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FAM- FACULDADE DE AMERICANA

GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA

THAIS RAMOS ARDUINI

RELATORIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


Fluidos biológicos

Americana/SP
2021
THAIS RAMOS ARDUINI

RELATORIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


Fluidos biológicos

Relatório apresentado ao
estágio supervisionado de fluidos
biológicos, sob a supervisão da
professora Ana Carolina Amaral
Lopes Marron.

Americana/SP
2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5

2. LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR) ………………………………………………6


2.1 Coleta ................................................................................................................................ 7

2.2 Materiais utilizados para coleta e prática laboratorial……………………………………...8


2.3 Avaliação física…………………………………………………………………………….8
2.4 Avaliação bioquímica………………………………………………………………………9
2.5 Contagem celular………………………………………………………………………….10
2.6 Contagem diferencial……………………………………………………………………...11
2.7 CONCLUSÃO ……………………………………………………………………………12
3. LIQUIDOS CAVITÁRIOS .............................................................................................. 13

3.1 Líquido pleural……………………………………………………………………………13


3.2 Liquido peritoneal…………………………………………………………………………13
3.3 Líquido pericárdico………………………………………………………………………..13
3.4 Coletas…………………………………………………………………………………….14
3.5 Materiais utilizados para coleta e prática laboratorial…………………………………….15
3.6 Avaliação física………………………………………………………………………...…16
3.7 Avaliação bioquímica……………………………………………………………………..17
3.8 Contagem celular e diferencial……………………………………………………………18
3.9 CONCLUSÃO……………………………………………………………………………19
4. ESPERMOGRAMA ........................................................................................................ 20

4.1 Coleta……………………………………………………………………………………..20
4.2 Materiais utilizados para coleta e prática laboratorial ..................................................... 21

4.3 Análise macroscópica…………………………………………………………………......21


4.4. Analise microscópica ....................................................................................................... 22

4.4.1 Contagem……………………………………………………………………………….22
4.4.2 Motilidade………………………………………………………………………………23
4.4.3 Morfologia e vitalidade…………………………………………………………………23
4.5 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 24

5. URIANÁLISE ................................................................................................................. 25
5.1 Coleta…………………………………………………………………………………….25
5.2 Materiais utilizados para coleta e prática laboratorial……………………………………26
5.3 Exame físico……………………………………………………………………………...27
5.4 Análise bioquímica……………………………………………………………………….29
5.5 Exame microscópico………………………………………………………………………30
5.6 CONCLUSÃO……………………………………………………………………………35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 36
4
5

1. INTRODUÇÃO

Os fluidos corporais (FCs) variam quanto as suas composições, porém a água e os


eletrólitos são determinantes importantes de qualquer composição e movimento dos
fluidos no organismo. Os fluidos corporais podem ser intracelulares ou extracelulares,
onde 55% da água se encontra intracelular e cerca de 45% está extracelular. O fluido
extracelular é subdivido em líquido intersticial e líquido trans celulares em várias
cavidades corporais e plasma e a composição dos fluidos intracelulares difere dos fluidos
extracelulares, o entendimento dessas diferenças pode auxiliar no entendimento dos
processos de doenças (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
Os fluidos corporais diferem quanto ao aspecto físico, características,
componentes celulares e contagens de células. A análise dos FCs são uteis na avaliação
de inflamação, infecção, neoplasia maligna e hemorragia. Os FCs são divididos em
categorias como, líquido cefalorraquidiano, líquidos serosos, líquido sinovial, sêmen,
secreções vaginais, líquido amniótico, secreções respiratórias e até mesmo as fezes. Os
fluidos corporais possuem função de lubrificação na interface do órgão ou cavidade
corporal durante o movimento, o equilibro é mantido pelos vasos capilares e linfáticos.
Qualquer obstrução ou alteração de pressão nesses vasos podem afetar a quantidade de
fluido e seus componentes (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
6

2. LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR)

O LCR é um dos principais fluidos biológicos do corpo, pois ele é responsável por
fornecer nutrientes para o tecido nervoso e pela eliminação de resíduos metabólicos. Além
de produzir uma barreira mecânica em volta de todo o cérebro e medula espinhal contra
possíveis traumas, defesa contra agentes infecciosos e facilita a pronta difusão de
imunoglobulinas. O LCR é produzido pelos plexos coroides presentes nos ventrículos
lombares, no terceiro e no quarto ventrículos. Nos adultos, a cada hora são produzidos 20
mL de fluido. O espaço subaracnóideo localizado entre a pia-máter e a aracnoide é o local
de circulação do líquido (fig. 1) (CONFOLONIERI; DAMALIO, 2019) (STRASINGER;
LORENZO, 2009).
O volume correto do líquido na primeira infância é de 40 a 60 mL e no adulto é
de 90 a 150 mL, o equivalente a 25% do fluido será encontrado no sistema ventricular e
o restante no espaço subaracnóideo. Regularmente, ocorrerá uma renovação de 40 a 50
mL do líquido por dia. O exame realizado através da coleta do LCR, será para analisar
algumas das principais doenças neurológicas, como: hemorragias, doenças degenerativas
e doenças neoplásicas (CONFOLONIERI; DAMALIO, 2019) (STRASINGER;
LORENZO, 2009).

Figura 1: Fluxo do líquor através do cérebro e da coluna vertebral

Fonte: STRASINGER; LORENZO, 2009.


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2.1 Coleta

A coleta do LCR é feita através de punção lombar, que ocorrerá entre a terceira,
quarta ou quinta vértebra lombar. As amostras são coletadas e armazenadas em três tubos
diferentes e estéreis, onde serão numerados em 1,2 e 3 conforme a ordem que for retirada
(STRASINGER; LORENZO, 2009).
O primeiro tubo (1), será utilizado para teste químicos e sorológicos, pois esses
testes são os menos afetados pelo sangue ou por bactérias que possam estar ali presentes
durante a punção. O segundo tubo (2), frequentemente, será destinado para exames de
microbiologia. O terceiro tubo (3) é destinado para a contagem celular, pois será o tubo
com a menor presença de células introduzidas pela punção lombar. Pode-se haver a coleta
de um quarto tubo para que o laboratório de microbiologia atinja uma melhor exclusão
de contaminação da pele ou para testes sorológicos adicionais (fig. 2). Os testes
geralmente são efetuados em caráter de urgência, caso não haja essa possibilidade, os
tubos deverão ser armazenados da seguinte forma: refrigerados (hematologia),
temperatura ambiente (microbiologia) e congelados (químico e sorológico)
(STRASINGER; LORENZO, 2009).

Figura 2: exemplo de tubos de coleta do LCR

Fonte: STRASINGER; LORENZO, 2009.


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2.2 Materiais utilizados para coleta e prática laboratorial

 Agulha para punção lombar (fig.3) com estilete:


 Solução para degermação da pele
 Campos estéreos
 Tubos para coleta de espécime
 Manômetro
 Luvas estéreo
 Centrifuga
 Tubos
 Fita teste
 Pipeta automática
 Câmara de Fuchs Rosenthal
 Lâmina e lamínula
 Microscópio
 Corante Wright e May-Grunwald-Giemsa
 Cito centrifuga (para laboratórios que possuem)
 Coloração de Ziehl-Neelsen
 Coloração de Gram (NERY, 2019) (LEITE et al., 2016).

