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| dois ea Sua Consciéncia — Uma Amiga ou Inimiga? WILLIE, na histéria em quadrinhos Moon Mullins, esta refestelado numa poltrona, em frente a televistio, segurando uma xicara de café sobre a barriga. Enquanto bate as cinzas de seu charuto na xicara, diz: ‘*Vocé esta terrivelmente quieta estamanha, mae’’. ‘Decidi deixar sua consciéncia guia-lo por hoje, Willie’, respondeamiae. No quadrinho seguinte, Willie esté do lado de fora da casa, cercado de aparador de grama, ancinho e enxada, e freneticamente lavando as janelas. ‘‘Arre! Toda vez que dou ouvidos a esta coisa amaldigoada”’, resmunga, ‘‘acabo preju- dicando meurelax!””! E assim que muitas pessoas véem suas consciéncias — como desmancha-prazeres, uma voz irritante que as avisa pa- tango fazerem algo, um sentimento inexplicavel que tem que ser reprimido, enganado ou ignorado. s horas mais inadequadas. Desfaz ados. Nao nos deixa dormir aticado ou de uma palavra + a memoria de tal feito. e a consciéncia ataque A consciéncia fala na nossos planos os mais bem elabor: em paz. Anos depois de um ato Pr dita, a consciéncia insiste em avival Raramente se passa um dia sem qu algum problema intimo ou exterior. 23 A maior parte das pessoas gostaria de se livrar de persistente. Mas para o crente a consciéncia pode ser 9 mais valioso, junto a Biblia, para determinar os desig vinos em qualquer situacao. Sta vor, T€curso ios dj. Numa bela manha de sabado, certo verao, sentado no fundo do quintal, lendo e estudando uma Dass, gem da Biblia. Minha esposa, Mary, voltava de uma meroeg. ria, e fui vagarosamente para a frente, para ajuda-la : carregar as coisas para dentro de casa. Numa ida anterior 4 mercearia, haviamos comprado uma melancia que estava estragada, e por isso ela foi trocé-la por uma boa. Porém ela informou-me que o gerente se recusou a autorizé-la a devol- ver a melancia estragada. eu estava Comeceia interroga-laseveramente, sobre o motivo Por queo gerente nao nos queria devolver o dinheiro ou, entao, trocar a mercadoria. A raiva comegou a brotar dentro de mim. Quanto mais falavamos, mais zangado eu ficava. Finalmente, peguei o telefone e liguei para a mercearia. Assim que o gerente atendeu, comecei a bombardea-lo com perguntas. Logo eu o estava criticando duramente. Apés desabafar minha ira, des- ligueiotelefone. Acabamos de desembrulhar as compras, e eu voltei para 0 quintal, a fim de retomar meu estudo biblico. Sentei-me e tentei ler. Mas a minha mente estava em branco e eu sentia como que um né no estémago. Tentei ignorar o que sentia. Comecei a imaginar que as minhas reagdes e a minha conversa com o gerente foram contra os principios cristéos e uma afronta ao Senhor. Mas ew estava absolutamente certo, argumentei. Ele devia ter trocado amercadoria. A iscutir Tentei me concentrar, mas comecei novamente a dis¢ a comigo mesmo — ou com quem quer que fosse meu atorm' tador. Comecei a suar, mas nao por causa do sol. 24 Finalmente, suardei meus livros e entrei em casa. Sabia que minha consciéncia nao me deixaria em paz enquanto eu nao telefonasse para o gerente e me desculpasse. Disquei 0 nimero, pensando: Talvez ele nao esteja. Mas entao pensei: Ele tem que estar, ou terei que passar um dia miserdvel! “Ald, Sr. Clark. Sou aquele que ligou ha alguns minutos para falar-lhe sobre a melancia estragada.”’ Tudo por causa de uma simples melancia e de algumas palavras dsperas. Que ridiculo! pensei. “Sr. Clark, sou crente e estava totalmente errado em traté-lo do modo como fiz. Quero pedir desculpas pelo gue dis- se.” Agora é que eu estava suando de verdade e nervoso. Mas sabia que 0 que estava fazendo era a coisa certa para fazer. Eu esperava um breve reconhecimento ou recusa. Em vez disso, ele disse: ‘Sou crente também. Recebo todo tipo de reclamagoes das pessoas, mas apenas ougo e procuro fazer 0 melhor que posso. Obrigado por me telefonar’’. Depois de alguns minutos de conversa, desliguei o telefone. Um peso enorme foi retirado de meus ombros. Por qué? Consciéncia. Minha consciéncia disse-me que minha atitu- de e modo de falar haviam sido errados, e persistiu até eu obedecer-lhe e corrigir a situagao. Mas como é que eu sabia que minha consciéncia estava certa? E se ela foi demasiadamente sensivel e me levou erroneamente a uma situagao desnecessaria ou inadequada e embaragosa? E quanto a outras vezes em que fiz algo errado e minha consciéncia nao disse nada? Todos experimentamos a luta para saber quando atender a consciéncia. Podemos fazer perguntas como estas: © Como posso estar seguro de que minha consciéncia est falando e que nao estou apenas passando pea a de resposta condicionada pela minha familia, minha e luc 25 cdo e fundamentos de minha igreja? © Aconsciéncia é biblica? Pode Satands usa-la? © Eaconsciéncia do crente a mesma do nao-crente? ¢ E se as Escrituras e minha consciéncia conflito? a ¢ Posso treinar minha consciéncia para Teagir de modo diferente? © Se minha consciéncia ‘se endureceu’? devido a um peca. docometido, como posso torna-lasensivel denovo? estiverem em Nao existe nenhum método mecanico perfeitamente seguro que nos faga interpretar devidamente os impulsos da conscij- éncia. Para cada individuo, a fungao da consciéncia depende, em certo grau, de sua experiéncia, maturidade crist&, quanti. dade de mensagens da Escritura que estejam gravadas em sua mente e fazem parte de sua vida, e de suas Teagdes para com a Biblia e a consciéncia no passado. Porém, se entendermos os ensinamentos biblicos sobre a consciéncia e a reagao apropriada a eles, veremos que esta é uma das ferramentas-chaves para o discernimento da vontade de Deus nas dificeis areas “‘cinzentas” de nossas vidas, COMO DEUS NOS ORIENTA Embora nem todos queiram fazer a vontade de Deus, todos querem deveras conhecé-la, Debate-se e questiona-se muitos meios pelos quais Deus nos dirige — coisas como circunstan- Clas providenciais, acontecimentos fora do comurn, portas abertas e fechadas, Sonhos, oragdes por evidéncias, e outros meios. Algumas dessas situagdes podem ser legitimas orienta- demic Porém, se so usadas como fontes isoladas ne alsin vontade de Deus, podem ser completam' 26 Deus utiliza quatro meios basicos Para nos orientar: e a Biblia (Sua Palavra); e o Espirito Santo; e conselhos de outros crentes; ¢ e aconsciéncia. A Biblia A Palavra de Deus fornece a fonte principal de orientagio a todo crente. Os conselhos, as ordens de nossa consciéncia e a orientacao do Espirito Santo nao devem ser contrarios aos ensinamentos da Escritura. As Escrituras nos ensinam e nos conduzem através de mandamentos, principios e exemplos. Logo, devemos saber o que a Biblia diz e o que significa, e aplica-lo em nossas vidas. “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiga; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeita- mente preparado para toda boa obra’”’ (II Tim. 3:16,17). A Biblia € o guia absoluto para cada drea da vida. Tentar encontrar a vontade de Deus sem ela é 0 mesmo que tentar pilotar uma complexa aeronave sem um manual de pilotagem — arriscado, senao impossivel. O Espirito Santo Incorporar o Espirito Santo na procura de orientagao nao é um processo mistico ou incerto. O Espirito de Deus utiliza a Palavra de Deus para falar as pessoas, hoje. ‘Porque Deus no-las revelou pelo seu Espirito; pois o Espirito esquadrinha todas as coisas, mesmo as profundezas de Deus. Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senio 0 espirito do homem que nele esta? Assim também | as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senao o Espirito de Deus. pes nao temos recebido o espirito do mundo, mas, sim, o Espirito que provém de Deus, a fim de compreendermos as pare . nos foram dadas gratuitamente por Deus (I Cor. -12). Antes de Jesus Cristo retornar aos ceus, prometeu, aos seus 27 discipulos, que mandaria 0 Espirito Santo, para y ensinar-lhes a verdade, dar-lhes discernimento ee auma vida de justiga. (Uma leitura cuidadosa de J apresentara mais detalhadamente esta obra do Eg; na vida de cada crente.) Ver neleg Meorajalog 080 14 a} Pirito Santo Como podemos entender 0 que a Biblia diz? 0 Ry . ; Pirito de Deus, que vive em cada crente em Cristo, nos da compreensig das Escrituras. E por isso que é de vital importancia, Dara todo crente, estudar e ler a Biblia, de modo que o Espirito Santo o possa instruir adequadamente através da Palavra de Deus. Conselhos de Outros Crentes Deus utiliza os outros crentes para nos ajudar a descobrir a sua vontade. Ninguém pode nos dizer o que fazer; temos que aceitar a responsabilidade pessoal de nossas agdes. Mas um amigo crente amadurecido pode, muitas vezes, ver nossa situagaéo ou dilema mais objetivamente do que nés, como Salomao mostra: “0 caminho do insensato é reto aos seus olhos; mas 0 que da ouvidos ao conselho é sébio”’ (Prov. 12:15). “Da soberba s6 provém a contenda; mas com os que se aconselham se acha a sabedoria”’ (Prov. 13:10). ‘Quando nao ha sabia diregao, 0 povo cai; mas na mul- tidao de conselheiros ha seguranga”’ (Prov. 11:14). Uma palavra de adverténcia é necessaria aqui: Quanto a0s problemas morais, éticos e espirituais, nao confie no conselho de um amigo nao-crente. Embora os nao-crentes possam ser pessoas boas, nao tém uma perspectiva religiosa, espiritual € biblica. A Escritura enfatiza este principio: ‘'Bem-aventurace 0 homem que nfo anda segundo o conselho dos impi0s, ue se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta N@ rol dos escarnecedores’? (Sal. 1:1). 28 Também, nem todo crente da conselhos teligiosos. Deve- mos usar de discernimento ao escolher um conselheiro, e também saber algo a respeito de sua vida e de seu caminhar com Deus. Quando buscamos o conselho de um crel maduro — que ja experimentou Pessoalmente a orientacao de Deus; que demonstra um modo de vida estavel e consagra- do; e que usa a Biblia, ao dar conselhos — podemos estar seguros de que seu conselho nao estar4 sendo contrario & Palavra de Deus. O escritor aos hebreus diz: ‘Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos falaram a Palavra de Deus, e, atentando para 0 éxito de sua carreira, imitai-lhes a fé’’ (Heb. 13:7). A Consciéncia A consciéncia é freqiientemente mencionada na Escritura. O apéstolo Paulo declarou: ‘Por isso procuro sempre ter uma consciéncia sem ofensa diante de Deus e dos homens’’ (At. 24:16). E, descrevendo os incrédulos, ele disse: ‘*Testificando juntamente a sua consciéncia e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os”’ (Rom. 2:15). nte Deus utiliza nossas consciéncias para nos orientar. Mas, o que é consciéncia? Como funciona? Como devemos reagir aos seus apelos? FUNCOES E CARACTERISTICAS DA CONSCIENCIA A palavra consciéncia vem do latim conscientia. O prefixo con significa ‘‘com’’ ou ‘junto’ 20 verbo scire, do qual a . 5 er ” segunda parte da palavra se deriva, quer Lil ‘saber 7 Assim, a palavra quer dizer “saber com” ou" saber junto. palavra grega usada em 0 Novo Testamento é suneidesis. . 99 teen t ncor- Também quer dizer “saber com”’, ‘“‘ver junto” ou co dar com’’.+ Mas, perguntamos: Saber e concor: com quem? dar com qué? Ver junto 29 Com Deus — concordar com ele quanto ao certo ¢ ao errado. Mas nao poderi heranca, nosso ensinamento, ; ing meio ambiente e nossa cultura? Sim, mas Deus pretende que o ponto de referéncia — 0 ponto de comparagiio a nossas vidas sejam o seu carater e os seus padres. Freqiiente. mente, a consciéncia vai bem além da heranga, ensinamento e meio ambiente. Algo, dentro do homem, luta contra todos os seus fundamentos e meio ambiente, para declarar que um ato est certo ou errado, nao importa que padroes o cerquem. O tedlogo noruegués O. Hallesby diz: ‘‘A consciéncia é a percepgao de uma lei sagrada, sobre-humana”’. A conscién- cia nao forca a obediéncia a si, diz Hallesby, mas permite ao homem seguir “‘livremente e sem coagdo aquela lei que ele, através da consciéncia, reconhece como a lei que deve se- guir’”’.