml de suspensao). = Doses: Ces: 2,5 mg total ou 0,1 a 0,2 mg/ke de 12/12 ou 8/8 horas, VO; Gatos: 0,6 a 1,2 mg total ou 0,05 8 (I mg/kg, 12/12 ou 8/8 horas, VO. + Loperamida: é um opiGide piperidinico sm {ético com potente ago constipante ~Apresentagio: Imosec®,,, (compriniklos de 2 mg caixa com 12 ou 200). = Doses: ies: 0,08 a 0,1 mg/kg, 8/8 horas, VO. Gatos: 0,08 a 0,1 mg/kg, 12/12 horas. Y° (com cautela), ; Eqdinos: 0,1 a 0,2 mg/kg, 12/12 00 8° horas, Vo. ay Terapéutza do Sistema Digestno 23 ites Anticolinérgicos ~ Inibem a moti- sande enstrintestinal propulsiva e nao-propulsi. ve também inibem a secregio basal medida colinérgico do trato gastrintestinal. Seu uso ra ess finalidade € controverso em virtue das Fingas serem mais associadas & hipomotili de que’ hipermotilidade, Atualmente seu uso é somente recomendado em célica intestinal ou tenesmo acentuado. Nese caso, a droga reco. mendada € diciclomina Bentyl®,,.~ frasco com ‘20 ml, 20 mg/ml) na dose 0,15 mg/kg, 8/8 horas, VO, Outros compostos deste grupo sio a atropi. mea escopolamina, Protetores de Mucosa — Sio representados pals substincias adstringentes e adsorventes. Ads ites: precipitam proteinas das élulas da mucosa gastrintestinal, forman- do uma camada impermeével e protetora a toxinas, bactérias, etc. Sua eficicia € li mitada e discutivel. S40 exemplos de ads- tringentes intestinais, como tanalbina,tana- mina e Acido tanico. + Adso1 sio capazes de proteger a Taucosa irritada por intermédio de suas propriedades adsorventes de gases, ex- sudatos ¢ toxinas. Sua eficacia também limitada e discutivel. + Suspensées de caulim + pectina (Kao- Peciate®,,y; Kaobioticy,): 0 caulim é sili fato de‘aluminio hidratado natural © @ * pectina é uma substincia extrafda da casca de frutas citricas ou bagago de maga. {Subsalicilato de ‘bismuto: além de sua gio protetora da mucosa, 0 subsalicilato de bismuto altera a secregao intestinal, sendo, por isso, largamente utilizado no ttatamento de diarréia secretoria. Possui também agao antiprostaglandina e ¢ sti Ro tratamento das diarréias exsudativas de origem inflamatoria (gastrenterites). A dose recomendada para cies ¢ gatos ¢ 65.285 mg/kg de 6/6 ou 3/3 horas, VO. 2 Carvio ‘é um p6 fino, na cor vio ativa- jrtivo © é into de Preta, inodoro e insipido. O cat 19 possui excelente poder adst e grande utilidade no tratame €mergéncia em envenenamentos por Via Oral. Exemplo: Enterex"y (carvao ative 0 + zeolita + caulim + pectina) Medicagiio Biol6gica -Indicada nos distir- bios intestinais com putrefaglo excessiva, com 2 finalidade de repor a flora normal, Exemplo: Leiba®,,, Floratilt,, Yacult®,,,, probisticos, CatArticos & Laxantes Catiicos so firmacos que auxiliam o trin- sito do contetido intestinal, provocando a defe- cago. Os catirticos podeni fer uma a¢a0 laxativa “eee mais pastosa) ou uma ago purgati- vva (mais intensa ¢ liquida). As indicagdes clini- Gis Hncluem: constipagie, cemosao.de-venn°s a Catirticos Irritantes ou de Contato ~ Inri- tam a mucosa intestinal, estimulando o peristal- tismo ¢ reduzindo a absorgio. O bisacodil € muito Util na constipagio erbnica ou intratavel. * Oleo de ricino += Oleo de semente de linhaga + Fenofialeina + Picossulfol (Gutalax*,,) jisacodil (Dulcolax*y, ~ Drigea de 5 mg ~caixa com 20): cAes:'5 a 20 mg, 1a 2 ve- zes/dia, VO; gatos: 2,5 a5 mg, 1a 2 ve- zes/dia, VO. Catdrticos Osmsticos ou Salinos — Sio pou- co absorvidos, exercendo atividade osmética no Kimen intestinal, retendo 4gua, aumentando o volume e favorecendo o amolecimento da massa fecal, aumentando o peristatismo. # Hidréxido de magnésio (Leite de Mag- nésia®, = Gaes: $11 10 ml, VO, 12/12 ou 24/24 horas. = Gatos: 2.a 6 ml, VO, 12/12 ou 24/24 horas. + Sulfato-de-s6dio (sal de