2.3 Avaliação física

A avaliação física do LCR consiste na visualização da amostra, onde serão


analisados a coloração e aspecto, antes e após a etapa de centrifugação. Fornecendo
informações relevantes para o diagnóstico. O líquor em sua condição normal, é incolor,
no entanto em condições patológicas, apresentasse alteração na coloração (COMAR;
MACHADO; DOZZA; HAAS,2009) (LEITE et al., 2016).
A nomenclatura utilizada para definir o aspecto do LCR compreende em cristalino
límpido, ligeiramente turvo ou turvo, leitoso, xantocrômico e hemolisado/sanguinolento.
Quando a amostra possui aspecto ligeiramente turvo, turvo ou leitosa, indica aumento na
concentração das proteínas ou lipídeos ou também pode ser indicativo de uma infecção.
A amostra xantocrômica descreve o LCR, quando rosa, laranja ou amarelo. Podendo ser
resultado da presença de produtos na degradação das hemácias, dos quais definirão da
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seguinte forma: rosa (pouca quantidade de oxi-hemoglobina), laranja (hemólise forte) e


amarelo (conversão de oxi-hemoglobina em bilirrubina não conjugada). A bilirrubina
sérica elevada, presença do pigmento caroteno, aumento acentuado da concentração das
proteínas e pigmento de melanina, são outras causas do aparecimento da xantocromia
(STRASINGER; LORENZO, 2009).

2.4 avaliações bioquímica

Os níveis de glicose no LCR são utilizados para diferenciar meningite bacteriana


de viral. Esses níveis são interpretados em relação a glicose no soro, pois a glicose no
soro equilibra-se com a do LCR, após um período de quatro horas, refletindo assim no
mesmo resultado. Desse modo, o sangue para glicemia deve ser coletado duas horas antes
da punção do LCR, para que haja tempo para esse equilíbrio ou os resultados deverão ser
comprados com níveis plasmáticos após o jejum de quatro horas, para uma adequada
interpretação clínica (GNUTZMANN et al., 2016).
As proteínas presentes no LCR são constituídas na maior parte por albumina e em
uma menor quantidade de globulinas. A análise de proteínas é utilizada para detectar
doenças do sistema nervoso central (SNC), associadas ao aumento da permeabilidade da
barreira hematoencefálica ou a produção intratecal de anticorpos. Quando ocorre valores
baixos é indicativo de perda de fluidos no SNC, enquanto aos valores altos é indicativo
de infecções, hemorragias, esclerose múltipla, Guillain-Barré, malignidades,
anormalidades endócrinas, uso de medicamentos e uma variedade de condições
inflamatórias (GNUTZMANN et al., 2016).
Os níveis de lactato estão vinculados a produção intratecal, quando os níveis estão
aumentados, é sinal de uma destruição do tecido no interior do SNC, ocasionado pela
privação de oxigênio. Por este motivo, a elevação do lactato não se limita só a meningite,
como pode ser resultado de qualquer quadro clínico que reduza o fluxo de oxigênio para
os tecidos nervosos. Sendo assim, os níveis de lactato são geralmente utilizados para o
monitoramento de graves lesões na cabeça, como traumatismo craniano (GNUTZMANN
et al., 2016).
O lactato desidrogenase é uma enzima citoplasmática, presente em quase todos os
principais órgãos do corpo humano. Os níveis de lactato desidrogenase no LCR é útil para
diferenciação de uma punção traumática com uma hemorragia intracraniana, pois em uma
punção traumática não há um aumento significativo da enzima. Em recém-nascidos o
10

aumento pode indicar distúrbios neurológicos, convulsões e hidrocefalia


(GNUTZMANN et al., 2016).
A Adenosina Deaminase (ADA) é uma enzima que participa no metabolismo das
purinas. É um marcador útil para o diagnostico de meningite tuberculosa, mais o aumento
da ADA pode ocorrer em pacientes com linfomas, leucemias, neuro sarcoidose, em
meningites bacterianas graves ou complicadas, em neuro brucelose, em neuro
criptococose e no soro de pacientes infectados com HIV (vírus da imunodeficiência
humana) (GNUTZMANN et al., 2016).

Tabela 1: valores de referência


pressão inicial 5 - 20 cm H2O (dec. lateral)
aspecto e cor Límpido e incolor
n° de células até 4/mm3
perfil celular Linfócitos (50-70%) e monócitos (30 - 50%)
Proteínas < 7 dias até 120 mg/dL ventricular até 25 mg/dL
2°-4° sem até 80 mg/dL SOD até 30 mg/dL
2° mês até 60mg/dL lombar até 40 mg/Dl
3° mês até 50 mg/dL
4° - 6° mês até 40 mg/dL

Glicose 2/3 da glicemia


Cloretos 680 - 750 mEq/L
Lactato 9-19 mg/dL
Uréia até 40 mg/dL
DHL até 35 UI/L
TGO até 10 UI/L
ADA até 4,5 UI/L
Fonte: FLEURY MEDICINA E SAUDE,2021.

2.5 Contagem celular

A contagem de células pode ser realizada em qualquer tipo de câmara, porém a


mais utilizada nos laboratórios hoje em dia é a Fuchs-Rosenthal, subdividida em 16
quadrantes, por possuir uma maior precisão. Deve-se realizar a contagem de toda a
câmara, sendo contado todos os 16 quadrantes. A análise é realizada no aumento de 40x
e deve-se quantificar todas as células presentes. Ao final da contagem multiplique o
número final por 3,2 e assim obterá o resultado que será liberado em uL ou mm³. Caso o
material analisado possua um número de elementos acima do esperado para a
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normalidade, haverá necessidade de realizar a contagem diferencial que identificará qual


a predominância do tipo leucocitário presente (COMAR; MACHADO; DOZZA;
HAAS,2009) (LEITE et al., 2016).
A contagem representa o parâmetro mais sensível para diagnóstico de uma doença
inflamatória do SNC. O LCR em um adulto normal, há uma predominância de linfócitos,
seguido de monócitos, e em uma menor quantidade os neutrófilos que serão analisados
na contagem diferencial. Nas crianças o que prevalece são os monócitos, cerca de 80%
podem estar presentes, ocasionalmente pode-se encontrar eosinófilo e neutrófilo. A
presença de hemácia não é comum em um LCR normal, quando constatada a presença,
precisasse distinguir se foi por uma punção traumática ou por uma hemorragia patológica
(GNUTZMANN et al., 2016).

