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Chega de Procrastinacao! F waiter tenegar Tenho a tendéncia de ser um procrastinador. Pratiquei a procrastinagao durante a maior parte da minha vida, Se determinada tarefa ¢ ligeiramente desa- gradvel, minha tendéncia inicial e persis tente & deixé-la de lado, Nao estou dizen- do quer sou um preguigoso; na verdade, estou sempre bastante ocupado. Eu sim- plesmente adio o quanto posso a execu- «io daquilo que € menos agradavel. Sem- pre empurro essas tarefas para o fim, mas, invariavelmente sinto-me mal com isso. Vencer o habito da procrastinacao no € uma questio de polir minha auréola. Embora seja aceitével em nossa cultura, a procrastinaao é um problema sérioe pro- fundamente enraizado em mim, que afeta negativamente quase todas as areas da minha vida. ‘Tradugio adaptada do artigo Putting off Pro- ccrastination, publicado em The Journal of Biblical Counseling, ¥. 20, 0-1, Fall 2001, p. 404485. Walter Henegar concluiu o mestrado em mi- nistério no Westminster Theological Seminary Coletaneas de Aconselhamento Biblico vol. 4 130 Durante bastante tempo, cultivei um “orgulho falso a respeito da procrastinagio. Mas ao longo dos tiltimos anos, Deus con- cedeu-me graciosamente fé, percepcao © poder para combaté-la, O desejo de procrastinar ainda ¢ forte e sedutor. Mas pela bondade e graga de Deus, estou mu- dando. Escrever este artigo é uma tenta- tiva de compartilhar a esperanga que re- cebi A hist6ria de um procrastinador “Pressdes produzem diamantes”, Esse ‘era meu lema pessoal na faculdade, quan- do pela primeira vez comecei a identificar meu habito. Eu comegava a maioria das tarefas escritas na noite anterior & data de entrega e, geralmente, tirava as melhores, notas. Todos os meus amigos implicavam com isso, mas eu me defendia com um antigo provérbio chamado Lei de Parkinson: “O trabalho fica maior quando temos mais tempo disponivel para execntilo”. Por que gastar uma sema- nna inteira para fazer uma tarefa escri- ta se eu poderia gastar apenas uma noite e alcangar 0 mesmo resultado? A experiéncia profissional veio refor- gar meu hébito, Sentar-me diante de um computador o dia todo oferecia oportuni- dades ilimitadas para procrastinar: e-mail, Internet, joguinhos initeis. Enquanto eu estivesse ocupado fazendo alguma coi- sa, ninguém podia reclamar se eu deixas- se as tarefas mais trabalhosas para o tilti- ‘mo minuto. Algumas vezes passei raspan- tis do, mas em geral fui um empregado e mado (ou mesmo super estimado).. No dia do meu casamento, meu ti que dirigiu a ceriménia -brincou bem no meio do sermao mencionando minha ten- déncia conhecida de todos. Ele falou so- bre a necessidade de mudangas no casa- mento e, olhando direto para mim, disse: “Alguém que € procrastinador, se conti- nuar assim, adiard as mudangas 0 quanto puder’. E foi exatamente o que eu fiz, embora a vida de casado dificultasse as coisas. Agora, o tempo decisivo com que eu cos- tumava contar para fazer determinado tra- balho pertencia também & minha esposa. Era preciso deixi-la de lado para fazer as tarefas de tltima hora, Ainda pior, come- cei a arrastar 0 pé em algumas das res- ponsabilidades partilhadas por ambos como, por exemplo, fazer um orcamento, orar juntos ¢ lavar a louga. Em lugar de orgulho, comecei a sentir vergonha. Ou talvez devesse dizer que comecei a ficar defensivo. Todos me conheciam como um. rapaz.responsavel. A procrastinagdo é s6 um detalhe sutil da minka personatida- de, certo? Seré que minha esposa nao pode me dar um tempo? De fato, ela foi compreensiva, mas dentro daquilo que sua savide debilitada permitiu. Repetidas internagdes € constan- tes ataques de dor a forcavam a depender muito de mim para cuidar dela e de nos- sas duas