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Renata Cortez

Pós-Graduação "Advocacia Cível"

Ordem dos Processos nos Tribunais

Renata Cortez
Aula 7:

Ação Rescisória

- Art. 966 a 975 do CPC


- Ação rescisória nos Tribunais
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_ aula 7
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_ parte I
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AÇÃO RESCISÓRIA: CABIMENTO
•Arts. 966 a 975

•Cabimento:
•Contra decisão de mérito transitada em julgado, quando:
•proferida por força de prevaricação, concussão ou
corrupção do juiz;
•proferida por juiz impedido ou juízo absolutamente
incompetente;
•resultar de dolo (processual) ou coação da parte
vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda,
de simulação ou colusão (servir-se do processo para
praticar ato simulado ou conseguir fim vedado pela lei)
entre as partes, a fim de fraudar a lei;
•ofender a coisa julgada;
•violar manifestamente norma jurídica;
AÇÃO RESCISÓRIA: CABIMENTO
•Cabimento:
•Contra decisão de mérito transitada em julgado, quando:
•fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada
em processo criminal ou venha a ser demonstrada na
própria ação rescisória (prova precisa ser fundamento
da decisão);
•obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em
julgado, prova (não mais documento) nova (velha, mas
inédita) cuja existência ignorava ou de que não pôde
fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
pronunciamento favorável;
•for fundada em erro de fato verificável do exame dos
autos
•Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir
fato inexistente ou quando considerar inexistente fato
efetivamente ocorrido - o fato não deve representar
ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se
pronunciado. Deve-se averiguar nexo de causalidade.
AÇÃO RESCISÓRIA: CABIMENTO
•Cabimento:
•Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será
rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça:
•nova propositura da demanda: perempção e coisa
julgada; e o art. 486, §1º (não impedem, mas correção
do vício é pressuposto para nova propositura)?;
•admissibilidade do recurso correspondente – rescisão
de decisões equivocadas de inadmissibilidade de
recurso – ex. decisão do juiz de primeiro grau que nega
seguimento à apelação.

•Objeto pode ser apenas um capítulo da decisão;

•Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por


outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem
como os atos homologatórios praticados no curso da execução,
estão sujeitos à anulação, nos termos da lei;
AÇÃO RESCISÓRIA: CABIMENTO

•Cabimento:
•Cabe ação rescisória, nos termos do inciso V (violação
manifesta de norma jurídica), contra decisão baseada em
enunciado de súmula, acórdão ou precedente previsto no
art. 927, que não tenha considerado a existência de distinção
entre a questão discutida no processo e o padrão decisório
que lhe deu fundamento.

•Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese anterior,


caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar,
fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada
por hipótese fática distinta ou questão jurídica não
examinada, a impor outra solução jurídica.”(NR)
AÇÃO RESCISÓRIA: LEGITIMIDADE

•Legitimidade:
•quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título
universal ou singular;
•o terceiro juridicamente interessado;
•o Ministério Público:
• a) se não foi ouvido no processo em que lhe era
obrigatória a intervenção;
• b) quando a decisão rescindenda é o efeito de
simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a
lei;
•c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
•Quando não for parte, atua como fiscal da ordem
jurídica(art. 178);
•aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era
obrigatória a intervenção. Ex.: CVM – será sempre intimada
nos processos que tenham por objetivo matéria incluída na
competência respectiva.
AÇÃO RESCISÓRIA: COMPETÊNCIA

•Não se propõe ação rescisória no primeiro grau, já que se cuida


de ação de competência originária.

•Os tribunais têm por atribuição o julgamento das ações dos seus
próprios julgados, assim como dos juízes que a eles forem
vinculados.