® A consciéncia, entao, fornece uma base para a tomada de decisées corretas. ‘a também significar concordar com Nossa nosso condicionamento, Hallesby também diz que a consciéncia ndo se assemelha ao instinto — o impulso interno que leva os animais a compor- tar-se de determinada maneira — mas que é um conhecimen- to, ou percepgao. © 0 filésofo alemao do século XVIII, Immanuel Kant, disse: ‘‘Duas coisas enchem a mente de temor e espanto crescente, quanto mais freqiientemente e quanto mais intensamente 0 pensamento mergulhar nelas — o céu estrelado acima de mim easleismorais dentrodemim”’.””. A consciéncia é a parte de cada pessoa que, yoluntaria ou involuntariamente, reage a uma lei moral universal — de fa- to, a lei moral de Deus. Ela comunica este conhecimento 4° espirito, forgando-o oua obedecer ou aignorar seu apelo. yolte- Mas, em vez de examinar mais definigdes humanas, ae eri mo-nos para a Biblia, a fim de ver como esta mist consciéncia funciona. 30 AConsciéncia Presta Testemunho Ao comparar a lei judaica do Velho Testamento com a lei moral entre os nao-crentes, Paulo disse: ‘‘Porque, quando os gentios, que nao tém lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora no tendo lei, para si mesmos sio lei, pois mostram a obra da lei escrita em seus coragoes, testificando juntamente a sua consciéncia e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os”’ (Rom. 2:14,15). Esta pas- sagem fornece significativo discernimento dentro da conscién- cia. Paulo afirma que ha uma lei interior que reflete a lei de Deus e que est4 “‘escrita em seus coracées, testificando juntamente a sua consciéncia’’. A consciéncia ‘‘presta teste- munho” entre uma ag&o exterior e a lei interior. Uma testemunha é alguém que conta o que viu ou ouviu, e a consciéncia é uma testemunha de nossas agdes e pensamentos. A palavra testificando esta no gerandio e indica que a cons- ciéncia esta ativa otempotodo. Mais adiante, Paulo diz: ‘‘Digo a verdade em Cristo, nao minto, dando testemunho comigo a minha consciéncia no Espirito Santo’? (Rom. 9:1). O testemunho da consciéncia, aqui, liga a agao de Paulo ao Espirito Santo (Deus). Sua consciéncia testemunhou acurada e fielmente a retidao de suas palavras e acoes. Sua consciéncia esta prestando testemunho de suas agdes exatamente agora. Quando vocé se recorda de suas acdes nos faltimos dias, 0 que diz a sua consciéncia? Ela esta tentando dar um testemunho acurado de quanto vocé esteve & altura dos padrées de Deus. AConsciéncia Acusa ou Defende Note também que Paulo disse que os pensamentos dos inerédulos estavam ‘quer acusando-os, quer defendendo-os” (Rom. 2:15). Quando falei asperamente com © gerente da mercearia, minha consciéncia acusou-me de haver feito algo errado. A fnaioria das pessoas reage com colera ou se defende 31 quando acusada; portanto, é natural rebelar- acusagao da consciéncia, como fiz. Isto é tre desconfortavel, pois a célera é dirigida contra no: ainda mais frustrante, a célera tem efeitos sobr nossa consciéncia. Ela continua a acusar. Se contra a mendamente S mesmos, © a opiniaio de Por outro lado, nossa consciéncia pode desculpar ou defen. der 0 que fizemos. Outros podem questionar nosso ato, mas nossa consciéncia dar-nos-4 a paz de espirito de que nosso ato estava correto, A Consciéncia Julga Nossos Atos Paulo reviu sua conduta entre os corintios e declarou que sua consciéncia atestava que ele havia-se conduzido apropria- damente: ‘Porque a nossa gloria é esta: o testemunho da nossa consciéncia, de que em santidade e sinceridade de Deus, nao em sabedoria carnal, mas na graca de Deus, temos vivido no mundo, e mormente em relago a vés”? (II Cor. 1:12). Hallesby diz que a consciéncia nao pode agir, mas apenas enuncia juizo: ‘Ela compara nossos feitos ou nossas palavras ou nossos pensamentos ou nosso ser inteiro