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Ciep 119, 12 de agosto de 2022.

Professor: Renato
Aluno: Guilherme da Cunha Machado
Disciplina: Educação Física

Esporte Adaptado

Introdução:
Os esportes adaptados para deficientes ocupam cada vez mais espaço, mostrando-se
fisicamente e emocionalmente importantes para a inclusão social e reabilitação de quem os
pratica.

Vibrar e torcer por um atleta ou time é um sentimento universal, e dá até para dizer que
diferenças não existem diante da emoção de acompanhar um campeonato. E assim deve ser
também na hora de praticar esportes: todos os indivíduos possuem o direito de realizar os
mais diversos tipos e modalidades esportivas possíveis.

Que a prática de exercícios físicos é algo de extrema importância para a saúde, muitos já
sabem. Por este motivo, toda e qualquer pessoa deve se empenhar na prática de algum
esporte, inclusive aquelas com deficiência.

O exercício físico e a prática regular de esportes podem trazer diversos benefícios para a
saúde e qualidade de vida da pessoa com deficiência. Melhora a circulação sanguínea, o
fôlego e ainda proporciona sensações de prazer e alegria.

Praticar esportes também pode ser uma forma de auxílio para a reabilitação da pessoa com
deficiência.

Atualmente há uma grande quantidade de esportes adaptados para pessoas com


deficiência, onde qualquer um, independente de sua deficiência, pode encontrar uma
atividade que lhe seja acessível e divertida.

Este trabalho vai apresentar a origem dos paradesportos, nome dado aos esportes
realizados por pessoas com alguma deficiência, e também quais são os mais populares
praticados no Brasil e no mundo.
Como surgiu o esporte adaptado:
Os paradesportos surgiram no século XX com os esportes para deficientes auditivos.
Depois, em 1920, foram incluídos a natação e atletismo para deficientes visuais.

O esporte adaptado para deficientes físicos apareceu pela primeira vez apenas após a
Segunda Guerra Mundial, como forma de reabilitação e inclusão social dos soldados
mutilados.

Nesse contexto as modalidades começaram a ganhar forças e, em 1948, houveram as


primeiras competições esportivas envolvendo veteranos de guerra.

Os Jogos Olímpicos para pessoas com deficiência, as Paraolimpíadas que conhecemos


hoje, teve sua primeira edição em Roma apenas em 1960, envolvendo 400 atletas
vindos de 23 países, e continua até os tempos atuais.

O esporte adaptado no Brasil surgiu em 1958 e hoje é administrado por 6 grandes


instituições:

• ABDC (Associação Brasileira de Desporto para Cegos);


• ANDE (Associação Nacional de Desporto para Excepcionais);
• ABRADECAR (Associação Brasileira de Desportos em Cadeira de Rodas);
• ABDA (Associação Brasileira de Desportos para Amputados);
• ABDEM (Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Mentais); e
• CBDS (Confederação Brasileira de Desportos para Surdos).

Com isso, segue abaixo dezenove modalidades esportivas adaptadas para pessoas com
deficiências:
Basquete:

No basquete, a altura da tabela, as dimensões da quadra e as regras gerais são iguais


às do basquete tradicional. Para o jogo são permitidos cinco atletas em cada equipe.

A partida é dividida em quatro períodos de 10 minutos de duração cada uma. Em caso


de empate, existe uma prorrogação de 5 minutos.

O basquete adaptado surgiu nos Estados Unidos da América por volta de 1945, já no
fim da Segunda Guerra Mundial.

É um dos esportes adaptados mais antigos e esteve presente em todas edições dos
jogos paraolímpicos realizados até hoje se consagrando como um dos esportes
favoritos na competição.

Basquete, em nível de competições oficiais, deve ser praticado com cadeiras de rodas
adaptadas e padronizadas à prática do esporte, seguindo uma certa linha.

Para que a prática do basquete seja justa, há um sistema de classificação conforme o


grau de deficiência motora que vai de 1.0 até 4.5, este também é utilizado para realizar
as pontuações.

Bocha:

O bocha adaptado é muito parecido com o bocha tradicional, pois o objetivo é o


jogador encostar o maior número de bolas na bola alvo.

Na partida, o jogador possui seis bolas azuis, seis bolas vermelhas e uma bola branca,
que é a bola alvo. A quadra deverá ser lisa e plana com área delimitada nas dimensões
de 12,5m x 6m.
Os jogadores são divididos por categorias conforme o tipo e grau de deficiência, por
exemplo: distrofia muscular progressiva, acidente vascular cerebral, disfunção motora
progressiva, entre outras.

A bocha adaptada faz parte dos Jogos Paraolímpicos desde 1984. Trata-se de um
esporte que requer bastante concentração e precisão.

