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MARTIN W. BAUER E GEORGE GASKELL (ED.) PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM UM MANUAL PRATICO Tradugao de Pedrinho A. Guareschi 2 Edigao y EDITORA VOZES Petrépolis 2003 Dados Internacionais de Catalogacao na Publicagao (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Pesquisa qualitativa com texto: imagem e som : um manual pratico/ Martin W. Bauer, George Gaskell (editores) ; tradug’o de Pedrinho A. Guareschi. — Petrépolis , RJ : Vozes, 2002. Titulo original: Qualitative Researching with Text, Image and Sound : a Practical Handbook. ISBN 85.326.2727-7 1, Giéncias sociais — Metodologia 2. Ciéncias sociais — Pesquisa 3. Ciéncias sociais — Pesquisa — Metodologia 4. Pesquisa avaliativa (Programas de acao social) 5. Pesquisa qualitativa I. Bauer, Martin W., IL. Gaskell, George. 02-2085 CDD-001.42 Indices para catalogo sistematico: 1, Pesquisa qualitativa : Metodologia 001.42 9 ANALISE ARGUMENTATIVA Miltos Liakopoulos Palavras-chave: argumentagao; refutagio; apoio; retérica; pro- posicao; garantia; dados. Conforme Aristételes, nds somos “animais politicos”, e com isso, ele queria dizer que os humanos estao organizados em sociedades de acordo com principios comuns e com praticas de ‘comportamento comumente negociadas. Politica foi o nome dado a instituigao que permitia a elaboracao e ofganizagao | de praticas comuns na s de, A forma principal de comunicag4o dentro ‘déséa instituigao era a fala,itias nao q qualquer tipo de fala: havia um tipo especifico de fala formal, empregada na politica, chamada retorica. Os sentidos das palavras politica e retérica mudaram desde os tempos de Aristételes, mas a maneira como as pessoas se organizam em sociedade e discutem sobre isso € ainda a mesma. Os debates sur= gem a respeito de assuntos de interesse social ¢, como a era dai magao estd alcangando maturidade, mais € mais pessoas esto se - nando ativas nestes debates. O fato de grande quantidade de pes- sas estarem tomiand@ parte nos debates sociais possui uma conse- quéncia importante: a forma preferida de fala esta se tornando me- nos formal. Apesar de estar mudando sua forma, toda fala que inclui debate se desenrola ao redor de um bloco basico: 0 argumento, O argumento forma a espinha dorsal da fala. Ele representa a idéia central ou 0 principio no qual a fala esta baseada. Ainda mais, ele é uma ferramenta de mudanga social, na medida em que pretende persuadir uma audiéncia em foco. Este capitulo trata da andlise argumentativa. Trata de trazer 0 argumento para o primeiro plano da pesquisa social sobre debates publicos. Tem como objetivo oferecer uma visao metodolégica compreensiva da anilise das estruturas da argumenta¢ao, com pro- posito de compreender melhor os parametros que influenciam os debates publicos. O termo argumentagio se refere a uma atividade verbal ou escrita que consiste ma série de afirmagde: 25 com O objetivo de ju ificar, ou refutar, ‘minada opinido, e persuadi a audiéncia (van Ee- meren a at; 1987). O objetivo da analise da | fa aiguimentacao é édocumen- ‘ tar a maneira como afirmagoes sao estrituradas dentro de um texto | i discursivo, e avaliar sua solidez. A andlise normalmente se centra na in- , teracio entre duas ou mais pessoas que apresentam argumentos como r parte de uma discussao ou debate, ou sobre um texto dentro do qual a’ pessoa constréi um argumento (van Eemeren et al., 1997). O enfoque tradicional vé os argumentos tanto como um proces- Processo sé refere a estrutura infere érie de afirmacées usadas como proposi- es, junto comi outra série de afirmagées usadas como Justificativas * das afi jas afirmagées ariteriores, O ) argumento como produto se re se refere a 2 mancira cOmd os ar gumentos se tornam parte de uma atividade 2 dentro do coniexto geral do discurso. As caracteristicas basicas de 3 ‘uni argumento sao (Burleson, 1992): a) a existéncia de uma asser¢do construfda como proposicao. | b) uma estrutura organizativa ao redor da defesa da proposigio. | c) um salto inferencial no movimento que vai da justificativa | ; para a assergao. A teoria de argumentagao e Toulmin ado, as teorias da