2.6 Contagem diferencial

A contagem diferencial deve ser realizada através de um esfregaço corado, não


usando a contagem por câmara, por ser baixa a visualização de células, podendo resultar
em uma má observação de células anormais. Para que haja o número máximo de células
disponíveis para visualização, a amostra deve ser concentrada antes da preparação do
esfregaço (STRASINGER; LORENZO, 2009).
Os métodos mais utilizados para concentração da amostra, são: sedimentação,
filtração, centrifugação e cito centrifugação. Muitos laboratórios não possuem a cito
centrifuga, e assim utilizam o método de centrifugação de rotina. A amostra será
centrifugada entre 5 a 10 minutos, o fluido sobrenadante é retirado e guardado para
ensaios adicionais, caso haja. As lâminas são produzidas a partir do sedimento, secas no
ar e coradas com o corante Wright ou May-Grunwald-Giemsa. Na contagem diferencial
devem ser contadas 100 células, classificadas e dispostas em termo de porcentagem, se
dessa forma a contagem de célula for baixa, menor que 100 células, deve-se ser referido
apenas os números dos tipos celulares observados (STRASINGER; LORENZO, 2009).
Quando ocorre predominância de linfócitos ou monócitos na contagem diferencial, é
necessária a coloração de Ziehl-Neelsen para bactérias ácido-álcool resistentes para
pesquisa de meningite tuberculosa. A coloração de Gram é rotineiramente realizada em
todos os casos suspeitos de meningite (LEITE et al., 2016).
12

2.7 CONCLUSÃO

Conclui-se que o LCR é um dos principais fluidos biológicos do corpo,


responsável por fornecer nutrientes para o tecido nervoso e pela eliminação de resíduos
metabólicos. A coleta para análise é feita através de punção lombar, que ocorre entre a
terceira, quarta ou quinta vértebra lombar, onde serão utilizados 4 tubos, um para
sorologia, microbiologia, hematologia e para testes adicionais. Na avaliação física serão
analisados a pressão inicial, número de células, perfil celular, proteínas, glicose, cloretos,
lactato, ureia, DHL, TGO e ADA. A contagem celular é realizada através da câmara
Fuchs-Rosenthal, onde poderá ser analise se há alguma infecção, através das células
presentes. Enquanto a contagem diferencial é realizada através de esfregaço sanguíneo.
A avaliação do LCR é necessária para identificar as alterações em sua
composição, pois pode indicar a presença de infecções, hidrocefalia, tumores e processos
isquêmicos. São patologias que podem levar a morte, então se torna importante a
compreensão dos testes laboratoriais realizados no LCR, pois contribuem para o
diagnóstico destas patologias e direcionamento da conduta terapêutica.
13

3. LÍQUIDOS CAVITÁRIOS

3.1 líquido pleural

O líquido pleural está presente entre a pleura parietal e visceral, normalmente


possui aspecto transparente e possui poucas células e baixa quantidade de proteínas.
Quando o conteúdo líquido aumenta, sem a presença de células, proteínas ou micro-
organismos, se forma o transudado. Mas quando o líquido contém leucócitos e proteínas
aumentadas, se forma o exsudato, sendo geralmente ocasionado por uma infecção.
Quando o exsudato possui numerosos polimorfonucleares e aspectos purulento é
denominado empiema, geralmente sendo secundário a pneumonia bacterinas. As
bactérias mais frequentes nas infecções cavitaria pleural, são: Streptococcus pneumoniae,
Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae, Pseudomonas aeruginosa,
Entorobacteriaceae e anaeróbios estritos (CARVALHO, 2021).

3.2 Líquido peritoneal

O peritônio é uma membrana de duas faces, no qual está localizados os órgãos:


fígado, estomago, pâncreas, baço, intestino, bexiga, ovários e tubos uterinas, enquanto
aos rins estão atras dessa membrana. Em um ser humano normal, a uma pequena
quantidade de líquido, com baixa quantidade de células e proteínas. Alguns processos
infecciosos podem fazer com que esse líquido aumente de volume, do qual será
denominado ascite (líquido ascitico), e possuirá grande quantidade de células e proteínas.
Os agentes infecciosos entram na cavidade peritoneal, provocando a infecção nas
membranas peritoneais (CARVALHO, 2021).

3.3 Líquido pericárdico

O pericárdio é uma membrana que envolve o coração e seus grandes vasos, na


cavidade, possui uma pequena quantidade de líquido transparente, entre 15 a 20 mL. Na
presença de infecção, a quantidade de líquido aumenta, por consequência também
aumenta a quantidade de células e proteínas inflamatórias, levando assim a inflamação da
membrana que será denominada de pericardite. As bactérias que geralmente, causam essa
inflamação, são: Mycoplasma pneumoniae e Mycobacterium tuberculosis. Porém, outros
14

agentes infecciosos, também podem causar essa inflamação, como, os vírus, fungos e
parasitas. Quando ocorre o quadro de pericardite, vem acompanhado de uma inflamação
do musculo cardíaco (miocardite) (CARVALHO, 2021).

3.4 Coletas

A coleta do líquido pleural, é realizado através de um procedimento chamado


toracocentese, a agulha é inserida na cavidade pleural, mais primeiro é realizada a
anestesia local, do qual o médico será o responsável por este procedimento. Caso haja
alterações na hemostasia e lesões de pele como queimaduras por radioterapia, herpes-
zóster ou piodermite, devido aos riscos de infecção e sangramento cutâneo a
toracocentese é contraindicada. A quantidade de líquido terá de ser verificada antes da
toracocentese, através de radiografia ou ultrassonografia a fim de saber a quantidade que
deverá ser retirada. Na maioria dos testes, 50 a 100 ml de líquido são adequados, do quais
deverão ser fracionados em tubos. Na contagem global de eritrócitos e de células
nucleadas, contagem diferencial de células e avaliação da lâmina é utilizado EDTA, na
análise de proteínas totais, LDH, colesterol, bilirrubina, glicose e amilase é utilizado
heparina ou nenhum; nas colorações microbiológicas e culturas bacterianas é utilizado
SPS, nenhum ou anticoagulante sem efeito bactericida ou bacteriostático; na análise
anatomopatológica é usado heparina, nenhum ou EDTA (HAAS; COLTURATO;
COMAR, 2017).
A coleta do líquido peritoneal é denominada paracentese, do qual o paciente é
colocado em posição supina, em uma inclinação de 30 a 45 graus para a retirada de grande
volume e em decúbito lateral para pequena quantidade. O local para incisão da agulha,
são 2cm abaixo do umbigo ou no quadrante inferior esquerdo, lateralmente ao músculo
reto abdominal. A agulha é inserida na parede abdominal, inicialmente aplicando
anestesia local. Após coletar uma quantidade suficiente de amostra, a agulha é retirada
rapidamente, e, assim, a pele retorna à sua posição normal. Uma paracentese bem-
sucedida deve seguir os seguintes critérios: quantidade suficiente de fluido na primeira
coleta, ausência de complicações, e o mínimo de desconforto ao paciente durante o
procedimento (HAAS; COLTURATO; COMAR, 2017).
A coleta de líquido pericárdico é chamada de pericardiocentese, onde é colhido
por aspiração com agulha e seringa estéreis. Na pericardite aguda um exsudato fibrinoso
atrapalha na drenagem do líquido pericárdico e predispõe o paciente a efusão. Por
15

alternativa, a coleta de líquido pericárdico pode ser realizada por pericardiotomia, do qual
pode criar uma janela pericárdica em decorrência de uma toracotomia limitada. As
opiniões variam sobre qual dos dois procedimentos citados deve ser usado para estudos
diagnósticos. Alguns centros realizam pericardiocentese apenas em emergências, em
virtude do potencial de morbidade associada a este procedimento (HAAS;
COLTURATO; COMAR, 2017).

