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UNIVERSIDADE CEUMA – CAMPUS IMPERATRIZ

Rebeca Medina Matos

IMPLEMENTAÇÃO DA NEUROARQUITETURA EM CLÍNICA DE


PSICOLOGIA EM IMPERATRIZ

Imperatriz-MA
2022
Rebeca Medina Matos

IMPLEMENTAÇÃO DA NEUROARQUITETURA EM CLÍNICA DE


PSICOLOGIA EM IMPERATRIZ

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado a Universidade CEUMA
como requisito parcial para a obtenção do
Grau de Bacharel em Arquitetura e
Urbanimo, sob orientação.
Orientador: Prof. Me. Danielle de Cassia
Santos de Viveiros

Imperatriz-MA
2022
Rebeca Medina Matos

IMPLEMENTAÇÃO DA NEUROARQUITETURA EM CLÍNICA DE


PSICOLOGIA EM IMPERATRIZ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade CEUMA como


requisito parcial para a obtenção do Grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo,
submetido à Banca Examinadora composta pelos Professores.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________
Prof. Me. Danielle de Cassia Santos de Viveiros
Orientadora

_________________________________________________
2º Membro da Banca

_________________________________________________
3º Membro da Banca

Julgado em: ______/_____/______.

Conceito: ____________________
AGRADECIMENTOS
Deus e meus pais.
RESUMO

As clínicas de tratamento são visualizadas por muitos como um ambiente hostil à


humanidade, pois aumenta a vulnerabilidade dos usuários, principalmente em
tratamento psicológico. Essas pessoas são diretamente afetadas por circunstâncias
adversas que afetam suas vidas, como doenças e transtornos psicológicos. Na
maioria das vezes, os cenários apresentados são compartilhados entre pacientes e
profissionais, que formam muitas equipes de trabalho, por isso é importante
conhecer e compreender as infinitas necessidades cotidianas dos envolvidos, sejam
eles pacientes ou funcionários de uma clínica de tratamento. Ao aplicar pesquisas
baseadas em neurociências à arquitetura - neuroarquitetura - é possível entender
como determinados elementos interferem no comportamento do usuário e os efeitos
positivos ou negativos que eles têm no cérebro humano. Esses ambientes evocam
memórias únicas e sentimentos diferentes para cada pessoa. O processo que
envolve a relação entre os estímulos sensoriais e as mudanças comportamentais
que o ambiente pode induzir no cérebro humano, a partir das percepções individuais
de cada usuário, tem sido alvo de novas pesquisas, denominadas Neuroarquitetura.
Dessa forma, o estudo tem como objetivo analisar e fazer a aplicação da
neuroarquitetura das cores em uma clínica de tratamento psicológico, baseando-se
no aproveitamento estratégico do impacto da edificação para criar ambientes únicos
e acessíveis a todos, tornando a harmonia entre usuários e espaços mais leve e
sutil.

Palavras-chave: Neuroarquitetura.Clínica. Psicologia. Tratamento. Pacientes.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 4.1.1 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA MICRORREGIÃO DO MARANHÃO,


IMPERATRIZ 26
FIGURA 4.1.2 - LOCALIZAÇÃO DO LOTE 27
FIGURA 4.1.3 - LIMITE DO BAIRRO MARANHÃO NOVO 27
FIGURA 4.2.1 – DIMENSÕES LOTE 28
FIGURA 4.3.1 – ÁREAS VERDES 29
FIGURA 4.4.1 – FLUXO VÍARIO 30
FIGURA 4.5.1 – IMAGEM TERRENO 30
FIGURA 4.5.2 – IMAGEM TERRENO 31
FIGURA 4.6.1 – CONDICIONANTES LOTE 31
FIGURA 4.5.1 – IMAGEM TERRENO 31
FIGURA 4.5.1 – IMAGEM TERRENO 32
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 7
1.1 JUSTIFICATIVA 8
1.2 OBJETIVOS 8
1.2.1 GERAL 8
1.2.2 ESPECÍFICOS 8

2. METODOLOGIA 9

3. REFERENCIAL TEÓRICO 10
3.1 CLÍNICAS DE TERAPIA: HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR E CLÍNICA 10
3.1.1 NEUROARQUITETURA 12
3.1.2 APLICAÇÃO DA NEUROARQUITETURA EM PROJETOS DE CLÍNICAS DE
TERAPIA 17
3.2 O PROCESSO DE INFLUÊNCIA DA NEUROARQUITETURA NA RECUPERAÇÃO
DE PACIENTES 19
3.2.1 ILUMINAÇÃO E CORES APLICADA A NEUROARQUITETURA 20
3.2.2 NEUROARQUITETURA AMBIENTAL E OS CANAIS SENSORIAIS 23

4. METODOLOGIA PROJETUAL 25
4.1 LOCALIZAÇÃO 25
4.2 DIMENSÕES 27
4.3 ÁREA VERDE 28
4.4 VIAS DE ACESSO 28
4.5 CONDIÇÕES FÍSICAS 29
4.6 CONDIÇÕES AMBIENTAIS 30