argumentagao focalizavam a légica da ‘a de argumentagao, e procuravam delinear regras que expu- nham as falacias no pensar (Benoit, 1992). A teoria do raciocinio de Afistételes; por exemplo, foi um enfoque influente na avaliagdo de um argumento a partir da perspectiva da légica formal. Desse ponto de vista, o argumento € tio valido quanto € o raciocinio existente por detras dele, e existem determinadas regras universais que po- dem ser usadas na avaliacao da légica do argumento. Na era moderna de influéncia dos meios de comunicagao de massa, onde a argumentacao alcanga muito mais pessoas, em vez de apenas alguns privilegiados, novas teorias se desenvolveram. Estas. teorias se deslocaram para uma visao interacional da argumentagao, 719 passando a ser_seu foco o uso informal dos argumentos na fala do Um notavel exemplo desse novo tipo é'a teoria da fa argumentagao de Stephen Toulmin, que € apresentada em seu livro The Uses of Arguments (1958). Ela € 0 exemplo de uma teoria de légica informal que se adapta melhor 4 era moderna da interacao informal, da propaganda e da publicida- de. A énfase de Toulmin na 1 persuasa € no conven imento s sobre a naram sua teoria um referencial muito influente p paraa pesquisa n area da argumentacio (Antaki, 1994). Toulmin propée uma analogia entre um argumento e um orga- nismo, e caracteriza a ambos como tendo uma estrutura anatomica e fisiolégica. Aestrutura anatémica de um argumento, di mo mado que um organismo, pode ser Tepresentada de uma for esquema- .tica-A Fepresentagdo esquemiatica da estrutura do argumento é a base para su S| liagao critica e solidez (isto é, sua fungao psicolégi- \ca). Nésté sentido, o mérito de um argumento é julgado com funda- :mento na fungao de suas partes inter-relacionadas, e nao com fun- damento em sua forma. O argumento mais simples toma a forma de uma 1a proposicao ou de uma conclusao precedida por fatos (dados) que a apéiam. Mas _muitas vezes um qualificador dos dados é exigido: em outras pala- der que os dados sao amente empregados para apoiar a proposicao. Esta premissa garantia. Garantias sdo cruciais na determinacao da rgumento, porque elas justificam explicitamente o pas- so que se deu dos dados para a proposigao, e descrevem 0 processo + em termos de por que esse passo pode ser dado. Uma representagao _ BFalica da estrutura do argumento € apresentada na Figura 9.1 * (adaptada de Toulmin, 1958). ‘Dados’ Desse modo, ‘Qualificador’, ‘Proposicéo’ Ano ser que ‘Refutagao” Pois hd ‘Garantia’ Por conta do ‘Apoio” Figura 9.1 ~ Estrutura do argumento (adaptada de Toulmin, 1958). ~~ 220 — t Toulmin admite que em alguns ar: rgumentos é difi cil distinguir -entre dados ¢ apoios, embora a distinga Yar} argumento. Uma maneira de distingui-los é é considerar qi "que em ge- é ral os dados sao 10 explicitos, enquanto que as garantias sao implicitas. « referéncia explicita a aos fatos, as as garantias s sio usadas para legitimar orate sos v s A proposigao, € para encaminha-la de bye volta para outros passos i plicados nessa legitimagao — passos cuja Diferentes tipos de garantias dao forca diferente 4 proposicao. As vezes ha necessidade de fazer uma referéncia especifica a forga do processo que vai dos dados a proposigao, através de uma garan- tia. Essa referéncia é chamada de um qualificador, e toma a forma’: t de 2 palavras tais como necessariamente, presumivelmente, provavel- | ‘tmente, etc. £2 processo que vai da garantia até a proposigao | pode muitas ve- es ser condicional (por exemplo, si¢A0 ‘ verdadeira a menos que...). Isto se refere a condices sob as quais a garantia ndo tem tem controle. Em tais casos, refutagées sio usadas como afirmacées condicionais semelhantes aos qualificadores. Em um argumento mais complexo, ha necessidade de explicar por quea garanti: a usada tem. poder. Nesse caso, a garantia necessita um apoio (ver Figura 9.1). Normalmente, apoios sao afirmagées ca- ‘ tegéricas ou fatos (tais como leis), nao diferentes dos dados que con- duzem inicialmente 4 proposigao. A aparigao de apoios para garan- tia depende de a garantia ser aceita, ou nao, como nao tendo proble- mas. Apoios de garantia nao sao usados muitas vezes