A disputa consiste em lançar bolas — que podem ser vermelhas ou azuis —, de modo
que elas cheguem o mais próximo possível da bola branca (Jack). O esportista pode
disputar sozinho, em dupla ou em equipes maiores.

Para fazer o arremesso das bolas, pode ser usada as mãos, os pés, e até mesmo a
cabeça. Se o participante tiver maior comprometimento dos membros, pode contar
com o apoio de um assistente.

As classes são divididas conforme a funcionalidade de cada jogador, ao todo são


quatro classes.

O esporte pode ser praticado por qualquer pessoa que se encaixe na classificação, por
exemplo, pessoas com paralisia cerebral, atrofia muscular espinhal, disfunção motora
progressiva e etc.

Natação:

A natação é um esporte excelente para pessoas com deficiência, já que trabalha todas
as funções do corpo, e traz diversos benefícios para saúde, além de ser muito
acessível.

Está presente nos Jogos Paraolímpicos desde 1960, quando aconteceu a primeira
edição. A partir de então, o Brasil já conquistou 102 medalhas nessa que é a sua
segunda modalidade mais premiada.

Independentemente do tipo de deficiência, esse é um esporte adaptado que, com o


auxílio de um profissional capacitado, se tornará uma tarefa prazerosa e ajudará na
mobilidade dos membros.
Pode ser praticado por pessoas com deficiência visual ou física. As competições variam
de 50 a 400 metros, nas modalidades peito, livre, borboleta e costas, e também com
provas de revezamento, como medley e livre. Conforme a lesão, é dada a categoria a
ser desenvolvida pelo atleta.

A natação é igual a tradicional que já conhecemos, porém, há adaptações de acordo


com as diferentes deficiências de cada atleta que, dependendo do grau, pode ter apoio
de alguém da equipe para entrar e sair da piscina.

Este é um dos esportes mais completos, ele trabalha todo o corpo e também é popular
por ser capaz de acalmar e relaxar o praticamente.

Tênis de Mesa:

O tênis de mesa é uma das modalidades mais tradicionais dentro do esporte inclusivo.
Tanto que, esteve presente na primeira edição dos Jogos Paraolímpicos, em 1960.

As regras são as mesmas do tênis de mesa convencional. A única exceção é o saque,


que é diferente para os usuários de cadeiras de rodas. Nesse caso, o sacador precisa
fazer com que a bola ultrapasse a linha de fundo da mesa sem deixá-la sair pelas
laterais.

Além disso, para o tênis em cadeira de rodas, a bolinha pode pular duas vezes na
mesa.

O saque deve ser feito com a mão contrária à que segura a raquete. Mas, para os
atletas andantes que não têm condição de usar o braço livre — por causa de
amputação ou outra deficiência —, é permitido utilizar a mão que segura a raquete
para realizar o saque.

A grande vantagem desse esporte é que quase todos podem participar, com exceção
apenas para as pessoas com deficiências visuais. Além disso, os participantes podem
competir sozinhos em duplas ou em times maiores.
Atletismo:

O atletismo é realizado de acordo com a classificação, que tem como base a


capacidade motora de cada indivíduo, ou seja, considera o tipo de sequela e a potência
dos músculos do atleta.

Esse esporte suporta vários tipos de deficiências, realizando adaptações ou mudanças


conforme a particularidade de cada participante.

No atletismo, há uma classificação que é feita em função da capacidade do esportista


em realizar movimentos, além da potencialidade dos músculos que não sofreram lesão
e das sequelas do tipo de deficiência.

Sendo assim, existem modalidades para pessoas com deficiência física, mental e visual,
cada uma com suas particularidades.

As provas podem ser de arremesso, salto, lançamento e pista.

Voleibol Sentado:

Para quem busca um esporte dinâmico e divertido o voleibol sentado pode ser a
escolha ideal. Sua prática incentiva o espírito de equipe e o desenvolvimento de
capacidades motoras e o estímulo das funções cognitivas.

Com algumas regras básicas do vôlei em pé, o vôlei sentado é um jogo igualmente
empolgante e é disputado oficialmente desde os anos 1980, com as Paraolimpíadas de
Arnhem, na Holanda.

No voleibol sentado, a quadra é menor. Ela tem 10m x 6m, e a rede apresenta uma
altura de 1, 15m e 1, 05m para homens e mulheres, respectivamente.
Dentro da quadra, ficam dispostos 6 atletas em cada time. Vale destacar que os atletas
precisam manter a pélvis encostada no chão. Os jogadores são divididos em dois
grupos, considerando seu grau de limitação.

Futebol de 5:

O futebol de 5 é um esporte exclusivo para deficientes visuais. Segue algumas diversas


regras semelhantes ao esporte original.

É disputado em uma quadra semelhante à de futsal, com apenas algumas alterações,


também pode ser disputadas em quadras com grama sintética.