5. PROGRAMA DE NECESSIDADE 31

6. REFERÊNCIAS 32
1. INTRODUÇÃO

O processo de convivência no hospital desperta os sentimentos únicos de


cada usuário, o que pode ser traumático, pois o ambiente hospitalar é visto como um
local de angústia, às vezes na forma de traumas anteriores, procedimentos
dolorosos que levam ao estresse, incertezas quanto à melhora, além disso, existe o
estigma profissional caracterizado pelo uso de roupas brancas o que potencializa a
vulnerabilidade do usuário, principalmente e tratamentos psicológicos (GOMES,
2010).
Ademais, têm-se em mente que a frequência em hospitais ou clínicas de
tratamento é uma condição em que tanto a família quanto para a pessoa doente em
tratamento psicológico, criam desequilíbrios em termos de mudanças, rupturas e
novas necessidades no processo.
Para entender essa mudança no comportamento humano, a pesquisa
neurocientífica revelou diversas diferenças na função cerebral e, portanto, aplicada à
neuroarquitetura, considera a necessidade de priorizar o público-alvo que irá utilizar
o ambiente para que o espaço tenha uma função e caráter, que estimula
comportamentos específicos como: calma, criatividade, aprendizado, foco,
integração, memória, socialização, respeito, etc.
Assim, em ambientes hospitalares, a neuroarquitetura desempenha um papel
importante na concepção de espaços amigáveis, confortáveis e menos dolorosos
durante os cuidados de saúde. Isso é possível por causa da relação entre o
indivíduo e o meio ambiente.
Por exemplo, a cor desempenha um papel no despertar do desejo e dos
anseios. Portanto, privilegiar determinadas paletas de cores é uma forma de
transmitir uma sensação de segurança e bem-estar aos pacientes. Da mesma
forma, a luz pode trazer calma e conforto aos visitantes de um determinado espaço.
Tudo isso vem das escolhas de iluminação baseadas no ritmo circadiano e do
impacto que a tecnologia tem nos indivíduos.
Além disso, vale destacar que atualmente busca-se aplicar o conceito de
humanização do ambiente hospitalar, considerado fundamental para o bem-estar
físico e mental dos pacientes. A humanização aproxima o ambiente físico dos
valores humanos, colocando as pessoas como foco principal do projeto, ou seja

2
aplica-se a definição de espaços arquitetônicos por meio de atributos de design que
produzem estimulação sensorial benéfica ao ser humano. Neste sentido, o presente
estudo tem como objetivo entender como a neuroarquitetura das cores, pode intervir
ativamente em vários aspectos do processo de recuperação do paciente, fazendo
uma análise dos conceitos de humanização hospitalar e clínica.

1.1 JUSTIFICATIVA

Justifica-se pela necessidade de um espaço calmo e confortável, para todos


que estiverem no consultório, incluindo os funcionários que sempre precisarão estar
em equilíbrio.
Existe relevância ainda para se explicitar que a neuro arquitetura das cores
permite que os ambientes tenham ergonomia adequada ao local, fazendo as
pessoas se sentirem bem, afeta seus humores e comportamentos e salvando
memórias e até sentimentos.
E ainda se fundamenta pela necessidade de analisar como a neuroarquitetura
das cores pode impactar de forma positiva na recuperação clínica de pacientes.
Cumpre ressaltar, por derradeiro, que o estudo ora apresentado, pode
também contribuir para que estudiosos do tema se aprofundem em sua análise,
inclusive para averiguar situações concretas. Dessa maneira, acredita-se que o
estudo poderá contribuir para o entendimento acerca da matéria, e para a sociedade
em geral.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 GERAL

Fazer a aplicação da neuroarquitetura das cores, em uma clinica de


psicologia na cidade de Imperatriz-MA, e entender como esta pode intervir
ativamente em vários aspectos do processo de recuperação do paciente.

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1.2.2 ESPECÍFICOS

 Analisar estudos bibliográficos e projetos arquitetônicos sobre a


neuroarquitetura das cores;
 Fazer a aplicação da neuroarquitetura das cores em uma clínica de psicologia
em Imperatriz-MA;
 Investigar as vantagens que a Neuroarquitetura das cores pode trazer para a
recuperação dos pacientes, em tratamento em uma clínica de psicologia;
 Comparar as diferenças entre construir um ambiente com uma abordagem
racional usando métodos de neuroarquitetura das cores que visa proporcionar
um ambiente melhor para funcionários e pacientes, e construir um ambiente
que considere apenas a estética, estrutura e função;
 Elencar ferramentas da neuroarquitetura para conforto ambiental, terapia
alternativa e humanização do espaço para que possam ajudar a melhorar os
pacientes;

2. METODOLOGIA

Descrever os processos que definem a condução da pesquisa e sua direção,


pretende mostrar como a coleta de dados, a lógica teórica e o uso de dados serão
realizados antecipadamente, de modo a relacionar a teoria com a prática e
estratégias para determinar o desempenho futuro necessário para os resultados da
pesquisa. Nesse sentido, em termos de delineamento relativo envolve os
fundamentos metodológicos, estabelecimento de metas, ambiente de pesquisa e
determinação de métodos de coleta e análise de dados.” (GIL, 2002)
O presente estudo possui cunho bibliográfico qualitativo (Segundo
MINAYO ,1993) e descritivo (Segundo GIL,2002), de caráter exploratório que buscou
investigar os aspectos sociodemográficos, relacionados ao tema em questão. O
desenvolvimento do estudo deu-se mediante realização de pesquisas bibliográficas
em artigos, livros, monografias e bibliotecas.