•Não é o simples fato de ter havido um recurso especial ou um


recurso extraordinário que faz com que a rescisória seja proposta
no STJ ou no STF. Isto porque, se interposto um recurso especial,
mas este não tiver sido conhecido e julgado, mas pelo contrário,
tenha sido objeto de inadmissão, o que se mantém é o acórdão
do tribunal recorrido, de modo que é no tribunal inferior, e não no
superior, que a rescisória deverá ser proposta.
AÇÃO RESCISÓRIA: PROCEDIMENTO
•Petição inicial: além dos requisitos gerais, o autor deve:
•cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo
julgamento do processo;
•depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da
causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por
unanimidade de votos, declarada inadmissível ou
improcedente.
•Não se aplica: à União, aos Estados, ao Distrito
Federal, aos Municípios, autarquias e fundações de
direito público, ao Ministério Público, à Defensoria
Pública e aos que tenham obtido o benefício de
gratuidade da justiça.

•O depósito não será superior a 1.000 (mil) salários-


mínimos;

•A petição inicial será indeferida quando não efetuado o


depósito.
AÇÃO RESCISÓRIA: PROCEDIMENTO

•Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação


rescisória, o autor será intimado para emendar a petição inicial, a
fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão
apontada como rescindenda:
•não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na
situação prevista no § 2º do art. 966 – decisão terminativa
que não faz coisa julgada formal;
• tiver sido substituída por decisão posterior.

•Na hipótese anterior, após a emenda da petição inicial, será


permitido ao réu complementar os fundamentos de defesa, e, em
seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente.

•Propositura não impede o cumprimento da decisão rescindenda,


ressalvada concessão de tutela provisória.
•Resposta do réu: prazo nunca inferior a 15 nem superior a 30
dias, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no
que couber, o procedimento comum.
AÇÃO RESCISÓRIA: PROCEDIMENTO
•Fatos dependerem de prova: o relator pode delegar a
competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda (prazo
de 1 a 3 meses para devolução);

•Razões finais, sucessivamente, em 10 dias;


•Julgamento.

•Procedência do pedido: tribunal rescindirá a decisão (iudicium


rescidens), proferirá, se for o caso, novo julgamento (iudicium
rescissorium) e determinará a restituição do depósito.

•Considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o


pedido, o tribunal determinará a reversão, em favor do réu, da
importância do depósito.

•Se for, portanto, não unânime, o depósito será restituído ao


autor;
AÇÃO RESCISÓRIA: PRAZO

•Prazo: 2 anos contados do trânsito em julgado da última decisão


proferida no processo.

•É decadencial, mas se prorroga até o primeiro dia útil


imediatamente subsequente ao prazo, quando expirar durante
férias forenses, recesso, feriados ou se não houver expediente;

•Se fundada a ação em prova nova, o termo inicial do prazo será a


data de descoberta da prova, observado o prazo máximo de 5
anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida
no processo.

•Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo


começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério
Público, que não interveio no processo, a partir do momento em
que têm ciência da simulação ou da colusão.
AÇÃO RESCISÓRIA E JULGAMENTO AMPLIADO

•Art. 942, caput e §3° do CPC preveem que, quando a ação


rescisória for julgada por maioria, pela rescisão do julgado, aplica-
se a técnica de ampliação do colegiado.

•§4° prevê que técnica não se aplica no julgamento por maioria


que se der pelo plenário ou pela corte especial. No TRF/5, por
exemplo, não se aplica, porque as ações rescisórias são julgadas
pelo plenário.
ENUNCIADOS FPPC

•Enunciado 203: Não se admite ação rescisória de sentença arbitral.

•Enunciado 336: Cabe ação rescisória contra decisão interlocutória de


mérito.

•Enunciado 602: A prova nova apta a embasar ação rescisória pode ser
produzida ou documentada por meio do procedimento de produção
antecipada de provas.
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_ aula 7
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_ parte II
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- Cabimento: violação de norma jurídica


