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ANO VII JANEIRO: FEVEREIRO Net 61 DIRECTOR © PROPRETANO— ANTONIO PARDAL ______fOITOR—O. OOS SANTOS SIVA Redacpie © Administrepio — Bua do Lorets, 4 8° tlaben Telsone 70616 Figueiroa Régo, L.~ Caso Fundeda em 1845 — Tel, 26279 209, Rue de Prate, 213 {Esquine de R. de AssuncSo) lei | ore oF Emissées dos ESTADOS UNIDO Topétes, Corpetes, Passadeiras 1 UNGUA PORTUGUESA € Alcatifes em t6des os qualidedes (Recort eta Tabola para rolertacia tart) e@ pore tédas os decoracces. Apresente sos melhores pregos © mais veriado sortido de: Pergamdides pare tddes as eplica- des, Oleados pore pavimentos, lambris, mesas, cortinas, etc. PAPEIS PINTADOS TAPEGARIAS— DAMASCOS —CRETONES i ar ‘dies = sc e e e 307 (MAT mer I A VOZ DE LONDRES OICA A VOZ FALA E © MUNDO ACREDITA DA Emisses em Lingua Portuguese Tore de tubs: CSorisoe Claas AMERICA EM MARCH HER QURIVESARIA ALIANCA ‘Ss wm. 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Quando V. Ex.’ fér a Espinho, n3o deixe de visitar o CAFE RESTAURANTE COSTA VERDE, mesmo a titulo de curiosidede PRINTS LAIE GSES SIS STS EGET SEIS SISOS ETIISISTSITITITE TEE EDH TET SETHgITHTEgETEgHseseseqesgegs SELTLIPIIHTH IO TLITILI DIDI LITT TI IVI IIISISISHITIPITITIS ITSO ISIGHT ISIS S AHHH TS IN THINGS TN TS: PEISLELT TOIT ITT ESTO TTT ES HT TTTH ISHS PSE LTTT PIT ITIS IIIT ITITIETD GRANDE CASINO DE ESPINHO Zona de Jégo o Turismo ABERTO DE 1 DE JUNHO A 30 DE NOVEMBRO © mals Iuxuoso @ mais alegre do pais No «Dancing» — Programa permanente de Variedades até és 4 h.de madrugada No Saldo Nobre — Acs dominos: Chés Dencantes Em Agésto e Setembro—Grandioso programa de Festas— 2-Orquestras-2 PALACIO-HOTEL ~ ESPINHO PRACA DE TOIROS DE ESPINHO Aberto de 1 de Junho 2 30 de Novembro A meis eleganie, sida e vesia no género Sensecionels progromes durante © 6poce thor hotel de Port © metho hotellde: ae) ourombavice, com 0 melhores antsias Todo 0 conférlo modemo portugueses © espanhéls Maquete da Cidade Videvivay CENTRO VIDREIRO DO NORTE DE PORTUGAL Fg YAR dCi Virco doors de Priel Li strc rodiin act ‘indasitiais portuguesas, ‘entro Vidreiro do Norte de Portugal, que tem a sua sede nas magaificas iastalacSes de Oliveira de Azeméis, pela sua antiguidade, pelo seu esmerado cuaho arlistico, pela renovagao da sua produgao © pela sua nutivel obra socal, bem pode compararse as melhores orgauizacdes industriais europeias, E possal pergamiahos e nobres tradigges que sabe hovrar. Sequado o lnvestigadoy Pinko Leal afrmos no sPorugal antigo gmoderos, cola gue fem 1488 exaia eta fabrics au yalmente, no decorrer do tempo, veo safrendo transformacoes. E Sousa Viterdo 0 coufirmou afirmando que no local se havi Fado. izbrica de vidros mais antiga da peoisula, Dessa secular traaiedo vidreira, © p03 varladissimas fases e renorag@es, deriva o actual Centro Vidreir, cujas fabricas actuais devem ter perto de meio século de enisieucis. (0 Centco Vidveiro tem ex exploracio Urs fabricas. magailicas em Oliveira de Azeméis: «A Boémin», «Vidteiras e +Portu- guesae, A” sua inicistiva se devem grandes prozressos ua industria portugaesa vidrelra, como selam of fabricos mecAaicos de fras- aria e de tubo estirado, que permit o aperfeicoamento da fabricacao de empolas, tubo perleito para seriagas hipodérmicas, {eemémetros, tubo para ilu niaacees, condueao de acidos e outres aplicagoes. las desejando levar mais longe asua aclividade, © Centro Vidceito vai instalar ama grande fabrica em Angola, com t6Jas as condicies para abastecer os mzreados de Mogambique, do Congo Francés ¢ Belga e outras coldalas vizinbas, ‘Alem de tado isto, muito sz imp6:, como alto exea plo, a assisléacia ico Vidreiso di a0 seu pessoal; além da assis- {Gocia médica e hospitalar, esta constrolado uu excelente Baiero com 20 5, creche, lactirio, escolas, tudo o gue podera conslituir uma alegre cidade vidreira Bis me obra industrial de allo cuaho, verdadeiramente modelar, O Centro Videeiro do Norte de Portugal, Ld, tem a sua sede em Oliveira de Azeméis telefone 12 € 21 P. B. X,€ Dele- at Lisboa,ni Raa dos Corseeincs, 2641, € uo Porto, na Avenida dos Aliados, 151-32, de de uma das grandes org acies CENTRO VIDREIRO DO NORTE DE PORTUGAL ARLER du «Centzo Vidreiro do Norte de Portugal, La.*s, cest parler de la prodigicuse acivité d'une des plus grandes ‘organisations industielles portugaises, Le sCeatro Video fa, Liss, dont la sidge est situé dans les magaifiques lostallations de Oliveira de Azemtis, peut en effect sz comparer aux meilleares organisations europésunes, fant pare fal et le cachet artistiqae de sa production actuelle. que par la nolable ocucre sociale accomplie ea faveur de som persoanel, contiouaat siasi A honorer la reputation et les nobjes traditions pos.éles par celle organisation, Draprés Puoho Leal, qui Ta alliemé Gans som Portugal aatique et moderaes, il appert que, déjd en 1481, existat cette fabrique qui a suai, aatucellemzat au cours des temps, de profoaies modifications, Cette assertion a ete coofirmée, d'un autre lemeut affirmé que cétalt dags ce loval, qu'avail été iastilée la plus ancienne fabrigae de est dla suite de ces séculaires traditions vitr Gres et de nombreuses phases de rézovations que dér ve V'actael ceatre silrier ont les Eabriques actuelles doivent bien compter un demi-séele dexistence~ Le Centro Vidreiros explotls atctuellzaat a Oliveira de Areméis, trois magailiques fabriques qui soat: «A Boéwi reiras, et «Portaguesa+, lest aust A Liniciative de cette organieation, que soat cd les grands progrés de lindosteie viriéte per fagaise, els que, par éxemple: Ia fabrication mécanique des flacons et de tube étire, qui t permis le perlectiounement de la fabrication des ampoules, tube parfait pour seriogues bypodermiques, thermonclres, tube pour Veclairage, pour la conduction dee cides et pour toutes autres applications. Desieazt, de plus, agrendir le champ de son activité, le Centro Vidtciros va installer prochainement en Angola, une grande fabrigae, conditoasée pour alimenter les marchés de Mogambigue, Congo lraneals ef Congo beige, ainsi que ceuh des ef, em plus de tus cla, ua exeng ‘ dreiros 4 son personnel; outre le'soins médicaux et dihopitane gal 10\ sont a8) {guattier, constrait spécialoment A som lateution par le «Coat des écoles, enfin teat ce qui peut coastituer ane joycuse cité oussiere, Le sCeutro Vidreiro do Norte de Portugal, Ld, a soa siege & Oliveira de Azeméis,téléphone 12 et 21 (P. B. X). Dele ations: & Lisboone, Rua dos Corretros, n.