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29/11/2017

2. Estrutura e dinâmica interna da Terra


7.º Ano- Ciências Naturais

Alfred Wegener (1880 – 1930)

➢ “Pai” da teoria da deriva dos continentes (1912)

➢ Nasceu na Alemanha, doutorou-se em astronomia, mas enveredou pela


meteorologia e pela climatologia.
➢ Apesar de não ter sido aceite por grande parte da comunidade científica
em 1912, Wegener reuniu um conjunto de evidências que veio depois a
relançar a sua teoria e a publicarem em 1915 no seu livro “A origem dos
continentes e dos oceanos”.
https://www.youtube.com/watch?v=qWifSGDh0lk

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Teoria da Deriva dos Continentes Há cerca de 240 Ma

• Propõe que,
contrariamente ao que
Há cerca de 180 Ma
se entendia na época,
os continentes e
oceanos nem sempre
se encontraram nas Atualidade
posições que hoje
ocupam, tendo vindo a
ser modificada a sua
distribuição geográfica
ao longo dos tempos.

✓ Os movimentos continentais não são


simplesmente a destruição de uma
estrutura geométrica. Constituem os
motores fundamentais dos grandes
fenómenos geológicos.

✓ Continentes assentam sobre um


substrato que se comporta como um
líquido muito viscoso.

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✓ As massas continentais apresentam


uma densidade inferior à densidade
das massas oceânicas, motivo pelo
qual “flutuam” sobre as massas
oceânicas. Ao “flutuarem”, os
continentes deslocam-se uns em
relação aos outros, como jangadas.

✓ Eram estas características que por


ação de forças resultastes do
movimento de rotação da Terra e do
movimento das marés permitiam a
deriva dos continentes.

Evidências ou argumentos de
Alfred Wegener

1. Argumentos 2. Argumentos 3. Argumentos 4. Argumentos


Morfológicos Paleontológicos Litológicos Paleoclimáticos

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1. Argumentos Morfológicos

Alfred Wegener verificou que as


costas da África e da América do
Sul se encaixavam na perfeição,
o mesmo se passando com
outras costas continentais

2. Argumentos Paleontológicos
• Verificaram-se grandes
semelhanças no
registo fóssil em
continentes hoje em
dia muito afastados, o
que seria um indicador
de que já teriam
estado juntos.

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2. Argumentos Paleontológicos
Fóssil de Glossopteris - planta tropical que pode atingir 4 a 6 m de altura

➢ Como explicar que uma semente tão grande e pesada atravessou


o oceano Atlântico a menos que estes tenham estado juntos?

2. Argumentos Paleontológicos
Fósseis de Mesosauros (290 a 230 Ma)
• Seres carnívoros que podem atingir
1m de comprimento.
• Surgem à cerca de 290 Ma mas
fazem parte do grupo dos repteis
extintos no paleozoico (230 Ma).
• Os seus fósseis encontram-se
exclusivamente na América do Sul
e na África num período de tempo
específico.
➢ Como explicar o aparecimento de uma nova espécie nos dois
continentes, no mesmo período de tempo, se estes não
estivessem unidos?

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2. Argumentos Paleontológicos
Fósseis de Lystrosauros (250 Ma)
• Seres herbívoros que viviam em
ambientes áridos.

• Grupo ancestral dos mamíferos, que


apresentavam dois dentes caninos.

• Existiram na Antártida, India, Austrália


e África do Sul.

➢ Como explicar o aparecimento desta nova espécie nestes


continentes, neste período de tempo, se estes não estivessem
unidos?

2. Argumentos Paleontológicos
Fósseis de Cynognathus (mandibula de cão)

• Animal carnívoro

• Apresentava características intermédias


entre repteis e mamíferos.

• O seu registo fóssil encontra-se na


América do sul e na África

➢ Como explicar o aparecimento desta nova espécie nestes dois


continentes, no mesmo período de tempo, se estes não
estivessem unidos?

