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A audácia que me moveu

“Eu sempre te amei linda, só que o macaco do ego não me deixava e nem permitia que eu me
expressasse, hoje sinto que venci, eu amo-te minha lindinha namorada. Pulguinha, safada,
shugga, gostosa e tia, nakufeva, meu par.”1

Querido namorado,

Começo a minha carta expressando-me pela mensagem tua enviada à minha pessoa, num dia em
que muito me alegrei por receber inúmeras declarações raríssimas de amor vindas de ti.

Provavelmente esta não será nenhuma carta recheada de palavras e recordações bonitas. Eu
preciso falar de tudo que me entala e que pouco de deixa confortável. Talvez o que mais me
inquieta agora é ter passado pelo que passei durante muitos meses, tu vias e mesmo assim nada
me dizias sobre os problemas que ultrapassavas. Eu realmente pensei que o problema fosse
meramente meu, tentei concertar as coisas e quanto mais tentava, mais eu te irritava e eu
desmoronava.

É duro demais para mi lembrar das tantas coisas passadas durante o tempo em crise. Quando
terminaste a relação pela primeira vez, quando novamente o fizeste e a culpa sempre recaía sobre
mim, mas havia sempre alguém me alertando “Jô, não é culpa tua...” e eu ignorava
completamente.

O que me manteve neste relacionamento durante o tempo de “stresse” foi ter pensado que a culpa
fosse minha, que havia algo de errado em mim. Minha auto-estima baixou muito, deixei de crer
nas minhas atitudes, porque olha, eu tentava chegar perto e tu te irritavas, fazias-me chorar e não
enxugavas as minhas lágrimas.

Nunca antes havia chorado tanto por um homem como chorei por ti durante os tantos meses que
as coisas não estavam boas. Fiquei até sem voz e num desses episódios, na tua presença até
desmaiei e não ter recebido o teu apoio aleijou-me o coração e me pergunto, como fui tapada e
idiota ao ponto de não ter percebido que não era mais bem-vinda na tua vida?

1
Enviado por mensagem pelo José Carlos
A missão era sermos felizes, mas infernizamos a vida um do outro; eu querendo atenção e tu
querendo-me longe de ti. Eu sempre pensei que o problema estivesse relacionado ao facto de
teres crescido com pouca atenção por parte da tua mãe e demais familiares, queria provar-te que
era possível ter um relacionamento verdadeiro na vida.

Quanto à minha audácia, permita-me dizer-te que, audacioso foste tu quando me culpavas pelas
tuas falhas, pelos teus erros e a gota d’água foi mesmo quando postaste a foto da tua “ex-
namorada” no status e quando reclamei tu agiste normalmente e eu tive de correr a tua trás para
concertar o teu erro para comigo. Quando justificavas a foto tu a defendeste demais, protegeste-a
e me colocaste mais uma vez num segundo plano, tal como o cenário do contacto que ainda
negas que a ela pertence (se continuas a negar, prefiro que não comentes para não insultares a
minha inteligência).

Eu lutei por ti, queria-te para mim porque sim, eu amo-te. Tive a coragem de realizar alguns
perigos sexuais que são um atentado à minha saúde para agradar-te, pois conseguias ser presente
no acto sexual e depois disso, nem conseguias disfarçar e insatisfação por me ter por perto.
Cogitei em diversos momentos que poderia ter o mínimo da tua atenção transando, por isso
mesmo sempre me disponibilizava para tal; amei-me tão pouco até este ponto?

O auge da audácia foi num dos dias em que passamos a noite juntos, tiveste de sair mais cedo
para a escola de condução e agiste como se não tivéssemos tido uma noite de muito calor e me
desprezaste a manhã toda. Senti-me suja, usada e tive a certeza de que servisse somente para
sentar. Na tua saída, despejei litros de lágrimas perguntando-me sobre o meu erro.

Pergunto-me, como devo confiar em ti? Dê-me directrizes. E se voltares novamente a me


destratares como fizeste durante maior parte do tempo da nossa relação? Devo realmente confiar
em ti? Como? E se os problemas vierem, talvez piores que os actuais, serei mais uma vez
chutada?