° 264+. ef & Porto, Arenida dos Aliados, n° 191-3°. THE NORTH OF PORTUGAL GLASSMAKERS CENTRE 0 speak of the Glassmakers Centre of the North of Portugal, Ltd. ie to speak of the prodigious activity of ene of the great ) potagses dase organisations fe Glasstakers Centre of te North of Postogal, has its Head Olice in its own magoficent installations Oliveira de Azemis and can favourably be compared with the best European jadustral organizations, by such standard fs its long existence, tbe perfect artistic tasle’ and coustant improvement In ils productions Aad fis notable social werk, I has ening it noble traditions wich wre respeced and hogoared. Accordiog fo investigator senbor Prnbo Leal ln-is sPertugal antigo e Modergos (old and Modera Portugai, this factory wat already working in 1484, cl course in a modest way. Senhor Sousa Viterbo, alter Portagucte avesgater, convo Piobo Leal statement In sying that there was installed the eldest as pl From this centuries years old glasswaking tradition, and after many varied phases of renovation, derives the actual Glass- makers Centre, whose present factonies are well ty years olde ‘The Glastmakers Centre produces ils glassware irom thie large plants in Oliveira de Azeméi: +A Bodmia, «Vidrelras and «Portuguesa. To these predation centres are oving great progress ithe industrial development ofthe porluguese glassware ‘xctories, as, for ekample, the mechanical manufacture of glass jus and extended glass tubes, which will provide tnprovemeat the manufacture of pals: perfect glass tubes for hypoderies! fojections thermometers; tubes for liguting. and for conveying acids and many other applications fo which glass has been pat recently. Bat the Glassakers Centee of the North of Portagal wants sil fo enlarge its act id is building a great plant i Angola, Potoguese Wes! Nia, from which t hopes to provide the markets of ozuabiue, the French and Belgian Cones and “ker nelghbosriog colonies, "Another example ofthe Centre’ eaerprise i the social welfare extended to ils workers, Besides medical and hospital aia, iis bldg veakteGuases of se 20 hosae fa which there aly Yo be 3 day-nusery, a milcetreaad schools 3s ell asmany oll amenilies lo make the lle of thelr workers easier "Tne Centres utdout edly an iadustialorgoatzstion of great merit. Theit Head Oilfice isin Oliveira de Azeméis, Tel, 12 and 21 (Exchange) and they tare branches ia Lisbon, Rua dos Correeiros, 2641 aad in Oporto, Avenida dos Alindos, 151 3% na — Fiibrica «A Botmia» Ben Ovi de Acts Fébrica «Vidrciras em Oliveira de Aseméis Suimaito DO NUMERO DEDICADO A AVEIRO Capa, composicfo do pintor Roberto de Ara si Aveiro, artigos em portaguts, francts e inglés. Tormenta, quadzo do pintor JoX0 Carlos. Entrevista com o Sr.Governador Civil de Aveiro. Atravisde Aveiro, reportagem de Ant6aioPardal A Ria de Avciro, nos quadtos da piatora Maria Eduarda Lapa, Figurasilustres de Aveiro, porTulide Quiatiaka. O Mar, versos de Fernando Peston. Costumes de Aveiro, aguarelas de Alberto de Sousa. Miinerdrio turistio de Aveiro, composigho do pintor Roberto Nobre- Aspectis turistisos de Aveiro, pot Luis Reis Savios, A pateiva de Fermentelos, eportagens fotograica. Nao digam matde Acciro,p2lodr. Jaime de Melo Freitas. Luar ua Costa Nova, versos cow ilustragio do pintor Fausto Sampaio, Resando pelos pescadores, deseoho do dr, Ar- lindo Vicente, Notas histirieas, pelo dr, Francisco Ferteira Neves. © porto ea Ria de Aveiro e 0 stu valor tconse Aveiro Cidade Moderna. © muse de Aveiro 0 Vale de Camira, por Ferceira de Castro. Vita da Feira, gelo ds. Vaz Ferreira. Festa na Costa Nova, por Celestine Goss. Espirito Cristo, pelo Padse Miguel de Olis Linerivio do Vouga, pot César dos Santos. Descida do Vouga em +Kayak», por Carlos Pax ccheco Pinto. Companha, versos por Jaime Pascoa, Nota histivica de Vagos, pox Frederico Meneses, Agueda, por Armando Castels, Terra Verde. gente boa, por Mavuel H. Goa- calves, S. Joilo da Madeira, por JoS0 da Silva Correia, 4 Cando, Novela de Santana Quintiaha. Varsos, de Fervando Caldeira, de José Maria ‘nci'e Manuel Anca. Aspectos da Vida Ingtesa, por Barbara Stuart Pagina chavadistica, por Senérice Coelhe, Pagina de Joga de «Damas», por Aagusto Te- xzira Marques. Retortagem literéria ¢ folografica, de todos 0s concelhios de Aveiro; das actividades manic cipais e corperativa do Distrito; da sua vida esportiva, comercial, martina, industrial agricola. Colaborao artistica : Reprodugées de quadros o pintor Fausto Sampaio ilustracdes dos deseahadores: Roberto Nobre, Lufs Campos © Rhud, Fotografias : dos sr. dr. Roca Brito, Mario de Almsida, tenente Coutinho, Platte Mendes, das Casas Alvio e Beleza do Péito; de di- versas Camaras Muni Turismo e Revista «Turismo, Tricromias ¢ fotogravuras: de Bertrand ¢ Ie- ‘mlosee da Fotograrara Nacional. Impressoes fens wolssel» da. Fot Litografia Portugal. ofFP recite de Aocira é das mais encantadoras pela variedade ¢ riquesa de axpectos tristicos. Reveste-se de especial encanto a pripria cidade do Aveiro, tipica, nica no pais, com 0 seu ‘Ae casario a relectir-se nos canals, airosos bareos vogando na Ric, 0 especticulo, de vara belesa, das salinas, piramides de cristal e neve, ewvoloidas numa Tus incomparitee. A. par desta grace natural, modernas avenidas, pargues, blos edificos,velhos mosmmontos e nm eacelente mnsin onde se dini= tam preciosidades artsions E nesta regio que se encontram as famasas estincias lermais da Curia ¢ Buraco, com Inswosos otis ¢lodos as clenantos de conférlo« prazer—wndo devendo esquactr-se que as marmilhasas matas do Busco tim destumbrado os visitantes estrangciros. Nesta sona turistica fica, ainda, a grande Praia de Espinlo, uma das mais concorridas do pa possuinde um dos mais lasuosos easinos da Peninsula Outro encanto da regio é'a deshenbrante patsogem do Vale do Vouga, uma das mats pitorescas de Portugal. © satho mostero de Arouca, com mais de mil anos; 0 lindissimo Castelo de Vite de Feira; as eax «3 de vinhos espumosos da nadia; as fainngas€ porcelanas artistas de Ilhavo © soviro: 08 grandes i= tres industriais comercais de S. Jado da Madera, de Olicira de deemeis « Peira; a paisigem amenissi- ‘ma dos campos de Aguada, Estarreja, Vate de Canibra, Sco do Vous, Castelo de Paiva ¢-Anadias 05 cos- umes maritimes ¢ pitoreseos de Ovar, Hhavo, Vagos Muri. fas festas, mercados ¢ romarias; os doces, mariscos ¢ fratos rag Le huis; hots, rapids vias de comantearao populage gentle hos risilai a ‘pilaleira, foram esta privilegiada regido récomendavel ao turista. badoba toptio dk fh Irvivo p for la variélé ob Ta richesse le ses aspects touristiques, la région d!Aveiro est ne des plc enchaste- esses dn Portugal. Um charme spécial, den caractore unique dans le pays, onane de la typique cité d'Aveiro, ‘aoee ses habitations se miravt dans Feaw ealise des eauaus, ses gracieuses barques voguast sur fa Iaguao, et te fesvique spectacle de ses satines, pyramides de neige baignant dans une incomparable mitre. En plus de ces beautis naturdes, Aveiro possede de madornes avenues, de nombrous pares, de boas le views moments ainsi qu'am fris intdressant muse ofr Von peut adysirer dartislques précosit Dans cette région, sont aussi situdes les fameuses stations thermales de Curia, de Luso of de Buyaco, pouroues de lnsuous hotels of de tons les raffinements nécessaives an confort of an plaisir, avec, & proxinité, Jes marveitlouses fortts de Bucace qui out, de loxs temps, fait Vadmiration des tourists dbrangers. La granile plage d'Espinho, tse des plus fréquenties du Portugal, et qui possede wn des plus lusweus ‘easinos de la péninsule, se browse également dans cette région touréstique dont un autre aspect euchauteur, est Vadmirable et pittarosyue paysage du «Vale de Vougar, : Enfin cate région privilégive est particulioroment recommandie au touriste tant par la geutllesse et Vhospitaliti de sn population, que par Vaccis facile et rapid de ses voies da communication, jalounees de mio- suments, de paysages ou d'aglomérations pittoresgues, tels que, par exemple, le mowastire de tronca, seus de snille ans; le jolt chateau de Vila da Feira ; les eaves de vins inousseus d'nadin; les foianyes sf parcelaines lartistiques de Tikavo at d' Aveiro tes grands centres industriels ef commerciauss de S. Jodo da Madsiva les Seiden peyenns th dasats, Ceres VatdeCnlon, Sone do Vouga, Castelo de Paiva et Anadia, los coutumes maritimes ef pitto- ilox, hs o reanues de Ova, These, Vagoreturtosa enfin pares fies mare ciSiloz Aveito hie) poleriuags ainch gue per les différentes Spéctaltis: pataans, h cogent dase Aegton Sans kivale ‘vciv0 is one ofthe most charming