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3. Argumentos Litológicos
• Wegener encontrou
correspondências entre as
rochas existentes de um e
outro lado do Oceano
Atlântico.
• Essa correspondência
litológica verifica-se em
termos de idade e tipos de
rochas, depósitos
minerais, camadas de
carvão e estruturas
geológicas.

3. Argumentos Litológicos
✓ Wegener evidenciou a forte semelhança entre sequências de estratos
sedimentares em rochas existentes na índia, África, Austrália, Antártida e
América do Sul.

✓ Esta evidência era ainda mais


significativa uma vez que estes
estratos apresentavam idades
semelhantes.

✓ Wegener salientou ainda que algumas cadeias


montanhosas da África do Sul e da América
do Sul pareciam ter sido bruscamente
interrompidas. No entanto, ao juntar os
bordos de ambos os continentes, estas
cadeias montanhosas revelavam
continuidade.

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3. Argumentos Litológicos

4. Argumentos Paleoclimáticos
• Foram encontrados vestígios de
sedimentos característicos de
climas que, hoje em dia, seriam
incompatíveis, tendo em conta o
clima atual da região.

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4. Argumentos Paleoclimáticos
Fóssil de Glossopteris - planta tropical a subtropical encontrada em
atualmente regiões em climas frias – ex: Antártida

➢ Como explicar a existência de uma planta tropical


em zonas que são atualmente frias (Antártida)?

4. Argumentos Paleoclimáticos
Carvão - indicador de clima tropical e de presença de extensas áreas de
florestas luxuriante em zonas atualmente com temperaturas negativas –
ex: Antártida

Florestas tropicais
Carvão

➢ Como explicar a presença de carvão, que implica vegetação


abundante e se sabe hoje ter estado associado a clima tropical
em regiões atualmente de clima frio (Antártida)?

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4. Argumentos Paleoclimáticos
Sulcos/estrias glaciares em rochas e depósitos glaciares em regiões
com clima atualmente tropical – ex: Namíbia

➢ Como explicar o registo de sulcos/estrias glaciares em depósitos


sedimentares de regiões com clima tropical na atualidade
(Namíbia)?

Críticas à Teoria da Deriva Continental

As mesmas espécies nos dois


A correspondência morfológica
lados do Atlântico podiam ser
entre as costas nem sempre
resultado da existência de pontes
era assim tão evidente
naturais entre os dois continentes.

O mecanismo/força responsável
pelo mover dos continentes não
era convincente o suficiente.

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Principal crítica à Teoria da Deriva Continental


Wegener não consegui explicar, de forma satisfatória, que forças faziam mover
os continentes.
Propôs dois tipos de forças responsáveis pela deriva dos
continentes:
➢ O movimento de rotação da Terra
➢ Força resultante da atração exercida
pelo Sol e pela Lua

A comunidade científica da época considerou que estas forças não seriam


suficientes para originar o movimento dos continentes.

As propriedades dos materiais que constituem os continentes não permitiriam


que estes flutuassem sobre os fundos oceânicos como de fossem “jangadas”.

Em certos locais do interior do nosso planeta formar-se-iam correntes de


convecção que poderiam fragmentar a superfície e provocar o afastamento dos
continentes

1929 – Correntes de convecção como motor para o movimento dos continentes

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Mecanismo que pode explicar a


fratura e a deriva dos continentes,
segundo Arthur Holmes

Durante quase 50 anos, a hipótese da deriva continental foi abandonada.

Em meados do século XX as suas ideias ganharam um novo impulso, com o


desenvolvimento das tecnologias de exploração do fundo dos oceanos
desenvolvidas no âmbito da II guerra mundial.

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• O desenvolvimento de tecnologia
com fins militares acabou por se
tornar muito importante para o
avanço científico. Foram
realizadas operações militares no
oceano, para a deteção de
submarinos e a cartografia do
fundo marinho, utilizando para
tal o sonar.
• Estes estudos revelaram que, os
fundos oceânicos não eram
planos, mas apresentavam um
relevo acidentado.

De que maneira a descoberta da morfologia dos


fundos oceânicos veio relançar a hipótese da deriva
continental proposta por Wegener?

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