3.5 Materiais utilizados para coleta e prática laboratorial

 Campo estéril
 Solução antisséptica
 Lidocaína 2%
 Luvas estéreis
 Gaze
 Agulhas 40 x 12mm e 30 x 7mm
 Jelco nº 14, 16 ou 18
 Seringas 20 mL, 10 mL ou 5 mL
 Equipo de macrogotas
 Micropore ou esparadrapo
 Tubos estéreis para coleta do material
 Frasco para coleta da secreção
 Dilatador
 Monitor cardíaco
 Cateter de drenagem número 6 a 8 (pode ser pigtail ou cateter venoso
central)
 Agulha introdutora de 7cm e calibre 18 (espinal)
 Fio-guia flexível (no caso de utilização da técnica de Seldinger)
 Dilatador (no caso de utilização da técnica de Seldinger)
 Câmara de Neubauer
 Centrifuga
 Cito centrifuga
 Lâmina e lamínula
 Pipeta automática
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 Fita teste
 Tubos
 Microscópio
 Corante Wright
 Coloração de Gram (HAAS; COLTURATO; COMAR, 2017).

3.6 Avaliações físicas

O líquido pleural e o transudato normal possuem aspecto claro e amarelo pálido.


Quando a amostra se encontra turva, está relacionada com a presença de glóbulos brancos,
o que indica a infecção bacteriana, tuberculose ou distúrbio imunológico (artrite
reumatoide). A presença de sangue no líquido, pode significar lesão traumática
(hemotórax) ou lesão da membrana. Quando o líquido pleural se aparenta leitoso, pode
ser, pela presença de material quiloso do ducto torácico ou de material pseudoquiloso,
que são produzidos em condições inflamatórias crônicas. No material quiloso, a grande
presença de triglicerídeos, enquanto no material pseudoquiloso, a maior quantidade de
colesterol (STRASINGER; LORENZO, 2009).
O fluido pericárdico com aspecto normal e transudato possui cor clara e amarelo
pálido. O aspecto turvo ou sanguinolento, geralmente, relaciona-se a derrame resultantes
de infecção e neoplasia. Mas os derrames macroscopicamente sanguinolentos analisados,
podem estar associados a punção cardíaca com erro acidental ou ao uso de medicamentos
anticoagulantes indevidamente. Os fluidos leitosos que apresentam efusões quilosas e
pseudoquilosas, também podem estar frequentes (STRASINGER; LORENZO, 2009).
O líquido peritoneal, como dos acima, possuem cor clara ou amarelo pálido em
seu aspecto normal. Os exsudatos são turvos com infecções bacterianas ou fúngicas, a
presença de cor verde ou marrom escuro pode indicar presença da bile, no fluido com
sangue ocorre após trauma, como a tuberculose, doenças intestinais e neoplasias. E as
amostras quilosas ou pseudoquilosas, podem indicar presença de trauma ou obstrução dos
vasos linfáticos (STRASINGER; LORENZO, 2009).
17

3.7 Avaliação bioquímica

Os testes bioquímicos padrões realizados nos líquidos cavitários incluem glicose,


lactato desidrogenase (LDH) e proteínas. Esses testes são os mais comuns utilizados para
diferenciar os líquidos como transudatos ou exsudatos (tabela 2). Os testes realizados com
menor frequência para líquidos serosos incluem a fosfatase alcalina, amônia, amilase,
bilirrubina, cloreto, lipídeos e pH. Todos os exames laboratoriais ocorrerão da mesma
maneira em todos os líquidos cavitários, porém, o significado dos resultados de cada teste
varia entre os fluidos (tabela 3). A realização da análise de concentração lipídica nos
líquidos cavitários é um auxílio na diferenciação entre derrames quilosos e
pseudoquilosos. Os triglicerídeos terão elevação em derrames quilosos, enquanto ao
colesterol possui elevação em derrames pseudoquilosos (STRASINGER; LORENZO,
2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).

Tabela 2: diferenciação entre transudato e exsudato nos líquidos cavitários

Fonte: MUNDT; SHANAHAN, 2012.


18

Quadro 1: resultado dos testes bioquímicos líquido pleural

Fonte: STRASINGER; LORENZO, 2009

3.8 Contagem celular e diferencial

As hemácias normalmente não são encontradas nos líquidos serosos, quando


presente, podem indicar hemorragias ou procedimento traumática durante a coleta. Os
leucócitos, em geral, estão presentes em pequenos números, o predomínio é de células
mononucleares. Quando há presença de grande quantidade de leucócito pode estar
associado a patologias. Os tipos celulares que podem ser encontrados nos líquidos serosos
são os neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos, plasmócitos, monócitos, histiócitos e
macrófagos (STRASINGER; LORENZO, 2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
As contagens de hemácias e leucócitos, não são frequentemente realizados, pois
nos fluidos serosos fornecem poucas informações diagnósticas. As contagens de glóbulos
brancos superiores a 1.000/uL e de glóbulos vermelhos superiores a 100.000/uL, são
indicativos de exsudato. As contagens podem ser realizadas de forma manual, utilizando
a câmara de Neubauer ou com contadores eletrônicos (STRASINGER; LORENZO,
2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
Para a contagem na câmara de Neubauer a amostra deve ser centrifugada de 2 a 5
minutos. A câmara de contagem deve ser levada ao microscópio e observada no aumento
de 100x para verificar a distribuição de células nos quadrantes. A contagem deve ser
realizada no aumento de 400x, e deve ser contado as células em 16 quadrantes dos
quadrados maiores laterais, dependendo do número de células presentes, sendo assim,
19

quanto mais células distribuídas nos quadrantes, menos quadrantes necessitam ser
contados, no caso de as células estarem distribuídas em uma quantidade menor, deverá
ser contado os 4 quadrados e todos os 16 quadrantes (HAAS; COLTURATO; COMAR,
2017).
As contagens diferenciais dos líquidos serosos são frequentemente realizadas, a
centrifugação da amostra deverá ser realizada, e assim utilizar Wright para corar a
amostra. O esfregaço deve ser analisado para glóbulos brancos, tecidos normais e células
neoplásicas e quaisquer células que forem vistas na contagem diferencial devem ser
encaminhadas ao laboratório de citologia ou de patologia. Quando há suspeita de
endocardite, peritonite bacteriana e for indicado no líquido pleural, deverá ser realizado
nos fluidos concentrados a cultura de bactéria e a coloração de Gram (STRASINGER;
LORENZO, 2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).

