Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Imperatriz-MA
2022
Rebeca Medina Matos
Imperatriz-MA
2022
Rebeca Medina Matos
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof. Me. Danielle de Cassia Santos de Viveiros
Orientadora
_________________________________________________
2º Membro da Banca
_________________________________________________
3º Membro da Banca
Conceito: ____________________
AGRADECIMENTOS
Deus e meus pais.
RESUMO
1. INTRODUÇÃO 7
1.1 JUSTIFICATIVA 8
1.2 OBJETIVOS 8
1.2.1 GERAL 8
1.2.2 ESPECÍFICOS 8
2. METODOLOGIA 9
3. REFERENCIAL TEÓRICO 10
3.1 CLÍNICAS DE TERAPIA: HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR E CLÍNICA 10
3.1.1 NEUROARQUITETURA 12
3.1.2 APLICAÇÃO DA NEUROARQUITETURA EM PROJETOS DE CLÍNICAS DE
TERAPIA 17
3.2 O PROCESSO DE INFLUÊNCIA DA NEUROARQUITETURA NA RECUPERAÇÃO
DE PACIENTES 19
3.2.1 ILUMINAÇÃO E CORES APLICADA A NEUROARQUITETURA 20
3.2.2 NEUROARQUITETURA AMBIENTAL E OS CANAIS SENSORIAIS 23
4. METODOLOGIA PROJETUAL 25
4.1 LOCALIZAÇÃO 25
4.2 DIMENSÕES 27
4.3 ÁREA VERDE 28
4.4 VIAS DE ACESSO 28
4.5 CONDIÇÕES FÍSICAS 29
4.6 CONDIÇÕES AMBIENTAIS 30
5. PROGRAMA DE NECESSIDADE 31
6. REFERÊNCIAS 32
1. INTRODUÇÃO
2
aplica-se a definição de espaços arquitetônicos por meio de atributos de design que
produzem estimulação sensorial benéfica ao ser humano. Neste sentido, o presente
estudo tem como objetivo entender como a neuroarquitetura das cores, pode intervir
ativamente em vários aspectos do processo de recuperação do paciente, fazendo
uma análise dos conceitos de humanização hospitalar e clínica.
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 GERAL
3
1.2.2 ESPECÍFICOS
2. METODOLOGIA
4
De acordo com Gil (2017), o método exploratório tende a ser mais flexível em
seu planejamento, pois pretende observar e compreender os mais variados aspectos
relativos ao fenômeno estudado pelo pesquisador.
De acordo com (MINAYO,1993) o método qualitativo de pesquisa é aqui
entendido como aquele que se ocupa do nível subjetivo e relacional da realidade
social e é tratado por meio da história, do universo, dos significados, dos motivos,
das crenças, dos valores e das atitudes dos atores sociais. É definida como aquela
que privilegia a análise de micro processos, através do estudo das ações sociais
individuais e grupais, realizando um exame intensivo dos dados, e caracterizada
pela heterodoxia no momento da análise.
O método descritivo conforme (GIL,2002) visa descrever as características de
determinadas populações ou fenômenos, estabelecendo relações variáveis que se
manifestam espontaneamente.
Quanto aos métodos legais adotados, este estudo seguirá o método
bibliográfico, que possui um método dedutivo, e sua natureza descritiva e
explicativa. Ao mesmo tempo, considera-se que o método dedutivo, serão aceitos, a
partir de certas ideias, à luz dos conceitos aceitos por eruditos pesquisadores da
base científica, se confirmará o real mérito da resolução do tema.
5
3. REFERENCIAL TEÓRICO
6
dos usuários por ambientes próximos à natureza e seus efeitos” (MATTOS;
CONSTANTINO, 2015, p. 5).
Com isso, os hospitais e as clínicas estão cada vez mais interessados e
buscando cada vez mais melhorias a fim de proporcionar um ambiente e tratamento
mais seguro e amigável para seus pacientes. A humanização desses ambientes
busca restabelecer a conexão entre as pessoas, partes fundamentais e o ambiente,
bem como a boa interação entre eles. A proximidade que a humanização pode
proporcionar pode evitar o estresse ambiental, melhorar o processo de cura do
tratamento, promover a independência segura do paciente, conforto e muitos outros
benefícios para os usuários das clínicas médicas e ambientes hospitalares
(VASCONCELOS, 2004).