districts of Portugal with many and varied atractions for Tourists. Particularly enchanting is he City itself cath its unique character and beauty; its clus- tors of howses mirrored in the canals, its graceful boats sailing up and down the Rin, and the rare beauty of the sall-beds with their snowy pyramids of cristal gleaming in the sun. Ad@ to this natural charm, modern tree-lined avenues, parks; fine talldings, historic momuntets nd am excelent m= ‘oun rich in art treasures. The district is famous also for containing the zeliknown spas of Curia, Luso and Bucaco, all with modern first-elass hotels, nor should montion be omitted of the maraelions woods of Bugaca which have been ‘the admiration of so many visitors from abroad. Then tere is the seaside resort, Praia de Espinko, one of the ‘most popular in the country and possessing a palatial Casino that compares favourably with anything in the Peninsular. For those who delight in the countryside there is the Valley of the Vouga one of the most char- ingly picturesque parts of Portugal. ‘The anciest Monastery of -Arowea, wore than a thousand years old—the beautiful old castte of Vita da Feiva—the cllars of the sparbiing wine of Anadia the artiste tifes anu pottery of Ilhavo as ell as of Avcire the great industrial centres of S. Joao da Madeira, Oliveirade Azemeis and Fetra—the beautiful country round Agueda, Estarreja, Vale de Camiva, Sever do Voge, Castelo de Paiva and Anadia—the regional costumes of the fisher folb of Ovar, Linavo, Vagos and Murlosn — the sweelmeals, shellfish and fruit of the district — the local feasts, markets and fairs — all these logether with good ho= cranes of ommamaicvon may ol erat O oudtists visit Aecito enietion: a ‘ooton. without: ‘viral ddifies PROBLEMAS cle pis ENTREVISTA COM O SR. E diies co ode Ari mince Dei ti ‘sie tots to Tatar on tne pba lo inteda a tna de ogee que ee, tar aa mph ppe aan Conse digs, qe surge temp om fore spect anno costes ovine zr indvdecddes que ele 3 ent Sos eae asters o edule Batre soe iniualiades Aree ectpm Inst inane ae Gorges Ger iid Din Sr Dr. de Mei stereo, af s6 pls fue do sual cara nes tuba pb cole x rtm, inci cn pels ben es Ge imprine 2 tta x acd comma, abo Edn ee earaetepsee fn Aesimees cen cles ‘to ¢ tare dos mal ese ~ pase sage epee quads — es Invmeszer 2 deo cnn que prowse 2 pnts cope de mela nates cease ot es cay Sa i erve coms i ey reese tos adnate a steed probleme onde se hecam dierent isi eet « pecs aks magistrados. Mas todas estas dificuldades o Sr. Dr José de Almeida Azevedo (em sabido vencer,ser- vindo os altos interésses politicos eadminis- trativos do Distrifo de Aveiro, mercé das suas superiores qualidades A melhor prova do que afirmamos esté na circunstiacia de, hi bastante tempo, se ter conserrado no seu elevado cargo de Governador Civil, De resto, essas mesmas qualidades de ine {cligencia, isciplinae trabalho oS. Dr, José de Almeida Azevedo revelow ei outras fune 8s que desempenhon—como oficial do Exército, primeiro delegado do Instituto ‘Nacional do Trabalho e Comissariado do Desemprégo © Conservador do Registo Predial, * Tendo a Resista «Turismo» resolvido pu- Dlicar um nimero especial dedicado ao Distrito de Aveiro, ¢ havendo solicitado 0 patrocfnio do Sr. Goveroador Civil — que 0 concedeu duma manera gentil — estava naturalmente indicado que ouvissemos a primeira autoridade do Distrito acérea dos Aiversos problemas da Regito de Aveiro, Mas esta entrevista foi para nés a mais Aifeiltarefa porque, a tantas qualidades, o Sr. Dr. José de Almeida Azeredo alia mais cesta a sua excessiva modéstia, negando se, intransigentemente, « tudo que possa ser rpretado como manifestagbes de evidén- cia ou notoriedade, ‘Manifestou-nos, sempre, o maior interésse por tudo quanto se refere & Regitode Avei mas obstinou-se em apagar a sua personali- dade, S6 muito instado comsentin em fazer algumas aliraagdes, que vamos reprodu- — Que a Regio de Arciro, pela divers Gade dos seus aspectos, 6 das que reine extraordinarias condicBes turistias, € um facto que esti a vista, € nfo encerra novi- dade que alba 2 peaa ser proclamada pelo Governador Civil, E um facto evidente que podemos observar, ¢ todos aqui estamos empenhados em valorizar essas condicbes, —Inmportantes melhoramentes project os? — perguntimos, —Sim. E, sobretudo, importantes melho- ramentos realizados, como sejam as estra: das inavguradas pela Junta Autdnoma, entre Vila da Feira ¢ Castelo de Paiva, junto as margeas do Douro, ¢ de Pesceguciro do Veaga para a Serra do Arestal, sendo esta ‘uma importante via de turismo. = Outros melhoramentos ? —Diversos, porque em todos os cancelhos se (rabalha, de armenia com as normas do Estado Novo, que se resumem em mais factos do que palavras, Recordarci, entre: fanto, que foram, receatemente, inaugura os bons edificies dos Correios em Aveiro, Agueda, Estarreje, Meathada, Albergatia-a- -Velha ¢ S. Jofo da Madeira, Brevemente sero inaugurados mais edificios em Espi- ho, Agueda e Anadia, além de outros me Thoramentos de caricter municipal, — Sobre as obras do Pérto de Aveiro? = Sto as de mais vulto, as de maior ia hile de7frerr” GOVERNADOR GIVIL ortincia, que, nos sltimos anos, se 'ém realizado neste distrte. Correspondem a uma velba aspiragto da cidade de Aveiro e das populagses dos concelhos vizishos. Pelos trabalbos ja realizados, bastante adiantades, pode avaliarse da grandeta e extensdo da obra, que sofreu retardamento apenas de- vido 4s conseqilacias da guerra. Quando ‘stiverem concluidas t6das as obras. do. porto, serdo enormes os beneticios para a ‘economia da regito banhada pela Ria, Beses ‘melhoramentes impulsionarko © renovario © comércio e a indstria: fomentarso inicia- tivas novas;¢ nessa multiplicidade de en las a despertar, naturalmente, também be- neficiarSo os problemas de turismo, = Stbre assistencia.. —Nio poderia ser exquecide Esse pro Dlema, que em todos os concelhos é enca- rado com o maior carinbo. Ainds recente- mente se cosstraia em Aveiro win Albergue de Mendicidade, devendo afirmar-ibe que nesta cidade funciona, a expensas da Mise- ricérdia, Hospital modelar, além de outras insttuigSes, como a das «Floriahas da Ra: ‘gue se ocupa, desveladamente, das criancas. As Misericdrdias de Espioho, Martosa e San- gales fundaram hospitais; e crlaram-se virias cozinhas econémicas. Km todo o dis- trilo se cuida da assistéacia, que é susten- tada pelas Misericé {icdes oficiais e particulares e pelo espirito carilativo € profaadamente cristée das po- alacées, ‘Neste, comoem outros capitalos de metho. ramentos © adinistragZo, devo declarst-Ihe que, embora procure servie com o maior 22lo, limiterme a cumptir 0 meu dever, em obediacia a imperatives préprios e inter pretando, sempre, o sentido renovador © rogressivo do momento que atravessames, ‘que risa ao engvandecimento nacional, Compreendemes que o Sr. Governador hhavia encerrado a enttevista, ‘Ainda Ihe ouvimos algamas palarras sais, de absoluta confianga no faturo turis- tico da Regifo de Aveiro, onde o trabalho dos homens ¢ a acco dos Municipios esto ‘completando a obra maravilhoss da Na- tureza, is Sub: ovation de + D. Jos Evangelista Lima Vides, o-Bispo de Ave MWhiwts bP RAPIDAS IMPRESSOES DUMA EXCURSAO Campos de Anadia No Rio cigueda AMAVEL NA PITORESCA REGIAO joes sus tm pono pl de Nate 2 Sl et mas xemiad "Terie de ctesneoto ato corsdon nana pteacla penne vile pagem ost de rc. is Satreca caches de capes da em os ove, tins fon era do ely emnee sl lead see me fests ns as ehranos de maces wet, Ge mem segs {clan pr ete pale dermis coins caanes