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De acordo com Gil (2017), o método exploratório tende a ser mais flexível em
seu planejamento, pois pretende observar e compreender os mais variados aspectos
relativos ao fenômeno estudado pelo pesquisador.
De acordo com (MINAYO,1993) o método qualitativo de pesquisa é aqui
entendido como aquele que se ocupa do nível subjetivo e relacional da realidade
social e é tratado por meio da história, do universo, dos significados, dos motivos,
das crenças, dos valores e das atitudes dos atores sociais. É definida como aquela
que privilegia a análise de micro processos, através do estudo das ações sociais
individuais e grupais, realizando um exame intensivo dos dados, e caracterizada
pela heterodoxia no momento da análise.
O método descritivo conforme (GIL,2002) visa descrever as características de
determinadas populações ou fenômenos, estabelecendo relações variáveis que se
manifestam espontaneamente.
Quanto aos métodos legais adotados, este estudo seguirá o método
bibliográfico, que possui um método dedutivo, e sua natureza descritiva e
explicativa. Ao mesmo tempo, considera-se que o método dedutivo, serão aceitos, a
partir de certas ideias, à luz dos conceitos aceitos por eruditos pesquisadores da
base científica, se confirmará o real mérito da resolução do tema.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 CLÍNICAS DE TERAPIA: HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR E CLÍNICA

A Humanização Hospitalar acrescenta e associa diversas áreas e


profissionais presentes em uma instituição médica. O trabalho de concepção e
revisão uniu-os na busca de humanizar a ação, tornando todo o edifício um
ambiente mais saudável e acolhedor. No entanto, como outras instituições públicas,
é fácil para um hospital esquecer por que foi criado, pois segundo Mezzomo, 2001,
“Parece paradoxal falar de ‘humanização do hospital’ como se sua missão não fosse
inerentemente humana.” (MEZZOMO, 2001, p. 64).
Desta forma, no século XV as Abadias que foram responsáveis por ser fonte
de santuário e espiritualidade. Foi somente durante o Renascimento que os
problemas de saúde e higiene começaram a surgir. A construção do pavilhão foi
concluída durante o processo de industrialização, idealizando uma nova
configuração de hospitais com pátios internos que, além de suas funções
terapêuticas, proporcionam iluminação e ventilação para o ambiente interno. Já no
século XIX, com os enormes avanços da tecnologia, a complexidade espacial e o
tamanho dos hospitais aumentaram significativamente, e a circulação vertical foi
amplamente utilizada como saída, eliminando assim as poucas áreas livres
restantes (MATTOS; CONSTANTINO, 2015).
No século XXI, a busca por um ambiente que proporcionasse bem-estar aos
usuários voltou-se para a humanidade, conforme o Plano Nacional de Humanização
da Enfermagem Hospitalar: A humanidade está salvando a importância do
emocional [...] A humanidade está abraçando a necessidade de resgate [...] estão
indissociavelmente ligados aos aspectos físicos e biológicos. [...] Humanização,
portanto, refere-se à possibilidade de assumir uma postura moral de respeito ao
outro, acolhendo o desconhecido e reconhecendo as limitações (BRASIL, 2001, p.
52 - Apud, MATTOS; CONSTANTINO, 2015).
Ademais, com o passar do tempo, as relações com a neurociência foram
afetadas nos ambientes hospitalares, com maiores demandas dos pacientes,
resultando em um planejamento mais eficiente e melhor, principalmente a partir dos
hospitais privados (VASCONCELOS, 2004). “Estudos demonstram as preferências

6
dos usuários por ambientes próximos à natureza e seus efeitos” (MATTOS;
CONSTANTINO, 2015, p. 5).
Com isso, os hospitais e as clínicas estão cada vez mais interessados e
buscando cada vez mais melhorias a fim de proporcionar um ambiente e tratamento
mais seguro e amigável para seus pacientes. A humanização desses ambientes
busca restabelecer a conexão entre as pessoas, partes fundamentais e o ambiente,
bem como a boa interação entre eles. A proximidade que a humanização pode
proporcionar pode evitar o estresse ambiental, melhorar o processo de cura do
tratamento, promover a independência segura do paciente, conforto e muitos outros
benefícios para os usuários das clínicas médicas e ambientes hospitalares
(VASCONCELOS, 2004).
Neste sentido, Na Inglaterra, em 1796, tomou posse um dos pioneiros da
chamada terapia moral. O santuário, conhecido como "York Sanatorium", que foi
fundado por William Tuke para atender pessoas com doenças mentais e seguir
princípios mais humanos e sociais de arquitetura e tratamento; o resultado foi uma
melhoria no tratamento e a qualidade de vida dos pacientes que foram avaliados e
estudados pela medicina e arquitetura (DALLA, 2003).
O autor do projeto arquitetônico, John Bevans, desenvolveu várias outras
obras que, aos olhos dos médicos, também são vistas como fontes de tratamento ao
paciente. Vale ressaltar que essa nova visão de terapia “ocorre em um momento em
que há paralelos entre hospício e prisão” (DALLA, 2003, p. 27).
Por fim, percebe-se que a humanização do ambiente hospitalar abrange o
espaço verde aberto, que pode estabelecer a conexão entre o ambiente interno e
externo. Foco nos espaços externos responsáveis por promover maior interação
com os sentidos e percepções humanas e sua diversificação de cores e texturas
(LOPES, 2020).

