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288 * MANUAL DE DIAGNOSTICO EM ULTRA-SONOGRAFIA, Ultra-sonografia intracraniana A ultra-sonogratfia in s para ultra-som craniano neonatal: Hidrocefalia (aumento cefilico). Sangramento intracraniano, Dano hipoxémico. Meningocele ou outras anomalias congénitas. Convulsdes. Uma cabeca pequena (microcefalia). Fontanelas abauladas (elevagdo da pressio intracraniana). Trauma Infecgo intra-uterina, Apés meningite, para excluir estenose do aqueduto ou ou- tras seqiielas. 1 2, 3, 4. 5, 6. 7, 8 9. Técnica de varredura Utilize um transdutor de 7,5 MHz, se disponivel; do contrario, use um transdutor de $ MHz. Varredura sagital: centralize o transdutor sobre a fontanela anterior com o plano de varredura alinhado em relagao ao eixo longo da cabega. Angule o transdutor primeiro para a direita, para visualizagdo do ventriculo direito, entdo para esquerda para ver ventriculo esquerdo. Varredura coronal: gire 0 transdutor 90° de maneira que 0 plano de varredura esteja alinhado transversalmente e, entdo, angule o feixe para frente e depois para tris. S\ Varredura coronal Varredura axial: centralize o transdutor logo acima da orelha eangule o feixe para cima, em direcdo & abdbada, e para baixo, em diregio 4 base do cranio, Repita do outro lado. Varredura axial 1" escolha 7,5 MHz 28 escolha 5 MHz (es WY Varredura sagital Varredura coronal posterior Anatomia normal de linha média Em 80% dos neonatos, a cavidade do septo pelticido preenchida de liquido sera visualiza da como uma estrutura da linha média. Abaixo da cavidade estard o t ventriculo, também preenchido de Iiquido e, circundando essas estruturas, estaré o tecido angular terceiro cerebral normal de variada ecogenicidade (Fig.23 FRESE Cavidade do sept petucido. Corpo alos _LOn1R9 alas Cisterna magna Vermis Quarto ventriculo: Anterior Plexo corbide: Corpo caloso _(teresiro-ventrieulo) x S 5 Wenmis * ~~ corpbetar ‘s ‘Quatto ventricsio ‘Anterior Sulco caudotaldmica \erivictl lateral A orénign Ss Plexo coréide Esquerda Direita Corpo caloso) Corno* frontal“, Terceiro ventriculo Tronco™ a cerebral,” bbe g temporal “Cerebelo Fig. 237d. Varredura coronal de linha média: 0s comos frontais clos ventric riculo de um cérebro neonatal Sece¢ao sagital As secgdes sagitais anguladas de cada lado do cérebro evidenciario os ventriculos laterais em forma de U in- vertido. E importante a visualizacdo do télamo sélido e do niicleo caudado abaixo dos ventriculos, porque esta é a regidio do cérebro onde a hemorragia é mais freqiiente (Fig. 238), Pela angulagao do transdutor, todo o sistema ventricular pode ser examinado. O plexo cordide ecogénico sera visto principalmente dentro do atrio e dos cornos temporais. ia vont Fig. 238c. Varredura sagital angulada em 30° esquerda: cérebro neonatal normal. Sec¢ao coronal As varreduras miltiplas devem ser executadas em di- los, dependendo de cada paciente, para ferentes 4 visualizar o sistema ventricular por inteiro e o cérebro adjacente (ver diagrama p. 288). Utilize o Angulo mais apropriado para a poredo particular do cérebro a ser es- tudada (Fig. 239). 239a, Seccao coronal angulada 10° anteriormente: cérebro neonatal normal. Esquerda ‘Comos fronts {Treneo" “cerebral “ Esquerda ig. 239c: Varredura coronal angulada 20° posteriormente: c Boostancia ora al periventricular ‘ cranio Sece¢ao axial A primeira e mais inferior seco demonstraré os pedtinculos em forma de coragao € a pulsacZo arterial do polfgono de Willis. A proxima seco, acima desta, mostrard o télamo e o eco central da foice cerebral (Fig 240a, b), Hemistério direto Hemistério, esquerdo, Fig, 240b. Varredura axial do lado direito: o talamo, foice cerebral e terceiro