Você está na página 1de 133
O MUNDO DAS ARMAS EM SUAS MAOS eH Manual de Recarga de Municoes Reza amie Nap co > ole el=s =<) ta wer! cera) Le ; x f F diversdo de calibres eee To Eucla ceca no disparo mo reconhecer os sinais de excesso de pressao Tabelas de carga incluindo as recomendadas pela CBC e IMBEL Medigao: dureza Brinell - passo do raiamento + fundo do raiamento de canos Palavras do Autor Muitos anos se passaram desde que nossos trabalhos anteriores foram publicados: A Recarga de Munigées no Brasil (1990) e Conhecendo Melhor a Recarga (1996), amibas atualmente esgotadas.A procura de novos praticantes da recarga por essas edicdes especiais da revista Magnum, nos levaram a preparar esta nova edigdo e assim suprir as necessidades desses novos adeptos, Salvo o langamento de alguns novos equipamentos e de tipos de pélvora e projéteis, ndo ocorreram grandes alteracées no que foi apresentado nessas edig6es especiais. Todavia, intimeros trabalhos Publicados na Revista Magnum apés a edicio especial de 1996, esto sendo aqui incluidos, tornando essa nova edi¢ao mais técnica, completa e atualizada, Pela inexisténcia de alteracdes significativas, alguns textos, desenhos, fotos, processos e equipamentos mostrados nas edicdes anteriores foram aproveitados, mas quando necessirio, atualizados e complementados Alguns dos Leitores das edicdes anteriores irdo notar a auséncia de dois capitulos: Fundicao de Projéteis e'Transformagio de estojos Berdan em Boxer. A explicagdo € simples: com relagao a fundicéo de projéteis, em face da atual facilidade em adquirir projéteis no mercado, ninguém mais (inclusive 0 Autor) efetua fundicdo de projéteis, sempre tediosa e que apresenta riscos de queimaduras e intoxicagdo de chumbo. Por outro lado, a transformagao de estojos Berdan em Boxer praticamente deixou de ser necesséria, jd que todos os estojos oferecidos atualmente pela CBC sao do tipo Boxer: ESPECIAL REVISTA MAGNUM 3 R= Edic&o Especial - Manual de Recarga ‘Ceordermder Terie du Area erecta Palavras do Autor 3 Legislagdo na Recarga 5 Seguranga na Recarga 7 Capitulo 1 - Preparagdodos Estojos 8 Capitulo 2 - Espoletas e Espoletamento 14 Capitulo 3 - Pélvoras 22 Capitulo 4 - Projteis 34 Capitulo 5 - Recarga de Armas Curtas 46 Capitulo 6 - Recarga de Cartuchos de Armas Longas Raiadas 58 depletion Capitulo 7 - Recarga de Armas de Caga 70 OnREsrONDENTES HeERNACIONA Capitulo 8 - Prensas 84 Scorneeer Capitulo 9 - Fatores que Aumentam a Pressio no Disparo 92 yeas rn apna Der Sha Recto: (icbh gunrr Cra defo tes aan cr Aut acr "200 ne a ara de dora de ac "000 (rm pts pe cra caren 10000 (erm expt par ac "0000 ei pees os crs ators pra 2000 (40s mi) es pra arma de aa a 2000 (os mip top de etl decreas S000 (enc mi) amas depths para bos cares ta BP of rads dis eaipes Ge morro ude ou rier utes strove por ee rst S08 EAs stra bes eerste de ro bt. qunds recom mare mata ar ear vee ororo ws urea Pecos ts Sees 1) 0s trades habs apse 20 che + ie eteren aso erie do mate Qu en Suncrests eis no no a et Ro 2) 0% cite ou ers de ro cold et reader em ter rapa qua rem wir Se ‘eo gurdes or mae por eps enor oo). 3) Os maps der cones om is is, eet een rane pr ih rasa re ‘mater som ease) eo a aor ‘9,0 peo dead ab, eS cost con eto ees pan dee Senco SPC 5). i do pas de agua de mater epi ce rete roo SPC report deh so (epetbo ce os oso to pur ome ear ‘prime rameter wa 8) No ca or ares pret no te edo rier 3 esas Noman prosasetoe mara wg {uagapr mitwex anc pres no OS 1 snvematicareltiva s orzaizages potas rie mabowes ‘Aarne pols demo eure atosito o Departamento de Maer! Beco (OMB). ce miners Sao aque de neon ear por so pa le potas mitares pots no RIO sistema elatiasempresas de cure de {0 ego compete go Fnitro xcn combrme a Feta rs 1G 19 ero e198 1) hpss 0 pouaseets 9 Srfe compte do esta isa remetrpreo Departure set ‘i ice (OMB) os pas ae aque ue then So coy 3). © Or cir eta nda do nitro eta ei Rees Mitarer mare re (ove de tac de aque nas re “Sistemi latins outras elas ‘vedaran oe ama eager # aber eto, pea eciar earps de mania ero que aor "ot ego tar et res eo Presercbes diveris 1) Os pms pu mn os capone em neko nr sempre conprte de a Ie tu Se aararo pr sng Se ere: ioe peo deve 20 9 eo 2) As aaiscbes dos equpamertos © migra pra a rears por pre de pest Tica ov pin iepto 3 rea street par 8 cnponerts a ar "io cater sore dso pagar toa 1 Controle dos equipments © materials para re: on "LO trator Mbitado & co dear er nero di a coeur si aaleaso do oor ees apres ene {oma cpa a eeraco de ga a. (bw Raat de ro cane a oma, ce do ches doa sep un casa com name. ‘owes eqspaertos os sre toy 2 eu sa rep. sds ero ter ores 90 SPC regen ou poten on quo wt vend ova perma de equprertn esr deveclo (rears temcamo sucesso ach 4s sree robe na leva eck ar regener equpurrton na rp mae (OM) (ge porecan © reper doe eupameos be cane 3 ‘Senex dnero so’ bcads om etm inono(). "eA ge qu or SFP rer psa rat © con ‘SOME marr OF comin Rm ree qu se abtare | evmcuo di vecarp devo comuniar SosieC rego! ov tpn cqurtans de cupereer e rear au potsrn os gue een 3 sur sm ce Wb Acokara recede Ge sqoparrtr¢ mie res ‘Responsabidadesesances "DA ma crea sere poe Ser en asserts ses woo raw na ai legen onan pert 1 No ¢ pet comers di mn rece requ do ss ceponere 0 ur our Sse (pe no ade taco pe propo eee "Oscars de es ¢empen«presres x lees de tro curses arb repo ‘resp conve eso ede arc os mae ‘Sisters tear Sears rer fxs re stn th macs core es compenetes "a Or carreras ds pours esate tat isis Nemeomitnte sevbross pronto {Sa seguir sgn sm prove no ROS: per norco par sgt do mera recrg pe pra dO un) at ‘tps del a res areas © ra por sera do rater errr coeenae eis sete eles So sat os bres dos penis prereset EA rates pecker mo Sab Neon po operon tom quar rierete rites Je pvr ¢ pom cio de rece Cero tae pr Se pone ire pent sn se ‘kere to SIPC reper coor lepton Pf eto ets Noma crcrase “ike per tou" ka nfoenovete Gaane de bbe gt roca on epee nee on (0rt0e 12089) ESPECIAL REVISTA MAGNUM 5 LEGISLACAO. ‘A Revista Magnum, através de intenso tra- bbaho realzado pelo Eng. Creso Zanotta, nos brinda com uma nova edo relacionada a0 apaivonante tema "Recarga de Munigbes",ca- bbendo-me fazer algumas consideracBes sabre alegsiagto aplcvel a materia ‘Como € de sabenga geral comivemos hi ‘quase 10 anos com uma nova norma que trata, dentre outros assuntos, da posse de armas & ‘munigées a Lei 10826/03,apelidada de estats- t0.do desarmamento, que acompanhado de al- umas normas adminstrativas trouxeram nova oupagem juriica ao tema. Poss bem.a recarga de municBes ativdade lexiremamente reguada, ¢ que s6 & autoriza- da aos portadores de Certficado de Registro, ‘om tal atvidade apostada (ou seja."autoriza- a’), expedido pelos Servicos de Fiscalacio de Produtos Controlados. © Certiicado