3.1.1 Neuroarquitetura

Com o avanço da tecnologia, principalmente a partir da década de 1990,


década conhecida como cérebro, às pesquisas no campo da neurociência se
expandiram significativamente, o que possibilitou uma melhor compreensão das

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funções fisiológicas do organismo humano e possibilitou que a neurociência seja
capaz de se expandir e conversar com outras áreas de estudo, como arquitetura. De
acordo com o neurocientista Cage (2018):

A neurociência é o estudo do cérebro, que os neurocientistas acreditam ser


o órgão que controla o comportamento. O cérebro consiste em áreas que
controlam a visão, a experiência somatossensorial e a saída motora, bem
como áreas que nos ajudam a navegar em novos ambientes.

Etimologicamente, a palavra arquitetura é a junção de duas palavras gregas,


arché - primeiro ou principal e tekton - construção. De um modo geral, é razoável
descrever a arquitetura como uma intervenção no ambiente para satisfazer um certo
desejo de conceber novos espaços, com o objetivo de utilizar elementos estéticos
(ARAUJO, 2011).
Segundo Costa (1940), "Arquitetura é antes de tudo construção, mas o
principal objetivo da arquitetura é organizar e ordenar o espaço para um propósito
específico e para um uma determinada intenção". A coesão sobre a neurociência
aplicada à arquitetura tem sua relevância porque os espaços construídos podem
influenciar o comportamento humano, objeto de estudo da psicologia ambiental, que
visa compreender a psicologia humana dentro de determinadas profissões, levando
a respostas inusitadas baseadas em resoluções científicas, possibilitando sair do
campo do empirismo (CRÍZEL, 2020).
Desta forma a neuroarquitetura busca compreender a importância do
ambiente para o bem-estar das pessoas, compreender como a configuração do
espaço afeta os indivíduos que nele se encontram, a necessidade de estudar a
necessidade da arquitetura e o impacto do espaço físico nas pessoas numa
perspectiva científica.
Portanto, com a ajuda da neurociência, a fim de compreender melhor a
interação entre as pessoas e o meio ambiente, e o desejo de criar espaços mais
benéficos para o ser humano, desencadeou-se o processo de pesquisa de aplicação
da neurociência e da ciência cognitiva à arquitetura.
A neurociência aplicada à arquitetura ganhou o nome de neuroarquitetura,
que, segundo Paiva (2018), é definida como “um campo interdisciplinar que combina
conhecimentos da neurociência, ciência cognitiva e psicologia com arquitetura e
urbanização”. Esta área de pesquisa é fundamental para entender melhor como os

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edifícios e as cidades afetam a função humana, percepção, comportamento, saúde e
bem-estar.
Segundo Paiva (2020a) Enquanto trabalhava no desenvolvimento de uma
vacina contra a poliomielite na década de 1950, o médico e pesquisador americano
Jonas Salk sentiu a necessidade de mudar o cenário para tentar desenvolver em
suas pesquisas, durante seu sabático na Itália, notou mudanças em seu ambiente -
de laboratórios com visão limitada a quatro paredes e extensões cercadas por
paisagens naturais que afetaram drasticamente seu cérebro para o estado mental
que lhe convinha, ou seja a descoberta de vacinas.
Assim, a experiência posterior de Jonas Salk lançou as bases para a
idealização da Academy of Neuroscience in Architecture (ANFA), que abriu
oficialmente na Califórnia em 2003 com a ajuda do Salk Institute. (Salk Institute for
Biological Studies), com o arquiteto John Paul Eberhard como reitor. De acordo com
a agência, “a missão da ANFA é nutrir e desenvolver o conhecimento que conecta a
pesquisa em neurociência com a crescente compreensão das respostas humanas
ao ambiente construído”.
Para Crízel (2020), é importante notar que existe uma coisa chamada boa
arquitetura (composta de boas práticas), e as neuroarquitetura têm apenas mais
ferramentas para trabalhar com boas arquiteturas. O que a neuroarquitetura traz
para a mesa é a aprovação, por meio de pesquisas científicas, do entendimento de
determinados processos que contribuem para a formulação de projetos, seja na
arquitetura, no planejamento urbano ou no design de interiores.
Ademais, Crízel (2020), arquiteto especialista em neuroarquitetura, cita a
existência de dois paralelos, dois caminhos a serem seguidos no campo da
neurociência aplicada à arquitetura, design ou iluminação, são eles: caminhos de
projetos baseados em evidências científicas, por meio de pesquisas para coletar
resultados científicos e tornar-se uma ferramenta utilizada em projetos; o campo da
medição da neurociência, onde os ajustes laboratoriais são realizados de forma
eficaz ou não, pode ser realizado em espaços existentes ou em espaços projetados
através da realidade virtual.
Segundo Villaruco et al. (2021) Métodos e técnicas para neurociência e
pesquisa ambiental se enquadram em três grandes categorias: técnicas de pesquisa