Glawber) ‘Sulfato.de Magnésio (sal Amargo) + Fosfato de S6dio (Fleet-Enema®,,.): bis- naga para uso retal (enema). N30 deve ser administrada em gatos, pois podem desenvolver hiperfosfatemia potencial- ‘mente fatal, Laxantes de Volume ou Formadores de Massa ~ Contém colbides hidrofilicos que ab- sorvem figua e aumentam o volume do bolo fe- eal, elevando © peristalismo. Os principais ‘re- 230 _Atanual de Terapéutca Veterinaria presentantes deste grupo sio fibras, farelos, ve~ ‘getais e frutas que slo excelentes formadores de massa, + Agar-igar (Agarol",.). + Psilium (Metamucil): 1a 2.colheres de sopa, 12/12 ou 24/24 horas, VO. + Metilcelulose: 1a 4 colheres de sopa, 12/12 ou 24/24 horas, VO. + Folhas de sena (Tamarine®,,). Agticares — Agem da mesma forma que os catirticos osméticos e salinos, retém gua por ‘osmose, aumentando o volume amolecime: to fecal, facilitando a evacuacao. A lactulose foi desenvolvida originalmente no tratamento da en- cefalopatia hepatica em virtude da sua capaci- dade de transformar a aménia em um fon nao- absorvivel, aumentando a sua eliminagao, re- duzindo, desta forma, seus niveis circulantes, mas ver cada vez mais sendo usada no trata- mento da constipaglo. £ contra-indicada em pacientes diabéticos ou com intolerincia & I tose, A lactulose € muito efetiva com cisaprida para tratar gatos constipados. * Lactulose Cactulona®,,: xarope frasco com 120 ml). ~ Encefalopatia hepitica: aes: 0,5 ml/kg, 8/8 horas, VO; Gatos: 2,5 a 5 ml/gato, 8/8 horas, VO. ~ Constipacio: Gaes e gatos: 1 mi/4,5 kg 8/8 horas, VO. + Lactose (Lactopurga®,,)s ‘Sorbitol (Minilax®,,.bisnaga para uso retal) Lubrificantes Intestinais — Lubrificam as fezes e a mucosa intestinal, favorecendo a elimi- nagao do bolo fecal sem aumentar o peristatis- ‘mo. O uso prolongado pode resultar em aciimu- lo de dleo em nédulos linfiticos ¢ deficiéncia de vitaminas lipossoliveis. $20 usados por via retal sob a forma de suposit6rios ou enemas ou por via oral (6leos vegetais e minerais). Os enemas ‘com vaselina ou glicerina devem ser utilizados ‘com gua morna em partes iguais 1:1, adminis- trados por sonda via retal com o volume depen- dendo do tamanho do animal (5 a 30 mD. + Vaselina * Glicerina + Oleos Vegetais = Caes de grande a médio porte, 1 a2 co- Iheres de sopa ou cha na alimentacio; = Ces de pequeno ponte © gatos, 1a 2 colheres de ch4 ou café na alimentagac, + Oleos Minerais (Nujol = Caes de grande e médio porte, 1 a 2 co- Iheres de sopa ou chi na alimentacao, ~Caes de pequeno porte € gatos, 1a 2 colheres de cha ou café na alimentaciio, DROGAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO DA GASTRITE, ULCERA GASTRICA OU DUODENAL As principais drogas utilizadas no tratamento das inflamagées ¢ uleeragdes gastroduodenais sio 08 antidcidos ¢ os protetores de mucosa. Existem antidcidos que atuam de forma sistémica, inibi doa sectegio de ‘icido clorfdrico (HCD e outros que neutralizam o dcido presente no estémago. Os protetores de mucosa fixam ou impedem o contato da mucosa gastrica ¢ duodenal com to- xinas, suco gistrico, sais biliares e outras subs- tincias danosas. “ANTIACIDOS A terapia antidcida visa reduzir a quantida- lc-toral=de=teidos=pastricos=dimintfindo agressiiodemucosa, ENTEOPBISGUETITRs da secrestio de HCI existem dois grupos princi- pais: OSMMBIOORESHS. que exercem bloqueio compatitivo reversivel sobre os receptores hi taminérgicosakig ¢ 05 inibidores da bomba de pido que bloquettMa-ReErEEROTEORons hidsopénio-necessériosz=formaCro CoE Pelo seu modo de atuacio, estes tiltimos tem éfeito antiscido mais potente e prolongado Jo Que os inibidores H, Além disso, como 0s ini- bidores H, atuam por bloqueio competitiv, sua eficiéncia depende da concentragio plas mitica e da