Luizinho Gonzaga Ai, ai, ai Dentro de um quarto forte
e Marlene Bertozzi E me prenderam Onde eu vi a minha morte Me cuspiram, me bateram Me abraçando devagar Ai meu compradre Mutilaram minha vida Depois tomei descarga de eletrochoque Vou contá o que aconteceu Me tiraram do lugar Perdi todos os meus sentidos Numa terra em que meu Deus E me jogaram dentro de uma viatura E acordei ainda lá Desviou o seu olhar Que pulava feito mula O tempo corre, o tempo voa Eu que vivia numa cidade de louco Quando vai desembestar Mas não passa Gente pobre condenada E me jogaram num lugar Tô perdendo a minha raça A muita fome e muito mais Cheio de muros A vontade de lutar E eu jogado que nem bicho No meio de muita gente E todo mundo procurando a loucura Que nem lixo Que era pra eu me curar Onde está a minha loucura Debaixo de um viaduto Naquele páteo a minha cura A loucura onde é que tá Vivendo como animal demorava Ai,ai,ai. Um certo dia E era gente que andava Não agüentei tanta loucura E não saía do lugar Saí louco pela rua