com a lei moral, com a vontade de Deus. E ent&o pronuncia seu juizo, isto é, decide se estamos em conformidade ou em conflito com a vontade de Deus’’® Hallesby descreve este julgamento nos quatro moldesseguintes: 9 Primeiro, diz ele, este julgamento é final e imparcial. A consciéncia nao considera a evidéncia — ela simplesmente faz o julgamento final. E imparcial porque toma a informacio que lhe é dada e pronuncia o veredicto final. Pode ndo estar Sempre certa, mas é final em qualquer situagao dada e em qualquer ponto particular do tempo. Segundo, a consciéncia é irrefutavel, absoluta e inapelavel. Uma vez tendo falado, ela nao pode ser convencida, bajulada ou ordenada a mudar sua decis&o judicial. A consciéncia pode 32 se fortalecer ou definhar, ou voltar-se mais para Deus, e assim alterar-se mais tarde. Mas, no ato do momento, é inapelavel. ; Terceiro, a consciéncia é categérica, isto é, pronuncia seu juizo e nao fornece razdes. Nao explica por que julga determi- nada agao de determinado modo, porém diz apenas que a acao esta certa ou errada. Quarto, a consciéncia é individual. A consciéncia de uma pessoa nao julgara do mesmo modo que a de outra. Ela fala a apenas um individuo, e a ninguém mais, e é influenciada por muitos dos ensinamentos e experiéncias Gnicas para essa pessoa. Esta influéncia, de fato, pode ser positivada quando a consciéncia é exposta A mais alta lei de Deus, como revelada na Biblia. Podemos também acrescentar que a consciéncia ndo é infalivel. Ela pode estar errada. Pode ser pervertida. Pode se endurecer. E, assim, no pode ser 0 nosso tinico guia. ‘‘Deixe sua consciéncia ser seu guia”’ é um conselho insuficiente. Aconsciéncia também opera na vida tanto dos crentes como dos nio-crentes. Na passagem ja citada (Rom. 2:14,15), Paulo diz que os gentios (ou incrédulos) eram uma lei para si mesmos e que esta lei se discernia através de suas conscién- cias. A consciéncia é 0 sentido interior, dado por Deus, de ca- da ser humano. Hallesby diz que é “a coisa insubstituivel, na vidahumana. Eelaquefaz denéssereshumanos’’.10 A consciéncia condena mesmo quando um ato nao parece ser moralmente errado. Quando o rei Davi fez um recensea- mento em Israel, sua acio nao estava em si moralmente errada. Contudo, ‘‘o coragao de Davi 0 acusou depois de ha- ver ele numerado 0 povo; e disse Davi ao Senhor: Muito pe- quei no que fiz’” (II Sam. 24:10). Por que estava sua agao er- rada? Talvez porque Deus nao quisesse que ele dependesse de nimero de soldados, mas dEle. O motivo de Davi pode ter sido o seu pecado, e Deus falou através de sua consciéncia. 33 Embora um ato possa parecer inteiramente permissivel, legal e moralmente, Deus pode forgar nossa consciéncia a instruir. nos de modo a nao cometé-lo. Todos sabemos que possuimos uma consciéncia. Ela Nos fala constantemente, ao nos condenar por feitos errados ou nos aprovar por boas agdes. Todos ansiamos por ter uma consciéncia limpa perante Deus e os homens. Até mesmo ° mundo reconhece o valor de uma consciéncia limpa. Adam Smith escreveu: ‘‘O que se pode adicionar A felicidade de um homem saudavel, sem dividas e com a consciéncia tranqiii- lap? NOTAS - Extraido, com permissio, do Chicago Tribune — New York News Syndicate. » Webster's New Collegiate Dictionary (Springfield, Massachusetts: G. and C. Merriam Company, 1974), p. 223 (com-). Webster's New Collegiate Dictionary, p. 240 (conscience) W. E. Vine, An Expository Dictionary of New Testament Words (London: Oliphants, Ltd. 1940), Vol. I, p. 228. . Extraido de Conscience, de 0. Hallesby, © 1933, 1961, com autori zagao da Augsburg Publishing House, p. 14. Hallesby, Conscience, p. 13. Immanuel Kant, Critique of Pure Reason, 1781. Hallesby, Conscience, p. 29. Idem, p. 29 ¢ 30. Idem, p. 140. Adam Smith, The Theory of Moral Sentiments, 1853, conforme citado na revista Time, 14 de julho de 1975, p. 55. w 2 oRe MOP RID

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