quantidade de histamina que esti atuando sobre os receptores. De forma geral, os inibidores H, sto drogs seguras ¢ eficientes, Dentre eles, os mais usidos atwalmente sio cimetidina, ranitidina, famoticina € nizatidina. Os inibidores da bomba de pr6t0n> is usados s20 0 omeprazol e o lanzopraz0 0 ‘o omeprazol & uma droga do resins © €a melhor excotha pare 0° pete lens refratirias nas hipenesoea sols secundiris a processos paraneoplicie: cxno mastocitose sistémica decorrente dle maser outs 0 hipergastrinemia secundinia man so, por exemplo, # uma droga segunt rar, yso em cles €, embora faros, existem relatos efeitos colaterais como alteragdes newraley sias ConvulsOe®),reacdes cutaneas esor vo ‘es constipacio. Entre 05 antiscidos que atuam neutralizando oHGl, presente na luz estomacal, também chee aus tiuladores de cido, os mais usados sao es compostos & base is tes compostos geralmente tém menor ato que 0s de atuacao sistémica e sua eficién. ca € stsfat6ria, porém nem sempre sio priti- (05 visto que devem ser administrados a curtos itewalos de tempo (a cada 3 ou 4 horas) ¢, como Soesclusivamente para administragio oral, tém ovbmito como limitag2o a0 seu uso. O bicarbonato de s6dio tem sido abandona- ‘docomo antidcido gastrico em razo de seus efei 1 ssémicos. Omecanismo de atuago, dose, caracterit 3 € efeitos colaterais dos principais antiicidos ‘to resumidos na tabela 12.2. Aclevagao do pH gistrico determinada pe- ‘bsantiécidos resulta secundariamente no aumen- bods niveis séricos de gastrina. Por isso, 0 uso && antécidos em doses ou intervalos de apli So incomretos, e mesmo a interrupeo repentina otatamento, pode induzir uma onda dcica (fei lorebote) e agravar a lesio gistrica. Além disso, "se considerar também que a alcalinizagio (2 &st0mago pode interferir na absor¢iio e bioa- tide de outras drogas pH dependentes usa- oncomitantemente. Protetores pe Mucosa 7 A maioria das drogas tidas como “proteto- (i ucosa”(caoln e pectina, por exe) uitacia duvidosa e utilidade discutivel. {esimula coagulagao local, podendo ser ide hematémese. A pectina, Por Sus ‘a excregao fecal de s6dio, Pp ae 4 hiponatremia e dificultar a hidrat Ke mM compost que precipita '5 do exsudato inflamatério so- mando um revestimento que a Proteinas oriu bre a Gleera, for Protege epg ss2clasto do sucralfato com inibidores H, astante eficiente no tratamento de pacientes com grave ulceracao gastroduodenal © sucralfato nto tem alo antidcida e absor- Ye outras drogas, como a cimetidina, por exer: lo, devendo, por isso, ser fomecido em honk, ios no coincidentes, Por nao ser absorvido o sucralfato no tem feitos sistémicos nem colateras, salvo esporidi- ca coprostase. Atualmente, no Brasil no existe apresenta- sa comercial do sucralfato, mas ele pode ser Preparado, tanto em drigeas como em suspen- Silo, em farmdcias de manipulagio. © bismuto, usualmente na forma de subsa- licilato ou citrato Peptulan®,,), apesar de ter efei- to antiécido menor, por catisa de seu efeito an- tiinflamatério e de diminuigao de nausea e des- conforto, tem sido indicado como adjuvante no tratamento de algumas esofagites e gastrites e na triple terapia para erradicago de helicobacteres O misoprostol (Cytotec®,,\s 12) tem atuagio andloga 3 das prostaglandinas PGE,,induzindo a Formacio de muco e seeregao de bicarbonato, estimulando a replicagio celular da mucosa gis. trica ¢ inibindo a secregio Acida. Seus principai efeitos colaterais sio diarréia autolimitante e, ra- ramente, grave diarréia ¢ dor abdominal. Seu efei- to sobre prostaglandinas induz aborto, 0 que {gerou uso ilegal como abortivo, motivo pelo qual esta droga tivesse sua comercializacio proibida no Brasil. Tanto os antidcidos como os protetores de mucosa nao previnem as