Neste sentido, Na Inglaterra, em 1796, tomou posse um dos pioneiros da
chamada terapia moral. O santuário, conhecido como "York Sanatorium", que foi
fundado por William Tuke para atender pessoas com doenças mentais e seguir
princípios mais humanos e sociais de arquitetura e tratamento; o resultado foi uma
melhoria no tratamento e a qualidade de vida dos pacientes que foram avaliados e
estudados pela medicina e arquitetura (DALLA, 2003).
O autor do projeto arquitetônico, John Bevans, desenvolveu várias outras
obras que, aos olhos dos médicos, também são vistas como fontes de tratamento ao
paciente. Vale ressaltar que essa nova visão de terapia “ocorre em um momento em
que há paralelos entre hospício e prisão” (DALLA, 2003, p. 27).
Por fim, percebe-se que a humanização do ambiente hospitalar abrange o
espaço verde aberto, que pode estabelecer a conexão entre o ambiente interno e
externo. Foco nos espaços externos responsáveis por promover maior interação
com os sentidos e percepções humanas e sua diversificação de cores e texturas
(LOPES, 2020).
3.1.1 Neuroarquitetura
7
funções fisiológicas do organismo humano e possibilitou que a neurociência seja
capaz de se expandir e conversar com outras áreas de estudo, como arquitetura. De
acordo com o neurocientista Cage (2018):
8
edifícios e as cidades afetam a função humana, percepção, comportamento, saúde e
bem-estar.
Segundo Paiva (2020a) Enquanto trabalhava no desenvolvimento de uma
vacina contra a poliomielite na década de 1950, o médico e pesquisador americano
Jonas Salk sentiu a necessidade de mudar o cenário para tentar desenvolver em
suas pesquisas, durante seu sabático na Itália, notou mudanças em seu ambiente -
de laboratórios com visão limitada a quatro paredes e extensões cercadas por
paisagens naturais que afetaram drasticamente seu cérebro para o estado mental
que lhe convinha, ou seja a descoberta de vacinas.
Assim, a experiência posterior de Jonas Salk lançou as bases para a
idealização da Academy of Neuroscience in Architecture (ANFA), que abriu
oficialmente na Califórnia em 2003 com a ajuda do Salk Institute. (Salk Institute for
Biological Studies), com o arquiteto John Paul Eberhard como reitor. De acordo com
a agência, “a missão da ANFA é nutrir e desenvolver o conhecimento que conecta a
pesquisa em neurociência com a crescente compreensão das respostas humanas
ao ambiente construído”.
Para Crízel (2020), é importante notar que existe uma coisa chamada boa
arquitetura (composta de boas práticas), e as neuroarquitetura têm apenas mais
ferramentas para trabalhar com boas arquiteturas. O que a neuroarquitetura traz
para a mesa é a aprovação, por meio de pesquisas científicas, do entendimento de
determinados processos que contribuem para a formulação de projetos, seja na
arquitetura, no planejamento urbano ou no design de interiores.
Ademais, Crízel (2020), arquiteto especialista em neuroarquitetura, cita a
existência de dois paralelos, dois caminhos a serem seguidos no campo da
neurociência aplicada à arquitetura, design ou iluminação, são eles: caminhos de
projetos baseados em evidências científicas, por meio de pesquisas para coletar
resultados científicos e tornar-se uma ferramenta utilizada em projetos; o campo da
medição da neurociência, onde os ajustes laboratoriais são realizados de forma
eficaz ou não, pode ser realizado em espaços existentes ou em espaços projetados
através da realidade virtual.
Segundo Villaruco et al. (2021) Métodos e técnicas para neurociência e
pesquisa ambiental se enquadram em três grandes categorias: técnicas de pesquisa
9
ambiental e comportamental; técnicas clássicas de pesquisa em neurociência; e
técnicas de pesquisa usando ferramentas digitais.
O Grupo de Tecnologia de Pesquisa Ambiental e Comportamental usa
medidas observacionais, medidas de auto-relato, dados de arquivo e técnicas de
mapeamento.
Os Grupos de tecnologia de pesquisa que utilizam ferramentas digitais têm
potencial para contribuições colaborativas de comunidades online para reunir ideias
e conteúdo, bem como usar realidade virtual, aumentada ou estendida
(VILLAROUCO et al., 2021).