3.9 CONCLUSÃO

Os líquidos serosos são divididos em pleural, peritoneal e pericárdico. A coleta


dos 3 tipos de líquidos, são realizados da mesma maneira, no líquido pleural é
denominado toracocentese, no líquido peritoneal é paracentese e no líquido pericárdico é
denominado pericardiocentese. Depois das punções será realizado a análise dos aspectos
físicos e das cores dos líquidos, que são denominados como claro e amarelo pálido, mas
as amostras podem se apresentar turva, sanguinolenta ou leitosa.
Nas avaliações bioquímicas serão analisados a glicose, lactato desidrogenase
(LDH), proteínas, fosfatase alcalina, amônia, amilase, bilirrubina, cloreto, lipídeos e pH.
Na contagem celular deverão ser identificados glóbulos vermelhos e glóbulos brancos,
dos quais não são frequentemente achados nesses líquidos e quando presentes indicam
algum problema. Na contagem diferencial quaisquer células vistas devem ser
encaminhadas ao laboratório de citologia ou de patologia. A análise desses líquidos
possui grande importância, pois alguns processos patológicos, ocasionam líquido entre
essas membranas onde serão observadas as células que são incomuns, para assim chegar
a um diagnóstico.
20

4. ESPERMOGRAMA

No sêmen contém quatro frações contidos pelos testículos, sendo eles, epidídimo,
vasos seminais, próstata e glândulas bulbouretrais. Cada uma dessas frações são
essenciais para a produção de uma amostra de sêmen normal. As células germinativas são
as responsáveis pela produção de espermatozoides, essas células estão presentes entre as
células do epitélio dos túbulos seminíferos presentes dos testículos. As células de Sertoli
especializadas apoiam e disponibilizam os nutrientes necessários para as células
germinativas concluírem a produção do esperma. Quando a espermatogênese está
concluída e os espermatozoides imaturos, vão para o epidídimo, onde ocorre a maturação
e assim desenvolvem o flagelo e assim permanecem ali até a ejaculação (STRASINGER;
LORENZO, 2009).

4.1 Coleta

A coleta adequada do sêmen é essencial, devido a variedade na composição das


frações. A maioria dos espermatozoides estão contidos na primeira parte do sêmen
ejaculado, e assim se torna essencial a coleta completa da amostra (STRASINGER;
LORENZO, 2009).
A amostra é coletada depois de um período de abstinência sexual, de 2 a 3 dias,
mais não com abstinência prolongada, pois assim a amostra pode ter maior volume e
diminuição na motilidade. Para realização da coleta, deve-se usar frasco de coleta estéril
aquecido ou recipiente plástico (fig. 3), caso não seja possível retirar a amostra no
laboratório, ela precisa ser entregue dentro de uma hora após a coleta e mantida em
temperatura ambiente. Recomenda-se que as amostras sejam coletadas por masturbação
(STRASINGER; LORENZO, 2009).

Figura 3: frasco para coleta de espermatozoide

Fonte: RECH, 2019.


21

4.2 Materiais utilizados para coleta e prática laboratorial

 Frasco de coleta
 Pipeta volumétrica
 Pipeta automática
 Conta gotas
 Lâmina e lamínula
 Câmara de Neubauer
 Microscópio
 Solução NaCl e formol
 Corante eosina-nigrosina (RECH, 2019).

4.3 Análise macroscópica

Na análise macroscópica serão analisados o volume da amostra, o pH, cor,


aspecto, viscosidade e o tempo de liquefação. Caso o volume seja menor do que esperado,
o diagnostico esperado é de hipospermia, considerando baixa quantidade de
espermatozoide por ejaculação, podendo ser um problema de fertilidade. Analisando o
pH, e ele tendo um valor abaixo do esperado, pode indicar alguma obstrução dos canais
seminais ou problema na próstata. A cor que aponta anormalidade é cinza opalescente
parecida com a clara de ovo, caso a coloração seja amarelada ou avermelhada é um forte
indicativo de infecções ou até doenças mais graves, como câncer de próstata. Se a
liquefação ocorrer antes do tempo, pode-se indicar uma disfunção da próstata e a
viscosidade normal é quando, forma filamentos de mais de 2 cm (tabela 4)
(STRASINGER; LORENZO, 2009).

Tabela 3: valores normais para análise do sêmen

Volume 2-5 mL
Viscosidade Escorre em gotas
pH 7,2 – 8,0
Concentração de espermatozoide >20 milhões mL
Contagem de espermatozoide >40 milhões mL
Motilidade >50% dentro de 1 hora
22

Qualidade 2,0 – 3,0 - 4,0


Morfologia >14% formas normais (critério escrito)
>30% formas normais (critério de rotina)
Células redondas <1,0 milhões/ mL
Vitalidade 58% espermatozoides vivos

Fonte: STRASINGER; LORENZO, 2009

4.4 Análise microscópica

A análise microscopia é um procedimento minucioso, deste modo, analisa a


morfologia, motilidade e a vitalidade dos espermatozoides. Na análise morfológica é
estudado a forma dos espermatozoides, a concentração de leucócitos, do qual indica
infecção quando aumentado. A mortalidade também será analisada, e assim avaliará a
porcentagem de espermatozoide que se locomovem em linha reta, vibram e os que são
imóveis. Por fim, a análise da vitalidade que mede a quantidade de espermas vivos na
amostra (STRASINGER; LORENZO, 2009).
Caso a concentração da amostra seja menos que o esperado, pode ser resultado de
oligozoospermia o que pode levar a dificuldade de fecundação do óvulo. Os espermas
masculinos são classificados quanto a sua capacidade de locomoção para atingir o ovulo,
e essa locomoção é analisada através da motilidade. A vitalidade se resulta negativo
quando menos de 50% dos espermas estão vivos. Na morfologia é importante analisar o
formato do esperma, se contêm cabeça e cauda (STRASINGER; LORENZO, 2009).

4.4.1 Contagem

O número de espermatozoide presente no sêmen é o parâmetro da fertilidade. Os


valores normais em uma concentração espermática são geralmente descritos como
superior a 20 milhões de espermatozoide por milímetro de sêmen, quando abaixo desse
valor a amostra é considerada limítrofe. Na prática clínica, a contagem é realizada em
câmara de Neubauer, a diluição utilizada é de 1:20. A diluição é necessária, pois dessa
forma imobiliza o esperma antes da contagem. O líquido utilizado na diluição,
geralmente, contém sódio e formol que imobilizam e preservam as células, porém utiliza-
se soro fisiológico e água destilada, das quais também trazem bons resultados. Na
contagem ao microscópio apenas os espermatozoides desenvolvidos devem ser contados,
os espermatozoides imaturos e glóbulos brancos não devem ser inclusos nas contagens,
23

porém a presença de leucócitos pode ser significativa, contendo um valor superior a 1


milhão por milímetro é indicativo de infecções (STRASINGER; LORENZO, 2009).