criangas, Se 0 casamento € 0 formio de Deus para nos santificar, os Thos 86 afiam a Kamina. As responsabilida- des para cumprir no meu tempo livre e noite aumentaram, Passei a dormir cada vez menos. Eu ainda conseguia levaradiante muitas coisas, mas a qualidade do meu tra- balho sofreu e minha lista de pendéncias cresceu, Eu andava continuamente sobre- carregado, desencorajado e com pena de ‘mim mesmo. Algumas vezes, em meio a0 trabalho de dima hora, cheguei ater algo semelhante a um ataque de pénico. Eu in- vejava meus amigos mais disciplinados, ‘mas tinha pouca esperanga de me tornar como ele Cerca de dois anos atrés, uma maté- ria de aconselhamento no seminario desa- fiou-me a deixar a Palavra diagnosticar ‘meu problema e tragar um caminho de mudanga, O que prendeu minha atengao foi a metéfora biblica da drvor zgestdio de que meus ramos espinhosos de procrastinago eram nutridos por raizes invisfveis que cresciam profundamente no ‘meu coragio, Raiou a esperanga de que eu poderia descobrir a raiz da procrastinacdo e, de alguma forma, corté- la logo de uma vez por todas. Mais tarde, percebi que a segunda parte de minha es peranga era reflexo de um coracio aco. tumado a buscar sempre um atalho. Percepgies iniciais ara chegar as raizes, era preciso c ‘mecar pelos ramos. Minha auto-avalia logo rendeu duas percepgdes inesperadas. A primeira foi que meus habitos de procrastinagao eram altamente sistemdti- cos, ou seja, eles no apenas infectavam todas as dreas da minha vida, mas opera- vam de maneira ordenada e previsivel. Meu coragao parecia ter seu préprio flu- xograma de “se”: se ndo é para ama- nha, entdo voce tem muito tempo... se 131. coletdneas de Aconsethamento Biblico vol. 4 vocé estd em cima da hora para entre- gar wm trabalho, negligencie as demais responsabilidades... se vocé acabou de terminar wm trabalho grande, permita 4@ si mesmo uma recompensa.... € assim pordiante Segundo, percebi que eu ignorava 0 ‘mecanismo da procrastinago na maioria das vezes. Essa percepgao foi mais dificil de assimilar porque eu sempre me con: derei um rapaz introspectivo e meu radar detectava a procrastinagio algumas ve- zes. Mas eu costumava definir a procrastinago como uma auséneia: eu mio estava trabalhando duro o suficiente - ou suficientemente antes do prazo de entre ga. A questio que eu nao tinha percebido era a seguinte: se algo est ausente, o que esti presente? Todas aquelas horas esta ‘vam indo para algum lugar, mas 0 que exatamente eu estava fazendo com elas? Deliberadamente, comecei a prestar mais atengdo em como eu gastava o meu tempo e, em particular, as horas destina- das ao trabalho, Descobri que, na maioria das vezes, eu fazia coisas boas! Reorga- nizava minha mesa, respondia cartas, fa- ia um balango do talio de cheques, en- saiava miisicas no violio, Claro que havia também atividades menos nobres espalha- das aqui e ali: uma ou mais horas de TV, petiscos, passeios pela Internet procuran- do coisas de que eu nao precisava, Mas, percebi que as atividades “boas” me leva- vam a justificar minha procrastinas como um mal necessério para um rapaz sobrecarregado de trabalho, Na mesma época, eu estava também. pesquisando 0 assunto trabalho nas crituras. Nao fiquei surpreso quando en- contrei varios textos recomendando o tra- balho drduo. Um deles, em particular, des- tacou-se para mim: 2 Tessalonicenses 3.11 descreve um grupo de ociosos ou intro- Coletaneas de Aconselhamento Biblico vol. 4 ‘metidos que nao estavam contribuindo ‘como deveriam para a igreja. A palavra “intrometidos” intrigou-me e fui pesquisar no original grego. Descobri que se trata, na verdade, de um termo composto pelo verbo “trabalhar” e a preposigao “ao re- dor”. A segunda parte do versiculo pode ser traduzida