O grupo de técnicas clássicas de pesquisa em neurociência, utilizam medidas
psicofisiológicas, que podem ser estudadas com base em técnicas clássicas de
pesquisa em neurociência (VILLAROUCO et al., 2021).
Testes como ressonância magnética (RM) e eletroencefalografia (EEG)
podem medir a atividade cerebral e determinar qual área do cérebro é ativada em
uma determinada situação; amostras de sangue podem verificar a quantidade e o
tipo de hormônios produzidos no corpo em um determinado momento particular; a
tecnologia do reflexo corneano centrado na pupila (PCCR) permite o rastreamento
ocular, um método usado para estudar a atenção visual das pessoas para detectar
onde e por quanto tempo (PAIVA, 2018a). Ainda segundo Paiva (2018c):
10
A maioria dos processos são controlados pelo Sistema I, pensamento
automático porque é mais rápido, processa mais e requer menos energia que o
Sistema II, assim como a maior parte do processamento de informações do
organismo humano acontece no nível inconsciente, o ambiente pode afetar as
pessoas sem que percebam isto (PAIVA, 2020a).
Segundo Paiva (2020a), pesquisas neurocientíficas recentes indicam que a
altura do teto pode alterar as habilidades de resolução de problemas de um
indivíduo, com ambientes maiores inspirando uma sensação de liberdade (iniciando
a criatividade e o comportamento espontâneo), enquanto espaços menores ajuda o
cérebro a se mover para um estado mais focado e concentrado. Embora o cérebro
tenha um programa pré-definido, cada pessoa é um ser único, e mesmo tendo sido
projetado no Sistema I (o sistema inconsciente e de raciocínio rápido), a resposta de
cada pessoa é única porque a memória ancestral não é a única que influencia o
comportamento.
A cultura e as experiências em que um indivíduo vive também moldam o
cérebro e seu comportamento ao longo da vida, portanto, a população de usuários
em um determinado local precisa ser considerada antes de definir as diretrizes de
design, pois o design está inerentemente conectado às necessidades de seus
usuários. Na compreensão das estruturas neurais relacionadas às emoções e à
tomada de decisões, as emoções se originam no cérebro, mas se manifestam por
todo o corpo (pernas trêmulas, mãos trêmulas, borboletas no estômago).
Além disso, as emoções são agrupadas em tipos: Emoções primárias -
respostas inatas, existe uma programação neural evolutiva (ancestralizada através
do código do DNA) destinada a preservar a sobrevivência da espécie, essa
programação condiciona os indivíduos a apresentarem emoções em resposta a uma
situação vivenciada (PAIVA, 2020b).
De acordo com Paul Ekman (2007), quando se trata de neurociência, emoção
e comportamento, embora todos sejam únicos, todos sofrem por causa do medo de
perder um ente querido ou estar em uma situação ameaçadora. Ao estudar as tribos
isoladas da Papua Nova Guiné, o psicólogo Paul Ekman percebeu que, mesmo
longe da globalização, as respostas emocionais desses povos indígenas eram
semelhantes às dos indivíduos integrados ao contexto de um mundo globalizado. O
papel das emoções é ajudar a regular a homeostase do corpo, regular a adaptação
11
do corpo às mudanças ambientais e permitir que o corpo sobreviva. O cérebro capta
continuamente informações internas e externas ao corpo humano com o objetivo de
adaptar o corpo às condições de seu ambiente (DAMASIO, 2003).
Além de ajudar a regular o corpo, as emoções também afetam o
comportamento, o que afeta diretamente como as pessoas se sentem, alterando seu
estado mental e físico, e afeta a criatividade, a tomada de decisões, as habilidades
sociais, a memória e a aptidão física e bem-estar (DAMASIO, 2003 apud PAIVA,
2020). O ambiente afeta o Sistema I (o sistema de raciocínio rápido do cérebro), que
por sua vez afeta as emoções da pessoa, que por sua vez afeta o comportamento
da pessoa (PAIVA, 2020b).
Nesse sentido, a arquitetura e os espaços físicos são gatilhos que podem
mudar as emoções humanas. Os espaços arquitetônicos podem, dependendo de
sua configuração, suscitar diferentes sentimentos no indivíduo que os vivencia, tais
como: grandeza; opressão; medo. Por exemplo: os templos gregos significam
principalmente poder, tamanho, grandeza; para crianças e até alguns adultos, um
quarto escuro pode induzir sentimentos de medo e ansiedade; os espaços prisionais
induzem principalmente sentimentos de opressão (PAIVA, 2020b).