de Registro é na forma do tanysteno oA ora "Bence eRasuEne conus toc oak siemens Semone feorg ce min ees Se mnt © Sater (© COMANDANTE LOGSICO, nou dae arbuctes sorter oo no oat ag Poa ‘Pot ose mua de 01“ eparvetodo Oxpetamerts (Pear ou are cma de 207 = por repo Daan e Fs Se roator Correos {Dir ee ’A I pba rma epions do cn « 68 aus de manne eres se moo « mn ee (go tan overs poenne rn) See ter sre 0 ep 1 hn ce spies ‘Conadeagh Dennen Denunecho e Stasis (AOLTASEsO}Os FOUORAS PROTOS Townes Be CAA) ‘Cele A PRAADE R105 (Decreto 3665/00), © “documento hibll que autoriza as pessoas fia ou ju- ridicas 4 utlizaglo industrial armazenagem, comércio, exportagio, importacio, transpor. ‘te, manutenelo, recuperacio e manuseio de produtos controlados pelo Exército” (art. 2°, Inciso XL), A pritca de recarga de munigdes sem 0 competente registro implica na pritica de cri- ‘me equiparada 30 porte legal de arma de foo de uso restto, previsto no estatuto do desar. ‘mamento, em seu artigo 16, pardgrafo unico. inso Vi, vejamos: "Art 16, Possuir deter, por tar adic fornece receber: ter em depésito, ‘vansportar, cede, ainda que gratuitamente, lemprestar,remeter, empregar,manter sob sua guard ou ocular arma de fogo,acessrio ou ‘munigio de uso probido ou resto, sem au ‘orizagio e em desacordo com determinagio legal ou reguamentar: 20.7 guna ert de ei eo peri forma regan es sn Sind poe ons cones cpecacnn sane 1m 2n reso ts exo mei ‘sorta clare ogo eeupr mice " Gaeevornncnaioe LCM ‘rSinhoe eho se ote pronase Sen gsc 24 Senoeamoncssonmcacene polsiose eins eda haps coer de ‘moni pci ara sasr eT amr "Spel 42 Pena etic crn retains de Vee wa penitent su toro (rvCen comets concen pe hep ar | seca vo camer epctnso por pe pasos ‘eotacnox rcanTeVi mere tape 3 ‘Coen epee ra eos CAE ‘cies asa verano corac peas pn ctor tg semana Sea i spear tern wm eee ‘Stare de seer 1 pcron Gomcne mec 2 Norman do Cr Ait ringlets Seine na re (epee Eo ‘son Pe Ouarbor Sa) Pena ~ reclusio, de 3 (tes) a6 (sis) anos, muta, Pardgrafo tnico, Nas mesmas penas incorre quem: Vi produtir recarregar ou reccar ser au ‘orizaglo legal. ou adulterar de qualquer forma, rmunigio ou explosive.” esta feta 6 imperioso que 0 desportista interessado em praticar 0 hobby da recarga es: Portiva de munigSes esteja munido da devida sora kp pra no corer prea Doravante © Leitor igualmente encontrard a integra da Portarian® 012 - COLOG, de 26 de agosto de 2009 que taz entre outras defini (Bes, as cietrizes para a aquiicdo de compo- ents para a pitica da recarga de manigdes. Bons tr! Darvel Fazzolar CCoordenador Técnico de Legislagion tr te trem oro ee i -cler nbtnce pope er ee “Geo tgs cm ce pono lO) esate) ‘Spams (er) sane por men ene SB camry vnc pot min piv rans so oc a) gern "squarepants ag db neem eae raped Sonar oa Gece am atee {2 € las ani erat ec cre {3 adc ecb cco xe Se tines ‘ise ogo ste gare 4 se Nas Regina Cree Agu Misi Cer ce onions aseae Toschi Ponte Gunter Sean) Coo iacouhtede Suowares BSoeereree mere eee sense acdsee Pago dnc. regs ee tet tg deed ‘etranecer argu por enc) aes colrme Faber ds Drew s1an0te1 Songs “eae as osrocons AS Seguranga na recarga A maloria das atividades humanas cenvolve uma certa dose de risco, de- finindo-se como Frisco, sua exposi¢ao a uma ou mais condigdes de perigo, isto 6 aquelas com potencial para cau- sar qualquer tipo de dano fsico, mate- Fial ou até mesmo financeiro Aqueles ‘que as pratiquem. Entre essas_ativi- ddades podemos citar 0 trabalho com ferramentas, consertar equipamentos, fem especial elétricos, dingir veiculos ‘ou praticar qualquer tipo de esporte (futebol, natagio, surf, canoagem, ou ‘outros ainda mais arriscados). Como iscos sempre existirio, a fm de evi- tar ou eliminar os danos que possam ser por eles causados, devemos atuar nas condigBes de perigo, implantando medidas de preventivas de segu- ranga. O conjunto dessas medidas, ‘quando corretamente implantadas rigorosamente obedecidas, resultard na reducao ou até mesmo na comple- ta eliminacao de eventuais danos que podem ser causados pelo risco da atividade. No caso da recarga de mu- nigBes, 05 principios mais importantes ‘que permitiao a seguranca da ativ dade e que o produto final (cartucho ‘arregado) possa ser utiizado com se- War war WoRM Weenester Ty 100 | 1 toam | 7-111 : en116 3 enzo | anmi20 Pic _| SP ‘SPM. i TPM SR SAW ik tM ESPECIAL REVISTA MAGNUM 17 canu.o2 poeta Espoletamento carga e comece de novo, de modo a evitar a possivel ocorréncia de excesso de pressio ocasionado pela substituicio das espoletas ‘em uso por outras mais “vivas”. ‘Além das espoletas mostradas no Quadro 2C.existem alguns tipos adicio- mais idnticos aos mostrados, mas com algumas caracteristicas especiais. como (5 destinados a competicdes de tir, fa- bricados com qualidade "Match" e assim identificados, ou para uso em carrega rmentos especticos como aqueles que precisam atender as normas da OTAN (Espoletas CCI tipos 34 — 5.56 x 45 mm e4l ~7.62x51'mm) MONTAGEM DAS ESPOLETAS NO BOLSO DOS ESTOJOS Evidentemente, por serem as. es poletas constituidas por uma mistura inicadora sensivel ao choque, jamais devernos tentar monti-las através de pancadas e sim sempre ultlizando forca continua e progressiva Podemos dividir os diferentes tipos de espoletadores em ‘a) manvais; b) fixos ¢) adaptaveis &s prensas de recarga: dd) jd fornecidos com as prensas de recarga 5 espoletadores manusis sio bas tante priticos e eficientes, pois perm: tem realzar a operagao de colocacio das espoletas em qualquer lugar e hora. Seu maior inconweniente € que depen: dem da forga muscular das maos e con forme formos cansando, a profundidade de colocacdo das espoletas poderd va- rian As fotOs mostram dversos tipos de espoletadores manuais disponiveis no mercado internacional, todos de baixo custo e ficeis de serem operados (fotos 28,29 e 210), Os espoletadores fixos si0_dispont- veis em diversos modelos e alguns mos- trados nas fotos. Sua principal vantagem € que trabalham com fim de curso €, uma. vez regulados. sempre colocam as espoletas na_mesma profundidade (foto 2.11) A RCBS langou no merca- do um sistema de espoletador fixo que trabaha com tiras de plistico onde as espoletas so montadas e server para alimentar 0 equipamento. (oto 2.12) A RCBS vende as espoletas jd montadas nas tiras, mas também oferece um dis positivo que permite a0 usudrio reapro- Veitar e recarregar as tras. (fotos 2.12 e213) Dos espoletadores adaptiveis as prensas, 0 mais conhecido € 0 "ram pr me", com modelos fabricados no Brasi 16 ESPECIAL REVISTA MAGNUM, 2.8 - Espoletadores fatyicados pela Leo: 0 da esquerdia possui Bando para almentacao das espoletas; no da deta, mais simples, as espotetas necessitam Ser colocadas uma a uma; emai, 0 tespoletador tipo “ram prime". 