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Com a citação válida forma-se a relação jurídica processual que se estabelece entre
autor – Estado-juiz e réu e instala-se o contraditório.
Natureza jurídica: A defesa do réu não é mera faculdade ou dever, é um ônus – ônus é
uma situação intermediaria entre mera faculdade e dever. Quem tem o dever está
obrigado, sob pena de sanção (ex: testemunha que tem o dever de depor sob pena de
condução coercitiva); mera faculdade: pode ou não agir, mas não está obrigado a tanto;
ônus: se não agir pode sofrer conseqüências processuais desfavoráveis. Depoimento
pessoal da parte: Se não comparecer, não será conduzido coercitivamente, mas essa
recusa pode gerar conseqüências, pois poderá ser aplicada a pena de confissão, ou seja,
de presunção de veracidade a favor do réu.
Ou seja, citado o réu para apresentar “defesa”, abre-se a ele essas 3 oportunidades, que
poderão ser exercidas da seguinte forma:
Contestação
O Réu deve pronunciar-se sobre todas as alegações do autor, pois a falta de defesa
quanto a um ou mais fatos, implica, quanto a este ou estes, em revelia.
Revelia é a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo Autor e, sendo presunção,
pode ser elidida na fase probatória ou ainda, pelas circunstâncias da causa.
Defesa processual –
A contestação pode ser direta – quando enfrenta o objeto da demanda ou indireta, que é
a defesa processual (exceções instrumentais)
A defesa pode ser peremptória – o juiz extingue o processo sem resolução de mérito:
falta de condições da ação, coisa julgada, litispendência.
dilatória - a alegação não implica em extinção do processo: ex, no
caso de exceção de incompetência, em que o juiz ordena a redistribuição do processo.
Defesa de mérito
Direta - O réu nega o fato (acidente de carro, o réu afirma que o semáforo estava
favorável para ele)
Indireta - O réu reconhece que devia, mas afirma ter pago antes do ingresso em juízo.
Afirma que o acidente não ocorreu.
Preliminares
- Subjetivas – Incompetência absoluta; incapacidade da parte (6º e 7º); defeito de
representação (12, 13 e 19); falta de autorização (art. 10)
- Objetivas – Inexistencia ou nulidade de citação (ver art. 214,2º); inépcia da inicial
(295); perempção (268,único); litispendência (301, 1º a 3º); coisa julgada material
(467); conexão (105/6); falta de caução ou outra prestação (268, 829 e 835); convenção
de arbitragem (301,par. 4º - somente esta o juiz não pode conhecer de oficio).
Mérito
Pedido contraposto
O direito que o réu tem de formular pedido contra o Autor na própria peça de
contestação, independente de reconvenção. Só é admissível quando previsto em lei –
Ex: rito sumário (CPC, 278,1º) Juizados especiais (31 da LJE); ação de prestação de
contas (915,3º); possessória 922); renovatória de aluguel (72, Lei 8245/91); usucapião
(7º da Lei 6969/81). São ações dúplices.
É preciso que tenha conexão com o pedido do autor.
Princípios da contestação:
- Concentração – O réu deve esgotar na contestação toda a defesa existente, pois a sua
alegação esgota-se nessa oportunidade: Exceção ao principio da concentração: direito
superveniente (CPC, 267, par. 3º)
- Eventualidade – O réu deve alegar todas as matérias, ainda que apenas uma alegação
seja suficiente para elidir o direito do autor. Por exemplo: O réu alega prescrição e, ao
mesmo tempo, alega a ausência do direito do autor.
- Ônus da impugnação especificada dos fatos – O art. 302 é claro em afirmar que cabe
ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na inicial, presumindo-se
verdadeiros os não impugnados, exceto no caso dos incisos I (se não for admissível a
confissão); II (se a petição não estiver acompanhada de instrumento publico essencial;
(III) se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
- Negativa geral – O CPC não admite essa modalidade (CPC, art. 302). Todavia, se o
réu alegar genericamente que não são verdadeiros os fatos trazidos na inicial, não se
opera a revelia, que pressupõe a total ausência de manifestação a respeito de um ou mais
fatos.
Requisitos:
Formais – Petição escrita, dirigida ao juiz da causa, no prazo legal, exceto quando
permitida a oralidade. O advogado deve declinar o endereço onde receberá intimações
(39,I)
Substanciais – Resposta com base nos pedidos formulados.
Prazo
Esse prazo conta-se da juntada do mandado, com exceção do artigo 298 único
(Parágrafo único - Se o autor desistir da ação quanto a algum réu ainda não citado, o
prazo para a resposta correrá da intimação do despacho que deferir a desistência.)
No caso do juizado especial da Fazenda, o prazo é contado da citação.
A Fazenda Pública tem prazo em quádruplo para contestar (CPC, art. 188)
REVELIA
O réu, regularmente citado, deixa de oferecer defesa quanto a um ou mais fatos da
inicial.
Em se tratando de litigio que versa sobre direitos indisponíveis, não se opera a revelia.
Art. 320,inciso II,1 não admite a decretação dos efeitos da revelia nas demandas que
versam sobre bens indisponíveis, como é o caso da Fazenda Pública e administração
descentralizada2, encerrando, portanto, regra de presunção juris tantum em seu favor,
entre outras hipóteses.
De acordo ainda com o disposto no artigo 334,IV do CPC, “não dependem de prova os
fatos: ... omissis .... IV- em cujo favor milita a presunção legal de existência ou
veracidade”.
Exceções
Pode ser apresentada, no caso da incompetência, no juízo do domicilio do réu, onde não
haja protocolo integrado. (305)
Após o julgamento, o processo retoma o curso pelo tempo igual ao que faltava para
complementar o prazo de defesa.
Aplicam-se tb (138) – ao representando do MP (qdo não for parte,se for parte aplica-se
o 135), ao serventuário, ao perito e ao intérprete.
Reconvenção
A contestação não é o meio adequado para formular pedidos contra o autor, mas apenas
para defesa. Em obediência ao principio da economia processual, a lei permite que o “o
réu proponha uma ação em face do autor”.
Só cabe quando não seja previsto expressamente o pedido contraposto,
Ex: O autor cobra dívida; o réu argui ser credor do autor e invoca a compensação
(dividas da mesma natureza).
Não se admite na execução, nem na cautelar. Não cabe no juizado especial, nos
procedimentos de jurisdição voluntária; alimentos, salvo se for pelo rito ordinário (Lei
5478/68 é rito célere); liquidação de sentença.
Ação e reconvenção deverão ser decididas em uma única sentença (318), pena de
nulidade, exceto se houver desistência da ação, que será decidida por uma sentença
homologatória, diversa daquela a ser proferida na reconvenção
Deve ter os mesmos requisitos da inicial – valor da causa, mas não há distribuição,
apenas protocolo, nem autuação
O Autor não é citado, é intimado na pessoa do advogado, para resposta (impugnação)
em 15 dias
Nomear à autoria (64); denunciar à lide (71); chamar ao processo (78) e ajuizar a ação
declaratória incidental.