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Orientacao a queixa escolar | nado acompanha a classe” atrapalha a aula” Prete en eo \ndo esta se alfabetizando” ic desligado” Casa do Psicdlogo® Digitalizado com CamScanneé © 2007 Casapsi Livraria, Editora e Grif E proibida a reprodugio total ou parcial desta publicagdo. pars tea Sem autorizagdo por escrito dos editores. MY finalidade I Edigéo | 2007 i 2" Edicdo Revisada 2010 f Editores Ingo Bernd Giintert e Jerome Vonk Assistente Editorial Aparecida Ferraz da Silva E ragdo Eletrénica Renata Vieira Nunes Produgao Grafica Fabio Alves Melo Capa Joao Correia Fitho Fotografia da Capa Ana Paula Velloso Revisio Final Lucas Torrisi Gomediano Dados Internacionais de Catalogagao na Publi (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Orientagdo & queixa escolar / Beatriz de Paula Souza, organizadora = So Paulo: Casa do Psicélogo®, 2007. Varios autores. Bibliografia. ISBN 978-85-7396-506-3 1. Aprendizagem 2. Criangas - Dificuldades de aprendizagem 3. Intervengao (Psicologia) 4. Psicologia clinica 5. Psicologia escolar 6. Queixa escolar I. Souza, Beatriz de Paula. col 70.15 indices para catdlogo sistematic 1. Queixa escolar : Psicologia escolai Psicologia educacional 370.15 Impresso no Brasil Printed in Brazil Reservados todos 0s direitos de publicagdo em lingua portuguesa a 44 Casapsl Livraria, Edltora e Gréfica Ltda, Rua Santo Anténio, 1010 Y ‘Sardi México * CEP 13253-400 Ttatiba/SP Brasil Tel. Fax: (11) 4524.6997 www.casadopsicologo.com.br Digitalizado com CamScanne Funcionamentos escolares e produgao de fracasso escolar e sofrimento Beatriz de Paula Souza’ O estudo dos funcionamentos escolares e sua relagio com o fracasso escolar e o sofrimento das criangas/jovens que chegam aos psicdlogos com queixas.escolares tem sido fundamental para os atendimentos que tems desenvolvido, em Orientagio 4 Quei- xa Escolar. Pensar-o-ambienterescolar€ coerenite Conr-aconcepcio. de-que..o. Sujeito-sevestrutura*na"téla¢do-com”o" Outro;-um.dos pilares de nosso pensamento e praticas. Em se tratando de nossos usuarios, ‘entendemos=que*a=ideia»de»@utro-inclui.os-ambientes. escolares-em-que-estivetam.e-estao-imersos:”- As informagées e refle: sobre tal relagio oferecem-nos elementos para investigarmos, compreendermos e atuarmos jun- to aosenvolvidos:na-produgao e. manutencdo.das.queixas escolares (criangas/adolescentes;-suas-familias-e~escolas);individualmente “evemsuassinter-relag6es, — Debrugarmo-nos sobre tais funcionamentos, no entanto, traz © perigo de acirrar algo que tem atravessado a relacao entre mui- tos psicdlogos e as escolas com as quais procuram (ou procuraram e depois desistiram) entrar em contato direto. Trata-se do precon- ceito contra os professores das escolas piblicas. Estes profissionais vém sendo depositdrios das mazelas do ensino, vistos como ' Psicéloga do Servigo de Psicologia Escolar da Universidade de S4o Paulo, mestre em Psicologia Escolar ¢ coordenadora do curso de Aperfeigoamento em “Orientagio & Queixa Escolar”, E-mail: biapsico@uol.com.br 241 Digitalizado com CamScanne . x | | ocowsngo ces AMOI E MISO SEDI FFM incompetentes, malformados, egostas ¢ sem compromisso com seus alunos. ‘ingidos por eta visio dos profssores, que vem se dsse- ise superficial das dficuldades rminando,sustentada-por-uma andlise super \ dames eae pels reg spend do sabe pico Vogen em relagio a0 dos mesmos, Auitas vezes 0$ psicdlogos tore oan aor profesores ama reas vt, que €reesada vor eles. Esta reagio dos docentes€ entendida como resistencia, assim, muitas experiéncias de intelocugio com a escola no aten- ddimento 2 queixas escolares que se poderiam desenvolver, se panissem de outtos prssupostos, no acontecem. Be com ag instcuigbes em eral, € um campo. Evie = pax Nea atuam forcas que gen- ‘em a produair sofrmento nas pessoas que dela fazem paree. Atmam, cambém, forgas que impalsionam no sentido opos- to. ese. Acscoa 6 sim, habitada por muitos sees hurianos que cconsttoem vida, inteigéncia,cidadania, dignidade, alegra e amor, © eonvivio com qualquer instituigio escolar trars experiéncias, de admiragio, gratidio ¢ carinho por diversos