2.9- Espoletador manual fabricado pela cas 2.10 Espoltador da Homady mostrado ‘am operacao. de baixo custo e eficientes. E utilizado ha propria prensa de recarga e se esta tiver fim de curso, a profundidade de colocagdo das espoletas serd sempre a mesma, (fotos 2.14 € 2.15). A Lee ofe rece espoletador "ram prime” de baixo custo denominado “Auto Prime”, que ossui bandeja de abastecimento das tspoletas, (‘primer tray’) tomando sua colocacéo bem mais rapida. (foto 2.16) (© modelo da RCBS que trabalha com tras pstcas também pode ser monta- 4 € operado em prensa {foto 2.17) (© espoletadores que sdo fornecidos fem conjunto com as prensas.variam muito de fabricante para fabricant. Al guns precisam ser abastecidos manual- mente com cada espoleta ¢ outros uti zam um tubo no qual elas sao estocadas Nas prensas que utilzam tubos de ai mentacio, a colocacio das espoletas é feita de maneira bem mais pritica, mas devernos prestar muita atengdo para que 0 tubo nao fique desabastecido e estojos sejam carregados sem espoletas 2.11 - Espoletador fo da ACBS 2.12 ~ Espoltador fo da ROBS alimentado bor ta plistica com espottas. 2.18 ~ 0 equipamento /RCBS) que permite ‘Teaprovetar @realmentar as ftas pasticas {io espotetador 2.14 ~ Espoletador tipo “ram prime” fabricad no Brast 2.15 - Espoletador ‘ram prime" mostrado ‘montado na prensa de ecarga Em prensas progressivas, a coloca¢io das espoletas é normalmente realizada simultaneamente com outra, em geral a de calibracao interna, ‘A utlizacao do tubo para aimentac3o das espoletas exige 0 auxlio de uma bandeja especifica (‘primer tray”) na qual as espoletas sio colocadas a grane! e quando adequadamente agitadas com a bandeja apoiada sobre uma superficie plana, em fun¢ao dos circulos concéntr Cos nelas existentes e por terem as es- Poletas a face superior arredondada e a 2.16 - Espoletador “ram prime" da Lee com bbandlia de almentacto Ge espoetas (Auto Prime. inferior em canto vivo, so todas viradas de boca para cima. Se desejarmos en- cher o tubo de alimentacao, serd neces. sério colocar as espoletas de boca para baixo 0 que pode ser facimente reali- zado colocando-se a tampa da bandeja, 2.17 A cabega do espoletadr ROBS de ‘ta que permite a uttzacdo do proceso em prensa normal de recarga. 2.18 - Prensa CBS tipo °O" equipada com {tubo de almentagao de espotetas. CAPITULO 2 - Epoletase Espoletamento @ virando-se © conjunto. Retirando-se © fundo da bandeja, todas as espoletas estardo com a boca para baixo, posicdo correta para alimentar © tubo (fotos 2.19,2.20e 221). ‘Com excecio dos espoletadores ma- ‘uals da Lee, que utilizar shell holders’ (pecas que’ seguram os estojos nos equipamentos) especificos, todos os ‘outros utiizam os mesmos empregados nas operagbes normais de recarga. (foto 222) ‘TECNICA DE COLOCAGAO Um detalhe pouco conhecido dos praticantes da recarga: quando da fabri acto das espoletas, 0 vértice da bigor ra das espoletas Boxer fica posicionado afastado da mistura iniciadora aumen tando a seguranga tanto no préprio processo de fabricago como no seu armazenamento e transporte. Ao efetu armos sua montage no bolso, como 2 base da bigomna estard firmemente apoiada no fundo do bolso, ela serd fempurrada até encostarse 4 mistura garantindo a correta detonacio da es- oleta. (figura 2.23) Para que isso ocor a, as espoletas necessitam ser alojadas fem profundidade correta, a qual pode ser definida como aquela em que sua face externa fica entre 0,076 mm (.003") e 0,203mm (.008”) abaixo da superficie da base do estojo. Essa profundidade pode ser regulada 2.19 A esquerd, bandela de espotetas Corimer tray?) mostrado com as espoletas todas f wradas de boca para cima. 2.20-A direta, as espoletas mostrades de ‘boca para bao na tampa da banda 2.21 ~ Almentandl o tubo de esploetas. ESPECIAL REVISTA MAGNUM 19 CAPITULO 2 - Espoletas ¢ Espoletamento 2.22 Jogos de “shel holders” da Lee. A ‘catka verde contém tipos universis para {iso em qualquer prensa e a vermal, tos fexclustos para os espoletadores maruas ‘da empresa, com 0 auxlio de um paquimetro digital (foto 224) ou, como 0 fazem os prat antes jd tarimbados na recarga: ajus- tam a profundidade correta de colocacao da espoleta, utilizando ‘como gabarito de regulagem um cartucho original de fabrica, no qual ela estara certamente corre- tamente colocada. & também pratica ‘comum e recomendada, passar a ponta do dedo sobre todas as espoletas apés sua colocagao, pois qualquer anormali- dade no seu posicionamento serd faci mente notada, Se a espoleta for colocada mais pro- fundamente do que © correto, a bigorna Dada a extrema sensibiidade das es poletas o chogues, calor, fra, foscas @ eletrcidade estética, sua estocagem €e manuseio exigem cuidados especais para evitar acidentes os quais, em funcdo do miimero de espoletas envolides, po- cdem ser muito graves.A SAAMI (Sporting Arms. and Ammunition Manufacturers Institute, Inc) dos EUA, publicou uma re- comendagdo sobre transporte, manuseio estacagem de espoletas a qual, no que dz respeito a0s praticantes da recargo, ppode ser resumida nes seguintes pontos principais: Estocagem 4) 0 estoque méximo a ser mantido fem residéncias & de 10.000 unidodes, sempre acondicionadas em suas embalo- gens origina e estas em caixa de pds o, madeira ou material similar que possa ser adequadamente vedoda e na qual sejam colocados pequenos sacos de sca ge! para melhor protegé-las da umidade. Estocéas em local onde ndo haja calor lexcessivo, chama, aquecedores de qual quer espéce, equipamentos: mecdnicos tu elétrcos em funcionamento, ou expo- ‘GG a0s raios solares; b) ndo estocd-las 20 ESPECIAL REVISTA MAGNUM serd demasiadamente forcada contra a rmistura € poderio ocorrer negas. Por ‘outro lado, se estiverem acima da face da base dos estojos,trés problemas po derio ocorrer: a) a pancada do percus sor ird empurrar a espoleta para dentro do _bolso, amortecendo e perdendo parte de sua energia com consequente possiblidade de ocorrer uma nega: b) Gificuldade ou até travamento da ro tagdo do tambor de um revélver e ¢) disparo prematuro de um cartucho em armas semi ou totalmente automaticas, fem especial naquelas que possuem per ccussor fixo. Esta titima hipotese ¢ extre ‘mamente grave, pois como 0 cartucho do estaré completamente inserido na camara, haverd ruptura do estojo e capamento de gases 0s quais poderao danificar a arma ou causar sérios fer: ‘mentos ao Atirador ou espectadores. —— 2.29 - Desanho mostrando as espoletas Boxer tal como sdo fabrcadas e apo rmontagem ro bolo dos estos. Sete eta: ‘na mesma drea onde existam solventes, {gases inflamdveis, combustiveis e polo: 10; €) as dreas de estocagem devem ser ‘mantidas sempre limpas, sendo nelas ter ‘minantemente proibido furiar. E muito importante lembrar que as espo- letas devem ser