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ambiental e comportamental; técnicas clássicas de pesquisa em neurociência; e
técnicas de pesquisa usando ferramentas digitais.
O Grupo de Tecnologia de Pesquisa Ambiental e Comportamental usa
medidas observacionais, medidas de auto-relato, dados de arquivo e técnicas de
mapeamento.
Os Grupos de tecnologia de pesquisa que utilizam ferramentas digitais têm
potencial para contribuições colaborativas de comunidades online para reunir ideias
e conteúdo, bem como usar realidade virtual, aumentada ou estendida
(VILLAROUCO et al., 2021).
O grupo de técnicas clássicas de pesquisa em neurociência, utilizam medidas
psicofisiológicas, que podem ser estudadas com base em técnicas clássicas de
pesquisa em neurociência (VILLAROUCO et al., 2021).
Testes como ressonância magnética (RM) e eletroencefalografia (EEG)
podem medir a atividade cerebral e determinar qual área do cérebro é ativada em
uma determinada situação; amostras de sangue podem verificar a quantidade e o
tipo de hormônios produzidos no corpo em um determinado momento particular; a
tecnologia do reflexo corneano centrado na pupila (PCCR) permite o rastreamento
ocular, um método usado para estudar a atenção visual das pessoas para detectar
onde e por quanto tempo (PAIVA, 2018a). Ainda segundo Paiva (2018c):

Segundo a neurociência, a capacidade consciente de processar


informações é inferior a 1% da do inconsciente. Isso significa que a maioria
dos estímulos afeta os indivíduos em um nível subconsciente. Portanto,
embora as pessoas possam ser afetadas, elas não estarão cientes disso.
(PAIVA, 2018c).

A neurociência afirma que cada parte do cérebro é responsável por uma


função, e cada parte pensante do cérebro também é responsável por uma função
diferente. O cérebro possui dois tipos de sistemas de pensamento, definidos como:
a) Sistema I – abaixo do nível de consciência, rápido, automático, impulsivo e
intuitivo; b) Sistema II – consciente, lento, analítico, sistemático e explícito. Todo o
comportamento humano é dirigido por esses dois sistemas, mas cada um deles
afeta o comportamento e a tomada de decisões de maneiras diferentes
(KAHNEMAN, 2012).

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A maioria dos processos são controlados pelo Sistema I, pensamento
automático porque é mais rápido, processa mais e requer menos energia que o
Sistema II, assim como a maior parte do processamento de informações do
organismo humano acontece no nível inconsciente, o ambiente pode afetar as
pessoas sem que percebam isto (PAIVA, 2020a).
Segundo Paiva (2020a), pesquisas neurocientíficas recentes indicam que a
altura do teto pode alterar as habilidades de resolução de problemas de um
indivíduo, com ambientes maiores inspirando uma sensação de liberdade (iniciando
a criatividade e o comportamento espontâneo), enquanto espaços menores ajuda o
cérebro a se mover para um estado mais focado e concentrado. Embora o cérebro
tenha um programa pré-definido, cada pessoa é um ser único, e mesmo tendo sido
projetado no Sistema I (o sistema inconsciente e de raciocínio rápido), a resposta de
cada pessoa é única porque a memória ancestral não é a única que influencia o
comportamento.
A cultura e as experiências em que um indivíduo vive também moldam o
cérebro e seu comportamento ao longo da vida, portanto, a população de usuários
em um determinado local precisa ser considerada antes de definir as diretrizes de
design, pois o design está inerentemente conectado às necessidades de seus
usuários. Na compreensão das estruturas neurais relacionadas às emoções e à
tomada de decisões, as emoções se originam no cérebro, mas se manifestam por
todo o corpo (pernas trêmulas, mãos trêmulas, borboletas no estômago).
Além disso, as emoções são agrupadas em tipos: Emoções primárias -
respostas inatas, existe uma programação neural evolutiva (ancestralizada através
do código do DNA) destinada a preservar a sobrevivência da espécie, essa
programação condiciona os indivíduos a apresentarem emoções em resposta a uma
situação vivenciada (PAIVA, 2020b).
De acordo com Paul Ekman (2007), quando se trata de neurociência, emoção
e comportamento, embora todos sejam únicos, todos sofrem por causa do medo de
perder um ente querido ou estar em uma situação ameaçadora. Ao estudar as tribos
isoladas da Papua Nova Guiné, o psicólogo Paul Ekman percebeu que, mesmo
longe da globalização, as respostas emocionais desses povos indígenas eram
semelhantes às dos indivíduos integrados ao contexto de um mundo globalizado. O
papel das emoções é ajudar a regular a homeostase do corpo, regular a adaptação

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do corpo às mudanças ambientais e permitir que o corpo sobreviva. O cérebro capta
continuamente informações internas e externas ao corpo humano com o objetivo de
adaptar o corpo às condições de seu ambiente (DAMASIO, 2003).
Além de ajudar a regular o corpo, as emoções também afetam o
comportamento, o que afeta diretamente como as pessoas se sentem, alterando seu
estado mental e físico, e afeta a criatividade, a tomada de decisões, as habilidades
sociais, a memória e a aptidão física e bem-estar (DAMASIO, 2003 apud PAIVA,
2020). O ambiente afeta o Sistema I (o sistema de raciocínio rápido do cérebro), que
por sua vez afeta as emoções da pessoa, que por sua vez afeta o comportamento
da pessoa (PAIVA, 2020b).
Nesse sentido, a arquitetura e os espaços físicos são gatilhos que podem
mudar as emoções humanas. Os espaços arquitetônicos podem, dependendo de
sua configuração, suscitar diferentes sentimentos no indivíduo que os vivencia, tais
como: grandeza; opressão; medo. Por exemplo: os templos gregos significam
principalmente poder, tamanho, grandeza; para crianças e até alguns adultos, um
quarto escuro pode induzir sentimentos de medo e ansiedade; os espaços prisionais
induzem principalmente sentimentos de opressão (PAIVA, 2020b).

