O artigo da acadêmica Sabrina Wender, mestranda em nanociências,
graduanda em fisioterapia pela Unicentro, com trabalhos publicados na área da saúde acerca da hanseníase, aborda o processo de neuroinflamação na Doença de Alzheimer (DA), visando estudar os efeitos potencialmente anti-inflamatórios de alfa-humuleno encapsulado em nanopartículas. Para tanto, após uma indução inflamatória em modelos experimentais, a pesquisadora comparou grupos tratados e grupos controle ao avaliar quantitativamente a presença de citocinas pró e anti-inflamatórias e presença de proteínas TAU hipofosforiladas anormais e GAPF (Proteína Ácida Fibrilar Glial). A partir dos resultados obtidos, Wender conclui que o tratamento com as nanopartículas contra o processo de neuroinflamação em modelos com DA foi efetivo. Estruturalmente, a autora divide seu trabalho em resumo, introdução, objetivo geral e específico, metodologia, resultados e discussão e, por fim, conclusão. Embora seja um artigo cujo tema impacta de maneira relevante à comunidade científica, nota-se imprecisões e incoerências. Primeiramente, não são dadas explicações suficientes a respeito da molécula (alfa-humuleno) em foco no estudo, pois não é citada a origem detalhada nem o mecanismo de ação, informações fundamentais. Ademais, Wender conclui que há benefícios no uso de nanopartículas no tratamento. Entretanto, a partir da análise dos gráficos, apenas a contagem de interleucinas 6 (IL - 6) apresenta uma diferença estatística significativa entre o composto nanoestruturado e não nanoestruturado. Desse modo, não há vantagem no uso do NHUM (nanopartículas de alfa-humuleno), conforme os próprios resultados da autora. À luz do exposto, recomenda-se cautela diante deste trabalho, tendo em vista a incoerência entre resultados e conclusão. Devido a relevância do tema, vale a realização de correções por parte da autora, para que a pesquisa possa contribuir para a construção do conhecimento científico.
Autores: Enayle A. N. Turra; Felipe Y. M. Pauli; Jheniffer A. Perez; Maria Eduarda