- Na forma do entendimento desta Corte, [a] manifesta violação
da norma jurídica que propicia o ajuizamento da ação rescisória,
na forma do art. 966, V, do CPC, pressupõe que o conteúdo
normativo tenha sido ofendido de maneira evidente e flagrante,
tornando a decisão de tal modo teratológica a consubstanciar
afronta ao sistema jurídico vigente, o que não ocorreu no caso
dos autos? (AgInt na AR 6.685/MS, Rel. Ministro PAULO DE
TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 09/06/2021,
DJe de 15/06/2021). (AgInt no AREsp 1490974/SP, Rel. Ministro
RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 29/11/2021, DJe
09/12/2021)
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- Cabimento: violação de norma jurídica
- O cabimento da ação rescisória, com amparo na violação literal
da norma jurídica, pressupõe que o órgão julgador, ao deliberar
sobre a questão posta, confira má aplicação a determinado
dispositivo legal ou deixe de aplicar dispositivo legal que,
supostamente, melhor resolveria a controvérsia. Portanto, é
indispensável que a questão aduzida na ação rescisória tenha
sido objeto de deliberação na ação rescindenda. Na espécie, em
nenhum momento o acórdão rescindendo tratou das normas
jurídicas suscitadas pelo autor da ação rescisória, tornando-se
inviável aferir a ocorrência da suposta violação. (AR 5.980/PB,
Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 24/11/2021, DJe 03/12/2021)
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- Cabimento: violação de norma jurídica
- A ofensa a dispositivo de lei capaz de ensejar o ajuizamento da
ação rescisória é aquela evidente, direta, porquanto a via
rescisória não é adequada para corrigir suposta interpretação
equivocada dos fatos, tampouco para ser utilizada como
sucedâneo recursal, para corrigir suposta injustiça do julgado.
Precedentes.
- (AgInt no AREsp 1417965/SP, Rel. Ministro BENEDITO
GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/11/2021, DJe
18/11/2021)
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- Cabimento: prova nova
- A prova nova apta a aparelhar a ação rescisória, fundada no art.
966, VII do Código de Processo Civil de 2015, é aquela que, já
existente à época da decisão rescindenda, era ignorada pelo
autor ou do qual não pôde fazer uso, por motivos alheios à sua
vontade, capaz de assegurar, por si só, um pronunciamento
jurisdicional distinto daquele proferido.
- (AgInt na AR 6.783/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/11/2021, DJe 29/11/2021)
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- Cabimento: erro de fato
- A jurisprudência consolidada no âmbito deste Tribunal firmou-se
no sentido de que o conhecimento da ação rescisória, fundada
em erro de fato, pressupõe que a decisão rescindenda tenha
admitido um fato inexistente ou considerado inexistente um fato
efetivamente ocorrido, sendo indispensável que não tenha
havido controvérsia judicial sobre o fato e que seja ele resultante
de atos ou documentos da causa.
- (AR 6.596/BA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 18/11/2021, DJe 29/11/2021)
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- Cabimento: decisão terminativa
- 1. O CPC/2015 admite a propositura de ação rescisória para rescindir
decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito,
impeça a admissibilidade do recurso correspondente (art. 966, § 2º,
II), hipótese em que o objeto da presente demanda visa apenas a
admissibilidade do recurso e superar a intempestividade
reconhecida no aresto rescindendo.
- 2. O julgado rescindendo externa a orientação consolidada neste
Tribunal Superior, segundo a qual, para os recursos interpostos sob a
égide do CPC/2015, a comprovação do feriado local deve ocorrer no
ato da interposição do recurso, nos termos do art. 1.003, § 6º, do
aludido diploma, sendo descabida a intimação da parte para
regularização do vício, com espeque no art. 932 do referido Código.
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- Cabimento: decisão terminativa
- 3. No caso dos autos, o autor, ora agravante, não trouxe a
comprovação, no momento da interposição do recurso, do ato do
tribunal local suspendendo os prazos recursais nos dias de jogos da
Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo, para os fins do art.
- 1.003, § 6º, do CPC/2015.
- 4. A Primeira Seção desta Corte tem admitido a possibilidade de
indeferimento liminar de pleito rescisório pelo relator quando não
divisadas nenhuma das hipóteses descritas no art. 966 do CPC/2015