estocadas em suas ‘embalagens originais. Noo wonsfro espoletas para qualquer outro tipo de ‘embalagem como sacos plésticos,fiascos. de vido, pléstico ou metal. A estocagem de espoletas a granel sem a protesao de suas embolagens ongnais & extrema ‘mente perigosa pois a detonagdo de uma provocard 0 detonagdo em cadeia de todas as outras que estiverem em contato com ela Manuseio 4) 0 manuseio deve ser feto com 0 ‘méximo cuidado, evtando qualquer tipo de choque, queda ou aperto excessive: b) « utizagto de alimentadores nos quais ‘as espoletas fiquem em contato entre si deve ser realizada com extremo cuido do. Quolquer falha na alimentagao deve ser Corrgida com extrema cautela, sem usar qualquer tipo de ferramenta, sacu «ir ou dar pancadas no equipamento; €) 2.24 - Medindo a profundidade de Colocando da espoteta no bose. Na foto, om 0:18 mm de profuncidade, cuidados devem ser tomados para evi- tar a eletrcidade estética e, se possivel (0 equipamentos devem ser aterrados: 4) a crea e equipamentos devem ser mantides sempre. limpos.. Mindsculas prticulas da mistura iniciadora podem desprenderse das espoletas durante seu manuseio, em especial nas bandejas, tubos ou gavetas dos espoletadores € 0 caciimulo desse "po", pode explodir. Lave- 0s periodicamente ‘com dgua e sabdo, Toda a drea de recarga deve ser mantida limpa utiizando uma esponja umedecida com dua; e) mantenha no maximo 100 espoletas na drea de trabalho e retorne imediatamente para a embolagem origi nal aquelas porventura nao utiizadas; f) espoletas acidentalmente derubadas no cho devem ser imediatamente locoliza- das e recolhides.Pisar em uma espoleta poderé detond-la; g) espoletas. umidas ‘y mesmo molhades so perigosos, pois {9 secar readquirem sua total poténcia hh) utilize éculos de seguranca quando ‘monusear espoletas i) Se for necesscrio inutiizar espoletas que ndo tenhiam sido detonada, coloque-as em um frasco com leo e, quando cheios, enterre-os, Lem bre-se: a mistura iniciadora € um explosive. FLIR SERIE-H e Guardsman ee ee ak) ee ed fumaca, poeira e folhagens. ra hrs) Pa) CL or Cet UE Mel: mlm) vale mais que mil lanternas! h Oe el ere) dae Oey Pare Cee) SFLIR CAPITULO Pdlvoras Os explosives, independentemente de estarem ou nfo confinados, deto- 1am em velocidades de quema muito alta, causando muito calor pressio e ge rando ondas de choque de alto poder destrutivo. As pélvoras sio consideradas pro- elentes. Quando confinadas — como ‘orre dentro de um cartucho de mu: nigdo e estes por sua vez dentro da ca mara da arma ~ elas também detonam, mas com velocidade de queima muito inferior a dos explosivos ¢, quando no. confinadas, simplesmente queimam como qualquer outro mate: ral combustivel 22 ESPECIAL REVISTA MAGNUM TIPOS DE POLVORAS Pélvora negra ‘A pélvora negra é conhecida na Eu ropa desde o século XVIlle foi utiizada tanto nas armas de fogo de antecarga como nas de retrocarga até o advent das modernas pélvoras quimicas (sem fumaca). Atualmente, seu u: tito a fabricagao de fogos de ar fou por saudosistas que ainda gos de atirar com armas antigas e réplicas modernas de antecarga, ou até mesmo algumas de retrocarga ‘A polvora negra & composta de uma rmistura — sem Teaco quimica ~ entre nitrato de potissio, enxofre e carvao, todos finamente moidos. Embora a composigio possa variar, aquela préxi- ma de 75% de nitrato de potdssio, 15% de carvio e 10% de enxofre é a mais utiizada, Com a evolucio tecnolégica, foi pos- sivel se obter pélvora negra no mais sob a forma de pds misturados, mas por ‘bolos” prensados e posteriormente uebrados e passados por peneiras de classificagdo por tamanhho. Veja no Qua dro 3A suas especificacées e recomen aces de utlizacio. Sem outra opedo, as pélvoras negras foram amplamente utlizadas, mas apre Peneira Designagdo Uso jaa [sain 0.0689" | 00582" Fo 0.0889" | 0.0882" | tes de rade care Wi (0.0882" | 0.0376" | ios de pequano cle pistols 1148 mm_| 0.955:mm | degrade clive = ‘00876 | 00170" | Pistols de pequeno calbre e cages 10.955 mm | 043 mm_| lees pra eepingerdas ‘owe | opi FFF Pe] ATT" | cargas de gicdo em owidos de pedemaras sentavam diversos problemas: 1a) sio higroscopicas © instéveis ex sindo cuidados especiis para seu ma- muses, transporte e estocagem. Muitos devem se lembrar da regra do tempo do ceste norte-amencano Keep your powder dry” (mantenha sua pokora seca) b) sua queima deixa grande quantida- de de residuo sdlido no ano (cerca de 50% do eu peso original). No tempo da antecarga, era necessino limpar 0 cano apés cada tio ou nao seria possivel inserir novo projétil para um segundo Gsparo.A retirada de todos 0: residuos da pohora precenva e anda precisa ser feta com gua (de preferénca morna) © sabio, pois Os solvents usuas de impe- 2a de armas nio o: dssohem: 1) a limpeza xs armas também & fundamental, pois 0 nitrato de potassio & higroscdpico e, se no retrado, causa 4) 2 capacidade para impulsionar os projéteis era limtada e, como nao Se oda impel-ios a altas velocidades a fim de se obter boa energia de impacto, era necessério 0 uso cares de grande Gimetro (44, 45 ou maiores) © assim Ber utilizar projéteis pesados; (foto ) @) a queima da pélvora negra tam bém di ongem a grande quantidade de fumaca,atrapahando a vs do atrador anil = 2 to ms cages Siccenenm see erpete Pee eam Sie ners Fei i fi ices kes, 0 i €, além disso, denunciando sua posi¢do para o inimigo. Polvoras quimicas ‘As pélvoras quimicas sio_ também cconhecidas como "sem furmaca’” embo- ra, na realidade, ainda gerem pequena quantidade de fumaca quando deto- nadas. Como © prépno nome o indica, esas palvoras sdo obtidas por reacoes quimicas e nao pela simples mistura de omponentes e podem ser divididas em dois grupos: * de base simples (BS) + de base dupa (BD): assim conhecidos pela utilzaclo de um ou dois componentes basicos em sua fabricacao. ‘As pélvoras de base simples (o- ram deservolvidas por volta de 1884 por um quimico francés chamado Vielle, permitindo que o exército francés fosse © primero do mundo a utilizar pélvora de base simples em suas municdes. Es sas pélvoras,si0 0 resultado da aco do Acido nitrico sobre a celulose (algodio), proceso conhecido por nitragdo, dan- cdo origem a um produto conhecido por ritrocelulose, que possui as necessérias ‘aracteristicas de um propelente. ‘As pélvoras de base dupla, de serwolvidas em 1887 por Alfred Nobel, além da nitrocelulose utiizam como se- gundo componente nitrogicerina, esta conhecida_por todos como um alto ‘explosivo, Todavia, ao ser misturada com CAPITULO 3 - Pévoras a ritrocelulose ela se estabiiza e passa a ser um propelente. Esse processo de establizagao da nitrogicerina é tam bbém utlizado na fabricacdo da dinami: te quando 0 produto é misturado com terra de kieselgur ou outros e somente ird explodir com a