12
Junto com Paiva, Faleiro (2020, p. 29) confirmou que “o primeiro ponto da
análise humanística dos edifícios hospitalares é determinar o tipo de usuário, seja
paciente ou profissional”. Nesse sentido, é preciso entender, adequar e atender as
necessidades dos diversos atores envolvidos nos estabelecimentos. Pacientes,
equipes médicas, colaboradores, acompanhantes, fornecedores são alguns dos
diversos interessados, e a neuroarquitetura é a ponte que pode atender todas essas
diversas necessidades de forma equilibrada (CRÍZEL, 2020c).
Segundo Vasconcelos (p. 23, 2004), é preciso perceber que as pessoas que
utilizam o espaço são parte fundamental na definição de como o ambiente deve ser.
Somente compreendendo as necessidades e expectativas dos usuários é possível
proporcionar-lhes um ambiente capaz de supri-los e superá-los, aproximando-os de
sua natureza, sentimentos, pensamentos e valores pessoais. Para que o processo
de reabilitação seja eficaz, é necessário buscar o estímulo e o bem-estar de todos
os atores relevantes, levando em consideração a perspectiva do paciente, que é o
foco principal dessas instituições. “Assim, o conhecimento da neurociência aplicado
à arquitetura torna-se a base para a construção de edifícios humanizados”
(FALEIRO, p. 27, 2020).
Ademais, é sabido que boas memórias são sempre decodificadas ativamente
pelo cérebro. Portanto, investir na memória (visão, som ou cheiro) pode ser muito
interessante ao projetar interiores aos quais os usuários sentem que pertencem.
A pesquisa mostrou que o ambiente físico de um ambiente que trata a saúde
pode prejudicar ou atrasar significativamente os resultados do tratamento e o bem-
estar do paciente devido à exposição a condições estressantes, falta de estimulação
e isolamento. No entanto, implementar informações com foco em design neuro
arquitetado e estimulação espacial pode facilitar significativamente o processo de
recuperação (ULRICH, 1992 apud KRASOUDAKIS et al., 2016).
Outro ponto importante ao projetar unidades de saúde que promovam o bem-
estar é entender as doenças específicas dos pacientes que serão atendidos para
que posteriormente sejam determinadas as necessidades básicas desses usuários.
Concentrando-se nas necessidades específicas do paciente, o resultado final será
um design que não é estritamente adaptado para um único usuário, mas flexível o
suficiente para atender a uma variedade de necessidades (WOODWORTH, 2019).
13
As principais prioridades das unidades de saúde são: prevenção, diagnóstico,
tratamento, restauração e manutenção da saúde. Nesse sentido, a arquitetura deve
ser uma ferramenta que promove a cura e a saúde, Porém a cor, o
condicionamento, a plenitude e muitos outros elementos muitas vezes contrariam
esse objetivo. Um ambiente insalubre, falta de iluminação e ventilação natural,
umidade e falta de natureza podem ter efeitos que impactam negativamente a saúde
(DONÁ, 2019 apud PEREIRA, 2019).
A Academia Brasileira de Neurociência e Arquitetura (NEUROARQ Academy)
desenvolveu uma abordagem baseada nos 7 principais elementos do ambiente
físico. As chamadas sete variáveis ambientais estão diretamente relacionadas à
experiência sensorial de um indivíduo, a saber: cor, aroma, som, forma, biofilia,
iluminação e personalização (SARTORI; BENCKE, 2021).
A partir destas elucidações, planos mais objetivos podem ser desenvolvidos,
estimulando o cérebro e influenciando o comportamento do usuário e fatores de
percepção humana como iluminação, ventilação, temperatura, acústica, cor, textura,
biofílica e ergonômica. A verdade é que não existe uma fórmula mágica para
desenvolver programas para organizações de saúde, mas aplicando estratégias de
neuroarquitetura é possível ter um impacto positivo no meio ambiente, seja para
melhor bem-estar dos pacientes ou melhores condições de trabalho para os
profissionais.