literalmente assim: “Tais pes- soas nao trabalham; antes, elas trabalham «ao redor” ‘Como que em um toque de magica, pude ver claramente a mim mesmo. Ali estava eu, diligentemente ocupado com coisas ao meu redor, enquanto aquilo que ‘eu mais precisava fazer ficava parado em meio ao restante, Eu ndo era simplesmen- te um procrastinador; eu era um trabalha- dor em coisas ao redor. Lembro-me de ter lido 0 artigo de Charles Hummel A Tirania do Urgente. Hummel expressa sua admirago por Je- sus ter dito na cruz: “Esté terminado”, ain- da que muito da obra do reino estivesse incompleta. Ele explica que Jesus pode falar assim porque havia feito “toda a obra ‘que 0 Pai Ihe dera a fazer”. A conexio ‘com meu pecado estava clara: a menos ‘que eu estivesse fazendo o que Deus me chamou a fazer, estaria procrastinando, Quando procrastino, estou na verdade in- trometendo-me em coisas “ao redor” Indo mais a fundo Dei-me conta de que eu estava come- indo a “decifrar” a mim mesmo. Mas ainda era muito cedo no semestre para ‘rer que eu estivesse finalmente com as coisas sob controle, Descobri que havia muito chao pela frente quando voltei a es- ccorregar descaradamente na procrastinago - embora, a prinefpio, fosse fécil controlar a situagio. Quando dei de frente com a épo- cade entrega de trabalhos, tudo caiu rapi- ‘damente por terra, Percebi que eu estava novamente empurrando os trabalhos para as noites que antecediam os prazos finais - tudo como antes. Ironicamente, eu ainda tinha que fazer uma tarefa para a matéria de aconsethamento, Com relutincia, vol- tei a mergulhar na questao da procrastinagdo, dessa vez tentando ir mais, a fundo. Nao foi muito dificil comegar a identificar algumas coisas. O orgulho es- tava certamente operando: cada vez que eu virava uma noite para acabar um tra- balho, eu estava protegendo minha repu- tagdo diante de amigos e professores. O temor ao homem estava intimamente re- Tacionado. Quando tive aqueles leves ata- ques de pinico, 0 medo da desaprovacao de outros era dominante em minha mente. Preguiga nfo era o aspecto central, mas certamente fazin parts, As veoes plesmente no queria fazer alguma coisa. A busca do prazer e 0 escapismo tinham, lugar também, embora eu me limitasse a prazeres aceitiveis como assistir TV ou comer petiscos. Identificar essas tendéncias do meu coragao pareceu-me ttil, mas eu ainda nao estava satisfeito. Minhas descobertas até aquele ponto nao sé me intimidavam (Como eu iria atacar 0 orgutho?), como também estavam relacionadas a aspectos do meu coragZo, enquanto que eu estava em busca de fatores externos que tives- sem um papel chave no problema ‘Voltando a atengao para fora de mim ‘mesmo, eu facilmente compus uma longa lista de “se apenas”- circunstancias que, se mudassem, fariam com que tudo fi se melhor. A doenga de minha esposa es- tava no topo da lista, seguida das presses financeiras por estar fazendo 0 curso de mestrado e da nossa situacdo ainda inde- finida quanto ao futuro ministerial A lista comegou a crescer. “Tao logo nossa filha passar a dormir a noite toda, ou os dentes tiverem acabado de nascer, ou ela deixar as fraldas - entdo terei tem- po para voltar a fazer exercicio fisico. Quando pararmos de viajar com tanta freqliéncia ¢ estabelecermos uma rotina semanal, entio poderei comegar meus dias com oragdo” “Eu seria um rapaz bem mais disciplinado se tivesse um mentor que me ‘mostrasse como proceder.” E entdo as frases realmente mais sinistras com ram a vir & tona, “Se minha esposa fosse ‘mais disciplinada, eu teria menos a fazer em casa.” “Se meus amigos se importas- sem 0 bastante para me confrontar a res- peito dessa questo, eu nio lutaria tanto com isso.” “Se meus pais tivessem sido ‘modelo de melhores habitos de trabalho, eu