(AgInt na AR 6.601/DF, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 07/04/2020, DJe 16/04/2020). (AgInt na AR
6.745/DF, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado
em 02/03/2021, DJe 10/03/2021)
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- Cabimento: decisão terminativa
- Segundo a jurisprudência pacífica desta Corte Superior, não é cabível
ação rescisória contra decisão sem julgamento do mérito, quando
possível a repropositura da demanda após sanado o vício
(precedentes).
- (AgInt no REsp 1835852/CE, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS
FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 29/06/2020, DJe
01/07/2020)
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- Cabimento: decisão terminativa
- 1. Trata-se de Ação Rescisória ajuizada contra decisão monocrática,
proferida no STJ, pela qual não se conheceu de Agravo em Recurso
Especial, por ausência de impugnação específica.
- 2. Contra a decisão monocrática que declarou a incompetência do
STJ, por ter sido da segunda instância a última decisão de mérito,
interpõe-se Agravo Interno no qual se sustenta que, consoante o art.
- 966, § 2º, II, do CPC/2015, é rescindível a decisão transitada em
julgado que, embora não seja de mérito, impeça a admissibilidade do
recurso correspondente.
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- Cabimento: decisão terminativa
- 3. Esse dispositivo trata das decisões que não são de mérito, mas
impedem a repropositura da demanda (art. 966, § 2º, I), como a que
extingue o processo por ilegitimidade de parte; assim como do
decisum que impede a admissibilidade do recurso (art. 966, § 2º, II).
Neste último caso, o que se pede na Ação Rescisória é a
admissibilidade do recurso, sob o argumento de que seu não
conhecimento foi ilegal.
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- Cabimento: decisão terminativa
- 4. No caso dos autos, o que se sustenta na demanda é a incorreção
da decisão proferida pelo Tribunal de origem, não se desenvolvendo
argumentação voltada a demonstrar o desacerto da decisão do STJ
que resultou na inadmissibilidade do recurso, quer dizer, o mérito
da Ação Rescisória não se relaciona à decisão proferida por esta
Corte, tornando-a, com isso, incompetente para apreciar o pleito.
Nesse sentido: AgRg no REsp 1472811/CE, Relator Ministro Og
Fernandes, Segunda Turma, julgado em 7.10.2014, DJe 15.10.2014.
- 5. Agravo Interno não provido.
- (AgInt na AR 6.278/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 09/10/2019, DJe 16/10/2019)
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- Cabimento: decisão terminativa
- A decisão do Min. Presidente do STJ que determina a suspensão dos
efeitos da antecipação de tutela contra a Fazenda Pública, mesmo
quando transitada em julgado, não se sujeita a ação rescisória. Isso
por não induzir coisa julgada material e nem impedir a rediscussão
do objeto controvertido na ação principal.
- 2. Ação rescisória não conhecida.
- (AR 5.857/MA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, CORTE
ESPECIAL, julgado em 07/08/2019, DJe 15/08/2019)
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- Cabimento: violação de norma jurídica – precedente vinculante
- A admissão de ação rescisória ajuizada com base no art. 966, V, § 5º,
pressupõe a demonstração clara e inequívoca de que a decisão de
mérito impugnada tenha violado manifestamente a norma jurídica,
bem como que o decisum rescindendo tenha sido proferido
contrariamente a recurso julgado pela sistemática dos repetitivos e
que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão
discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
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- Cabimento: violação de norma jurídica – precedente vinculante
- 3. Estando o acórdão rescindendo em conformidade com o
entendimento do STJ sobre a matéria, inexiste violação do art. 66 da
Lei n. 8.383/1991, nem distinção entre a hipótese dos autos e o
entendimento firmado no Resp n. 1.137.738-SP, julgado pela 1ª
Seção do STJ, na sistemática dos recursos repetitivos, aptos a ensejar
a procedência da ação rescisória.
- 4. Agravo interno desprovido.
- (AgInt na AR 6.179/AM, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 28/09/2021, DJe 19/10/2021)
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- Tutela provisória
- A antecipação dos efeitos da tutela, em sede de ação rescisória,
além de constituir hipótese excepcional, requer, de forma
concomitante, a presença de prova inequívoca da verossimilhança