14
Além dos pacientes, também atinge os profissionais que trabalham sob estresse e
pressão. (BARBOSA, ARAUJO, 2014).
Antigamente, os hospitais eram pensados para os próprios funcionários,
pensando em agregar mais em termos de funcionalidade. Atualmente utilizando a
Neuroarquitetura, é possível projetar para a saúde de usuários e pacientes sem
comprometer a funcionalidade clínica (PALLASMA, 2008).
Pode-se argumentar que a Neuroarquitetura se estende ainda mais, fazendo
com que tudo a redor das pessoas melhore nos aspectos físicos e mentais. Além de
toda a trama em relação ao espaço, a neuroarquitetura também trata da iluminação
e cores no ambiente físico hospitalar, garantindo o grande propósito de contribuir
com o ambiente humano, prestar assistência no tratamento dos pacientes e acelerar
sua recuperação; além de melhorar a qualidade das atividades realizadas pelos
profissionais de saúde. (HELLER, 2014).
Dessa forma, estudos demonstram que a arquitetura deve auxiliar na
recuperação do paciente e, portanto, no processo de cura. O paciente deve se
recuperar em um ambiente agradável. Neste sentido, lecionaram Barbosa e Araujo
(2014) que utilizaram elementos que atuam no psiquismo humano e implicam a
essência e o conceito de “lar” no projeto de construção e humanização de habitação
social para idosos e portadores de Alzheimer.
15
das pessoas à luz é um fenômeno complexo que não é totalmente compreendido,
por exemplo, a presença de luz pode confortar crianças que têm medo do escuro, ou
a quantidade de luz em um ambiente de trabalho pode ser importante para adultos
(EBERHARD, 2008).
Isso significa que o brilho ideal de um ambiente depende do que você deseja
alcançar, mas sem dúvida a luz está intimamente relacionada como as pessoas se
comportam quando expostas a esses ambientes. De acordo com Pallasmaa (2008),
"A luz controla o curso da vida e até mesmo muitas atividades hormonais básicas
dependem da luz. Portanto, a luz tem um efeito profundo em nossa atividade e
níveis de energia e na regulação do nosso humor".
Agnieszka Anna Olszewska (2016), explicou em sua dissertação de mestrado
na Universidade do Porto em Portugal que as cidades contemporâneas precisam de
espaços em contato com a natureza. Ela demonstrou que pensar em espaços
naturais afeta a atividade cerebral e contribui para a saúde mental e o bem-estar de
um indivíduo. Em sua pesquisa, ela lidou com dois estudos: o primeiro foi uma
pesquisa por questionário, e o segundo foi uma análise no laboratório de
neurociência de EEG.
Neste estudo de Agnieszka Anna Olszewska (2016), foram mostradas aos
indivíduos imagens 2D e 3D da paisagem pessoal a ser estudada. As imagens
naturais apresentadas ativam uma parte do cérebro que é positiva para a
experiência, e ela diz que os espaços contemplativos afetam os padrões de
atividade cerebral. Focada na pesquisa de qualidade de vida, a área visa
compreender o cérebro e sua resposta ao espaço, potencialmente aumentando ou
não a produtividade.
Em entrevista à Associação Brasileira de Qualidade Acústica, a arquiteta
Priscila Bencke disse que o bem-estar dos colaboradores está relacionado à
qualidade de vida no trabalho. Funcionários que desfrutam de luz natural, por
exemplo, são mais propensos a se manterem saudáveis e de bom humor, ressalta
ela, de acordo com um estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine.
Estudos mostraram que janelas com vista para a "natureza" podem ajudar a reduzir
a frequência cardíaca e os níveis de estresse.
Nos Estados Unidos, a cientista cognitiva do Colorado, Laura Malinin, tem
citado os conceitos de enriquecimento ambiental e áreas residenciais como
16
permitindo ações "novas, desafiadoras e envolventes" para ajudar pessoas com
doenças e distúrbios.
Em relação à variável ambiental cor, segundo o cientista social alemão Heller
(2014), cor e sentimento não estão ligados por acaso, nem são apenas gostos
pessoais - estão profundamente enraizados na linguagem e nas ideias desde a
infância. Heller (2014) aponta que cada cor pode ter efeitos diferentes dependendo
da ocasião e, além de cada efeito, várias cores intervêm – acordes cromáticos
compostos por cada cor mais frequentemente associados a um efeito específico
(HELLER, 2014). Nas palavras de Heller:
Segundo Heller (2014, p.24), “O contexto em que uma cor está inserida
explica seu significado, critério que pode revelar se uma cor seria considerada
agradável e correta, ou errada e falta de bom gosto.