de ore fo dni, pts que nem dae de puges fe enota,on - zzm ert cndigunea nema raan ello vt se Porat dshecen ut eae nis ot fee intent cia toy aabalas deal gga cence Moet ona ue dita {esac sabes ens eal lov, com omer ade 8, ‘pita, cies «dled orate swalda fe a mena prbnboe Tos ths cates ects ncn te ext lente pl ae dit. Coueclars pla Mealiad, vl fosel, epi Barad, om sin occrie ur cnr gem past ibn O Mino ona, Presa a Cama Menlipl, amen sv, cl enki, dene stort mele leg lund eles a spender ones sere prt tor sconpctar pues gun plac uti, nde a © traces supreclea mn qo depen clade T aus rele us pode ver mir ar de Cae de Expenan tes, do Pais, Neste concetho sz encontram a estincia de Aguas do Lusoe a imponente mata do Bugaco. ‘Anadis, situada apenas 2 8 quilémetros de distancia, €a vila que se se gue, de palsagem deslambrante, cheia de suavidade, as encostas cobertas de espéssa flora, um singular encanto irradiando do pitoresco casario, Do st. Pa- dre Abel Condessa, nosso particular amigo, pessoa extremamente amével ¢ al- tamenteilustrada, e do Presidente da Camara Municipal, sr. dz. Luciano Cor- teia, recebemos o acolbimento hospitaleiro Uo caracter(stico da gente deste Camponssa de Albergaria suagem do «Auto-Rails, através de deslambrante patsagem que alinge indi critivel beleza, A confirmiclo, esti a preferéacia que os realizadores do filme Joo Ratio» Ihe deram, e onde aparecem maravilhosas imagens. |A dente desta regido € duma amabilidade tocante, NZo esqueceremos © acolbiaento que ali tivemos, especialmente da parte do Reverendo José Lu- iano Figueiredo Lobo e Silva, Presidente do Municipio, que uos fx a oferta dum belo Livro da sua autoria, sobre a histéria, costames, palsagem ¢ lendas de Sever do Vouga, obra de alto interésse. Vencides mais 14 quilémelros, através de campos sempre pilorescos, estar tos em Albergaria-a-Velba, Logo & entrada, a Fabrica de Fundi¢io «Albas, uma das mais importantes do Pais, no seu género, onde nio falta um lindo argue de recreio para 0 pessoal. Segundo nes informam, ao proprietirio tem Boitivo de Espinko Simpaticos habitantes da Barra de A0tiry sistrto, Também existem aqui muita Caves dos melhores Espumantes. Dene leo deste cancelho encontraase as famosas termas da Caria e de Vale de M6 Mais ans 20 quilémelios percorridos, sarge-nos Agueda, ciagida, capricho- y samente, pelo rio do mesmo nome, apesentando um cenirie que deiza deslum- brado 0 visitante, Neste concelho, afastada 5 quildmetros, fea a lagoa conhe- cia pela Pateita de Fermentels,sinfonia de azul verde e ote, que nos dizem ser uma das maiores da Penfnsala, A va stuagHo privilegiada, a paagem Admirévl os desportos que ali se podem pratiear — ndutiea, pesca, cagaefe— So grandes motives deatracefo, para nun{faturo préximo esta regidose integrar a zona turfstica de Aveiro. A convite do disliolo médico dr, Abel Condessa, ‘gui passimos agraddveis momentos. is-nos agora a camiaho de Pesseguezo do Vong, sma confortavel ear- Patsagem de Cacia ‘merecido © maior carinho a fassistéacia dos seus operdries, de molde a ser apontada como excelente exemple, Mais 16 quilémetros de percurso ¢ eis nos numa das vilas mais pitorescas do distrito: Oliveira de Azeméis. Vollamos & esquerda, percorridos alguns ‘quilémetros femos na nossa frente 0 soberbo Vale de Cambra, Os olhos enchem-e de espanto € como- fo, ante os quadros de imponeate grandeza, que & nossa olla s¢ desenrolam : gigantescas montanbas que se sucedem em direccfo a Arouca e Castelo de Paiva, cujos pincaros se elevam em desafio 20 céu, encestas cobertas de sariadissima flora, vales para- isiacos, onde a pafsagem parece entoat liticas can- fes, A par da beleza da patsagem, a cativante hos pitalidade, Aqui, devemos registar a gentileza do ‘bom acolhimento dos srs. drs. Abel Gomes de Al- ameida e Armindo Matos Bm Arouca, além da imponeate pafsagem, temus um velhissime convento que nos fala de tempos muito remotes. Dentro déste conveato existe um rmuseu digno de ser visilado, do qual é conservador o lustre arquedlogo st. de. Manuel Sines Janior. Por dificuldades de trzusporte, com grande pesar nosso, nfo pedemios prosseguir nesta maravilhosa digeessKo até Castelo de Paiva, retrocedendo em ditecedo a S, Jofo da Madeira, uma das vilas mais progressivas do pais, com justa fama de o seu povo ser considerado dos mals bairristas. E, sem divida, 0 centro mais importante das indistriae de chapéus e calgado. Para o seu progresso muito tém contribuido 6 ilustre Presidente da Camara, st. Anténio Hen- riques, que azo se fem poupado a sactificia, sempre ‘que ste sejam reclamados para o enge dda sua terra adecimento Vila da Feira surge-nos dominada pelo sev cas telo altaneiro, que se ergue dominando horizontes raravilhesos que o rodeiam, A 4 quilémetros encon- tra cescritor se. de, Var Ferreira, do st. Presidente da Camara, dr, Roberto de Oliveira, e de toda a verea- cio municipal, recebemes a8 melhores atengdes, Segue-se Espino, com a sua praia cosmopolita, importante vila de evidentes progressos, devides & acgio dinimica do ilustre médico sr. de. Augusto de Castro Soares, que durante muitos anos exereen, se as alamadas Caldas de S, Jorge. De ilustre com a maior competéaciae brio, as fungbes de Pre sidente da Camara Municipal © Comissio de Tue risme, Ainda devido A sua energla e inteligéacia, ste ano sero ali inangurados a maicr e melherpis- ciaa do pats, o edifcio dos Pacos do Concelho, obra de frandiosas liahas arquitecténicas, e uma pista para bicicletas, Nos melhoramentos registados no l- timo ano, contase o magnifico restaurante Verde, Todos éstes melhoramentos va sead inle- ligentemente continuados pelo actual Presidente da Camara Municipal, s. dr Corte-Real. Separarnos agora uma curta distancia de Ovar. Aqui eroca-se © passado glorioso da gente do mar, ‘que ainda se refecte na actividade da populacio maritima, Perlo temos a simpética Praia do Fura- douro, que de ano para ano vai progredindo. Estarreja uma vila elegante, de roas magasticas ede prédios vistosos. Encantow-nos a maneira del cada e aférel com que aos receben 0 st. dr Eduardo Camara, lustre Presidente da Camara Mu. nicipal, prestando-sos ot melhores esclarecimentos. Martoss. vila progeessva, tera de gente do mar, bairrista de alma e cora¢do—tZo baicristas, que, segundo dizem, os homens de fora que casem com rmulher da Murtosa, passam a ser considerados mur- tosenses. A.3 quilémetros, temos a conhecida ¢ pitoresca ada Toreeira, onde se realiza a popular romaria Axeiro, a formosa cidade capital do distito, € agora 0 nosso objective. Quem entrar pelo lado da EstacHo, enconteara elegante avenida ladeada de piterescas virendas, tendo por fando a sinuosa via Yo cantada pelos potas e amada pelos pintores. O ilustre Governador Civil do Distrito, sx. dr, José de Azevede, de quem registamos sltas provas de delev€acia, muito contribuia paca levare ‘mos a bom térmo o presente Nimero Especial da nossa Revista, Registamos, também, a forma geatil com que fomos acolhidos pelo sr. Presidente da C’+ mara Municipal, dr. Francisco Barros, que nos falou com grande entusiasmo da cidade e do seu distito, no se cansando de o enallece Ihave, outra terra de gente do mar, de grandes tuadigSes, dista de Aveiro uns escassoeS qailémetros. B' uma vila bonita, com amplas raas e bons edit de Aveiro, ios. Possui um Museu Maritiqo com diversas salas onde se encontram representados os mais rudimes- tares uleasilios de pesca, navegacio, vérias espé- cies da fauna maritima ¢ alguns quadres de valor. [Na companhia do iluste vice-Presidente da Camara, st dr. Ascengdo Rocha, pessoa