lesdes gastroduodenais induzidas pelos antinlamat6rios estersides ou no-esterdides ¢ seu uso com esta finalidade enearece o tratamento sem trazer beneficios a0 pace considerir a manstensi0 hid a, jejum temporirio, manipula- te aa emg da cul prima e con: ee do estresse ambiental 20 paciente, como Tomponentes fundamentais do tratamento das ul- comgoes ¢ inflamagbes do trato gastintestina, er vem ser instituidos em concomitincia com auction prottores de micss trol 234 Manual ce Terapéuica Vetennda Procinénicos Denire as drogas que estimulam a motlidade ‘gastrntestinal tem-se a cisapria, como procinética primaria, e drogas como metoclopramida, eritro- micina e ranitidina ou nizatidina, com diferentes atuagdes, mas, por terem também efeito prociné- tico, podem ser utilizadas com dupla fungio, se- gundo a necessidade do paciente (Tabela 12.3). Cisaprida ‘A cisaprida 6 uma droga do grupo das benzi- ‘damidas, com ago serotoninérgica que atua nos receptores 5-hidroxitriptamina (HT,) dos neu- rOnios colinérgicos, estimulanda a.contsacio da mausculatura lisa gasirintestinalSeu-cfeito-pro- cinético nao € afetado por anticolinérgi ‘A cisaprida no tem efeito antiemético direto como a inetoclopramida, bromoprida ou dom- peridona, porém, como nao atravessa a barreira hematencefilica, nao tem os efeitos antidopa- rminérgicos indesejiveis destas drogas. Além dis- so, tem maior poténcia procinética e atua sobre ‘a musculatura lisa de todo 0 tubo digestério. Visto que a cisaprida atua no esofago (de seres humanos € poreio final em gatos), no festémago ¢ nos intestinos delgado e grosso, seu uso € indicado no tratamento de refluxo gastrocsofiigico ¢ refluxo duodenogastrico, no retardo de esvaziamento gasitico por gastro- paresia, jleo paralitico, pseudo obstrugio in- testinal, constipagio e outros quadros de hipo- tonia da musculatura lisa gastrintestinal. Pode al- temnativamente ser utilizada como antiemético em animais com vomito induzido pela cisplatina, ‘se a ondansetrona ou ginasetrona no estive- rem dispontveis. ‘A posologia usualmente preconizada é 2,5 mg a cada 8 horas para animais com até 4 kg de peso, 5 mg a cada 8 horas para animais ‘que pesem de 4 a 18 kg, € 10 mg para animais ‘com mais de 18 kg. Doses de 0,1 2 0,5 mg/kg 2 {ada 8 ow 12 horas também so adequadas. Do. Ges de 0,52 1 g/kg parecem seguras para o tray fnento de animais com grave constipacio oy sparesia, porém a Seguranga para USO prolon- een ke ada ‘ao foi estabelecida. ‘Como toda droga procinética, seu uso & con tra-indicado em pacientes com obstrucdes meci- nicas e/ou alteragbes anatomicas, o¥ na hipo- ‘motilidade de origem metabélica como a hipo- potassemia. Além disso, como 0 es6fago dos cies € formado apenas por musculatura estrada, pode agravar actimulo de alimento em ces com me. ‘gaes6fago, visto que aumenta o t6mus no esfinc- ter esofigico distal sem aumentar 2 propulsio do contetido esofigico. Na dose terapéutica, os efeitos colateraissio saros, mas podem ocorrer diarréia, flatlenca ¢ sinais de c6licas abdominais. Metoclopramida ‘A metoclopramida também é do grupo dis benzidamidas e seu mecanismo de ago parece ser igual a0 da cisaprida, porém no atua nt motilidade do intestino delgado médio, distal ov lo intestino grosso. Além disso, seu efeito proc nético € restrto a0 esvazi co de uidos e é 4 attopina e seus derivados, i droga aumenta o tOnus ¢ a amplitucle «das contragdes gistricas, relaxa o canal do pile Fo €aumenta a motilidade do intestino deli!9 Proximal favorecendo 0 esvaziamento gésttc® ‘Por isso seu uso ¢ indicado no refluxo gastroes” fagico, na sindrome do vémito bilioso e 90 tardo do esvaziamento gistrico decorrente 4 ee neds gastrintestinal. u efeito procinético € obtido com a mas dosagens antieméticas (0,2 a 0,5 mg/Ks ou 8/8 horas, VO), sendo administrada mets ho" antes das refeigoes, temo MFAvESSa barreira hematencefilic! 