das alegações e de fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação.
- (...) Nesse diapasão, verifica-se que as alegações da autora, em juízo
provisório, não evidenciam a probabilidade do direito, apta a
promover a concessão da tutela de urgência pleiteada.
- 6. Agravo interno não provido.
- (AgInt na AR 5.839/CE, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 15/06/2021, DJe 21/06/2021)
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- Tutela provisória
- A concessão da tutela antecipada em sede de ação rescisória está
condicionada à presença cumulada dos requisitos autorizadores da
medida extrema, que se traduzem no fumus boni iuris e no
periculum in mora, de modo que somente pode ser deferida quando
ficarem demonstrados, no caso concreto, a probabilidade do direito
alegado e a presença do perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo, pressupostos que podem ensejar a procedência do pedido
veiculado na ação rescisória. Circunstâncias inexistentes na presente
hipótese.
- (AgInt na AR 6.542/DF, Rel. Ministro MARCO BUZZI, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 03/12/2019, DJe 11/12/2019)
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- Prazo em caso de prova nova
- 2. Recurso especial oriundo de ação rescisória, fundada no artigo
966, inciso VII, do Código de Processo Civil de 2015, na qual a autora
noticia a descoberta de testemunhas novas, julgada extinta pelo
Tribunal de origem em virtude do reconhecimento da decadência,
por entender que testemunhas não se enquadram no conceito de
"prova nova".
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- Prazo em caso de prova nova
- 3. Cinge-se a controvérsia a definir se a prova testemunhal obtida em
momento posterior ao trânsito em julgado da decisão rescindenda
está incluída no conceito de "prova nova" a que se refere o artigo
966, inciso VII, do Código de Processo Civil de 2015, de modo a ser
considerado, para fins de contagem do prazo decadencial, o termo
inicial especial previsto no artigo 975, § 2º, do Código de Processo
Civil de 2015 (data da descoberta da prova nova).
- 4. O CPC, com o nítido propósito de alargar o espectro de
abrangência do cabimento da rescisória, passou a prever, no inciso
VII do artigo 966, a possibilidade de desconstituição do julgado pela
obtenção de "prova nova" em substituição à expressão "documento
novo" disposta no mesmo inciso do artigo 485 do código revogado.
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- Prazo em caso de prova nova
- 5. No novo ordenamento jurídico processual, qualquer modalidade
de prova, inclusive a testemunhal, é apta a amparar o pedido de
desconstituição do julgado rescindendo. Doutrina.
- 6. Nas ações rescisórias fundadas na obtenção de prova nova, o
termo inicial do prazo decadencial é diferenciado, qual seja, a data da
descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco)
anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no
processo.
- 7. Recurso especial provido.
- (REsp 1770123/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 26/03/2019, DJe 02/04/2019)
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- Prazo em caso de prova nova
- 5. No novo ordenamento jurídico processual, qualquer modalidade
de prova, inclusive a testemunhal, é apta a amparar o pedido de
desconstituição do julgado rescindendo. Doutrina.
- 6. Nas ações rescisórias fundadas na obtenção de prova nova, o
termo inicial do prazo decadencial é diferenciado, qual seja, a data da
descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco)
anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no
processo.
- 7. Recurso especial provido.
- (REsp 1770123/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 26/03/2019, DJe 02/04/2019)
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- Prazo em caso de prova nova
- A ação rescisória fundada foi apresentada fora do prazo de dois anos
previsto no caput do art. 975 do CPC/2015. Decadência configurada.
- 2. Os documentos invocados pela autora são imprestáveis para
justificar o diferimento do prazo para a propositura da ação rescisória
(CPC/2015, art. 975, § 2º), pois dizem respeito a laudo pericial
produzido recentemente, relativo a documentos que foram utilizados
na causa originária, ou seja, não são provas novas para os fins do
inciso VII do art. 966 do CPC/2015.
- 3. Agravo interno não provido.
- (AgInt na AR 6.058/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/12/2017, DJe 18/12/2017)

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