agora estaria anos luz a frente. Por titimo, descobri uma lista de de culpas que caracterizavam meu jeito de trabalhar, “Esse semestre ja est sendo ‘mesmo um fracasso, entao vou deixar para investir no préximo semestre e comecar com a pagina em branco.” “O primeiro dia do més serd um bom dia para come- car.” “Vou colocar 0 despertador e fazer isso amanha.” Agora sim, aqueles termos vagos como orgulho e escapismo estavam ganhando contornos mais especiticos, ¢ ndo eram quadros bonitos. Comecei a ver minha estulticia, racionalizagdo e auto-engano por todos os lados. Comecei a ficar desespe- rado, embora eu ainda me apegasse em vio & esperanca de que as coisas ficariam melhores se eu pudesse simplesmente co- locar a cabega no lugar. ‘Verdades teolégicas ‘Minha cabega precisava, sim, de al ‘nhamento, Mas se tratava de alinhamento teolégico, Sou grato a Deus porque Ele ‘no me deixou sozinho com minha Biblia. Pela leitura de livros e artigos de diversos 133. coletdneas de Aconsethamento Biblico vol. 4 autores, e ouvindo as palavras de meus professores e as pregagdes de meu pas- tor, comecei a confrontar a minha falta de confianga em algumas verdades essenci: ais da fé erist ‘A questao mais significativa foi minha tendéncia de duvidar de que Deus poderia coperar uma mudanga em mim, 0 que por si s6 era uma expressao do meu orgulho, Eu ‘io duvidava da minha salvagio; eu sim- plesmente duvidava de que muita mudanga seria possivel aqui na terra. Se havia um “velho homem” e um “novo homem” den- {ro de mim, minha idéia era de que 0 velho hhomem claramente levava vantage. Mas simplesmente nao era verdade. Fui relembrado de que o Novo Testamento re- petidamente caracteriza a salvago como ‘uma mudanga decisiva da morte para a vida, da escravidio para a condigao de filo (cf. 1 Jo 3.14, Rm 6.6). Embora a “érvore” da ‘minha vida sempre dard alguns espinhos, sou basicamente uma éevore fru Cristo, aconteceu um trabalho de reengenaria genética para produzir o fru- to do Espirito e dominio proprio & parte dele! (cf. GI5.22) Para que eu no me voltasse para um {riunfalismo superficial (como tendo a fa- zer), também fui relembrado de que a santificagao, de acordo com as Escrituras, € um processo, Eu sempre disse que cria nisso - “ninguém é perfeito” é uma verda- de evidente em qualquer cultura - mas na pritica, minha expectativa era de uma santificag2o mais imediata. O desejo cont nuo de que 0 meu pecado fosse eliminado em um piscarde olhos expos a impaciéneia a preguiga que faziam parte de minha in- credulidade na santficagao progressiva A medida que reconheci minha inere- dulidade, minha pergunta passou a ser: “O ue vou fazer com isso”. E a resposta, sem ‘medo de erro, foi: “Arrependa-se”. Meus 134 Coletaneas de Aconselhamento Biblico vol. 4 cestudos no seminério jé tinham comegado a me ensinar que arrependimento é um ‘dom gracioso e um elemento bisico da vida crista, Mas agora, em lugar de simples- mente arrepender-me de atos identifica- dos claramente como pecado, eu também comecei a me arrepender de atitudes € disposigdes do meu coragio. Quando descobri mais detalhes de ‘como eu racionalizava e apegava-me aos meus habitos de procrastinagdo, percebi ‘que no eram poucas as atitudes das quais, ‘eu precisava me arrepender. Eu no tinha mais medo de encarar meus pecados, ago- ra que eu conhecia o verdadeiro alfvio de levé-los regularmente & cruz, Dois ami- gos do seminério formavam meu grupo de prestagdo de contas semanal - confessé- ‘vamos nossas falhas e nos arrependiamos diante de Deus. Comecei a viver o verda- deiro perddo de Deus, ¢ isso me libertou para buseé-LO com maior fervor. Fiquei convencido de que arrepen ‘mento é sempre o primeiro passo no pro- ccesso de mudanga, Sem arrependimento, ‘eu era