Em relação à perspectiva que cria a ilusão de espaço, a cor também pode ter
esse efeito, varia de acordo com a temperatura da cor, a sensação de proximidade
aumenta conforme a temperatura da cor aumenta e diminui conforme a temperatura
diminui. Em suma, as cores quentes parecem mais próximas e as cores frias
parecem mais distantes. (HELLER, 2012).
Cumpre ressaltar que existem algumas coisas que devem ser consideradas
na escolha de uma cor, pois a cor funciona de forma diferente em cada pessoa,
influenciada por faixas etárias, estruturas psicológicas e restrições. Cada ambiente
também precisa ser avaliado especificamente, pois a cor pode ser afetada pela
incidência do sol, necessitando assim da avaliação da localização e o tamanho das
aberturas e o tipo de iluminação, pois esses fatores podem afetar significativamente
os resultados das cores.
Segundo Hosking apud ANVISA (2014, p.30) “A cor é uma linguagem
poderosa que pode afetar não apenas nosso estado mental, humor e percepção do
tempo, mas também nossa percepção de volume, forma, espaço e perspectiva.
17
Segundo Góes (2012, p.109 - 110) as cores com influências positivas para
esses ambientes são:
18
todas as necessidades, expectativas e desejos humanos estão no ambiente,
estabelece-se uma relação interativa em que o homem aprende com seu ambiente,
recebe estímulos e responde a eles. Segundo Almeida (1995), se todos os eventos
humanos ocorrem no espaço, o corpo é descrito como sujeito do espaço e o espaço
arquitetural é descrito como o espaço vivenciado no cotidiano.
Diante dessa relação entre pessoas e espaço, o edifício construído deixa de
ser visto apenas em termos de suas características físicas (tectônicas), mas passa a
ser avaliado/discutido como um espaço "vivencial", passível de ocupação, leitura,
reinterpretação pelos usuários e /ou modificações (ELALI, 1997).
É assim que acontece a ocupação do espaço e a consequente ambientação
do espaço, conjunto de elementos que tornam o ambiente condicionado ao uso
humano. As concessões envolvem interações recíprocas de usuário/espaço. No
processo, as pessoas tomam os espaços, humaniza-os, transforma-os para lhes dar
a sua própria natureza. Humanizar os espaços significa torná-los aptos para o uso
humano; torná-los adequados e apropriado (MALARD, 1993).
Essa relação entre as pessoas e o espaço é validada na escala urbana, onde
as pessoas também interagem e se apropriam do ambiente em que o edifício está
inserido. Nas décadas de 1960 e 1970, o campo da psicologia ambiental, em
colaboração com profissionais de psicologia e arquitetura, começou a planejar
ambientes com base na percepção do usuário e na influência do espaço em seu
comportamento. Essa ideia foi realizada por autores como Edward Hall, Robert
Sommer, James Gibson e Kevin Lynch, e continua até hoje. (MEDEIROS, 2017,
p.200).
Os papéis e responsabilidades dos profissionais envolvidos na psicologia
ambiental tornam-se cada vez mais importantes, dada a crescente taxa de
urbanização do mundo e o fato de que os seres humanos passam a maior parte de
seu tempo no ambiente construído. Portanto, é necessário ressaltar que quanto mais
se entende o impacto das ações humanas em seu entorno, mais fácil é planejar
espaços que proporcionem qualidade ambiental e de vida aos usuários (ALMEIDA,
1995).
19
nossos sentidos funcionam. Não basta saber como percebemos as
diferentes organizações espaciais e como elas afetam nossa percepção e
compreensão [...] (DISCHINGER, 2000, p. 66-67)
20
4. METODOLOGIA PROJETUAL
4.1 LOCALIZAÇÃO
O lote foi pensado de forma a ser fácil para os pacientes devido a área ser
comercial, apesar de ter poucos centros clínicos e também um fluxo que não gera
engarrafamento. Nesse sentido, fica uma boa localização mais próxima de tudo e
21
um pouco afastada da movimentação da grande da cidade, que barra de euforia
precedente dos pacientes que ali serão o foco. O terreno estar na esquina da Rua
Santa Catarina e Rua Dr. Itamar (Figura 4.1.2), o bairro é o Maranhão Novo e fica
localizado na cidade de Imperatriz (Figura 4.1.3), município do Estado do Maranhão.