ajuda de um detona- dor (espoleta). ‘As diferencas bésicas entre as péivo- ras de base simples ¢ dupla, podem ser resumidas nos seguintes tépicos: a) temperatura de queima ~ as ppélvoras de base simples queimam em temperaturas inferiores Aquelas das de base dupla, causando menor erosio nos ‘anos. Em armas de caca, defesa. tio e5- portivo, ete. em face da baixa cadéncia de disparos, a utiizacio de pélwora de bbase dupla nao causara maiores proble- ‘mas, mas o emprego desse tipo de pdt vora para uso militar em armas de tiro automiético (rajada), totalmente desa- conselhado, pois 0s canos serio erod- dos e destruidos com pouco tempo de 50. (ot0 3.2) 'b) energia — define-se como poten. cial aparente de uma pélvora, sua quan- tidade de energia por unidade de peso. Esse valor é habitualmente expresso em {Vkg (ule por quilograma) ou cal/g(calo- ria por grama).A existéncia da nitrogice rina na pélvora de base dupla he garan te um potencial aparente superior a0 da bbase simples. Do exposto, uma mesma quantidade (em peso) de uma pélvora de base dupla gerara mais energia do ue a mesma quantidade (em peso) da de base simples. Essa caracterstica &bas- tante utilizada no carregamento de car tuchos com altas velocidades (specif cadas pelas normas). mas com pequeno volume de estojo, Exempla tipicos s30 (0.9 mm Luger.0..38 Super.a carabina 30 MI @ muitos dos cartuchos denomina- dos Magnum (foto 33) ¢) sensibilidade 4 variacio de temperatura = de um modo geral, (© aumento da temperatura aumenta a velocidade e pressio dos cartuchos e,a diminuigdo, as reduz, Como as pélvoras de base simples sio menos sensiveis ‘3.2 ~ Cano de metrathadora cortado longtudinaimente mostrando a erosdo ocorrida apés ‘3.000 atspares. ESPECIAL REVISTA MAGNUM 23 CAPITULO 3 -Paboras —_ a 3.3 ~ Cartuchos que exigem a utitzacao de palvora de base dupla. Ba esquerca para a Giro: S0MT, 9 mm Luger e 38 Super a variagbes de temperatura, elas so as. recomendadas para utiizacdo em dreas, ‘muito quentes ou frias, pois apresenta- ro menores variagdes de velocidade e ppressio quando comparadas com aque. las nas quais as munigOes foram carrega- das, em geral a 25°C. das fabricas e salas, de recarga d) resisténcia a umidade - as de base dupla so mais resistentes do que as de base simples. €) facilidade de iniciagao - as de base dupla slo mais féceis de iniciar do {que as de base simples {) densidade gravimétrica ~ esse parémetro, normalmente definido em. a/|(grama por litro) indica a quantidade ‘em peso de uma pdlvora que pode ser colocada ern uma mesma unidade de volume. uma caracteristica especifica de cada pélvora “e,em geral, as de base cdupla possuem densidade maior do que as base simples. A escolha de uma pol vora de baixa’ densidade gravimétrica pode representar economia na recarga. No Quadro 3B, mostramas que com 51,5 “grains” da'pélvora BS IMR 4895, {oi_possivel obter a mesma velocidade ‘na boca do que 61,0 "grains” de pélvo- ra BD Hodgdon H-450, Levando-se em Conta que 0 custo da pélvora de base dupla é maior do que a de base simples, pode-se avaiar a economia obtida, em ‘especial se as quantidades de municées, a serem recarregadas for grande. Existem no mercado pélvoras de base dupla denominadas esferoidais ~ lamentavelmente nao fabricadas em ‘Calibre 30-06, carregado com projet ‘Encamisado de Porta Oea com "150 "gains" de peso Péivora | Quantidage | Volocidade na ipo) | “Carns” | “boca isis) Hodgdon H-a60 | 610 2058, wrens [515 Eo ‘24 ESPECIAL REVISTA MAGNUM ‘nosso pals ~ e que apresentam as van- tagens de alta densidade, baixa erosio dos canos e faciidade de serem medi- ddas em dosadores volumétricos. ‘Atualmente esta em desenvolvimento um novo tipo de pélvora quimica — base tripla — na qual além dos componentes jd ctados € adicionado nitroguanidina Em fungdo do seu alto custo ainda ndo é utiizada no carregamento de municées para armas leves, Queima das pélvoras quimicas ‘A queima das polvoras quimicas se processa da superficie para o interior dos gras facl concluirque quanto maior for a superficie do grao, maior sera sua velocidade inicial de queima e, também, que essa velocidade ira diminuir'em funcio da reducao da referida superficie ocasionada pela prépria combustao. (O controle da velocidade de queima do propelente & fundamental para seu correto desempenho e pode ser rea- lizado de diferentes maneiras entre as quais citamos: 1a) tamanho ou formato do grao Variando 0 formato do grao (esfera, disco, disco_prensado, limina, clindro, etc.) bem como suas dimens6es, pode- remos obter maior ou menor superf- cie de queima e, consequentemente, da propria velocidade. Um artifcio para controlar a veloci- dade de queima de grdos de pélvora cilindricos,. frequentemente _adotados no carregamento de cartuchos com grande quantidade de pélvora (fuzis) utiizar um furo longitudinal no gréo {(pétvora mono-perfurada). Em virtude desse furo,a superficie inicial exposta & ueima é maior gerando também maior Yelocidade inicial de queima. E interes. sante notar que, enquanto a superficie externa do gréo diminui com a queima, reduzindo a velocidade, a interna do furo cresce e a aumenta. Com esse ar- tificio & possivel melhor controlar a ve locidade de queima do propelente. As pdlvoras destinadas a calibres maiores =.50, 20mm, 30mm etc.-costumam utili- zar gros clindricos com maior nimero de furos longitudinais (foto 34) 'b) tratamento da superficie dos s Produtos conhecidos como retardan- tes Ginitrotolueno ou dietidifenldiu- reia), quando aplicados a superficie dos gros de palvora. ajudam a controlar sua velocidade de queima, €) porosidade dos graos G controle da porosidade dos gros também pode ser utilizado no controle da velocidade de queima, pois quanto ‘mais poroso for 0 gro, maior serd sua superficie de queima 3.4 ~ Gros de pdvora do to ciincrico eptaperturade. 