de trato catirante, fi zemos uma rapida visita a éste Museu. ‘Também visitimos Vagos, concelho limltrofe do lo, onde nfo fallam aspectos que encentam o visitaate; © continuamos, de maravilha em marati Ia, até Oliveira do Bair gressfo, que resumimos em rapida reporlagem. Sto ligeiras impresses onde apenss quisemes fixar mo: mentee agradaveis passados enire a mais aliciante onde rematammos esta di das patsagens e no convisio de gente delicada que sabe honrar a tradicional hospitalidade portugues, Anténi as DE TRICANA PORTUGAL tem muitos iotores pak sagistas; poucos, porém, se dedi- ‘com 2 pintar marinhas, ¢ raros saber dominar a técnica de modo a é ‘transparéncia glauca, suaves e fnas t ‘alidades, ¢ © movimento da gaa, Joo Var deixow slgumas marinbas dmiriveis, mas foi um pintor sem emo- io. A piatora D, Maria Eduarda Lapa, exinia na arte de pintar flores, também sabe iratar maravilhosamente, 0 «as ip apenas através da ‘écaica, mas cow um sentido de encanto € expresso de romantismo gue se har- ‘movizam com o espirito da patsagem maritima de Aveiro, sunto maritime A sua arte patenteiase mos belos quadroe que reprodurimos nesta pigi- na, com lindissimos aspectos da Ria de Aveite. Pode dizerse que a ilustre artista stbe sentir ¢ trausmilir fodo 0 encanto a Na pintura da Hlusire artista — Maria Eduarda Lapa Trechos da Ria de Aveiro late de. pinto Mari E Professor Dr. gas Moniz jumaltudria do mundo, As wargens ¢ vales do Vouga dea ridente € ae Pa; Me 0 romancista Ferveiva de Castro serranias de Aronca e nostilgicos horizontes de Vale de Cambra, teve noras tintas, bucélicas imagens que teraam inolvidaveis certos ‘momentos de alba ¢ do entardecer. fli em baixo, na Ria de Aveiro, fo se cancou em espargir luz azul e doirada, ¢ uma transhicid2 ‘traca espiitual, que nos desperta enlévo ao verinos como a Ria vei correndo em curvas airosas, cingindo amorosamente a terrae fecu dando-a em mipclas que no acabam mais. A todo Qste panorama aliciante correspondea uma jutenss vida spiritual de figuras que, nas letras, artes e citacias, pela sua acti- Vidade mental, politica € religios2, podem considerar-se padroes representativos do valor humano desta regio. Uns porque masceram nestas terras; outros por nelas terent troncos € ralzes; ainda outros por terem aqui passado anos: ‘que hi muito desapareceram ¢ os que existem —constituem notdrel faleria, deslacando-se alguns na prépria vida nacional Desde longa data se assinalaram altos valores intelectuais na regito de Aveiro, Ja antes da fundaeto da nacionalidade, em 1092, ‘wa monge do Mosteiro de Arouca, D, Ceescéaio, fot bispe de Coim- bra. Em meados do século XV aasceu em Aveirao célebre helenista Aires Barbosa, chamado «0 geegor por haver side o primeiro pro- fessor que ensiaon Iiagua grega em Espanha, homem to erudito ‘ue foi lente de retérica na Universidade de Salamanca e condise lo, etn Florenga, de Joo Médicis, mais tarde eleito Papa Leto X ‘Tambéo foi, aproximadamente, desta época quinhentista, um poeta, Jogo Afonso de Aveiro, queescreveu um livro -»Poesias Variass— «vem referido no «Cancionciro de Resende>, No decorrer dos tempos varios outros aomes continuam ilus ‘rondo a tradicéo intelectual aveirense, mormente ua vida religiosa, como 0 de D, Frei Caetano Brando, tedlogoeflésofo, natural de Es. farreja, que foi Bispo do Pard e Arcebispo de Braga, em fins do século XVIII, € 0 e6uego Pedro Garces, doutorado em teclogia, natural de ‘Arouca, que, um pouco mais tarde, foi nomeado Bispo de Pinkel. ‘Também em fins daquele século, em 1774, nascea no concelho de Aveiro Joaquim José Queiroz, que devido is suas iéias liberas tev de emigrar para o estrangeiro, regressando mais tarde ao pals « Sendo nomeado ministro da Justiga em 1847, Era avo paterno @> erande romancista E¢a de Queiroz — aque désse modo coula pré- ximos antecessores como naturais de Aveiro, , porém, desde 0 século XIX até aos nossos dias que Aveiro conta entre o$ seus flhos mais homens ilustres. Antes de neubum outro, devemos recordar José Estévdo de Magalbies,jornalista e orador eloquentissimo, valorose defensor das idéias liberais, tempe- ramento ardoroso de latador, homem honrade e coerente, que aban: ‘donou estudos para pegar em armas, sempre abracado 4 idéia que serviu com bravura e paix, Longos anos asua palavre brilhou ua oratGria peninsular, ecoando no parlamento e prestigiando (das as tribumas onde bavia uma causa nobre a defender: e afirmam c+ ‘ronistas da época que, 20 seu verbo ardente, rico de fulgentes José Esttono ile Magathaes imagens e perteito de recorte literdrio, juntava o gesto expressivo € Tominador, empolgando o auditério pela sua candalosa eloguéncia cpela farea moral que itradiava do seu cardcter austero, generoso forte "hos mais importantes problemas do seu lempo deixou José Es- tévao ligado 0 seu nome honrado, ¢ decorrides tantos anos apés a Sie morle dirse-ia que ainda ndo se apagou a sua sombra tulelar Go eco da sua palarra gencrosa e ardente. Foi uma grande figura de Aveiro edo Pais, Desta mesma época € outro grande alto, o Visconde de Seabra, que também abracou o movimento liberal eo defenden, vigorosa- thente, no Parlamento, a0 lado de José Estévdo, tendo feito parte da ‘Academia no tempo de Castilho e Alexandre Herculano, com quem Sustentou polémicas. Foi deputado, ministro, par do Reino, reitor Ga Universidade, escritor e poeta, mas a sua grande obra foi o pro- Jelo do Cédigo Civil, obra prita, segundo os entendides, que o Jeidencion como grande figora do foro portugues. Embora tivesse Lascido a bordo dum navio, no alto mar, na zona de Cabo Verde, é onsiderado natural de Anadia ‘Neste mesmo concelhio nascerain dois outros vultos que se evi denciaram na vida pablica 0 Dr, Alexandre de Seabra, autor do projecto do primeiro Cédigo do Processo Civil ¢ 0 conselheiro José Tuuclano de Castro, homem maito iateligente, que foi ministo, pre- sideate do Conselho ¢ chefe do Partido Progresssta, havendo sido {onsiderado Arbitro da politica portuguesa 20s Gltimos anos do re- ime mondrquico. ‘Outras figuras notiveis dessa época: o Dr, Jaime de Magalbyes Lima, nataral de Aveiro escritor e filésofo, homem austero e de ‘auito saber, irmio do grande tribuno Nagalhies Lima ; Marques Gomes, também nataral de Areiro, que excreveu valiosos estudos bre histériae arte, entre éstes as «Memérias de Aveiror; D, Iosé Pereira Bilhano, nataral de Ihave, Arcebispo de Evora; e o Dr. Costa Simses, da Mealhada, que foi lente de Medicina e Reitor da Universidade de Coimbra, Falarei agora, € com natural comogio, de uma das maiores e taais diseutidas figaras de Aveiro — de Homem Cristo, nascido nesta dade em 1860 ¢falecido hi poucos dias. [Nao se trata, apenas, dama grande figura de Aveiro, mas de no- tivel e invulgar individualidade portuguesa, um dos maiorese mais altos jornalistas portugueses, que seria formidével valor da prensa em qualquer parte do mundo. Inteligente, enérgico, nfo indomivel, dama brava independéa- cia, stbendo escrever, versado em assuatos de histéria,poltica e so siologia, a sua pena fez tremer adversirios de valor e, durante mais meio século, contando coasigo préprio, crivon de violentos comen- cigs a politica portuguesa, tendo de comer, varias vezes, 0 po siegro do exilio por ndo se vergar a prepotéacias nd transigi ‘ ertos des polticat, nfo poupando os préprios correligion (Como militar fot dos mais brilkantes e sabedoresoiciais do exér. ‘ito, disciplinado diseiplinador, ensinando os soldadosfa ler em Baixo relévo do esculior Romdo Jiinior todos os regimentos por onde passou; como professor