3.1.2 Aplicação da Neuroarquitetura em projetos de clínicas de terapia

Segundo Frizero (2018), os ambientes clínicos já são de natureza hostil, e a


humanização desses espaços é fundamental para que estes ambientes sejam mais
benéficos, capazes de promover o bem-estar e auxiliar no tratamento e recuperação
dos pacientes. Nesse sentido, a neuroarquitetura contribui para o processo de
humanização, e o conceito pode trazer enormes benefícios ao ambiente clínico.
Da mesma forma, Paiva (2018) destaca que a neuroarquitetura pode
contribuir significativamente para a arquitetura clínica ao projetar um ambiente que
não seja apenas esteticamente significativo, mas também funcional e preocupado
com o bem-estar humano. Relacionado a isso, há a necessidade de entender as
precisões dos diversos sujeitos para a produção de edificações mais eficientes. No
entanto, “o grande desafio dos edifícios hospitalares e continua a ser o elevado fluxo
de pessoas e a sua diversidade”.

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Junto com Paiva, Faleiro (2020, p. 29) confirmou que “o primeiro ponto da
análise humanística dos edifícios hospitalares é determinar o tipo de usuário, seja
paciente ou profissional”. Nesse sentido, é preciso entender, adequar e atender as
necessidades dos diversos atores envolvidos nos estabelecimentos. Pacientes,
equipes médicas, colaboradores, acompanhantes, fornecedores são alguns dos
diversos interessados, e a neuroarquitetura é a ponte que pode atender todas essas
diversas necessidades de forma equilibrada (CRÍZEL, 2020c).
Segundo Vasconcelos (p. 23, 2004), é preciso perceber que as pessoas que
utilizam o espaço são parte fundamental na definição de como o ambiente deve ser.
Somente compreendendo as necessidades e expectativas dos usuários é possível
proporcionar-lhes um ambiente capaz de supri-los e superá-los, aproximando-os de
sua natureza, sentimentos, pensamentos e valores pessoais. Para que o processo
de reabilitação seja eficaz, é necessário buscar o estímulo e o bem-estar de todos
os atores relevantes, levando em consideração a perspectiva do paciente, que é o
foco principal dessas instituições. “Assim, o conhecimento da neurociência aplicado
à arquitetura torna-se a base para a construção de edifícios humanizados”
(FALEIRO, p. 27, 2020).
Ademais, é sabido que boas memórias são sempre decodificadas ativamente
pelo cérebro. Portanto, investir na memória (visão, som ou cheiro) pode ser muito
interessante ao projetar interiores aos quais os usuários sentem que pertencem.
A pesquisa mostrou que o ambiente físico de um ambiente que trata a saúde
pode prejudicar ou atrasar significativamente os resultados do tratamento e o bem-
estar do paciente devido à exposição a condições estressantes, falta de estimulação
e isolamento. No entanto, implementar informações com foco em design neuro
arquitetado e estimulação espacial pode facilitar significativamente o processo de
recuperação (ULRICH, 1992 apud KRASOUDAKIS et al., 2016).
Outro ponto importante ao projetar unidades de saúde que promovam o bem-
estar é entender as doenças específicas dos pacientes que serão atendidos para
que posteriormente sejam determinadas as necessidades básicas desses usuários.
Concentrando-se nas necessidades específicas do paciente, o resultado final será
um design que não é estritamente adaptado para um único usuário, mas flexível o
suficiente para atender a uma variedade de necessidades (WOODWORTH, 2019).

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As principais prioridades das unidades de saúde são: prevenção, diagnóstico,
tratamento, restauração e manutenção da saúde. Nesse sentido, a arquitetura deve
ser uma ferramenta que promove a cura e a saúde, Porém a cor, o
condicionamento, a plenitude e muitos outros elementos muitas vezes contrariam
esse objetivo. Um ambiente insalubre, falta de iluminação e ventilação natural,
umidade e falta de natureza podem ter efeitos que impactam negativamente a saúde
(DONÁ, 2019 apud PEREIRA, 2019).
A Academia Brasileira de Neurociência e Arquitetura (NEUROARQ Academy)
desenvolveu uma abordagem baseada nos 7 principais elementos do ambiente
físico. As chamadas sete variáveis ambientais estão diretamente relacionadas à
experiência sensorial de um indivíduo, a saber: cor, aroma, som, forma, biofilia,
iluminação e personalização (SARTORI; BENCKE, 2021).
A partir destas elucidações, planos mais objetivos podem ser desenvolvidos,
estimulando o cérebro e influenciando o comportamento do usuário e fatores de
percepção humana como iluminação, ventilação, temperatura, acústica, cor, textura,
biofílica e ergonômica. A verdade é que não existe uma fórmula mágica para
desenvolver programas para organizações de saúde, mas aplicando estratégias de
neuroarquitetura é possível ter um impacto positivo no meio ambiente, seja para
melhor bem-estar dos pacientes ou melhores condições de trabalho para os
profissionais.

3.2 O PROCESSO DE INFLUÊNCIA DA NEUROARQUITETURA NA


RECUPERAÇÃO DE PACIENTES

A neuroarquitetura das cores torna o ambiente mais humano, e afeta


diretamente a mente humana, uma vez que pode gerar sensação de bem-estar e
aumentar o conforto do usuário do ambiente, tornando-se assim um avanço
tecnológico na hora de pensar em como projetar (CRÍZEL, 2020C).
O ambiente para se tratar a saúde é complexo mais do que se imagina, e
quando aplicamos a Neuroarquitetura das cores, pode-se alcançar aspectos mais
acolhedores, gerar conforto e auxiliar na recuperação e tratamento dos pacientes.

