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GRUPO

11

DISCIPLINA: PRÁTICA DE PROCESSO DO TRABALHO

PROFESSOR: ME. GUSTAVO MOREIRA PAMPLONA

INTEGRANTES DO GRUPO:

JOEL THIAGO FERREIRA SAMPAIO SALES - 26138377

LUCIANA VIEIRA DE MATOS -26145622

MARCIA LORENA GOMES DA SILVA - 26147161

THIAGO LUAN BESSA MARTINS -26147788

SIMONE CARVALHO SILVA - 26147461

PEÇA: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

TURMA: 10NNA
AO JUIZO FEDERAL DA ____ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA
DE CIDADE–ESTADO
 
 
Pedro, brasileiro, solteiro, técnico em manutenção de redes elétricas,
portador do CPF de nºxxxx, RG de nº xxxx, CTPS de nº xxx, PIS de nº xxx, residente
e domiciliado na Rua xxxx, nºxxxx, (bairro), CEP: xxxx (Município da– UF), por seu
advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com endereço indicado, vem com
o fundamento no art. 840, § 1º da Consolidação das leis Trabalhistas- CLT e art. 319 do
código de Processo Civil-CPC, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo
procedimento (...) em face de concessionária de energia elétrica “Luminus”, pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º xxxx, situada na cidade xxxx,
estado XX , na rua XXX, no bairro XXX, no CEP xxxx, telefone nº xxxxx,
consubstanciada nas razões fáticas e jurídicas a seguir aduzidas:

1-PREVIAMENTE

1.1- Da Justiça Gratuita


Atualmente, o reclamante não possui qualquer vínculo empregatício, não
recebendo nenhum valor salarial. Dessa forma, é permitido ao autor a
utilização da Justiça gratuita, conforme art. 790, §3º da CLT. Diante do
exposto, solicita a concessão de Justiça Gratuita.

2- Dos fatos

2.1 Contrato de trabalho e rescisão

Ressalta-se que o reclamante foi admitido pela empresa concessionária em 2020,


para que assim pudesse desempenhar a função técnico em manutenção de redes
elétricas, sendo dispensando após 11 meses de contrato, no dia xx de 2021, por supostas
faltas injustificadas.
Mediante o período trabalhado, o reclamante informou que a remuneração paga
pelo reclamado nunca ultrapassou o valor de R$ 788,00, além de nunca ter recebido
adicional de periculosidade. Ademais, as faltas que supostamente geraram a rescisão se
devem ao fato do reclamante ter necessitado cumprir as exigências do Serviço Militar
obrigatório.
Convém considerar que antes de ser dispensando, o reclamante foi perseguido e
humilhado pelo gerente da empresa Sr. Carlos, na frente de outros funcionários,
acusando-o de “vagabundo” e “preguiçoso”, causando profundo constrangimento.

3- Do mérito

3.1- Das verbas rescisórias

O reclamante foi dispensado em xx/xx/xx, sem justo motivo, não recebendo


quaisquer valores a título de verbas rescisórias, fazendo jus aos seguintes títulos: aviso
prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional,
indenização correspondente ao FGTS, bem como, os 40% constitucional.

3.2- Do aviso prévio

O reclamante não foi avisado de sua demissão conforme exigido pela legislação:
30 dias de antecedência (CF, art. 7°, inc. XXI) e redução da jornada laboral em duas
horas diárias ou sete dias corridos (CLT, art. 488). Destarte, a reclamada não cumpriu a
determinação legal, pelo que deve ser condenada ao pagamento do aviso prévio de
acordo com o art. 487°, §1 da CLT.
A reclamada comunicou ao reclamante que este não mais precisaria trabalhar
para a mesma, sem pagar qualquer verba trabalhista. De acordo com o artigo previsto no
art. 477, § 8° da CLT, a empresa dispensou o reclamante do cumprimento do aviso
prévio, assim deveria ter pago as verbas rescisórias do funcionário até o décimo dia,
conforme o art.477, §6 da CLT.
3.3- Do 13º salário proporcional

Entende-se que o reclamante deverá receber o 13º salário proporcional referente


aos meses que prestou o serviço a reclamada, sabendo que cada mês será
equivalente a 1/12 avos do valor total, logo receberá (11/12 avos).