'm efeito antidopaminérgico pode desenc:s!” ar alteragBes de comportamento, como dept aio, condutas bizarras, agressividade; gatos P” dem ter atac 4 i ataque de firia, ao em anit eae ria, convulsio em A metoclopramida nto deve ser ust" Animals com obstrugto mecanica ao e327!" 238 _ Manual de Terapéutica Veterndla ‘mento gastrico junto com analgésicos narcoti- cos ou em pacientes epilépticos ou propensos a convulsio. Bromoprida As caracteristicas, mecanismo de atuagio € efeitos colaterais da bromoprida sto semelhan- tes aos da metoclopramida Domperidona Suas caracteristicas, efeito procinético & antiemético sto semelhantes aos da metoclo- pramida, porém é mais potente no bloquci do vomto originade na ona quimiomeccpiors Mopeds eee Ranitidina e Nizatidina Sa0 drogas com ago primdria de bloquea- dores H,. porém, como inibem aacetilcali- esterase, aumentam a quantidade de acctlco- linia disponivel para li res musearinia a 0, ‘Intestinos delgado e grosso. Desta forma, estimu- Jam_a_motilidade gastrintestinal, at 10 “Boece panini © eto procindtico destas drogas ¢ obtido na dose terapéutica usual e € tio potente quanto (© da cisaprida, embora seja esperado bloqueio. pelo uso concomitante de anticolinérgicos. Tanto a ranitidina como a nizatidina tm menor interagio com drogas, toxicidade sistémi- a, inibigio das enzimas microssomais hepsi ‘cas, menor interferéncia na resposta linfocitria € menor efeito androgénico que a cimetidina, ‘Nas doses terapéuticas preconizadas, tanto a ranitidina como a nizatidina sto seguras para uso em cies € gatos. Eritromicina Droga primariamente usida como antibisti- co, tem atuago na musculatura gastrintestinal semelhante A motilina em gatos, ¢ serotoninérgica Cagonista 5-HT,) em ches. Em doses bem mais baixas que as utilizadas como antibiético, estimula complexo migrante © 0 peristaltismo integraclo de forma semelhante & da motilina endégena, favorecendo 0 trinsito sgastintestinal "Ao conttirio da metoclopramida, a eritron cina acelera 0 esvaziamento gistrico de slides, mndo causar alguma forma de ma digestio ¢ Epesar de melhorar 0 esvaziamento, pode agr var os sintomas, ‘Até 0 momento no foram vistas graves inte rages entre drogas nas espécies veterinarias. Difenoxilato, Loperamida e Paregorico Estas drogas sto exemplos de analgésicos opidides com efeito procinético tipicamente so- byre a musculatura do tubo intestinal. Em doses terapéuticas, estimulam as contragbes segmen- tares ritmicas, retardando o trinsito do contetde intestinal, por isso tem sido utilizadas como antidiarréicos. Além disso, estas drogas diminuem a colica, causam analgesia, inibem a secrecio ¢ melhoram a absorgio intestinal de fluidos, alco se € eletrlitos. Suas desvantagens s80 a depressio de sist ma nervoso central e, no caso de enterites gr ves, podem causar megacélon t6xico. Desta for ‘ma, slo contra-indicadas nas diarréias infectivs, visto que 0 aumento do tempo de trnsito fave- fece a atuacio ou penetragio de patégenos € absorgio de substincias téxicas oriundas do in testino lesado (material necrdtico e toxinas bie terianas, por exemplo). Como as alteragdes de motilidade em ger Slo conseqiéncia do processo diarréico mais qv sua causa, a tendéncia atual é a de nio se inte ferir farmacologicamente neste mecanismo € ti: recionar 0 tratamento principalmente para a mogio da causa priméiria e propiciar condiée* ‘timas para a recuperaglo do paciente. Antes de se iniciarterapia procinética, deve S€ sempre considerar 0 riseo que o aumento &! motilidade do tubo digestério pelo uso des!

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