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Além dos pacientes, também atinge os profissionais que trabalham sob estresse e
pressão. (BARBOSA, ARAUJO, 2014).
Antigamente, os hospitais eram pensados para os próprios funcionários,
pensando em agregar mais em termos de funcionalidade. Atualmente utilizando a
Neuroarquitetura, é possível projetar para a saúde de usuários e pacientes sem
comprometer a funcionalidade clínica (PALLASMA, 2008).
Pode-se argumentar que a Neuroarquitetura se estende ainda mais, fazendo
com que tudo a redor das pessoas melhore nos aspectos físicos e mentais. Além de
toda a trama em relação ao espaço, a neuroarquitetura também trata da iluminação
e cores no ambiente físico hospitalar, garantindo o grande propósito de contribuir
com o ambiente humano, prestar assistência no tratamento dos pacientes e acelerar
sua recuperação; além de melhorar a qualidade das atividades realizadas pelos
profissionais de saúde. (HELLER, 2014).
Dessa forma, estudos demonstram que a arquitetura deve auxiliar na
recuperação do paciente e, portanto, no processo de cura. O paciente deve se
recuperar em um ambiente agradável. Neste sentido, lecionaram Barbosa e Araujo
(2014) que utilizaram elementos que atuam no psiquismo humano e implicam a
essência e o conceito de “lar” no projeto de construção e humanização de habitação
social para idosos e portadores de Alzheimer.

3.2.1 Iluminação e cores aplicada a neuroarquitetura

A luminosidade é outro fator que vem sendo amplamente estudado na


neuroarquitetura. Cada ambiente e cena têm sua própria iluminação única que afeta
diretamente a experiência e o humor do visitante (PALLASMAA, 2015).
Além disso, Eberhard (2008), em seu livro sobre neurociência e arquitetura,
cita a hipótese de que o reconhecimento de características arquitetônicas acaba
sendo comprometido quando as condições de iluminação em determinados
ambientes caem abaixo de um determinado limite.
A luz costuma ser usada para chamar a atenção, indicar caminhos e até
mesmo tornar os objetos mais visíveis para evitar acidentes. A resposta psicológica

15
das pessoas à luz é um fenômeno complexo que não é totalmente compreendido,
por exemplo, a presença de luz pode confortar crianças que têm medo do escuro, ou
a quantidade de luz em um ambiente de trabalho pode ser importante para adultos
(EBERHARD, 2008).
Isso significa que o brilho ideal de um ambiente depende do que você deseja
alcançar, mas sem dúvida a luz está intimamente relacionada como as pessoas se
comportam quando expostas a esses ambientes. De acordo com Pallasmaa (2008),
"A luz controla o curso da vida e até mesmo muitas atividades hormonais básicas
dependem da luz. Portanto, a luz tem um efeito profundo em nossa atividade e
níveis de energia e na regulação do nosso humor".
Agnieszka Anna Olszewska (2016), explicou em sua dissertação de mestrado
na Universidade do Porto em Portugal que as cidades contemporâneas precisam de
espaços em contato com a natureza. Ela demonstrou que pensar em espaços
naturais afeta a atividade cerebral e contribui para a saúde mental e o bem-estar de
um indivíduo. Em sua pesquisa, ela lidou com dois estudos: o primeiro foi uma
pesquisa por questionário, e o segundo foi uma análise no laboratório de
neurociência de EEG.
Neste estudo de Agnieszka Anna Olszewska (2016), foram mostradas aos
indivíduos imagens 2D e 3D da paisagem pessoal a ser estudada. As imagens
naturais apresentadas ativam uma parte do cérebro que é positiva para a
experiência, e ela diz que os espaços contemplativos afetam os padrões de
atividade cerebral. Focada na pesquisa de qualidade de vida, a área visa
compreender o cérebro e sua resposta ao espaço, potencialmente aumentando ou
não a produtividade.
Em entrevista à Associação Brasileira de Qualidade Acústica, a arquiteta
Priscila Bencke disse que o bem-estar dos colaboradores está relacionado à
qualidade de vida no trabalho. Funcionários que desfrutam de luz natural, por
exemplo, são mais propensos a se manterem saudáveis e de bom humor, ressalta
ela, de acordo com um estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine.
Estudos mostraram que janelas com vista para a "natureza" podem ajudar a reduzir
a frequência cardíaca e os níveis de estresse.
Nos Estados Unidos, a cientista cognitiva do Colorado, Laura Malinin, tem
citado os conceitos de enriquecimento ambiental e áreas residenciais como

16
permitindo ações "novas, desafiadoras e envolventes" para ajudar pessoas com
doenças e distúrbios.
Em relação à variável ambiental cor, segundo o cientista social alemão Heller
(2014), cor e sentimento não estão ligados por acaso, nem são apenas gostos
pessoais - estão profundamente enraizados na linguagem e nas ideias desde a
infância. Heller (2014) aponta que cada cor pode ter efeitos diferentes dependendo
da ocasião e, além de cada efeito, várias cores intervêm – acordes cromáticos
compostos por cada cor mais frequentemente associados a um efeito específico
(HELLER, 2014). Nas palavras de Heller:

Um acorde cromático não é uma combinação aleatória de cores, mas um


efeito combinado constante. Tão importante quanto as cores mais
mencionadas são as cores que são combinadas com ela a cada vez.
Vermelho com amarelo e laranja tem um efeito diferente do vermelho com
preto ou roxo; verde com preto se comporta de maneira diferente do verde
com azul. O acorde cromático determina o efeito da cor dominante
(HELLER, 2012, p.22).