de seus persona- ‘gens, incuindo muitos educadores. Quem pode ler estas palavras sabe disso, pois, certamente, passou por, no minima, uma escola (provavelmente virias), na condigio de alino. E s6 recorrer a 'Nio podemos, no entanto, deixar de reconhecer que. sino brasleico (e nio apenas o brasileiro) encontra-se; de longa’ data, em situacio calamitasa, com altos indices de evasio © repeténcia ¢ com a maioria dos estudantes concentrados na 1* série, de onde tém grande dificuldade de sair. A parti do final dda década de 1990, com a implantagio da Progresso Continu =———_——_— | inter-relagio destes fatores € estudada na pesquisa Violén- tha doméstica e fracasso escolar: uma interface das relagoes ‘ecola-fanniia, de Braga e Lima (2001). ‘Ao investigarmos as caracteristicas e potencialidades nas re~ lagoes entre excolae pais, oexamedos cademos escolares mostra-se, ‘asim, mais uma vez, wm instrumento que muito pode revelar. Procuramos discorrer sobre alguns importantes fazeres que habitam 0 cotidiano escolar, que causam sofrimento e fracass0 a seus personagense, também, que langam luz ao quadro preocupante de uifculdades de escolarizagio de nossa populacio. Discutimos rengas subjacentes a estas priticas. Buscamos apontar atuagoes possiveis os psiedlogos que atendem queixas escolares, no sentido Ge desconstruir ou, no minimo, de nio foralecer os processos es- colares envolvidos em sua génese e manutensio. So atuagbes focadas nos indviduos, porém levam em conta ¢intervém em pro- ddugSes que também tém cariter coletivo. E politico. -Agbes geras,coletivas e politica sio imprescindiveis para a fansrasi teal da quad de. fracas sofimenco_guc te—— nos og a eat, frame rermos ea pereppt0 no jorizonte de nossas prticas, como psicdlogos atendendo a erian- sas adolescentes com quelxas escolares, Matas vezes, no entanto, essa clareza produz sensagées, de esmagamento e impoténcia. E parla, Resalamos que o cletivo aonteceenearmad, aa vés de individuos — embora os ultrapasse. Assim, as intervengbes no el inal em psec tasormadora a mete em aque atuam na produgio e sustenagio do coletivo, Mais uma vez, lembramos que estas préticas adoecidas adoecedoras convivem, mesclam-se ¢ conflam com muitas outras he tend produit movimenos conto 0 fae ¢ 20 1- mento. Sio fazeres que revelam a escola como instinugio em que 4 arenizagen, a catviade, a cdaania, 0 resp 20 ute, 2 Alignidade, a alegria e o amor tém lugar para estar e desenvolver-se. Digitalizado com CamScanne FUNCIONAMENTOS ESCOLARES E A PRODUCAO DE FRACASSO ESCOLAR € SOFRIMENTO REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BRAGA, T. B. M.; LIMA, M. A. Violéncia doméstica e fracasso escolar: uma interface das relagdes escola-familia. 2001. Relatério (Iniciagao Cientifica). Instituto de Psicologia, Universidade de Sag Paulo. Sao Paulo. 3 COLL, C.; MIRAS, M. A representagao miitua professor/aluno ¢ suas repercussdes sobre o ensino e a aprendizagem. In: COLL, C.; PALACIOS, J.; MARCHESI, A. (org,) Desenvolvimento psicolégico e educacao. v. 2. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. COLLARES, C. A. L.; MOYSES, M. A. A. Preconceitos no cotidiano escolar: ensino ¢ medicalizagao. Sao Paulo: Cortez _ Editora, 1996. . Construtivismo X método fonico. Folha de Sao Paulo, Sao Paulo, p. A 12, 6 Mar. 2006. JACOBSON, L.; ROSENTHAL, R. Pygmalion in the classroom: teacher expectation and pupils’ intellectual development. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1968. KUPFER, M. C. M. Relagdo professor-aluno: uma leitura psicanalitica. 1982. Dissertagao (Mestrado). Instituto de Psicologia, Universidade de Sao Paulo. Sao Paulo. PATTO, M.H.S. A producdo do fracasso escolar. Sio Paulo: T.A. Queiroz, 1990. SOUZA, D. T. R. A formagao continua de professores como estratégia fundamental para a melhoria da qualidade do ensino: uma reflex4o critica. In: OLIVEIRA, M.K.; REGO, T.C. eSOUZA, D.T.R. (org,) Psicologia, Educacao e as temdticas da vida cotidiana. S40 Paulo: Moderna, 2002. INEP. Resultados do SAEB 2003. Dispontvel em: . Acesso em: 5 Fev. 2007. 278 Digitalizado com CamScanne

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