4d) adigao de grafite em po E comum adicionar grafite em pé aos gros de pélvora com duplo objetivo: faclitar seu escoamento nos dosadores (grafite é lubrificante) e eliminar a eletri- Cidade estatica (grafite é isolante). PROCESSO DE FABRICAGAO DAS POLVORAS QUIMICAS © processo de fabricacio envolve a reagio quimica entre os dois compo- nentes € a adiglo de outros com fins especiicos tal Como solventes,estabil- zadores,(difenilamina), supressores de chama (“flash”) (suifato de potissio) outros. A massa é preparada em mis- ‘uradores abertos semelhantes aqueles Utlizados no processamento de massas de borracha e, quando pronta, € colo- cada em uma extrusora equipada com fieira de furos miltiplos e espectficos para cada tipo de polvora, dea saindo Sob a forma de fos que so por sua ver resfrados e cortados no tamanho desejado. Processos mais modernos jd utlizam extrusoras nas quais a mistura e€ adigio dos componentes é feta au- tomatica e sequencialmente, tornando © produto final mas uniforme. (ot03:5) 3.5 ~ Modema exrusora para a fabricaeao ‘de polvora de base simples. Operagdes de acabamento ~ em geral or tamboreamento - sao também re- alizadas com 0 objetivo de aplicar aos gros de pélvora coberturas destinadas, a controlar sua velocidade de queima e de grafite (© desenvolvimento e controle da fabricagdo de pélvoras quimicas é feito em laboratérios alisticos_modernos muito bem equipados. Um dos equi- amentos mais importantes do labo- FatGrio € a chamada bomba balistica, (foto 36) na qual quando se queimam amosiras de pdlvoras sob condicées igorosamente. controladas, € possivel medi diversos dos seus parametros,en- tre eles quantidade de energia liberada, velocidade de queima, pressio gerada © outros. Microscépios especiais permi- tem a observacdo da qualidade da celu- lose, (foto 3.7) micrétomos permitem cortar os grids das pélvoras para tam- bém poder examiné-os ampliados em rmicroscépios(fotos 38) e, além da celu- lose, todas as matérias primas sio exa- rminadas e avaliadas em cromatégrafos a is e liquido(foto 39). Um laboratéro uimico totalmente equipado também 6 fundamental no controle da qualidade das pdlvoras. ‘Além do controle laboratorial qui- ico € fisico, todos os lotes de pélvora Slo testados em laboratérios balisticos Nos quais cartuchos serdo carregados e atirados para avaliar se seu desempe. CAPITULO 3 - Pélvoras: 3.7 ~ Mcroscdpio a0 qual esté acoplado um monitor de TV (padendo-se acoplar, so ineoessaro, maquina fotografia) e uttzado no exame @ andlve da nitraceluose & dos Graos 0 patra hho balistico, tal como velocidade a dis- ‘ancias padronizadas, agrupamento dos disparos, pressio do dsparo e outros, estio dentro. das especificagées das normas SAAMI, CIR OTAN ou outras. DETERMINACAO DA PRESSAO SPAROS A determinacio da pressio nos dis- paros ¢ realzada utiizando uma estativa balistica, equipamento no qual podem ser montados provetes (foto 3.10) para diferentes calibres, sistemas de disparo, trancamento, ajuste de pontaria e, tam: bém, de avaliagdo da pressio gerada ‘Até pouco tempo, a avaliagdo da pres: so era feita pela compressio de um 3.8 ~ Mecrétomo para efetuar cotes em ‘rdos de patvora a fn de permit sua Ima avatacao ao meroscopo e, a crea, ‘ equipamenio que fabrica as facas de voro para o corte dos graos. pequeno cilindro de cobre (‘copper rusher"), previamente calibrado pelo fabricante e fornecido acompanhado da respectiva curva pressao/deformacao. Medindo-se com preciso a deforma- ‘do causada pelo disparo no cilindro e entrando com esse valor na curva de albragao fornecida, pode-se determi ‘nar qual a pressio que a causou. (foto 3.11), Embora os valores obtidos sejam confidveis, eles eram sempre expressos ‘em unidades de pressio de cobre ("co- per units of pressure, ou abreviada- ‘mente, CUP), compardveis entre si mas ino com outros processos de medio expressos em unidades de pressio ‘como psi (“pounds per square inch’ ~ libras por polegada quadrada ~ Ibn’), kglem? e outras. Para calibres de espir gardas nas quais a pressio é bem menor, Utilzam-se clindros de chumbo menos 3.9 Dais cromatégrafos para analse de Imatérias primas. O da esquerda 6 d0 tipo & 945 6, 0 da dreta, do tpo lq. ESPECIAL REVISTA MAGNUM 25 CAPITULO 3 - Péhoras 3.10 Estatva para controle das munigdes, ‘Bodendo-se observar 0 provote, os sistemas {e trancamento e dsparo eo de medipa0 do ‘pico de pressdo com “copper crusher" resistentes (“Lead units of pressure’ ou LUP), Outro grande inconveniente do processo, € que a pressio medida re presenta somente a maxima ocorrida, denominada pico de pressdo. (figura 3.11 e foto 3.12) Com o desenvohimento da eletré- nica foi possivel desenvolver um novo equipamento de medigdo da pressio baseado em transdutores, equipamen: tos que jd eram conhecidos, mas que por falta de tecnologia e equipamentos ndo podiam ser utiizados. O principio Patan de Reuse: cooper ovate 3.11 - Corte esquemético do sistema de, ‘medigao de pressao por ‘copper crusher”. 26 ESPECIAL REVISTA MAGNUM do transdutor basela-se na proprieda- cde que alguns elementos possuem: um ‘cubo de quartzo, por exemplo, quando submetido a uma presso em duas faces ‘opostas, gera uma corrente elétrica nas 8.12 - Estos cujapressdo no aisparo fo! ‘fetuada peo sistema “copper crusher, ‘podondo-se observa @ rata 0 esto do 9 InmLuge.0 “copper crusher” nee dsparado ® comprimide e, a0 ad, um outro novo. (ho utitzado). coutras faces, proporcional a pressio a {ue foi submetido, (foto 3.13) Lamen- tavelmente, a corrente gerada é muito Pequena e'ndo existiam equipamentos para pudessem medi-la,o que somente foi possivel com a evolugdo da eletréni: ca. Como a corrente elétrica 6 gerada e medida durante todo o processo do disparo, foi possivel obter seus valores a0 longo do deslocamento do. projéti dentro do cano fornecendo, assim, sub- sidios técnicos muito melhores do que lum simples valor do pico da pressio. Transferindo 0s valores assim obtidos para um osciloscépio, foi possivel obter a representacio grafica do fenémeno. (foto 3.14) (Um fato interessante ocorreu. Os cro négrafos para medisio da velocidade dos projéteis eram equipamentos caros € de dificil operacio, mas com 0 desen volvimento da eletrdnica passaram a ser disponiveis para os Atiradores (hoje um Smite eer 8.19.- Corte esquemétco do sistema de imedigao de presso por transdutor Chrony pode ser adquirido por cerca de US$ 100,00) e tao logo comecaram a ser utiizados nos EUA, os usuarios descobriram que as velocidades dos projéte's de revélver especifiadas nos Catdlogos dos fabricantes, era maior do ‘onpaenisearcn 3.14 ~ Cumas ticas de press x tempo que aquela que seus crondgrafos me- diam, Um estudo do problema mostrou que os provetes de teste utlizados pe los fabricantes em suas estativas, eram totalmente fechados enquanto que os revolveres possuem uma folga ("gap") entre tambor e cano, por onde cor re escapamento de gis e queda da pressio que impulsiona os projéteis. A partir dessa constatagdo, os fabricantes ppassaram a utilizar, para a especificagio das velocidades de projéteis de revel- ver, provetes fabricados com 0 mesmo ‘gap neles existentes, de modo que as velocidades dos catélogos e as medidas pelos usudrios em seus crondgrafos pas- Saram a ser coincidentes. Esses provetes e suas velocidades so sempre identif- cados nos catdlogos pela letra "V" (pro- vetes ventiladas). (foto 3.15) 3.15 - Provetes para testes em estatva. O {a airata 6 0 normal fechado para pstolas © fils @ 0 da esquerda do to ventiado para revoveres. © QUE ACONTECE NO DISPARO DE UMA ARMA A queima de uma pélvora confinada 6 progressiva e gera uma grande quan- tidade de gases em volume muito supe- rior Aquele ocupado pelos sdidos que 0s geraram, Esse