Cansei-te tão rápido e creio que não foram somente os problemas que te afastaram de mim. Tu te
afastaste de mim já há muito tempo, eu notava, anotava e quando não pudeste mais fingir,
explodiste. Já te sentias seguro em ficar sem falar comigo, já não pedias para ver-me, não me
desejavas, não conseguias mais admirar-me, eu era o motivo de muita irritação, a minha voz
ecoava como um sino maldito no teu ouvido. Eu era assaz insuficiente para ti, hoje consigo
perceber, e, quando admitiste que sim, vias todas as minhas mensagens, chamadas, súplicas e só
não te convinha responder e quando eu perguntasse tu dizias “não recebi mensagem
nenhuma...”, fazendo-me de palhaça e quando eu dissesse que sim, havia mandado, tu te negavas
a aceitar, zangavas e não falavas comigo e adivinha só? A idiota, matreca e pulguinha aqui corria
atrás de ti.

É difícil lembrar e escrever sobre isto sem ficar triste e tensa. Houve dias em que te odiei, quis-te
para longe de mim, mas não conseguia porque pensava que a culpada fosse eu e pelo facto de me
ter entregado a ti, por depender da tua ajuda financeira para o transporte e por amar-te sentia-me
ligada a ti. Hoje me odeio por isto, não podia ter sido tão idiota assim.

Foi um tremendo erro ter-te falado sobre meus problemas financeiros, psicológicos e emocionais.
Hoje percebo. Lembro-me do dia em que, com lágrimas nos olhos falei-te sobre o que estava a
passar-se comigo. Tu ouviste e só me recomendaste a ir em um psicólogo e não te importaste
mais.

Havia dias em que o trabalho stressava-me, os problemas cá em casa subiam-me a cabeça e eu


não dava conta e devia pelo menos ter o teu apoio e/ou carinho, mas tu relevavas somente os teus
problemas e me descartavas na primeira oportunidade (tenho até vontade de chorar). Como será
se vivermos juntos?

Acho que finalmente matei o meu sonho de princesa, o meu conto de fadas adulto, que é de ser
meramente feliz num casamento, ter filhos e ter estabilidade financeira. Não tenho mais pensado
nisso e nem desejado. Eu sonhava com um anel brilhando no meu dedo, mas hoje em dia, só
consigo pensar em fazer unhas. Mudei muito nesta relação, aprendi a entender um pouco mais os
homens e só preciso buscar novamente a minha estabilidade emocional, porque infelizmente, sou
dependente emocional (de ti) e pretendo lutar e vencer isso para que nunca mais caia.

Hoje, tu apareceste como o antigo José, que sumia e aparecia do nada, que eu corria atrás para
responder às minhas mensagens. Só tivemos uma semana de amor e parece que já te cansaste de
mim, depois do dia maravilhoso que tivemos ontem... tudo isto é complicado para mim.

Disseste que pretendias lutar por mim, entendi a mensagem quando finalmente te reconciliaste
com a minha irmãzinha, pois não era bonito não se falarem. Agradeço-te por isto.
O meu estágio é graças à tua bravura, pois lutaste para que eu saísse à procura de algo útil e cá
estou eu. Tudo farei para erguer o meu negócio das bandejas, pois desejo muito fazê-lo andar e
sei que não entendes que pouco faço pela défice dum smartphone.

Obrigada pelos dias recentes de amor a mim proporcionado. Sou uma garota romântica e que se
importa muito com detalhes, palavras e gestos (talvez seja um erro). Espero ansiosa pela tua
leitura para mim/nós do livro romântico.

Espero que realmente mudemos e caminhemos para melhorar a nossa relação. E s surgirem
problemas, espero realmente que ambos saibamos lidar, pois o mundo não é rotulado,
adversidades virão e nos farão companhia, talvez até para testarem as nossas forças.

Desejo imensamente que desta vez dê certo, que saibamos entender o significado de amor,
perdão, relacionamento, cumplicidade, parceria, cooperação, etc.

Admiro-te e desejo sucessos na tua caminhada, que segures forte na minha mão.

Quiero enamorar-te siempre, hombre

Amo-te

Tua

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