Os participantes usam vendas nos olhos, para que esportistas com percepção luminosa
não tenham uma vantagem. O goleiro é o único do time que não possui deficiência
visual.

Para que os jogadores consigam identificar a bola, ela é preenchida com guizos. A
torcida só pode se manifestar na hora de um gol.

A partida tem dois tempos de 25 minutos cada e um intervalo de 10 minutos. A


modalidade começou a fazer parte dos Jogos Paraolímpicos em 2004 e a seleção
Brasileira até então vem conquistando todos os pódios.

Goalball:

Assim como o futebol de 5, o Goalball é um esporte adaptado exclusivo para


deficientes visuais. Presente nos Jogos Paraolímpicos desde 1976, o goalball se baseia
nas percepções táteis e auditivas dos atletas, exigindo também bastante orientação
espacial.

Nessa competição, a bola é lançada e, rolando no piso da quadra, os jogadores tentam


fazer o gol. Enquanto uma equipe ataca, a outra tenta impedir o gol, deitando-se no
chão para realizar a defesa.
São três jogadores em cada equipe e vence o jogo aquela que fizer o maior número de
gols. É um esporte bastante dinâmico e interessante, tanto para quem está jogando
como para quem está torcendo.
Remo:

O remo adaptável já existe no Brasil desde 1980. Em 2008 a primeira competição de


remo foi realizada nos Jogos Paraolímpicos de Pequim. A modalidade é normatizada
pelo CPB, Comitê Paraolímpicos Brasileiro.

O esporte adaptado de remo exige muita disciplina, potência, resistência e técnica


apurada, sendo uma ótima opção para o desenvolvimento e recuperação da pessoa
com deficiência, principalmente para quem tem dificuldade na mobilidade.

Para que seja praticado, a adaptação vai no equipamento. Dessa forma, as regras do
remo são aplicadas igualmente para a modalidade adaptável.

Arco e Flecha:

O tiro com arco era um esporte popular na Inglaterra, e em 1948, surgiram os


primeiros torneios da modalidade paraolímpica. Contudo, não era um esporte
inclusivo. A adaptação desse esporte serviu como método de reintegração às pessoas
que haviam perdido seus membros durante a guerra.

Quando houve a primeira edição dos Jogos Paraolímpicos, em Roma no ano de 1960,
já havia a modalidade de tiro com arco.

O tiro com arco adaptado é uma modalidade bastante inclusiva. Ela pode ser praticada
por atletas com amputações, paralisia, paralisia cerebral, lesões medulares, perda de
força muscular e doenças progressivas.

De acordo com a categoria, o atleta pode atirar sentado, de pé ou em uma cadeira de


rodas. Inclusive, alguns atiram apenas com os pés, devido a amputações ou à
impossibilidade de realizar movimentos com os membros superiores.
Assim como em todo esporte adaptado, o tiro paraolímpico possui diferentes
categorias que agrupam determinados tipos de deficiência. São elas: a ARST, ARW1 e
ARW2.

Halterofilismo:

O halterofilismo é aberto para homens e mulheres com deficiências físicas, como:


amputações, nanismo, acidente vascular cerebral, lesões cerebrais, perda de membro,
paralisia cerebral, dentre outros.

É um esporte que exige muita força dos competidores já que, deitados, eles devem
trazer a barra com pesos ao peito. Em seguida, devem mantê-la estável e reerguê-la
estendendo completamente os braços antes de colocá-la na posição original. Vence o
atleta que levantar o maior peso.

Esse esporte adaptado possui apenas uma classe que é divida em categorias de acordo
com o peso corpora dos esportistas.

Um detalhe interessante é que o halterofilismo faz parte dos Jogos Paraolímpicos


desde 1964, mas apenas no ano 2000 as mulheres competiram pela primeira vez.

Ciclismo:

Um dos esportes mais empolgantes, com certeza, é o ciclismo. Além de divertido, ele é
muito inclusivo, pois pessoas com deficiência visual, cerebral, amputados ou
lesionados podem praticar.

A modalidade paraolímpica de ciclismo teve início na década de 1980, com a


competição de pessoas com deficiência visual. Foi na Paraolimpíada de Nova York,
contudo, que mais atletas — paralisados cerebrais e amputados — começaram a
participar da disputa.

Nas competições de ciclismo, os atletas são divididos em três classes de acordo com a
deficiência que eles têm.
Artes Marciais:

A prática de artes marciais como judô, karatê, jiu-jitsu, muay thai e kung fu é uma
excelente opção para quem não gosta da musculação, mas quer trabalhar os músculos
do corpo.

Além disso, elas proporcionam força e equilíbrio a quem as pratica, de modo que são
extremamente importantes no processo de recuperação da autoconfiança.