volume, por sua vez, {Bera enormes presses que causariam a destruigao da arma nio fosse pelo des- locamento do projéti Todos os Atirado- res sabem que disparo em arma com © cano obstruido causa sua destruicdo, (foto 3.16) 'Na figura (3.17) pode-se observar 0 ‘que ocorre durante o disparo de uma arma, nela representada por um cano de pistola calibre 45 Auto com 5” de comprimento, mostrado no desenho superior sem que o disparo tenha ocor rido. No segundo desenho, © disparo jf f0i realizado e como a queima da pélvora é progressiva, a pressio come- ga a aumentar e a desiocar 0 projétil nele_mostrgdo exatamente na boca do estojo. E importante observar ‘que o volume interno confinado pelo estojo e a base do projétil, aumentou bastante. No tercero. com 0 maior desiocamento do projeti esse volume aumentou ainda mais. Esse aumento, obriga a que os gases se dis- tendam para, obrigatoriamente, ocupar todo 0 volume em que estio confina- dos. Sempre que um gis se distende, sua pressio abaixa. Essa lei da fisica pode ser facilmente entendida se ima- ginarmos dois reservatérios, cada um Com o volume de I tro € lgados entre Si por uma torneira fechada. Um deles ‘est cheio de um gas a 100 lbipoF (ps) €.0 outro vazio, Ao abrirmos a torneira de comunicacio, 0 gés do reservatério cheio ird se distender para encher 0 ou- ‘ro reservatério e, a0 final, teremos dois litros de gés a uma pressio de 5O Ib po? (50 psi) ou seja, 0 volume de gas 4 8.17 O que acontece no disparo. CAPITULO 3 Potvoras “Sequéncia de destocarnento de um projéti no cano de uma arma. Em A.0 cartucho ainda 'no fo! detonad; em B a detonacto ji ocorreu @ o proéti desengastou-se do estojo; am C © projet a esta na metade seu traeto dentro do cano e em D, pastes a sa totaimente do ung do destocamento do proj. dobrou e sua pressio caiu pela metade (gis perfeito). Esse fendmeno mantém a pressio dentro dos limites para o qual a arma foi projetada ‘A.queima da pélvora atinge um lim te maximo conhecido como pico de Pressio, a partir do qual, mesmo com dlvora ainda queimando seu valor vai decrescendo (veja foto 3.14). Na posigao rmostrada na figura 3.17,0 projétilestd na boca do cano €, quando dele sara pres- fo voltard a atmosférica normal 3.16 ~ Cano de raolver destrudo por cisparo sobre prot que hava ficado nee retido em ‘isparo anterior, efetuado com cartucho sem potvora. Observe que a energia da espoteta foi ‘sufeiente para desiocaro prot até 0 met do cano. fe em B,C 2 0,0 substancial aumento do volume de cortinamento a poWora em ‘Observando os desenhos,é facil con cuir que para a pélvora ter maximo aproveitamento, ela precisa queimar to- talmente até a boca do cano. Pélvora queimando apds a saida do projétil do Cano, $6 irdcriar a inconveniente chama na boca (sopro), mas ndo mais impulsio- nard o projéti. Essa observagdo nos leva {a uma simples conclusio: eanos cur. tos exigem pélvoras de queima rapida e canos longos pélvoras de queima mais lenta. A unica exce- ‘$40 a essa regra, do as armas lon- as de cano liso,nas quais a inexis- téncia de raiamento (e do atrito) permite 0 répido descolamento dos projéteis (singular ou bagos de chumbo) e nelas as pélvoras recomendadas sio as de queima rapida. Da mesma maneira pode-se concluir {que,em virtude de sua maior inércia, um projétil pesado ird se deslocar mais ien- tamente no cano e, consequentemente, ‘© aumento do volume confinado tam 'bém ird aumentar mais lentamente, ca sionando elevacdo da pressio. Esse fato nos alerta de que ndo é possivel, sem aque haja ocorréncia de aumento inde- sejado de pressio, obter com um pro- iéti pesado a velocidade que se pode ‘bter com outro mais leve, ou sea, 0 ESPECIAL REVISTA MAGNUM 27 CAPITULO 3 - Poheras mudarmos para um projétil mais pesa- do, devemos reduzir a carga de pélvo- ra utiizada no projétil mais leve e no aumenté-la, como muitos achariam ser a solusdo correta, ‘A escolha do propelente corre- to é uma tarefa que deve ser de- legada aqueles que dispdem dos equipamentos necessarios para pesquisar sua utilizacdo, em espe- cial na determinacao do valor do pico de pressio. Nio se esquecam {que um simples .38 Spl com projétl de chumbo ogial desenvolve no disparo cerca de 19,000 psi, um .357 Magnum 35,000 psi e alguns de fuzil chegam a 60.000 psi. Se © Leitor lembrar que a pressdo em pneus convencionais de um carro de passeio & de 28 a 30 psi ¢ pos: sivel avalar 0 risco em utilizar péivoras de tipo ou quantidade erradas. Como (8 praticantes da recarga ndo possuem esses equipamentos, a solucdo correta a fim de evitar acidentes, baseia-se na Consulta aos manuais de recarga, caté- logos dos fabricantes de pélvoras, mu- nigdo_e/ou projéteis, artigos técricos espectficos, todos eles evidentemente elaborados com os recursos técnicos necessérios. No capitulo Fatores Que ‘Aumentam A Pressio No Dispa- 'r0,0 Leitor poderd encontrar as princi- pais varidveis que podem influenciar na pressio de um disparo e, no capitulo Tabelas de Carga. as suzestoes ne- cessdrias para a recarga segura de ini- ‘meros calibres, inciuindo aqueles mais utiizados no Brasi ‘56 como exemplo da influéncia de um dos fatores (velocidade de queima dda_pélvora), podemos citar: para um cartucho 38 Spl com projétl de. 158 ya CBC recomenda 3,9 gr de pélvora BC 216 (répida): em um .38 Spl +2 também com projétil de 158 gr a re- comendacio € para 63 de polvora 207 (mais lenta) e em um 357 Magnum, também com projéti de 158 gra reco- mendagao muda novamente para 12,0 ar de polvora CBC 220 (mais lenta ain. da). Como se pode observar; 0 aumen- to na carga de pélvora com 0 objetivo de aumentar a velocidade dos projéte's, briga a utllizago de pélvoras mais len tas de forma a evitar picos de pressio cima dos valores para os quals as ar- ‘mas foram projetadas. Medigio da carga de pélvora ‘A medigio da quantidade de pélvora pode ser realizada por dois processos bé- sicos: pesagem e dosagern volumétrica Balancas. Para 0 processo de pesagem iremos necessitar de balancas com precisio adequadas, as quais por sua vez, podem ser divididas em mecénicas ¢ eletré- inieas. Como 0 préprio nome jd o in- dica, as balangas mecanicas, quando acionadas (pélvora colocada na panela), deslocam sua haste da posicao de equ: Horio, Essa haste € apoiada em cutelos de precisio e baixo atrito, Destocando- se 05 contrapesos (cursores) &s suas posicdes zero, a haste deverd ficar po- sicionada em sua posico de equilbrio Sempre que for iniciar uma sessdo de esagem, coloque 0s cursores nessas osig6es para confirmar que a balan- 2 etd "zerada''(foto 3.18) Qualquer diferenga no ponto de equilbrio pode ser corrigida ajustanto-se 0 pé regulivel da balanga. Colocando-se uma carga de ppélvora na panela, devernos deslocar os Cursores até restabelecer 0 equilrio da blanca e, nessa posicao, € possivel