em uma discus- sAo porque isso tornaria uma discussdo pratica tao complexa que a |itornaria impossivel. A natureza categérica dos apoios cria certas semelhangas com a parte dos dados do argumento. A diferenca entre dados e apoio 6, é, ue dados sao particulares, e apoio é.uma premissa uni- versal.” Po iplo, onde dados tém a ver com um referencial dire- ~ tamente relacionado com a proposicao, um apoio consistiria de uma afirmagio geral que se aplicaria a muitos outros casos. Na visio de Toulmin, a a argumentagao é um ato social incluindo toda atividad proposigGes, ap fandanients-las com razées, etc. (Toulmin etal., 1979). Por esta razao, ele introduz a nocao de campos do argumento. Ele sugere que alguns 271 aspectos do argumento s&o basicamente os mesmos, apesar do con. iexto em que eles sko deservalvidos; ees sio invarianies com tele ‘or Ouro lado, alguns outros aspectos diferem diferem de : contexto_p para context, € como tais $40, dependentes do campc campo Exemplos de campos sao a politica, a justica e a arte. Cada campe possui seus préprios critérios para desenvolver € olver e compreender gumentos, com a conseqiiéncia que discordncias entre campo: aio ldificeis de resolver, pois eles acontecem em diferentes esferas, A nogao de campos de argumento, ou contextualizacgdo da mentacao, esta diretamente ligada com a de validade formal eo tipo do argumento, Existem diferentes tipos de argumentos, de acordo com Toulmin, e sua classificacdo esta baseada nas diferentes quali- sdades de seus componentes. A distingdo mais importante é entre ar- '~gumentos substanciais ¢ anallicos: A derenga fie Oargument ‘gumento Yanalitico contém apoio para a garanila, cuja in | informagao autoriza, ~ Sexplicita ou implicitamente, a propria conclusao. Em outras ala } .yras, uma compreensao do argumento pressupée uma’ compreensao de sua legitimidade caso, a garantia é usada na forma tradi- Jdonal de reforco do ) processo da ldgica que vai dos dados & propos - | go, mas sendo independente deles. O tipico argumento cientifico € x——__—_—_—_—__ x c3 x———x x————-x cA pe Neste exemplo, os mesmos dados levam a diferentes, mas talvez semelhaiies, proposigoes. Por sua vez, diferentes garantias apoiam uma (nica proposicdo e assim por diante. Este é um retrato realisti- co de uma estrutura de argumentacao provinda de uma grande quantidade de texto. Tal retrato ngs permite uma descrigao das re- or exemplo, que tipos de dados produ- t or ides e garantias, que tipo de apoios se “adéqiiam a certas garantias, ¢ assim por diante.. O desafio é identificar um processo que iria dar conta de todas as relagdes entre as categorias como retratadas acima. Uma folha de da- dos comum, do tipo SPSS, nao conseguiria, na nossa opiniao, funcio- nar adequadamente, pois nao seria possivel dar conta de todas as com- binagdes possiveis entre as categorias. Um pacote software de anilise de contetido, como o ATLAS/ti, seria mais adequado, poi ele permite a aprescntacig esquematica das relagoes das categorias. Virgil é um programa de bancos de dados para informac4o qua- litativa, nao diferente do ATLAS/ti, que é um primeiro passo para a completa implementagao da andlise da argumentagao como andlise de contetido. Bail (1994) usou o Virgil dentro do HyperCard 2.0 para analisar argumentos de politicas dentro do modelo de Toul- min. O software pode analisar o enfoque esquematico de Toulmin com argumentos relativamente simples, permitindo a apresentagao de muitos elementos (como por exemplo as partes do argumento) ao mesmo tempo, e em diferentes versées. Na versao simples, o ar- gumento é representado em uma forma concisa de acordo com ele- mentos, com a possibilidade de acrescentar notas extensas para cada @lemento. Na forma complexa, cada elemento é referido a partes @iteriores do texto original, contextualizando-o, deste modo, de acordo com a teoria de Toulmin. _ De resultados preliminares para uma andlise completa Os resultados preliminares da andlise da argumentacao do estu- do de caso mostrado acima constituem um primeiro passo para uma melhor compreensao da estrutura do argumento em debate. A des- cricio do contetido do argumento e a anilise das