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VISITA TÉCNICA AO PROGRAMA MELHOR EM CASA DE GUARAPUAVA

Acadêmica: Nathalia Wessler

A visita técnica ao programa Melhor em Casa de Guarapuava permitiu que


conhecêssemos o ambiente onde os profissionais se preparam para as visitas e
recebem membros da comunidade. A apresentação foi feita por um psicólogo,
membro da equipe multidisciplinar. Já na recepção é possível notar a zelo e
organização com que esses profissionais desempenham seu trabalho, pois havia
um painel com fotos de pacientes com a equipe, além de cartas de agradecimentos
dos pacientes, algo realmente emocionante que mostra a magnitude das ações
realizadas ali. Percorrendo outras salas também é notável a organização e
receptividade de toda a equipe, bem como o cuidado com os recursos materiais
necessários para as visitas e trato de feridas, uma vez que nas mesmas instalações
desse programa também funciona um centro de curativos.
A caminho da visita domiciliar em si, a equipe que nos acompanhou
(psicólogo e fisioterapeuta do time multidisciplinar) realizou explanações a respeito
dos critérios de admissão de pacientes nessa modalidade de tratamento, assim
como já foi discutido em aula. Eles também destacaram o trabalho conjunto com
unidades básicas de saúde e hospitais no trato dos pacientes.
Ademais, antes da chegada à casa da paciente, fomos introduzidos à sua
história de vida e sua família: uma mulher de 62 anos que realizou uma
glossectomia total e traqueostomia em decorrência de um câncer de língua
diagnosticado há cerca de 2 meses. Além disso, a senhora também apresentava
redução da mobilidade das mãos devido à lesão antiga. Nesse sentido, achei muito
pertinente a visita ser realizada por uma fisioterapêuta, que pode avaliar a
mobilidade da senhora, naquele momento ainda muito restrita à cama, e dar outras
orientações, e um psicólogo, que pôde avaliar o estado de saúde mental da
senhora, submetida a consideráveis mudanças negativas em sua vida há tão pouco
tempo. A família, segundo o que nos foi relatado pela equipe e o que pude observar
na casa, parece bastante empenhada em cuidar da senhora. No momento da visita
a filha estava prestando cuidados, enquanto um homem adulto cuidava de uma
criança na casa. Os familiares foram muito receptivos com todos nós e
demonstraram apego à religião cristã, fato notado pela equipe e que, segundo eles,
é um elemento bastante respeitado por todos os profissionais, por representar um
dos aspectos que contribuem para o processo de melhora dos enfermos ou para
cuidados paliativos.
No caminho de volta, foi pontuado pela equipe multiprofissional os avanços
no caso dessa senhora, com destaque para a vontade que ela manifesta, mesmo
em situação de dor ou desconforto, de continuar o tratamento com a fonoaudióloga.
Isso é bastante positivo, visto que demonstra uma perspectiva de melhora por parte
da paciente que recentemente passou por um evento potencialmente traumático.
Também é relevante destacar a atenção da equipe do programa com os
cuidadores, seja orientando de maneira técnica para o melhor manejo com o
paciente, seja oferecendo apoio psicológico, em reuniões mensais. Isso mostra uma
preocupação integral dos profissionais com a família, além do fato de que eles
sempre buscam adaptar seus cuidados à realidade de cada família, nunca impondo
atitudes, mas sim buscando consensos através do diálogo com o paciente e
familiares.
Desse modo, considerei a experiência na visita técnica ao programa Melhor
em Casa bastante proveitosa, pois pude conhecer uma faceta do Sistema Único de
Saúde que, mesmo com algumas deficiências (falta de veículos para visitas e
insumos, falta de profissionais médicos), consegue fornecer um cuidado
verdadeiramente centrado na pessoa e multidisciplinar, devido ao empenho e
humanidade dos profissionais da equipe.

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