22
4.2DIMENSÕES
23
acima, ser um local menos perturbador em relação a sons e poluição,
transparecendo desde a chegada dos pacientes na clínica, algo mais leve e menos
estressante.
As ruas que passam no terreno são as Ruas: Santa Catarina (que vem
sentido a uma das Avenidas principais da cidade, Avenida Bernardo Sayão) e tem
sentido único e Rua Dr. Itamar Guará (que tem acesso para a margem da BR-010 e
vem do centro da cidade) também de sentido único. As duas ruas são de fluxo
médio (Figura 4.4.1).
24
FIGURA 4.4.1 - Fluxo viário
25
FIGURA 4.5.2 - Imagem terreno
O norte do terreno se dar pelo canto direito na fachada frontal, vindo também
o vento em sentido nordeste que vem em direção a lateral direita do lote. O sol se
põe ao lado oeste, ficando a maior incidência solar durante a tarde e tendo contato
diretamente com a fachada lateral esquerda (Figura 4.6.1). No projeto da Clínica
existe possibilidades para ter vários jardins, no qual precisarão das informações das
condições ambientais feitas.
FIGURA 4.6.1 - Condicionantes lote
26
5. PROGRAMA DE NECESSIDADE
Área de atendimento:
Sala de atendimento 1
Sala de atendimento 2
Banheiro 1
Banheiro 2
Foço de luz (jardim)
Área social:
Hall
Recepção
Sala de espera
Lavabo
Jardim
Área de serviço:
Copa
DML
Banheiro 3
Portaria
Estacionamento
Casa de bomba
Área administrativa:
Escritório 1
Banheiro 4
27
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Maristela Moraes de. Análise das interações entre homem e o ambiente –
estudo de caso em agência bancária. Florianópolis, 1995. 126f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Produção) – Centro Tecnológico. Universidade Federal
de Santa Catarina.
COSTA, Lúcio. Registro de uma vivência. São Paulo: Editora 34, 2018.
28
CRÍZEL, L. Como a neuroarquitetura hospitalar vem contribuindo para
espacialidades mais humanizadas e experiências singulares. Blog IPOG, [s.l.],
2020c.
DISCHINGER, Marta. Designing for all senses: accessible spaces for visually
impaired citizens. Göteborg, Sweden, 2000. Thesis (for the degree of Doctor of
Philosophy ) - Department of Space and Process School of Architecture, Chalmers
University of Technology.
29
GÓES, Ronald. Manual prático de arquitetura hospitalar. 2. ed. São Paulo:
Blucher, 2012.
HELLER, Eva. Psicologia das cores. São Paulo: G. Gili, 2014. 311 p
KAHNEMAN, D. Thinking, fast and slow. New York: Farrar, Straus and Giroux,
2011.
30
OLSZEWSKA, A. (2016, 02). Contemplative Values of Urban Parks and Gardens.
pág.229.
PAIVA, Andréa de. Neuroarquitetura e design biofílico. [S. l.: s. n.], 2020.
PAIVA, Andréa de. Neuroarquitetura e o papel das emoções. Neuro AU, 20 nov.
2018b. Disponível em: https://www.neuroau.com/post/neuroarquitetura-e-o-
papeldas-emo%C3%A7%C3%B5es. Acesso em: 06 de set. 2022.
PAIVA, Andréa de. Neuroarquitetura: o que é isso? Neuro AU, 28 fev. 2018a.
Disponível em: https://www.neuroau.com/post/neuroarquitetura-o-que-%C3%A9-
isso. Acesso em: 06 de set. 2022.
PAIVA. Andréa de. Neuroscience for architecture: how building design can
influence behaviors and performance. Journal of Civil Engineering and Architecture.
v. 12, n. 2, p. 132-138, feb. 2018c.
31
Disponível em: < https://core.ac.uk/download/pdf/30368712.pdf > Acesso em: 06 de
set. 2022.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar um projeto de pesquisa. 4 ed. São Paulo:
Editora Atlas S. A, 2002.
32