um homem movido pela culpa, con- fiante em minha propria forga e com uma percepedo distorcida do problema, Com arrependimento, passei a ser um homem movido pela graga, confiante na forca de Deus e com uma percepgo mais bfblica «dos meus problemas. A medida que eu 0 expressei com maior regularidade, meu arrependimento, ganhou um carter mais positivo e voltado Para 0 crescimento, Enquanto orava pe- indo perdio a Deus, eu j4 pensava em situagdes futuras em que eu seria tentado ‘da mesma forma e pedia forgas para agir ‘com sabedoria quando elas chegassem, Deus respondeu as minhas oragdes e, de fato, eu comecei a mudar. Até minha esposa percebeu, Em lugar de esforgar- me para completar cada pequena tarefa a0 meu redor - ou parar até que a préxima “pagina em branco” chegasse - eu me em- penhava para concentrar nas prioridades. Agora meu tempo de oragao estava no topo da lista, seguido pelo tempo com mi- nha familia e pelas horas necessérias de sono. Os trabalhos do seminério vinham a seguir e, embora no fossem to bons quanto poderiam ser, também nao eram ‘maus. Eu aprendi muito naquele semestre. Mudangas em andamento Nos tiltimos dois anos, continuei acres cer no entendimento da procrastinagdo & reconheci o impacto que ela tem sobre ou- tras pessoas. Voltando ao texto de 2 Tessalonicenses sobre os intrometidos, des- cobri um texto anterior que explica porque Paulo tratou a questo com tanta serieda- de: “de modo que vos porteis com dignida- de para com os de fora e de nada venhais a precisar” (I Ts 4.12). Em outras palavras, tanto o meu testemunho diante de descren- tes como 0 meu amor pela Igreja (para nao ‘mencionar minha familia) estavam mancha- dos pela procrastinagio, dentificar meus erros nessas éreas ido resultou apenas em arrependimento, mas também em uma nova conscientizagao das conseqiiéncias do meu pecado. Menos ce- ado pela ansiedade dos trabalhos de titi- ‘ma hora, pude ver como eu havia sido in- sensivel em sobrecarregar minha esposa e filhas. Comecei a ver quantas oportunida- des para amar e servir outras pessoas eu estava perdendo devido a desordem na mi- nha vida. Cada vez que eu quebrava um compromisso ou cumpria um prazo final de ‘maneira insatisfat6ria, eu via como isso re- fletia mal o caréter de Deus diante de um ‘mundo que j4 ndo acredita em Seu povo -e por boas razoes. A medida que minha batalha com a procrastinagio amadureceu, meu apren- dizado nao se concentrou tanto em “deci frar” meu coragao, mas em como deixar que ele fosse controlado por Deus. Dei me conta de que nao existe uma parte completamente santificada em mim, que pode diagnosticar com perfeigao e tratar parte pecaminosa. Meu coragao nao é em nada confidvel - como disse Jeremias, “enganoso é 0 coragdo mais do que todas, as coisas” (Ir 17.9). Mas reconhecer que nao posso confiar em meu coragao fez crescer minha apreciagio pelos meios de santificagaio que Deus proporcionow no corpo de Cristo, particularmente meus amigos mais fntimos que tém um convite permanente para apontar meu pecado & ‘me lembrar do evangelho de Cristo. Quan- do tenho muito trabalho para ser feito den- tro de determinado prazo, ¢ estou sobs carregado, pego que eles me encorajem a prosseguir com diligéncia. Saber 0 quan- do preciso desse empurrdo deu-me maior ccoragem para fazer 0 mesmo por eles “fa- lando a verdade em amor” (Ef 4.15). Assim como eu ignorava amplamente as maquinagdes do meu coracio, eu tam- bem nao estava sabendo discemir as con- seqiiéncias de negligenciar e abusar do meu corpo. No ano pasado, comecei a correr {és vezes por semana com um amigo int mo, Ambos nos tornamos melhores mordomos de nossa satide fisica e perdi cerca de catorze quilos. Ainda nio colo-

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