revelou conhe- ‘imentos profuados e 0 seu amor ao estudo e ensino ; como parla- tmeatar, embora pouco tempo freqientasse a Cdmara dos Depatados, AAcaram célebres os debates em que teve interven¢Z0, pelo dominio da sua forte individualidade, pelo seu mito saber, pela forma su- destira da sua esmagadora argamentagio, Quem, como eu, 0 rin € ouvia no Parlamento, nfo poderd esquecer a sua figura de gigante enfurecido ¢ a sua palavra colérica mas impressionante, © Como publicsta, deixou vasta obra, onde avultam os dez mes de «Memérias», valiotos subsidios para a histéria da politica Ocseritor Jomo Grave 0 publicista Dr. Va Ferreira O pintor Fausto Sampaio Manel Anca jal) sieges set Alles iaqeenie tes EP alnhe, flew ¢ excreveu ‘uur forest — fictcreris draiss ee tre t mir etn oprn progeny hs cn goer tuptem, Sieh, spay Sao fae aa atone ete ror ie deraatee nts istor Sinpaaas ia aed eo Mig cal corercu ara ais pas illic ceeinse acta [i Re och tos eve coucsavion © iGensalncly Clanieibe ian i ifsuue ds pesiar maior servoce 30 pas, sede podelh or eure ia asd Bur iy mean ae ols "Tite a howra de ser se amifo, ¢naléans iit vet me dedions pales gency ¢ erties ure neers Destined ise tac tioerent SES rap lO a [Repiecesto‘dnqe gi uconen Deen reat ke sca'e coplers pa Pau eaiteets oor tet aan Guia de nha Mette‘ fates eae: theta igre qe event de oder Re allon, malay ne are, mal Na press, bilbaram of sefaintes nomes: Jost Raria Anca, qae fol vierreltor Go se mingrjo de Beja; teu imo Monel AneS, {bem grande orador;,Alecanire da Cou: leto, porta e prosador ~ todos aaturais Ge ilnave, Ex Agueda nasceram os postas Women de Melo, Dr. Adolfo Portela: fost Maria Veloso e 0 inspleadisino Feroando Galdeira, Que ‘screveu a8 deliclsas peas A fag Matin deren e snd. gidae, Nao fallow um poets popular, Ma- Snel Alves, poeta edvadors, natural da ‘nadia, ve foi mato Acari fica. Mas etre todos se dit {arido Manuel Lerangeica, nso, aascido fem Vila da Feira, e que at ulcidou em Es. Biko, delzando a prlogo dramaico sama. Shs SA dona un Sutdades nat Palepallégieoy um olome. de versct "Coaigos, oA Carllba Maternal ¢ a Fisc- Ioglas (eutalo médlcosbloléqico}, tendo aps- retido ‘agora. im lero postato sCare>, fom prelicio ‘de ‘Miguel Unamune, que ‘auito'o admirars, Como escrtores, lemos o falecido roman sista Jofo Grave, natural de Vagos, $4 de ‘Albergaria, de Arouca: Gastfo de fielo Max fos, arquelogo, natural de Aveire; 0 padre Serafin Leite, historiador, de S, Jofo da Madeira; 0 Dr, Alberto. Souto, crftico de arle, couservador do Museu de Aveiro} Dr, Vaz Ferreira, publicista, de Vila da Feira +o padre Miguel de Oliveira, brilhante jomalisia e historiador; ¢ diversos outros Aistintes publicistas alguns dos quais hea rama presente nimero da Revista” «Tas isto» com os seus esceites,pediado aos que fp glo gue me selevea! a ovoluntins ‘Em outros ramos de actividade espiritual, {intelectual e.arlistica, costa Aveiro. altos valores que ao posso esquecer: o Senhor Arcebispo-Bigpo de Aveiro, D. Joao Lima Vidal, e'9 Sezhor Bispo. de Helenspol Manuel Trindade Salgucivo, de lav ‘que alem de eminentes figuras da geeja tteabém fo eruditos escritores.0 Dr, Aman: Consetheivo Joss Luciano de Castro (fatecido) Pears note. ras po Vas wees Cafe do Goren Cinego Joss Maria Anca ‘ated dio Pinto, de Estarreja, médico-cirurgiso de Erande prestigie!o Dr Castro Sontes meshco Ealtissimo, actual governador cil Se Coin Bras eo Dr. Noaea da Silra, antigo presi genle da Como de Dire Martin i Tas “artes plisticas, 0 Fausto ‘Sampaio, natal obras. consagradas pela cxlcaye 4 quem ¢ bals deve’ welbor documentério pio 42s Colgatas;o dr. Jose Carlos, destahad Sclcadisino,suter de belos ques e pre- flosas ilustrdcSen natural de Tikavo; eo De, Adlindo Vieene, espiritobrilhante,qoe este Nimero ds Revita sTurismor publ Ca um don seus belosdeseahon Deixdmos para o hu W&s figuras que se estacam na’ vida portuguesa: 0 Dr Bfas Moniz, o romancisia Ferreira de Castro € 0 De, Manuel Rodeigues Lapa, © Dr. Bgas Moniz, natural de Estarreja, € uma das grandes figuras da ciéncia me: ‘ica contemporanea, varias vezes presidente a Academia das Ciénciase Individualidade e reputacto faternacional. A sua obra de lenlisia, médico e. professor, e 9 seu allo ‘Yalor mental, dispensam comentasios, Ferreira de Castro, natural de’ Oliveira de Rremeis, € um dos oy porlegueses, autor de notaveis Heros trad Fidor em diversas foguas, e agora mesmo evelando ama das suas brilbaatisimas [1 ‘elas de escritor emigente com a sua ob Volta ao Siundo», que alcancou a maic tiragem de linros portugueses, EY um escrter auerhonra a Ttratura pacionsle disrta merecido e singular prestigio, (Dr, Redrigues Lapa, natsral da Anadia, antigo ‘professor ealedratico da Faculdade Ge Letras, € dos mais lucides'e sabedares jieande-se ‘Enamerdmos muiles omes nesta louga noticia, para chegarmos & seguinte concli: Ho wt Homem Cristo, o tloguentisme Jose Est 9 gabio juris Viconde de Sears para orgelbsrse, Tal forsgao spiritual ex de heruouia com a impo: Déncia maravilhosa de galas com que a Na- turer a doles, Julie Quintinhs Antigo Catedritico da Faculdade de Lisboa I | Dr. Rodrigues Lapa | I Vanwel Trindade Salguciro Bispo de Helenépolis Llustre Governador Civil de Coimbra f Médien ¢ cirurgido distintissime Raves Foto do dr. Rocha Brito O nar satgado, quanto do ten sal Sao lagrimas de Portugal! Por te crizarmos, quanias indes choraram, Quantos fithos em vado rearam! Quantas noivas jicaram por casar Para que fésses nosso, 6 mar! Fernando Pessoe sagrada entre 0s lu- gates mais encantadores de Portugal, nfo hesitando alguns turistas estrangeiros em in- cluf-la entre as mais belas do mundo, Quem alguma ver fez a vise gem, em combéio, desde S. Pe dro do Sul até Aveiro, pelo Vale do Vouga, nfo mais es- i os momentos inolvi- s que oferece essa paisa sagem fascivante, PD \iterdrig wistlioy BIA ae ASPECTOS / ona ltr frosteande a Barra ds DD) Were ar as eer de Aroucae de Alvceng | desde oral da Beircuar eat, Honors © 2 rans A frvatens ala do‘Beqace,€ nn Beleza das palsagense dos tpee populaes Soe eid o rinpal atactiv dea rege tncantndors, De'wna fasinsane dogara que vi dos lons claro eIrasspaeats de aguas dn [als coucia, tat laniarse pret Se Be Piahe, Faradoit, Tore, S.Tacnto ¢ nats Neva, A aradn fame’ vee dos Fe freges de cenri,dietatey do Alto do Bartha sore overdone Vale de Cama, a Brmida ds Senhora ds Sade dS. osa de Vana, dn Senhora da Né a Pens a Reread pts as batdas do so Pala ¢ Sera ds Gracie ds alas do Ca. fatelo, plo {res pagent ampls aes fe else poieomo, campos de milo ¢ Diab duns e visto vahas © mas Se ecaipan odode Aare dese das teres da Beira Alta, em saspas verdejan ley staves de rrvey, pada ¢ eles Ae terreno debra adalat ano ‘0s motvr du sou arate elea eto no tele eon nu popalagso an fer Corser ciflagfe das alias ¢ dos tls du Rin noe camporfecundose nel: Meech Tet p ceases Gelitrs da Hevtot © de Ester 00 treks buciicne na vesacto eusbeate ds Pesegueio.e de Macihata do. Vouge to recur ehllo¢ na ornancaacto Ws fora dos small, noe campos ldaste de Ayiedae de Olea de. Aventis oop ‘cures pllorecea de Sebrade de Pata, poe Sade or pgnius bona ragaagénan ‘ore dot que andam ne frou do mary ues mnagoltea as de montathe, 0 teajclo ara Olivers de Fragen, nos -sfuichsr, 8 nos oon espituitoy nau calforas ex eat rat loca Ineaquecicis pelos do epi da fgen to peda Bara ¢ dust alaseexeroes para slem de Albergui, No vendo das tals ica do Pis,em obras de ate 2 repo. de Acta. psy tesla lterenanies aGcleze de mon tts sgulecslow ¢ seas detatres Co yoligees alinas ede venerivels