3.4- Das férias proporcionais

Conforme preconiza o inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal/88


assegura o direito a férias aos trabalhadores urbanos e rurais. A Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) regula a matéria nos arts. 129 a 153. Dessa forma,
como o reclamante não possui férias vencidas, uma vez que possui apenas 11
meses de trabalho prestado a reclamada, fará jus as férias proporcionais ao
tempo trabalhado, já que foi dispensado sem justa causa como relatado
anteriormente.

Neste sentido cumpre ressaltar que é a previsão do art. 147, da CLT:

O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo


contrato de trabalho se extinguir em prazo
predeterminado, antes de completar 12 (doze) meses de
serviço, terá direito à remuneração relativa ao período
incompleto de férias, de conformidade com o disposto no
artigo anterior.

Deve-se ainda considerar que as férias proporcionais serão pagas com o


adicional de 1/3, com fundamento no art. 7º, XVII, bem como da Súmula 328, do
TST, que elenca: O pagamento das férias, integrais ou proporcionais, gozadas ou não,
na vigência da CF/1988, sujeita-se ao acréscimo do terço previsto no respectivo
art. 7º, XVII.

3.5- Do FGTS + multa de 40%


A reclamada não cumpriu as obrigações por lei, tais como depósito do FGTS,
registro do empregado junto ao INSS, cadastramento junto ao PIS, pagamento de férias
e 13°. Salário.
A reclamada demitiu o reclamante sem justa causa comprovada, destarte a
obrigação de pagar a multa de 40% sobre o valor referente ao FGTS. Desta forma deve
ser obrigada a pagar a referida imposição.

3.6- Liberação da guia do seguro desemprego ou indenização correspondente


Cumpre ressaltar que o reclamante foi dispensado sem justa causa
comprovada e que, por isso, deveria ter recebido o benefício do seguro
desemprego, já que esse direito irá garantir a subsistência do trabalhador e de
seus familiares pelo período em que ele permanece fora do mercado de trabalho,
sem exercer nova atividade remunerada. Portanto, se o trabalhador não receber o
benefício por culpa exclusiva do empregador, este deverá subsidiar uma
indenização substitutiva, motivo pelo qual passa a requerer tal liberação.

3.7- Da Remuneração
A maior remuneração mensal do reclamante foi de R$ 788,00 (setecentos e
oitenta e oito reais), mais uma vez a reclamada feriu brutalmente a Legislação. De a
acordo com a Constituição Federal (art. 7.º, inc. IV) veda o pagamento de salário
inferior ao mínimo legal. Destarte, a reclamada deve ser condenada a pagar ao
reclamante a diferença salarial, durante toda a vigência do pacto laboral.

3.8- Do adicional de periculosidade

O reclamante durante todo o período laboral, não recebeu o adicional de


periculosidade em face da função exercida, de acordo com o art. 193°, inciso I, da CLT
e art. 7°, inciso XXII, da CF de 88:
Art. 193. São consideradas atividades ou operações
perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua
natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do
trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 12.740, de
2012) I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
(Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)[...]
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição
social[...]
XXIII - adicional de remuneração para as atividades
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.

Diante do exposto, não resta duvida, que o reclamado faz jus ao adicional de
periculosidade de 30% (trinta por cento), sobre o salário de todo o período trabalhado,
sendo assim a reclamada deverá pagar ao reclamante o correspondente a R$
xxx(xxxxxx).

3.9- Nulidade da justa causa

O reclamante, no momento da assinatura do termo de rescisão do contrato de


trabalho foi surpreendido com pela demissão por justa causa, pois durante a relação
empregatícia sempre exerceu sua função com zelo, jamais provocando qualquer ato que
desabonasse sua pessoa ou atividade laborativa. Vale ressaltar que sua única falta
durante toda a relação trabalhista, foi para cumprir exigências do Serviço Militar
obrigatório, de acordo com o art. 60°, §4° da lei do Serviço Militar- lei nº 4.375/64:

Art. 60. Os funcionários públicos federais, estaduais ou


municipais, bem como os empregados, operários ou
trabalhadores, qualquer que seja a natureza da entidade
em que exerçam as suas atividades, quando
incorporados ou matriculados em Órgão de Formação
de Reserva, por motivo de convocação para prestação
do Serviço Militar inicial estabelecido pelo art. 16,
desde que para isso forçados a abandonarem o cargo ou
emprego, terão assegurado o retorno ao cargo ou
emprego respectivo, dentro dos 30 (trinta) dias que se
seguirem ao licenciamento, ou término de curso, salvo
se declararem, por ocasião da incorporação ou
matrícula, não pretender a ele voltar.
§ 4º Todo convocado matriculado em Órgão de
Formação de Reserva que seja obrigado a faltar a suas
atividades civis, por força de exercício ou manobras, ou
reservista que seja chamado, para fins de exercício de
apresentação das reservas ou cerimônia cívica, do Dia
do Reservista, terá suas faltas abonadas para todos os
efeitos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 715, de
1969).