As artes marciais são exercícios que podem ser facilmente adaptados e tudo o que se
necessita para praticá-las é vontade e determinação. Isso resultará numa melhora
global do desenvolvimento corporal e trará os benefícios do fortalecimento dos
músculos do corpo.

O judô por sua vez é um esporte competitivo presente nas paraolímpicas desde 1988.
Na modalidade esportiva, é exclusivo para esportistas com deficiência visual.

Esgrima:

Nessa prática esportiva, as cadeiras de rodas ficam fixadas ao solo — para dar
estabilidade — e uma armação especial garante que os atletas se posicionem a uma
determinada distância e ângulo.

Na parte superior do corpo, o esgrimista tem liberdade de movimentos para marcar os


pontos necessários para a vitória. As provas podem ser individuais e por equipe, e as
armas utilizadas são o sabre, a espada e o florete.

A esgrima sobre cadeira de rodas é um esporte muito vibrante, ideal para pessoas que
gostam de competições acirradas.
Tiro Esportivo:

O tiro esportivo paraolímpico é um esporte adaptado para homens e mulheres com


deficiências como amputação, lesões na medula, paralisia cerebral, dentre outras.

Trata-se de um esporte de precisão e muito controle. Os participantes utilizam rifles ou


pistolas para disparar em um alvo estático a uma distância que pode variar entre 10,
25 e 30 metros.

Os atletas competem em duas classes: em pé e em cadeira de rodas.

Hipismo:

Esse esporte adaptado é um dos mais indicados para a reabilitação física e também
social das pessoas com deficiência física ou visual. As partidas são organizadas de
acordo com a habilidade funcional dos atletas.

Diferentemente do hipismo olímpico, o paraolímpico consiste apenas no adestramento


— não há provas de salto. Além disso, a areia deve ser mais compacta para oferecer
maior segurança para os competidores.

Vale destacar que o local deve ter sinalização sonora para orientar os atletas com
deficiência visual.

Parabadminton:

O parabadminton é a versão adaptada do badminton. Pode ser praticado por pessoas


com deficiência nos membros inferiores, superiores, além de pessoas com nanismo ou
cegueira. Porém, a prática é mais comum entre pessoas que utilizam cadeiras de
rodas.

Sua versão adaptada surgiu no Brasil a pouco tempo. De acordo com o Comitê
Paraolímpicos Brasileiro, o esporte adaptado foi introduzido no país em 2006 pelo
professor Létisson S. Pereira, no Distrito Federal.

A modalidade vai ser disputada pela primeira vez em jogos olímpicos na edição 2021
Paraolimpíadas de Tóquio. São 6 categorias disputadas que variam entre competições
individuais ou em duplas.

O Parabadminton é jogado em quadra, com raquetes e uma peteca e pode ser


praticado individualmente ou em duplas. No formato paraolímpico, é disputado por
pessoas com deficiências, tanto nos membros inferiores, quanto superiores ou
nanismo.

Pesca:

A pescaria é uma alternativa de esporte adaptado que existe em diversos países,


inclusive no Brasil. Seja como um hobby ou como esporte, essa prática proporciona
bem estar, alivia o stress e pode desenvolver habilidades de foco e concentração.

A pesca é geralmente praticada no mar ou na beira de rios, lugares de difícil acesso


para quem possui mobilidade reduzida. Portanto, a adaptação surge como uma
alternativa para os amantes do esporte que possuem alguma deficiência.

Com as adaptações certas, a modalidade pode incluir pessoas com diferentes tipos
deficiência, inclusive tetraplégicos e paraplégicos.

Para praticar esse esporte para pessoa com deficiência, existe uma gama de
equipamentos com adaptação, que ajudam o esportista a conquistar o máximo de
autonomia e praticar com conforto o esporte.

Power Soccer:
O power soccer é o futebol em cadeira de rodas motorizada. É o primeiro esporte
adaptado de equipe competitivo pensado exclusivamente para ser disputado por
pessoas com deficiências severas, como a tetraplegia, amiotrofia espinhal, distrofia
muscular, paralisia muscular, entre outras.

Além disso, é a única modalidade coletiva que pode ser praticada por atletas que usam
cadeiras motorizadas para sua locomoção diária. Trata-se de uma atividade inclusiva e
terapêutica, afinal, desenvolve qualidades desportivas e, ainda, estimula diversas
ações, como a condução da cadeira, espírito de equipe e novas amizades.

A prática do power soccer começou na França, em 1978, para reabilitar jovens com
deficiências severas. O Canadá, posteriormente, também desenvolveu uma forma de
futebol em cadeiras motorizadas, que eles chamavam de Motor Ball.

(Bibliografia: https://www.atletis.com.br/esportes-adaptados-praticados e
https://blog.freedom.ind.br/6-esportes-praticados-por-pessoas-com-deficiencia/ )

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