ventriculo, A seco superior mostrar as paredes dos ventriculos laterais. Os ventriculos e o hemis- fério correspondentes podem ser medidos (Fig. 240c), Fig, 240c, Varredura axial do lado direito: os ventriculos laterais Didmetro ventricular _ 1 \ Didmetro hemisférico ~ 3 Diametro hemistéricas Dilatagao ventricular E facil reconhecer a dilatagdo ventricular e assimetria ao ultra-som. Se estiver em diivida, torna-se essencial 0 reexame apés um intervalo. Uma das causas mais comuns de dilata- fo € a estenose aquedutal congénita (Fig. 241a, b). es . Fig. 241a, Vartedura coronal: cornos temporais e frontais dilatados dos ventriculos laterais, bem como dilatacao do terceiro ventriculo. Fig. 241. Varredura sagital angulada 20° para a esquerda: marcada dilatacao do terceiro ventriculo. A agenesia do corpo caloso constitui outra causa congénita de hidrocefalia. Isto leva a grande deslocamento dos ventriculos laterais e a0 movimento superior do terceiro ventri- culo (Fig. 241¢) Fig. 241¢, Varredura coronal angulada 10° posteriormente: agenesia (auséncia) do corpo caloso. Sangramento intracraniano 1. Sangramento subependimal, Surge como uma ou mais éreas hiperecogénicas logo subjacentes ao ventriculo lateral, melhor vistas em plano transverso, adjacente a0 corno frontal. Confirme o achado com uma varredura sagital: a hemorragia pode ser bilateral. Esta 6 uma hemorragia grau I (Fig. 242), Fig. 242a. Varredura coronal angulada 10° anteriormente: hemorragia subependimal grau I no lado direito, Fig. 242b, Varredura sagital angulada 20° direita: a mesma hemorragia g Os ec0s adicionais provenientes dos ventriculos normalmente anecéicos (como também provenientes dos plexos cordides hiperecogeénicos), indicam um trombo (codgulo) Sangramento intraventricular dentro de ventriculos de tamanhos normais dentro dos ventriculos. Se nao e morragia grau I (Fig. 242c), fe dilatacdo ventricular, corresponde a uma he- Fig. 242c. Varredura sagital angulada 20° para a direita: hemorragia grau Il dentro de um ventriculo la teral direito de tamanho normal, 3. Sangramento intraventricular dentro de ventri hemorragia intraventricular com di III (Fig. 242d) culos dilatados. Quando existe jatagZo ventricular, existe uma hemorragia grau Fig, 242d. Varredura coronal angulada 20° posteriormente: hemorragia grau Ill no lado direito.O lado esquerdo esté normal 4. Sangramento intraventricular acompanhado de sangramento dentro da subs- tneia cerebral. Surge como areas de ecogenicidade aumentada dentro do cérebro. Corresponde a uma hemorragia grau IV, a forma mais grave (Fig. Fig, 242e. Varredura sagital angulada 20° para a direita: hemorragia grau IV. 5. Seqiiela de hemorragia. Nos graus Ie II, o sangue geralmente é absorvido durante a Primeira semana de vida mas, em sangramentos mais severos (graus III e IV), pode ovorrer hidrocefalia pés-hemorragica, bem como perda de tecido cerebral (cistos po- rencefilicos). O retardo do desenvolvimento com achados neurolégicos anormais pode ser a resultante (Fig. 243). — Hemorragia { Fig. 243. Varredura coronal de linha média: cistos porencefélicos no | qiielas de uma hemorragia grau IV. Jado direito e hidrocefalia, se- Anormalidades cerebrais neonatais * Annecrose do tecido cerebral resulta em uma regizio de hipoecogenicidade mal deline- ada, geralmente lateral aos ventriculos laterais (leucomalacia periventricular) * Oedema cerebral pode resultar em obliteracdo dos ventriculos e dos sulcos cere- brais. O cérebro geralmente torna-se mais ecogénico que o normal As infecgdes cerebrais produzem alteragdes na ecogenicidade, incluindo re hiperecogénicas puntiformes, devido a calcificag

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