A rescisão contratual, que seu por justa causa, foi arbitraria, dado que desprovida
de relevante justificativa e sem qualquer fundamentação legal com art. 482° que trata
sobre as demissões com justa causa. Tal ato de rescisão por justa causa do reclamante,
foi planejado pela a empresa reclamada para com o único propósito de ser livre dos
encargos trabalhistas que a dispensa sem justa causa resultaria, tais como aviso prévio,
13° salário e férias proporcionais, multa sobre saldo do FGTS.
Essa atitude arbitraria e ilícita da empresa reclamada deixou o reclamante
totalmente desamparado financeiramente, porque não recebeu integralmente as verbas
rescisórias; segundo, porque obstou de receber seguro desemprego; terceiro, vedou de
levantar saldo existente do FGTS, afim de amenizar o as despesas corriqueiras do ser
humano.

3.10- Do dano moral

Como já mencionado, o reclamante, antes de ser dispensando, foi perseguido e


humilhado pelo gerente da empresa, Sr. Carlos, na frente de outros funcionários,
acusando-o de “vagabundo” e “preguiçoso”, momento em que Pedro se sentiu
profundamente constrangido diante de seus colegas de trabalho.
Nos termos do art. 186 do Código Civil, comete ato ilícito aquele que viola
direito e causa danos a outrem, por ação ou omissão, negligência ou imprudência. Do
mesmo modo, o art. 927 do mesmo código disciplina a obrigação de reparar o dano por
parte de quem praticou o ato ilícito. Frisa-se ainda a violação do artigo 5º, X, da CF, que
sustenta a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das
pessoas, sendo-lhes assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação. O dano moral, à luz da Constituição Federal, configura-se
na ofensa à dignidade humana capaz de desequilibrar psicologicamente a pessoa.
Além disso, o dano moral não pressupõe dilação probatória, em razão de ser
ínsito à própria ofensa, sendo denominado de dano in re ipsa. Assim, se a ofensa
repercute na esfera individual, aduz por si só a concessão de indenização ao indivíduo
que fora lesado. Ou seja, do dano resulta o dever de indenizar por parte do ofensor.
Desta forma, requer que a Reclamada seja condenada ao pagamento de
indenização por danos morais ao Reclamante, no importe de R$ xxxxx(xxxxxx).

4- Dos pedidos:

Diante do exposto, requer:


a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 790, §3° da
CLT e do art. 98 e ss. do Código de Processo Civil;
b) A procedência da presente ação, com a condenação da Reclamada ao
pagamento integral das verbas indenizatórias que o Reclamante faz jus;

c) Requer a REVERSÃO da dispensa por justa causa para DISPENSA


IMOTIVADA e, por consequência, o pagamento/fornecimento dos direitos
trabalhistas, já com a projeção do aviso prévio indenizado, corrigidos
monetariamente e com os juros devidos;

d) A condenação da Reclamada ao pagamento de indenização por danos morais


no valor de R$ ...... (..... reais);
e) A notificação da Reclamada para comparecer a audiência a ser designada
para querendo apresentar defesa a presente reclamação e acompanha-la em
todos os seus termos, sob as penas da lei.
f) A condenação da Reclamada ao pagamento de honorários advocatícios de
sucumbência fixados em 15% sobre o valor da condenação que resultar da
liquidação da sentença, nos termos do art. 791-A da CLT, que equivale a de
R$.... (.....reais);
g) A condenação da Reclamada ao pagamento das custas processuais;
h) Protesta provar o alegado por todos os meios no Direito permitidos,
notadamente oitiva de testemunhas e depoimento pessoal.

Dá-se à causa o valor de R$ ......(...).

Nestes termos,

Estes são os termos em que se pede deferimento.

(Local), (data).

ADVOGADO

OAB n° (XXXX) – (UF)

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