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Vigas com furos e rebaixos: recomendagdes para dimensionamento Por André Egon Kirsten Como vimos no artigo Solucdes vidveis para compatibilizar o projeto estrutural, quando nao for possivel evitar a interferéncia dos elementos dos demais projetos de uma edificagdo, como tubulagSes com as vigas de uma estrutura por exemplo, é necessario prever a existéncia vigas com furos ou rebaixos no projeto estrutural. Vale lembrar que a existéncia de vigas com furos ou rebaixos interfere na capacidade de resisténcia desses elementos, por isso separei estas consideragées: Rebaixo em viga A existéncia de um rebaixo em viga implica na redugdo da inércia e da altura util da viga em um determinado trecho, tomando-se necessério: * Obter os esforcos na viga considerando a inércia reduzida no trecho com rebaixo; + Definir a drea de ago necesséria para as armaduras longitudinais da viga, levando em conta a redugdo no brago de alavanca(altura util), devido ao rebaixo. Como ha uma redugao brusca do brago de alavanca da viga na regido do rebaixo, pode ocorrer uma das seguintes situagées: + Perda da seguranga com rela¢ao ao ELU, caso o momento atuante seja maior que o momento. resistente; + Aumento da area de ago longitudinal necessaria na regio do rebaixo, devido a reducao da altura util de calculo. aie teas pan ‘kan Figura 1 - Diagrama de momentos ftores da viga Para evitar as situagdes acima ,recomenda-se que quando houver a necessidade de efetuar um rebaixo em viga para passagem de instalagées, ele seja feito preferencialmente na regio com menores momentos fletores solicitantes. Por exemplo Vigas com furo horizontal Em vigas comuns de concreto armado, a andlise pode-se basear no modelo de Euler-Bernoulli, o qual admite que a distribuigao de deformagées ao longo da altura da segao transversal ¢ linear. Essa hipstese simplificadora nao pode ser estendida sem modificagées ao caso de vigas com furos, pois a abertura pode gerar uma perturbagdo local dos fluxos dos esforgos de compressdo e tracdo, 0 que consequentemente modifica o mecanismo resistente ao cisalhamento da viga. A regido da abertura de uma viga é classificada, segundo o item 22.2 da NBR 6118:2014, como uma regido descontinua ou regido D: “Sao chamadas de regides B de um elemento estrutural aquelas em que as hipéteses da segao plana, ou seja, de uma distribuigao linear de deformagdes especificas na segdo sao aplicaveis, As regides D sdo aquelas em que esta hipdtese da segao plana nao mais se aplica.” EZ 41 CB I a2) N6 de pértico 2) Cargas concentradas em vigas 2) Consolo - (aa { shears te ag ras ta Nee of J (ZZ) 3-7 7 L bh | h al — BL a a a4) Fundagaéo b4) Viga pared ¢3) Dente Gerber cn fe] a ee Figura 2 ~ Situag6es tipicas de regiées D (Figura 22.1 ~ NBR 6118:2014) O método de Sussekind é um dos métodos existentes para verificagdo do dimensionamento de aberturas. Segundo Sussekind, caso a abertura respeite os limites indicados na figura abaixo, a andlise da viga nessa regido pode ser feita com a hipétese de segao plana: CORTE A-A hese <15h 2h 3h Figura aberturas em vigas (SUSSEKIND,1987) © método de Sussekind define um plano que atravessa 0 eixo da abertura em andlise, aplicando-se apés os esforgos atuantes, conforme figura abaixo: 4x % Da MidsQgxo+ ago? $1 . a M2q20,10q%e ter" S2 Figura 4~ Esforgas para dimensionamento das seges 1 e S2 (SUSSEKINO. 1987) Na figura acima, o método veriica as regides da viga acima da abertura (seco S1) e abaixo da abertura (seco S2) Ele é baseado nas seguintes premissas: + O momento fletor é transmitido pelas resultantes Dd e Zd, resultante no concreto e no ago respectivamente; + O esforgo cortante total (Qd) é dividido em duas parcelas (Q1d e Q2d), que so proporcionais & rigidez e a flexdo das sedes S1 (acima da abertura) e S2 (abaixo da abertura). A rigidez da seco que estiver comprimida, que pode estar acima ou abaixo da abertura, é referente 4 uma segao maciga de conereto, enquanto que a rigidez da segdo tracionada é exclusivamente a armadura longitudinal existente nesta posigdo. Logo, a rigidez da segdo comprimida em teoria é muito maior que a rigidez da segao tracionada, o que faz com que a mesma seja solicitada por um esforgo cortante muito maior. Sussekind recomenda considerar Q1d = Qd e Q2d = 0.1 x Qd mete

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