nlgbx De atte den sosnprokstricsantepa: sadoscomervamca ainda as ants do Vale Gu Ruse Castelo de Pats, do Casal Nan, fn Area, ede Namaliar en Alberta's. Ves Ostombrise tempos mediersis exo se- proctiads ao ditto de. Ave per epee ATISTICOS de Se 440s wais belos e caraetesisticos espécimes da nossa arguitectura militar: 0 Castelo da Feira, que emerge dum frondoso macigo de arvoredo, no elegante 0 poderoso peril da Torre de Menayem com suas t6rres e cott chéus ponteagudes, como os castelos dos contes de fadas, Anterior A fandagio da Nonarquia, éste exocativo baluarte da nossa missfo crst® exista jf ao primeiro quartel de século XI, no tempo de D. Bermudo HII de Leto, ¢ foi reconstruido mos s€calos XV e XVI pelo do- Ferndo Pereira e a seguit, por seu fitho Rui Vaz Pereira. Dos aatiges conventos, também recons- trufdes, mas mais tarde, restam o de Grif ode Cocujges eo de Arouca, O primeira, restaurado nos séculos XVI e XVII, conserva ‘am notivel documento da escultura_portu- gaesa de meados do século XHIL: 0 timulo do filho natural do rei D. Sancho l, Rodrigo Sanches, falecido em 1245, ‘Quanto 20 convento de Arouea, € apesar das afirmagbes desanimadoras que Actrea do seu rechefo artistico publicos o. dr. Fie lipe Simoes em 1881, quando andou pelo Pais a recolher objectos para a grande Ex. osiczo de Arte Ornamental, ése possui um conjunto de obras raras de muito valor e boelera excepcional, tanto na igreja como 0 seu museu de arte sacra, Reconstruida no século XVIII, a igreja do Conrento de Arouca guarda piedosamente © corpo momificado da Rainha D. Mafalda (falecida em 1256) numa urna de ébano, cristal € prata, feita em 1734. Ainda na ja devem admirarse 0 érgio execaiado em 1739 e 0 sumptuoso cadeiral de 1798. 0 tesouro do Coavente, actuslmente ex: posto no Museu, consta de ricas alfaias € paramentos, pecas de ourivesaria, mobi rio, pintaras, esculturas, etc. valor devem de prata doirada do séealo XII ox XIIL relicério de prata do século XIII, contendo reliquias do Santo Lenho e da Coroa de Cristo, sobre uma base do século XVI; um Itiptico-relicirio de madeira, chapeado de prata, com lavores de ornatos © as imagens de Santo Humberto, S. Pedro, S. Paulo € S. Martinho, possivelmente de fins do século XV; um cofte de reliquias, imitacdo de tar- taruga, com aplicagées de prata; uma cruz de azeviche do século XVII que — diz a tra- dligdo — «servia para as novicas levarem na mio quando jam professars relicdrios, crue es e cuslédias; um grande e precioso ta- péte persa com quisi 6 metros de compride 2 metros ¢ 20 cm, de largura; tapétes de Arraiolos do século XVIIL; uma escultura de calcério representando S, Pedro; ta buas portuguesas do séealo XVI, entre as quais um «Larapéss e uma série da Paixto do Seahor de um continuador do Grao-Vasco de Visen, ‘Ainda em Arouca, 0 Memorial do Burgo, Jevantado no séeulo XIII, 6 bem digno de verse, e um dos raros espéclmes diste sé nero de monumentos. Ruinas do Claustro no Mosteivo de Avowra Das evocstivase singelas reliquias arqui- tectonicas e excultéricas do passado, 280, porki, erazeiros e pelouriohos, simbolos da {fee do poder monicipal, que mais e encom tram na regizo distrtal de Aveiro Entre os crazeiros menclovarei o de Pi- aheiro da Bemposta, em Oliveira de Azeméis 0 de Nossa Senhora da Gloria, em Aveiro, Quanto pelosrinhos esto ofcialmente classficados, além daqueles cujes fragmen~ {os se encontram em poder da Camara Ma- nicipal (Arouca) ¢ de wm particular (Ayueda de Cima), os de Paiva (Castelo de Paiva) ; Cabecais ¢ Traucoto (Arouca); Pinheiro da Bemposta (Oliveira de Azeméi Esteves e Sever do Vouga,éste timo trans- forsiado em chafariz (Sever do Vouga) eine Frossos (Albergaria-s-Velha),Esgueira (Aseiro);e Trofa (Agueds Das igseiae e capelas renascentistas, bare ocas © rococos, mezecem refereacia espe- ial, as de Trofa, © mouameatal panteon dos Lemos ; do Espirito Santo, na Vila da Feira; de $, Domingos, da Misericérdia, as Cermelitas, e cctogonal do Senhor Jesus das Barrocas, em Aveiro; e, finalmente, da Vista. Alegre, que encerra o tmulo de D. Manuel Moura Manuel, bispo de Mira da em Ihave. ‘A Fabrica de Porcelana da Vista Alegre possue ainda um musew cerdmico ¢ uma coleceto de elevado iatertsse atistico, nica em Portugal. (0 mais evocative micleo de arle antiga ‘da regito de Aveiro €, porém, © Convento 4e Jesus na capital do Distrito, onde profes sou a princesa Santa Joana, ¢ 0 museu anexo, que € um dos mais opuleatos entre 08 regionais do Pats. +Panteom dos Lemos na Igreja de Trofa A igreta,edificada no terceiro quattel do séeulo XV esti. gnaraecida opulentamente com talha doirada dos séculos XVII e XVI 0 claustro quatrocentista, com suas ¢ape las manuelinas; a sala do capitulo, com portal géticoj 0 rico ¢ aparatoso timulo da piedosa Infanta no seu habilissimo lavor de ‘embutidos de mérmore do fim do século XVI, obra famosa de Jono Antuaes ; sio os principals atractivos artisticos do antigo coavento, No musen destacamse as valiosas colec- ‘Bes de paramentos, ourivesaria, pinturas, fculejos e esculturas de barra, Entre os painéis, merecem referéncia mui ta especial: o célebre retrate coevo de Santa Joana tibua central de um triptico do rmestre quatrocentista do retdblo de Santa Clara do Museu Machado de Castro, de Coimbra; um pequeno txiptico atribuido ao Mestze de Miragaia e uma delicada pine tora represeatando SJoZo Evangelista, éstes ois dltimos painéis do primeiro quartel do sécalo XVI de estilo flamengo-portu- aks. Lufs Rels Santos rico €6 Arte ‘de Sia itafta —Sostre de irene” i A paisagem fantastica da Pateira Ho € dos lugares mais dirulgados, éste da La- goa Pateira, no concelho de Agueda, pos- stindo, tolavia, rato encanto © podendo conside- arse um dos mais helos tipos da patsagem lacustre orluguera. Variades e ricos aspectos pitorescos nos eferece @ Dacia bidrogratica do Vouga, onde a Pateira tem ex: Dressio aparte, com saa patsagem rica, mas tam- ‘bém fantistica estranha. Vista ao luar ou em certos momentos da meia tinta crepusculas, a Pateira sugere misleriotos par- ‘ues onde, entre penambras aquatica, figuras espec- trais vém bailar dangas sftmicas, com qualquer coisa de maravithoso eirreal... Por alums rardes nos pareceu fantéstica a pat- sagem da Pateira... Aspectos da Pateira de Fermentelos 4 linha férrea de Lisboa so Pertoite seguir 2 estacHo das Qnintans, 0 rodado rita nos carts, correndo nesles com velocidade, ¢ em pou- 0s minutos chega-se a Aveiro, ‘Antigamente, com trémulos na voz, 2 mu- Ther dos doces Cantarolava t 1006.66. ..rém... qué. moles... ow mexilhio ! ‘Sim, estava-se em Aveiro! Mas jé 0 com- Déio se pos de novo em marcha— Aveiro passou, Algum tempo mais ¢, depois de Cacia, os campos do Vouga, esmaltados de fo thas. Nas valas que os recortam, os cflices dos nenifares poem manchas brancas em leitos de folhagem glauca, espalhada largamente. ‘Animando ésse quadro, de longe em longe, tum barco perdido no vaslo tabuleiro de terras © de Aguas, ot algumas cabecas de {g2do, roendo pachorrentamente tenras ver~ daras, 0 ico, a cbr, 0 recorle daqueles campos, que se estendem a perder de vista, deixam, sem dvida, uma agradivel impressto, uma imagem que ado se epaga de siito. Mas da fia planura das lerras areentas ou argilo- sas das mais chegadas prozimidades de Aytiro, nfo se podendo supor o que seia sua vastissima laguna, o vajante nZo guar- dard qualquer bela recordacto. Eslas terras da vila maritima, de muito vento € muito pé, sem o perfil de mont thas, de céus varridos de ndvens— tor ‘maunse pouco interessantes Em todo 0 caso € quanto a Aveiro, os