premissas implici- tas no argumento sdo apenas uma maneira de nos aproximarmos da Ao. Outras perspectivas de onde se poderia abordar a anilise los affumentos sao as que se seguem. A completude das partes do argumento O exemplo de Toulmin de um argumento contém todas as par- tes (dados, proposicgdo, garantia, apoio, refutagao) dentro de um — 239 todo significal ivo. Em um texto usual, néo é comum encontrar um argumento “completo”, pois muitas partes sao deixadas a interpre- tagao do leitor. Poder-se-ia argumentar que um argumento bem-su- cedido é 0 que nao deixa espaco para interpretagio subjetiva, mas ao contrario inclui todas as partes relevantes. Uma medida da “com- pletude” da argumentacao seria, entdo, uma indicagao da forga do argumento. ‘Tal medida poderia tomar a forma de uma comparagao entre 4 afgumentacao grupal no debate, como uma fungao de seu “indice de completude” (por exemplo, o percentual de argumentos que contém todas as premissas necessdrias, menos os argumentos que nao sao necessérios). Tipos de garantia A importancia da garantia na argumentacao é indiscutiyel. Ela é a mais importante justificagao légica da proposi¢ao. Diferengas na estrutura da argumentacao sao também refletidas nos tipos de ga- rantias. Brockriede & Ehninger (1960) oferecem trés categorias de argumientos, de acordo com a maneira como as garantias sdo usadas: © * Em_um argumento substantivo, a ga 4 dizendo o algo sobre as relagGes das coisas no mun ¥¢ Em um argumento motivacional, as.garantias nos. dizem algo sobre as emogoes, valores ou motivos que tornam a proposigio aceitavel pela pessoa a quem o argumento é dirigido. “+ No argumento autoritativo, as garantias dizem algo sobre a fi- - dedignidade da fonte de onde os dados foram tomados. A comparacao entre tipos de garantia na argumentagao grupal ira fornecer uma visao melhor do emprego pretendido do argumen- to na esfera publica. Logos, ethos, pathos As palavras acima se relacionam com a idéia aristotélica de que existém trés q@uialidades principais em uma fala: logos (razio, légica), ethos (moralidade, cédigo moral, ética), e pathos (emogao, afeic4o). Cada estrutura de argumento da especial peso a um destes trés prin- cipios, conforme o publico alvo que ela quer influenciar. Por exem- plo, Aristoteles acreditava que a fala ptiblica estava compelida a con- ter mais pathos, pois o componente emocional possui uma influéncia forte nas pessoas leigas. ‘Transportando essa idéia para a andlise de nossos dias, poderfa- mos buscar uma comparagao da estrutura do argumento baseada nestas trés caracteristicas. Acada argumento pode ser conferido um {) lvalor numérico em trés cscalas (logos, thas, alt que, £0 contanto que | Leitura semiética e andlise de argumentagao E _ verdade, como mostrou_ Aristételes, que o argumento pode também ter um componente emotivo que funciona em um_nivel di- Terent 40. Em debates que introduzem novos conceitos no campo publico, metaforas imagens sao constituintes importan- tes da estrutura da arguinentagao que funcionam ao nivel emotivo. Asemidtica €a Géncia da compreensio e da ai simbélicos no discurso cotidiano. Uma combinaco ttl util entre semi6- | —— mars profunda da dinamica que afeta o desenvol ‘PUblico (Manzoli, 1997). Por exemplo, representacées pictoricas s (fo- tografias documentarias, desenhos, graficos, etc.) comumente usa- das em textos de midia podem ser analisadas como partes de uma estrutura do argumento (por exemplo, como garantias para a rei- vindicagao principal). Passos na andlise argumentativa 1. Colete uma amostra representativa que incorpore os pontos de vista de todas as partes interessadas no debate. 2. Sintetize os pontos principais em um pardgrafo, parafraseando o minimo. 3. Identifique as partes usando as definigdes apresentadas e teste-as quanto a sua fidedignidade. 4. Compare todas as partes do argumento em uma apresentagao es- queméatica a fim de que elas possam ser lidas em relagio umas com as outras. 5. Apresente uma interpretagaéo em termos do contexto geral e do mérito da completude do argumento. — 241 — Referéncias bibliograficas ANTAKI, C. (1994). 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