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25 de Abril, sempre

O ano em que o número de dias que vivemos em Liberdade ultrapassou aqueles que sofremos
em ditadura merece uma especial celebração do 25 de Abril, esse “dia inicial inteiro e limpo”
que Sophia de Mello Breyner nos descreveu com as palavras mais puras. Neste mesmo ano, o
município de Vila Verde foi reconhecido pela UNICEF como “Cidade Amiga das Crianças”, um
programa que tem como principal objectivo contribuir para a realização dos direitos da criança
através da implementação de políticas locais que envolvem os municípios e outros agentes da
comunidade com acção desenvolvida em prol do bem-estar das crianças e adolescentes, da
sua protecção e desenvolvimento harmonioso.
Este é, pois, o melhor ano para sugerirmos leituras que levem as crianças a descobrir esse dia
maravilhoso que foi o 25 de Abril, porque é que ele é tão importante para a geração dos seus
avós e porque é a liberdade um bem tão precioso, pelo qual devemos sempre lutar.
Recém-publicado, o livro “Avó, onde é que estavas no 25 de Abril?”, de Ana Markl, conta de
uma forma bem-humorada como é que o herói Manu, com a ajuda da avó, descobriu para que
servia este feriado em que muita gente se passeia com um cravo.
Mas a obra mais marcante escrita para a infância sobre este momento da nossa História
recente, escreveu-a Manuel António Pina (1943-2012). Com “O Tesouro” (Assoc. 25 de Abril e
APRIL, 1993, reed. pela Assírio & Alvim em 2013) encontrou uma fórmula mágica para fazer
viver aos mais novos a emoção primordial sentida pelos habitantes de um país que era
conhecido como o “País das Pessoas Tristes”. E porque é que, neste país, as pessoas viviam
tristes e com medo? É que lhes tinha sido roubado o seu tesouro. E que tesouro era esse? Era
a Liberdade. Um dia, cansadas de tanta tristeza, revoltaram-se.. Reconquistada a Liberdade, a
felicidade foi tanta, que “todo o país se transformou numa enorme festa, ruidosa e
transbordante” e o dia da Revolução “passou para sempre a chamar-se o Dia da Liberdade”.
A edição inicial de O Tesouro está disponível em qualquer biblioteca municipal e, na sua versão
digital, em acesso aberto, no sítio do Centro de Documentação 25 de Abril. Para começar a ler
já, de pais para filhos, de avós para netos.

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