sores moles» nfo sfo maus, se nfo levarem absbora... E fala-se nas proc ques montes de sa anil, n25 linbas inconfundiveis do barco mo- Jiceiro, que povoa a ria, “Talvez aquéle mesmo visjante, incrédulo mal disposto, algum dia se resolva, E assim suceden. Parou em Aveiro, che- fou ao centro da cidade ¢ sentin-se firme to acfrio das suas desconfiancas. ‘As dguss da «Venera do Vouge> estevam nas ¢ 0 cheiro da «maresia>. volta pelo «Parque da Cidade, re- canto aprazivel, com efeito, ~ uma visita a0 Masew> e, sem mais demoras,— um passeio ‘até 4 Costa Nova, Sim, éte passeio talver dé uma rage dein. Nao 6 cer ‘As marinhas, of estaleires da Gafanha onde repousa a frota bacalhoeira — a vista dat para o lado da cidade, como pano de fundo das serras, muito a0 longe, o sitio do Forte, em apurado asscio —a poate, 0 pparedlo até ao farol ¢ 0 panorama do cimo deste — para quem se sentir com féreas, Do outro lado da barra, S, Jacinto e a Aviagfo, ceujo acesso € facilitado por uma estrada que parte do Forte, Por fim, a Costa-Nova, que, infelizmente, quisi de todo perden 2 raga das suas cavacteristicas casas de ma- eira, Como veneranda reliquia, o chamado ‘Palbeiro de José Est8vSos fica mesmo a0 chegar & Costa-Nova, & dieita da estrada, a poueas dezenas de metros. E depois ? Depois moles», em Areiro,e fogir 0 mais depressa possivel | Nao valeu, decerlo, a pena. O dia esteve bom, no houve nortada nem chovew, bi Thou o sol. A patsagem € sui géneris, mas monétona ! * Algumas pessoas que, por f6rca das cir- cunstdncias, tem vindo residir em Aveiro tempoririamente, nfo divergem daquele con- ceite: «a palsagem € monstoua», Em crise de aborrecimento, chegam a di- zer mal de tudo e de todos, mas oaveirense ‘que educar o seu expirito nos princfpios da ‘olerducia, nfo se molesta com a critica, Chegou a altura de as ditas pessoas salrem daqui elise Decorrem os tempos ¢ essas mesmas pes- soas comecam a aparecer em Aveiro... para ‘matar saidades! Que mais poderia querer o aveirense ? * ‘Nem todos tém de que penitenciar-se, Ha poucos dias, o st. general Schiappa de Azeredo disse-me o seguinte: Ao sere facaltada, rai para 24 anos, a ‘escolha de uma guaraigto, optou por A ro, atraide apenas pela sua siluagho geo- ‘rifica, pois ma altura desconhecia comple tamente esta regido. 86 teve que congratular-se, desde logo se seatindo atraido pelo meio e pelos encantos a palsagem, original ¢ bem caracteristica, ‘de maravilhosa luz, sendo benigno o clima ‘ excelentes 0s produtos. Assim resultou uma permantacia efecti de mais de 10 anos ¢, chawado a outros destinos, conservou no entanto a sua casa, fo seu servico militar, nesta cidade, que considera eacantadora © ‘onde grangeou bons amigos, Deu realidade a0 seu projecto ¢ continea 1 seguir com apaixonado interésse os gran- des rostestos que Aveiro vem electivando. Bem haja S. Ext, pela sua simpatia ¢ pelo seu valioso depoimento, * Depois de um daqueles almocos servidos no +Navale, onde os hors d’oewvre sio pri ‘moroses, pu-me a caminbo do OutZo. «i pé evidentemente, Por companheira, apenas a minha Super. Ikonta 2,8, E ld fai conversando com ela © com a palsagen, pela estrada adiante, Serra e mar! Flores de monte, perfume forte de scivas resinosas. A dois passos, 0 Oceano, No regress, uilizei a caminheta: tinha visto € sentido, taka compreeadide todo 0 ‘encanto de que me falavam, Como fario aquéles que pretendem tomar conhecimento com Aveiro ? * Manba de leve bruma, 0 sol vai-te desco- brindo. Aqui e além as sombras das terras € dos secos—em que novelas de névoa poi sam ainda mas que pouco a pouco se diss pam, come fame arrastado pela brisa. Estamos na ria de Aveiro. Lindo! 0 céu como que o éeran dum imenso cinema, planura, © que marca, 0 que de permanente ou de certo. 0 cfu azul é apenas o éeran vazio. Mas hd dias, particularmente hi momen fs, em que o quadro€ de auténtica mara- vila. E nfo se pode pedir: «Assim mais algum {empo, para que estranhos venham rer istol+ ‘Todavia, ’s vezes, por felicidade, passam por cf artistas, principes das letras ou da tela, e€sses sim, 36 ésses sio capazes de fixate reproduzir o fugitive momento, ca- ‘pazes de pintar e engrandecer as belezas da nossa terra. En cerla ocasito de festa no Forte, de re- fresso A Costa-Nova, a pé pela quisi des truida estrada da beira do rio ao fechar do dia, quasi noite, o que en vi; que cores, que cambiantes, que tonalidades! Chegando A Costa‘Nora jf as Inzes esta yam acesas. esse cairda tarde sent river. E de cada ver que tal me suceda maior € © men amor a esta terra mais elit por Nao me digam mal de Aveiro! Fen Senpeia Liver A Costa Nova, ao luar, Tem tat encanto © magia, A noite parece dia, Ha sonko na vos do mar... Costa Nova do meu sonko, Essa tua claridade, Lembra-ime 0 tempo risonho Da distante mocidade. O luar da Costa Nova Tem mistério ¢ suavidade, Desde 0 berco até @ cova Sera a minha sandade. Foi a lus désse lnar, Costa Nova prateada, Otevindo canoes do mar, Que beijei a minka amada, O Iuar dos meus sentidos Nunca brithes ao serdo, Que os amores atrevidos Querem escuro, ¢ lua nto... Trazes Inar em teus othos, Tricana bonita ¢ louca, Daria rosas aos mothos Para beijar a tua béea, O warininha de Ovar, Se tu quizesses, mete ben, No meu barguinho, ao lar... Nao saberia ninguén. Sow um rude pescador, Vou cantando a minha trova, Quem me dera ser pintor P'ra pintar a Costa Nowa. (Vers0s dum homem do mr) ve NOTAS HISTORICAS Ff; ittermente desconhecida a ép- ca da fundacdo de Aveiro, Ne- buns vestigios -pré-histéricos ou da €poca romana tém sido encontrados aqui, Nao prova isto que Aveiro nfo existisse jé nesses distantes tempos, mas prova que, se existia, a sua por pulagdo nao possufa civilizagao digna de aprego. A identificagao de Aveiro com Ta- lébriga, poderosa cidade luso-romana, € uma fantasia baseada apenas numa falsa interpretagdo do texto de Plinio. De positivo, sabe-se que Aveiro ja existia no século X, pois a ele se re- ferem documentos desta época publi- eados nos Portugaliae Monumenta Hitorica, nos quais 0 seu nome latino ou alatinado ¢ Alavartam, Déstes documentos, o mais antigo PELO DR FRANCISCO FERREIRA NEVES € do ano 959 da era de Cristo; € 0 testamento da Condessa Mumadona, tia de D, Ramiro I, rei de Leto, pelo qual lege os seus bens 20 Mosteiro de Guimardes, Entre éstes estavam incluidas tetras e salinas em Aveiro, ‘que ela aqui havia comprade:—terras et salinas que tbidem comparanimos, Em documentos do século XI, Aveiro € mencionado como vila, com © significado de agregado riistico. Neste século ja devia ter relativa im- portancia, visto que no ano 1050 0 nobre Gonsalvo Ibn Egas € sua mu- Iher Dona Flémula ou Dona Chamua possufam a tera parte de Aveiro. AA primitiva populacdo, como ainda a da actualidade, deveria dedicar-se 40 fabrico do sal, & pesca, & navegar foe & lavoura, Assim, desde o reinado de D. Afon- so Henriques até 0 de D. José, pouco tempo perlenceu & Coroa. Quisi sem pre esteve sujeita a donatérios, em Fegra pessoas aparentadas com os monarcas. De entre os donatérios destacam-se o infante D, Pedto, tio e sogro de D, Afonso V ; a infanta san- ta Joana, filha déste mesmo rei e ir- ma de D, Jodo II, a qual vivew em clausura no Mosteiro de Jesus de Aveiro, e aqui foi sepultada em ma- jestoso mausuléu ; D. Jorge de Len- castre, filho bastardo de D, Joao II, e duque de Coimbra; e os nove duques de Aveiro, Foi o infante D, Pedro quem, cérca de 1420, mandou cingir uma grande parle da vila de Aveiro, com altos muros de defesa, ASPECTO DO cals E DA VELMA ARCADA

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