4.4.2 Motilidade

A análise dos espermatozoides deve ser realizada em amostras bem


homogeneizadas de sêmen liquefeito, dentro de uma hora após a coleta. Deve-se colocar
uma quantidade 10 uL de esperma em uma lamínula de 22 x 22 milímetros, a porcentagem
de espermatozoide real, pode ser estimada após avaliar cerca de 20 campos de grande
aumento. A motilidade será avaliada pela velocidade e direção, que são descritas como:
motilidade progressiva (movimento ativo, linearmente ou em círculos); motilidade não
progressiva (ausência de progressão); imotilidade (sem movimento) . A presença de
aglutinação e de alta porcentagem de espermatozoides imóveis, necessitará de avaliação
posterior a fim de determinar a viabilidade ou presença de aglutinas (STRASINGER;
LORENZO, 2009).

4.4.3 Morfologia e vitalidade

A avaliação da morfologia espermática (fig. 4), é realizada através da análise das


estruturas dos espermatozoides, sendo elas: as cabeças, gorjal, peça intermediaria e cauda.
Na cabeça quando a anormalidades relaciona-se com a má penetração ao ovário, enquanto
anormalidades no gorjal, na peça intermediária e cauda afetam a motilidade. O
espermatozoide normal possui a cabeça em formato oval, com aproximadamente 5 um de
comprimento e 3 um de largura, e uma longa cauda flagelar com 45 um de comprimento.
O gorjal conecta a cabeça a cauda e a peça intermediaria, sendo a porção mais espessa,
por conter uma bainha mitocondrial, responsável por produzir energia necessária para a
motilidade da cauda. A avaliação da morfologia será através de análise microscopia, em
esfregaço finos e corados, lançando mão do óleo de imersão. Deverão ser analisados 200
espermatozoides e porcentagens anormais relatadas, as anormalidades identificadas na
estrutura da cabeça incluem: cabeça dupla, cabeças gigantes, amorfas, micro cabeças,
cabeças cônicas e cabeças constritas. Nas anormalidades das caudas, são frequentes,
caudas duplicadas, enroladas e dobradas (STRASINGER; LORENZO, 2009).
A vitalidade é analisada a quantidade, em porcentagem, de espermatozoides vivos
e mortos. A lâmina para essa análise, deverá ser corada pelo corante eosina-nigrosina e
24

assim observar ao microscópio. Os possíveis resultados são: as células mortas vão ser
coradas de vermelho contra um fundo azul escuro e as células vivas estarão branco
azuladas, pois não possui penetração no corante. Deverá ser contado 200 espermatozoides
e realizar duas vezes essa contagem, para uma análise completa (CONFOLONIERI;
DAMALIO, 2019

Figura 4: morfologia do espermatozoide

Fonte: CÂMARA, 2013.

4.5 CONCLUSÃO

Conclui-se que o sêmen possui quatro frações contidos pelos testículos, sendo
eles, o epidídimo, vasos seminais, próstata e glândulas bulbouretrais. Dos quais são
importantes na produção do sêmen normal. Constatou-se que as células germinativas são
responsáveis pela produção de espermatozoide e para sua coleta necessita-se de um
período de abstinência sexual, e deve-se ser coletado em um recipiente estéril. Após a
coleta os procedimentos necessários serão a análise macroscopia e microscopia, onde
serão analisados os seguintes parâmetros: volume, viscosidade, pH, concentração de
espermatozoide, motilidade, vitalidade, qualidade, morfologia e células.
25

5. URIÁNALISE

A urina é constituída por ureia e outros produtos químicos orgânicos e


inorgânicos dissolvidos na água do corpo humano. Normalmente, a urina contém 95% de
água e 5% de solutos, as variações nas concentrações desses solutos, podem ser resultados
de fatores como, alimentação, atividade física, metabolismo corporal, funções endócrinas
e até mesmo, a posição corporal (STRASINGER; LORENZO, 2009).
O volume urinário é consequente da quantidade de água que os rins excretam, a
água é um importante componente corporal, então o volume excretado, é determinado
pelo estado de hidratação do organismo. A oligúria é uma diminuição do débito urinário,
vista quando o corpo entra em estado de desidratação, resultando da perda excessiva de
água por vômitos, diarreia, suor ou queimaduras graves. A oligúria leva a anúria, que é a
cessação do fluxo urinário, o que pode resultar em problemas graves nos rins ou
diminuição do fluxo sanguíneo para os rins (STRASINGER; LORENZO, 2009).

5.1 Coleta

A amostra de urina deve ser coletada (fig. 5) em frasco limpo, seco e a prova de
vazamento. Frascos descartáveis são recomendados para eliminar a possibilidade de
contaminação por causa de lavagem inadequada. Os recipientes para análise devem ter
bocas largas para facilitar a coleta do paciente. O frasco deve ser transparente para
analisar a cor e o aspecto da urina. Os recipientes esterilizados, devem ser utilizados para
estudos microbiológicos da urina, todos os recipientes com amostras devem ser
adequadamente sinalizados com etiquetas constando o nome do paciente, o número de
identificação, a data e hora de coleta, idade do paciente, localização e o nome do médico
solicitante, conforme exigido pelo protocolo institucional. Essas etiquetas devem ser
coladas aos recipientes e não as tampas, e junto as informações das etiquetas deve-se
enviar um formulário de requisição, com as mesmas informações das etiquetas. Deve
conter no formulário informações como, o modo de coleta, tipo de amostra, medicações
interferentes, as informações clínicas do paciente e horário do recebimento da amostra ao
laboratório (STRASINGER; LORENZO, 2009).
26

Figura 5: Orientação de coleta feminina e masculina

Fonte: OURILAB, 2020.

5.2 Materiais utilizados para coleta e prática laboratorial

 Luvas para procedimento


27

 Sabonete
 Frasco para coleta
 Seringa se necessário
 Etiqueta de identificação
 Comadre ou papagaio
 Cuba rim se necessário
 Saco coletor para crianças
 Tubos
 Centrifuga
 Câmara de Neubauer
 Microscópio
 Fita teste (LUZ,2010)

5.3 Exame físico

O exame físico da urina, consiste na análise da cor, aspecto e a gravidade


específica. A cor da urina varia de quase incolor a preta, essa variação de cor pode ocorrer
devido as funções metabólicas normais, atividade física, alimentação ou condições
patológicas. As cores normais da urina incluem amarelo-claro, amarelo, amarelo-escuro
e âmbar. A cor amarelada é resultado pela presença de um pigmento, o urocromo, um
produto do metabolismo endógeno, a quantidade de urocromo é dependente do estado
metabólico do corpo, em quantidades aumentadas, o problema pode ser na tireoide e no
estado em jejum. Dois outros pigmentos também estão presentes na urina, o uroeritrina e
urobilina, porém em quantidade menor (STRASINGER; LORENZO, 2009) (MUNDT;
SHANAHAN, 2012).
As cores anormais da urina incluem, amarelo escuro/âmbar/laranja que pode ser
causa de presença anormal de pigmento bilirrubina, uma amostra de urina contendo
bilirrubina também pode conter o vírus da hepatite. A foto-oxidação de grandes
quantidades de urobilinogênio excretado em urobilina que produz urina amarelo-
alaranjado e a foto-oxidação da bilirrubina produz a cor verde-amarelada na urina. As
amostras amarelas-alaranjadas, é causada pela administração de compostos de
fenazopiridina (Pyridium) ou azo-gastrisin presentes em pessoas com infecções no trato
urinário; as cores vermelhas/rósea/marrom indicam presença de sangue na urina, os
28