ler os valores dos desiocamentos que foram ecessérios para o restabelecimento do equilbrio da haste. Esse valor represen- ta.0 peso da amostra testada. Nas balangas mecainicas para obter peso desejado de polvora, & necessério fran, através dos contrapesos, a. carga desejada Ao movermos os contrapesos, a haste da balanca se desloca de sua osigdo de equilbrio, posigdo essa que serd retomada quando 0 peso da carga de pélvora colocada na panela da balan « corresponder aos valores do deslo- 8.18 - Balanga mecénica mostrada em sey ponto de equilovo, podendo-se observar que 0s ‘cursores(contrapesos) esto na posinao °0". ‘28 ESPECIAL REVISTA MAGNUM camento dos contrapesos. A colocacio da pélvora na panela da balanca deve ser feita com muito cuidado, pois se uF trapassarmos o peso desejado teremos ue retirar 0 excesso e comegar tudo de novo.A utlizacdo de um equipamen- to conhecido nos EUA com"dribbler” e que pode ser traduzido para gotelador de polvora, permite despejar a palvora praticamente de gro em grao faciitan- do bastante 0 processo. (fotos 3.19 & 320) 8.19 ~ Do's tvos de “oribiers”. O da ‘esquerda 6 manual eo da drat, elétrico 3.20 - Um “dhbler* manual mostrando seu ‘acoplamento a uma balanca ‘A utiizagdo das balangas_mecénicas & bastante simples, mas sugerimos aos praticantes da recarga ler com tengo © manual da sua, de modo a conhecer 05 valores dos deslocamentos dos con- trapesos reguldve's e da graduacao da propria haste jf que eles podem variar bastante entre fabricantes. Para uma observagao correta do pon- 10 de equilbrio da haste, a balanga deve estar montada em uma prateleira, de modo que a haste fique na mesma al- tura dos olhos do operador,levando-se em conta 0 habito de trabalhar sentado (ou de pé. Olhar a haste de cima ou de bio, rd dar origem a erro de leitura conhecido porerro de paralaxe” ‘As balaricas mecanicas especifi- cas para o mercado da recarga de muni¢des sio todas de origern norte- americanas e fornecidas graduadas em tuma unidade de peso diferente da do Sistema Métrico Decimal utiizado em ‘nosso pais (grama). Essa unidade é co- nhecida por “grain” (gro) e equivale a 00648 de grama ou, entre outras palavras, uma grama equivale a 1543 grains". Nossa recomendagio para que 0s praticantes da recarga se acos- tumem a utlizar essa unidade, pois ela é utlizada em todos os manuais catélogos, artigos técnicos e até pela nossa CBC fem suas publicagdes. Utlizar gramas € fazer a sua conversao para “grains” (Ou vice-versa) € sempre perigoso, pois qualquer erro de conta ou de letura poderd ter resultado desastroso. Acos- ‘umar com 0 uso dos “grains” sé exige tum pouco de boa vontade e pritica. As boas balancas mecénicas possuern pre cso de + 0,I "grain, sufciente para uma recarga precisa. (oto 3.2!) As balangas eletrénicas s20 oriun- das de desérvolimentos recentes da drea e representa um enorme avango no processo de pesagem. Elas traba- tham com unidades de carga eletréni- cas,e garantem precisio de + 0.| "grain, (@iistem modelos que trabalham com precisio de até + 0,02 “grain’) poden- do fornecer 0 valor do peso da pélvora lem gramas ou" grains", com um simples apertar de botsa 'Nas balancas eletrnicas a pesagem & feita despejando-se a pdlvora na panela e lendo a quantidade diretamente no visor do equipamento e aumentando-a até obter 0 valor desejado. Para que 2 ppesagem possa ser realizada de maneira Fipida, também é fundamental a utiiza- Ho do “dribble ‘A pesagem da pélvora é um proces so demorado, Para que se tenha uma idéia, s30 necessérios quase 30 minutos para'pesar e colocar a pélvora em 50 estojos de .385pl, tomando esse pro: cesso impraticdvel para a fabricacio de munigdo ou mesmo para a recarga de_ grandes quantidades € pritica usu- al entre Atiradores, somente utlizar 0 processo de pesagem para 0 carrega- mento de munigdo para competicbes e,nas fabricas, somente para muniglo de teste, (fotos 322) Dosagem volumétrica No inicio da recarga no Brasil como nao dispdnhamos de quase nada, muito menos de balangas, a solugao encontra da foi construir canequinhas com volu- me igual a0 peso de pélvoras que ne- cessitévamos. Uma vista a uma farmécia que possuisse balanga de preciso, nos permitia obter uma’ amostra do peso de pdlvora desejado e com ele fabri- cavamos uma canequinha, mando em altura um estojo de 32 Auto ou outro mais adequado e até que a amostra © enchesse perfeitamente (foto 3.23) AA técnica de enchimento da caneca é imostrada na foto 3.24 _e sua precisio sufciente para permitir uma recarga Eee CAPITULO 3 - Patvoras Eee f OBS 505 # CBS 1010 4 Reding Mod. 2 t ‘Lyman mod. 500 @ 1000 Lee mod. Safety 3.21 ~ Balangas mecénicas. segura. grande limitagio do processo reside no fato de que uma canequinha 6 6 valida para uma quantidade e tipo de pélvora e, ainda, do mesmo lote. Para ‘demonstrar © perigo do uso indiscrimi nado de uma canequinha na recarga e alertar os praticantes da recarga realiza: mos um teste no qual, uma delas ajusta dda para 40 "grains" de pdlvora Tucano, foi utlizada para avaliar Qual 0 peso que 'RCBS Charge Master 1500 \ Homady GS-350 &Y (MTM DS-1200 (Custa USS 27.95) % Acculabe & Lyman mod. LE 1500XP 8.22 ~ Balangas letronicas, ESPECIAL REVISTA MAGNUM 2° CAPITULO 3 - Pélvoras 3.23 ~ Duas canequinhasfabricadas com estojos do .32 Auto. rela cabia de outras pélvoras. O resulta: do 6 mostrado no quadro 38. Embora rudimentar, © uso da ca- nequinha representa um processo de dosagem volumétrica de_propelente. Evidentemente, a0 longo do tempo os ‘equipamentos foram tecnicamente de- The Last Word 8.24 ~ Técinca correta para enchimento de uma canequinha senvolvidos, em especial para permitir ‘a regulagem do volume da cavidade de modo a poder utilizar o mesmo equi pamento para qualquer tipo ou carga de pélvora. A regulagem da cavida- de de medicao ¢ feita movendo-se 0 Velocidad relat de queima de pétveras, da mais répida para a mais lenta, ‘00 ESPECIAL REVISTA MAGNUM Quariade peso) de poe qu cea sun yin oe tas berea ese 0 ga’ da paoa howe Fabicate To mr Taba est oes es [35 =] es [35 Tbe 36 ie! es [37 I [ar oa [38 oa ss 38 ine! es | 40 Terr eo [ a2 oe es] 43 inset 60807 [60 | aa Fauci — 75 [os | 00 taroses | Bulbs | 80 | 48 Taroses | 2400 —[ 00 | 63 into [tha] 65 | es IuPowae| wae [6s | a7 oo_[ we [es | ea Siena oar aia pic pfon er igcanam ontegiooncea a ceo Sepals soca ce mane eixo rosqueado para dentro ou para fora do seu alojamento e para poder ajusté-lo a carga de polvora desejada, necessitamos do auxtio de uma balan- Ga. Apés 0 ajuste da cavidade e, con- Sequentemente do peso da pélvora para operar o dosador basta colocar lum estojo vazio na boca do tubo de descarga, acionar a alavanca e a carga desejada serd nele despejada. Repe- tindo-se a operacio poderemos

Você também pode gostar