Comentário a Agurruza e Erickson (2019) Excellence without Mental Repre sen ta tion: High Per
for mance in Risk Sports and Japa nese Swordsmanship Em: Handbook of Embodied Cognition and Sport Psychology
O capítulo do compêndio começa anunciando a possibilidade de elucidar fenômenos mentais
ou cognitivos envolvidos em práticas esportivas de alto risco e artes marciais praticadas em contextos letais a partir da “proposta” de Hutto e Myin (2013; 2017). E seus autores encerram dizendo que “Those who seek to comprehend such experiences may need to just do them” (p. 477). De fato, não nos é provida qualquer explicação dos fenômenos em questão – preparemo-nos, portanto. Os autores nos conduzem através de uma angustiante jornada de sugestões vagas apoiadas na já pouco propositiva e nada radical proposta de Hutto e Myin e, complementarmente, acrescentam um punhado de descrições fenomenológicas, a maioria das quais postas nos nada familiares termos da milenar tradição religiosa oriental. Lamento não ter qualquer comentário positivo para oferecer. Faço apenas uma crítica mais específica. Por tudo o mais que disseram ao longo do texto, a alegação dos autores de que haveria um caráter “constitutivo” da cultura relativamente à cognição (p. 469) – i.e., tal como eles fazem essa alegação – poderia ao menos levá-los a aventar a hipótese de que esportistas japoneses se saiam melhor em esportes como surfe de grandes ondas, trenó, escalada sem cordas, etc. (o que imagino que seja falso). Nem isso...