glóbulos vermelhos que ficam presentes na urina ácida por um longo período, produzem
urina marrom pelo fato da oxidação da hemoglobina em metemoglobina, porém quando
a amostra da urina é recente pode indicar hemorragia glomerular. As causas não
patológicas de urina vermelha incluem, contaminação menstrual, ingestão de alimentos
altamente pigmentados e medicações; as cores castanha/preta pode haver presença de
melanina ou ácido homogentisico. A melanina é um produto da oxidação do pigmento
incolor, melanogênico, produzido em excesso quando há presença de melanoma maligno
e a cor negra alcalina ocorre através do ácido homogentisico resultado do metabolismo
da fenilanina, isso ocorre quando a pessoa é portadora de um erro inato do metabolismo,
chamado alcaptonúria. Porémm alguns medicamentos também podem contribuir para a
urina dessas cores; as cores azul/verde estão relacionadas com infecções bacterianas,
incluindo a infecção no trato urinário proveniente da espécie pseudomonas ou pela
ingestão de alguns medicamentos (STRASINGER; LORENZO, 2009) (MUNDT;
SHANAHAN, 2012).
No exame físico da urina também inclui a análise do aspecto urinário, que se refere
a transparência e turvação. Para esses parâmetros serem analisados necessita-se da
amostrar estar em recipiente transparente. As terminologias utilizadas para a descrição do
aspecto incluem: límpido, opalescente, ligeiramente turvo, turvo e leitoso (tabela 6)
(STRASINGER; LORENZO, 2009).

Quadro 2: aspecto da urina

Fonte: STRASINGER; LORENZO, 2009.


29

5.4 Análise bioquímica

A análise bioquímica consiste no uso das tiras de reagentes, das quais analisam, o
pH, proteínas, glicose, cetonas, sangue, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, leucócitos e
gravidade específica. As tiras possuem uma almofada absorvente contendo substâncias
químicas aderidas a uma tira de plástico, após mergulhado na amostra de urina, ocorre
uma reação química. E assim, as reações serão interpretadas pela comparação de cor
produzida pela almofada com a tabela fornecida pelo fabricante. Através da comparação
minuciosa das cores da tabela e das almofadas, um valor semiquantitativo, de traços, 1+,
2+, 3+ e 4+, podem ser relatados (STRASINGER; LORENZO, 2009) (MUNDT;
SHANAHAN, 2012).
A importância da análise do pH urinário, é para auxiliar na identificação de
doenças sistêmicas acidobásico de origem metabólica ou respiratória; a proteína
aumentada nas análises bioquímicas, nem sempre significa doença renal, porém com sua
presença se torna necessário o pedido de exames adicionais para determinar se o aumento
é normal ou patológico; a quantidade de glicose na urina depende da concentração de
glicose no sangue, da taxa de filtração glomerular e do grau de reabsorção tubular. Assim
quando a glicose sanguínea ultrapassa o limite linear renal, os túbulos renais são
incapazes de reabsorver toda a glicose filtrada, ocorrendo assim a glicosuria; a cetona
representa três produtos do metabolismo da gordura, o aumento do metabolismo lipídico
inclui, incapacidade para metabolizar hidratos de carbono, como ocorre no diabetes
mellitus, aumento da perda de carboidratos pelo vômito, inadequada ingestão de hidratos
de carbono associados com jejum e má absorção. Muitas vezes é um indicador precoce
de insuficiência da dosagem de insulina no diabete tipo 1; a presença de sangue na urina
detectada pelas tiras reagentes, indica a presença de hemácias, hemoglobina ou
mioglobina, que podem indicar doenças de origem renal, a lise dos glóbulos vermelhos
produzida no sistema urinário e a destruição muscular; a bilirrubina aumentada na urina
pode indicar precocemente a doença hepática (obstrução do ducto biliar), ocasionado por
cálculos biliares ou câncer; o urobiliogênio presente na urina, pode ser útil na detecção
precoce de doença hepática e nos transtornos hemolíticos; o nitrito é um indicativo rápido
para presença de infecção do trato urinário, necessitando posteriormente de uma cultura
da urina para saber qual bactéria presente; ao indicativo de leucócitos na tira reagentes,
também indicará prenseça de infecção do trato urinário (STRASINGER; LORENZO,
2009) (MUNDT ; SHANAHAN , 2012).
30

5.5 Exame microscópico

O exame microscópico é uma parte importantíssima na análise de urina, serve para


detecção e avaliação de distúrbios renais, urinário e outras doenças sistêmicas. A primeira
urina matinal é a mais utilizada e consiste na melhor amostra para análise. Para o exame
deve-se realizar a centrifugação da amostra, os sedimentos urinários contêm uma
variedade de elementos formados e até mesmo a presença de glóbulos vermelhos,
glóbulos brancos e cilindros, podem ser normais. Rotineiramente nas práticas clínicas,
não encontrará nada além de raras células epiteliais ou filamento mucoso. Os cristais,
bactérias, parasitas e outros sedimentos raros podem ser relatados como presentes, raros,
moderados ou inúmeros. As células que podem ser visualizadas nas amostras são
hemácias, leucócitos e células epiteliais, provenientes de qualquer região do trato urinário
(STRASINGER; LORENZO, 2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
As amostras de urina devem ser analisadas em câmara de Neubauer, onde serão
analisados os 4 quadrados laterais, realizando a contagem dos 16 quadrantes presente no
quadrado. Deverão ser contados as hemácias, leucócitos, além de contagem qualitativa
de cristais, bactérias e outras estruturas. O número de células contadas não é o resultado,
caso a contagem seja realizada em um quadrado, deve-se multiplicar o resultado por mil,
se contado dois quadrados multiplique por quinhentos, se contar três quadrados
multiplique por trezentos e trinta e três e se for contado os quatro quadrados multiplique
por duzentos e cinquenta (STRASINGER; LORENZO, 2009) (MUNDT; SHANAHAN,
2012).
O sedimento deve ser visualizado em pequena ampliação em câmara de
Neubauer. Verifique a lâmina toda para observação cilíndrica, cristais e elementos estão
presentes apenas em algumas áreas. Quantifique o número de cilindros. Quando for
necessário descrever a estrutura visual, mude para uma ampliação seca maior de 400x.
O cilindro tende a se mover em direção ao final da lamela de vidro, portanto, toda a
periferia da lamínula deve ser observada. Caso o número de cilindros foi registrado em
pequeno aumento 100x do número médio que aparece em 10 a 15 campos, devem ser
relatados. As células são quantificadas com o uso de maior aumento 400x, sendo
também registradas como raras, poucas, moderadas ou numerosas (STRASINGER;
LORENZO, 2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
As células que podem estar presentes no sedimento urinário incluem hemácias,
31

leucócitos e células epiteliais. As hemácias são originadas de qualquer região do trato


urinário, desde o glomérulo ao meato uretral, ou no caso das mulheres pode ser resultado
de menstruação. As hemácias quando a amostra é fresca, tem aspecto normal, pálido ou
amarelado, em forma de disco bicôncavo, lisos e não possuem núcleo. Nas urinas diluídas
ou hipotônicas, as hemácias ficam cheias e podem sofrer lise, liberando assim
hemoglobina na urina. As células lisadas, correspondem a círculos pálidos e incolores,
que consistem em membranas ocas de hemácias, a lise também pode ocorrer em urinas
alcalinas. Em urinas hipertônicas as hemácias sofrem crenação (STRASINGER;
LORENZO, 2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
Em geral as hemácias (fig.6) não são encontradas na urina, porém quando
encontrado é considerado normal quando for baixo esse número. A hematúria é definida
como a presença de número aumentado de hemácia na amostra de urina. Quando o
resultado for hematúria, o teste para proteínas será positivo. Então deste modo, deve ser
estabelecida correlação entre os testes químicos e o resultado do exame microscópico
(STRASINGER; LORENZO, 2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
Os leucócitos (fig. 6) em média normal podem conter até 2 leucócitos, os
leucócitos em geral são esféricos e podem apresentar cor cinza pálida ou amarelo
esverdeado, e podem se apresente isoladamente ou aglomerados nas análises, são
identificados por seus grânulos e lobulações nucleares características. Os leucócitos
diminuem em amostra de urina hipertônica e crescem ou sofrem lise em urina hipotônica
ou alcalina. Um aumento da urina de leucócitos em amostras de urina, está ligado a
processos inflamatórios do trato urinário. A presença de numerosos leucócitos,
especialmente em aglomerados, são indícios fortes de origem renal, como infecção aguda,
pielonefrite, cistite ou uretrite. Poucos leucócitos podem ser normalmente encontrados
em secreções dos tratos genitais masculino e feminino, portanto, a possibilidade de urina
contaminada deve ser considerada (STRASINGER; LORENZO, 2009) (MUNDT;
SHANAHAN, 2012).
32

Figura 6: hemacias e leucocitos em amostra de urina

Fonte: DINES, 2008.

As células epiteliais (fig.7) presentes na urina podem ser originárias de qualquer


região do trato geniturinário, do túbulo convoluto proximal até a uretra, ou da vagina.
Normalmente, algumas células dessas regiões podem ser localizadas na urina, que são
resultado da descamação normal de células epiteliais antigas. Quando o aumento está
acentuado é indicativo de inflamação daquela porção do trato urinário da qual as células
são derivadas (STRASINGER; LORENZO, 2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).

Figura 7: célula epitelial pavimentosa na urina

Fonte: CAMÂRA, 2013.


33

Os cristais não são visualizados em urina recém eliminada, porém podem aparecer
caso a urina seja mantida em repouso por determinado período. Quando a urina se
encontra supersaturada por um composto cristalino em particular, ou quando as
propriedades do composto estão alteradas, há formação de cristais. Os cristais possuem
pequena importância clínica, exceto em caso de distúrbios metabólicos, formação de
cálculos e regulação de medicação. Os cristais mais importantes que podem estar
presentes consistem em cistina, tirosina, leucina, colesterol e sulfa (STRASINGER;
LORENZO, 2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
Os cristais (fig. 8) mais frequentes encontrados na urina ácida, são o ácido úrico,
oxalato de cálcio e uratos amorfos, os encontrados com menor frequência incluem sulfato
de cálcio, uratos de sódio, ácido hipúrico, cistina, leucina, tirosina, colesterol e sulfa. Em
urina alcalina os cristais incluem fosfatos triplos (fosfato amônio magnesiano), fosfatos
amorfos, carbonato de cálcio, fosfato de cálcio e biuratos de amônio (uratos de amônio)
(STRASINGER; LORENZO, 2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).

Figura 8: cristais urinários


Observa-se ácido úrico, oxalato de cálcio, fosfato triplo, fosfato de cálcio e
cistina.

Fonte: CAMÂRA, 2013.

Os cilindros presentes na urina são produzidos no lúmen dos túbulos renais, eles
podem ser formados como resultado da precipitação ou gelificação da mucoproteína de
Tamm-Horsfall, da agrefação de células ou outro material no interior da matriz proteica,
da adesão de células ou pela conglutinação de material no interior do lúmen. Os túbulos
renais são os responsáveis por secretarem uma mucoproteína denominada proteína de
34

Tamm-Horsfall, que pode estar envolvida na formação da matriz básica de todos os


cilindros. Os fatores envolvidos na formação de cilindros incluem estase urinária
(redução acentuada no fluxo de urina), acidez aumentada, alta concentração de solutos e
presença de constituintes iônicos ou proteicos anormais (STRASINGER; LORENZO,
2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
Em uma amostra de urina, normalmente, não se encontra bactérias, porém pode
ocorrer contaminação por bactérias presentes na uretra ou na vagina e até mesmo por
outros meios externos. Quando a amostra foi recém eliminada e coletada adequadamente
e contém grande quantidade de bactérias, e assim acompanhada de vários leucócitos,
geralmente indica infecção do trato urinário. As bactérias (fig. 9) são descritas de acordo
com os números presentes, raras, poucas, moderadas e inúmeras, porém em prática
laboratorial não deve identificar o organismo exato. Algumas bactérias reduzem nitrato
a nitrito, permitindo assim a detecção de bactérias por métodos químicos
(STRASINGER; LORENZO, 2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).

Figura 9: bactérias em amostra de urina

Fonte: CAMÂRA, 2013.

Alguns parasitas podem ser ocasionalmente encontrados na urina, caso a pessoa


esteja infectada, que podem ser derivados do próprio trato urinário, contaminação vaginal
ou fecal. A avaliação microscópica da amostra urinária é importante em casos de suspeita
de infecção parasitária. Os parasitas que podem ser encontrados são: o trichomonas
vaginallis (fig.10), enterobius vermicularis e schistosoma haematobium (STRASINGER;
LORENZO, 2009) (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
35

Figura 10: trichomonas vaginallis na urina

Fonte: MUNDT; SHANAHAN, 2012.

5.6 CONCLUSÃO

Conclui-se que na análise de urina deve-se analisar o aspecto físico da urina, a


análise química onde é utilizado a fita reagente e por último a análise microscopia onde
serão analisadas as células como, hemácias e leucócitos e cristais, bactérias e outras
estruturas como cristais. A importância da análise da urina é para auxiliar em
diagnósticos, como lesões na membrana glomerular e do sistema urogenital, no caso de
grande quantidade de hemácias. Na infecção ou inflamação no sistema urogenital no caso
de uma grande quantidade de leucócitos. A presença de cilindros em quantidade elevada
também pode indicar glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica e insuficiência
cardíaca congestiva. As bactérias e parasitas podem ser encontradas em casos de
contaminação da urina. As leveduras geralmente são encontradas em pacientes que
possuem diabetes melitus ou candidíase vaginal. Já os cristais na urina são formados
devido à ingestão insuficiente de água, uma dieta rica em proteínas ou alterações no pH
da urina ou podem indicar que algo está errado com o sistema urinário.
36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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