Segundo Heller (2014, p.24), “O contexto em que uma cor está inserida
explica seu significado, critério que pode revelar se uma cor seria considerada
agradável e correta, ou errada e falta de bom gosto.
Em relação à perspectiva que cria a ilusão de espaço, a cor também pode ter
esse efeito, varia de acordo com a temperatura da cor, a sensação de proximidade
aumenta conforme a temperatura da cor aumenta e diminui conforme a temperatura
diminui. Em suma, as cores quentes parecem mais próximas e as cores frias
parecem mais distantes. (HELLER, 2012).
Cumpre ressaltar que existem algumas coisas que devem ser consideradas
na escolha de uma cor, pois a cor funciona de forma diferente em cada pessoa,
influenciada por faixas etárias, estruturas psicológicas e restrições. Cada ambiente
também precisa ser avaliado especificamente, pois a cor pode ser afetada pela
incidência do sol, necessitando assim da avaliação da localização e o tamanho das
aberturas e o tipo de iluminação, pois esses fatores podem afetar significativamente
os resultados das cores.
Segundo Hosking apud ANVISA (2014, p.30) “A cor é uma linguagem
poderosa que pode afetar não apenas nosso estado mental, humor e percepção do
tempo, mas também nossa percepção de volume, forma, espaço e perspectiva.

17
Segundo Góes (2012, p.109 - 110) as cores com influências positivas para
esses ambientes são:

O vermelho é uma das cores mais atraentes, pode aumentar a pressão


arterial e a função corporal.
O laranja estimula o campo emocional e aumenta o apetite. É uma cor
jovem e alegre associada a sons altos, calor, ação e emoção.
O amarelo é considerado uma cor antidepressiva, estimula a concentração
e a criatividade, e atua na parte digestiva do ser humano. Está associado ao
tom agudo, um psicoestimulante, nervosismo e raciocínio aguçado.
O verde é uma cor que proporciona equilíbrio e calma, mas pode exacerbar
a depressão se usado em excesso, por isso é preciso ter cuidado ao usá-lo.
Está associado ao som suave, relaxamento e descanso, traz efeitos
sedativos e diminui a pressão arterial, atua no estresse e na insônia.
O azul é considerado uma cor calmante e, assim como o verde, é preciso
ter cuidado ao usá-lo, pois em excesso pode piorar a depressão. Está
associado a sons suaves e agudos, frios ou frios, calma e descanso, e é
usado para tratar doenças mentais e agitação.
Violeta é uma cor que muda, uma mudança que estimula a atividade
cerebral. É também um sedativo e atua no coração e nos pulmões. Está
associado à frieza, calma e descanso.
Indigo é uma mistura de azul e vermelho que estimula a atividade cerebral,
a criatividade e a imaginação pessoal.

Portanto, o uso correto da cor pode evitar emoções desagradáveis nos


pacientes, tornar o trabalho dos funcionários mais confortável e o ambiente mais
harmonioso. Vale ressaltar que, embora as cores mencionadas sejam adequadas
para os cenários psicoterapêuticos, elas exigem cuidado e consideração ao utilizá-
las.
Além do uso das próprias cores, suas combinações possíveis têm efeitos
diferentes: ambientes com apenas uma cor parecem monótonos, ambientes com
várias cores são confusos e desagradáveis. Não há regras para a combinação e uso
de cores, a serem seguidas na mesma direção do conceito e ponto de partida do
projeto arquitetônico, com a ocupação de cada ambiente, e de acordo com a
identificação da cultura local.

3.2.2 Neuroarquitetura ambiental e os canais sensoriais

O homem está a todo o momento sempre em um espaço no qual desenvolve


suas ações, seja um espaço destinado ao trabalho, lazer ou descanso. Uma vez que
a conexão entre o homem e seu ambiente é definida tão perto do ponto em que

18
todas as necessidades, expectativas e desejos humanos estão no ambiente,
estabelece-se uma relação interativa em que o homem aprende com seu ambiente,
recebe estímulos e responde a eles. Segundo Almeida (1995), se todos os eventos
humanos ocorrem no espaço, o corpo é descrito como sujeito do espaço e o espaço
arquitetural é descrito como o espaço vivenciado no cotidiano.
Diante dessa relação entre pessoas e espaço, o edifício construído deixa de
ser visto apenas em termos de suas características físicas (tectônicas), mas passa a
ser avaliado/discutido como um espaço "vivencial", passível de ocupação, leitura,
reinterpretação pelos usuários e /ou modificações (ELALI, 1997).
É assim que acontece a ocupação do espaço e a consequente ambientação
do espaço, conjunto de elementos que tornam o ambiente condicionado ao uso
humano. As concessões envolvem interações recíprocas de usuário/espaço. No
processo, as pessoas tomam os espaços, humaniza-os, transforma-os para lhes dar
a sua própria natureza. Humanizar os espaços significa torná-los aptos para o uso
humano; torná-los adequados e apropriado (MALARD, 1993).
Essa relação entre as pessoas e o espaço é validada na escala urbana, onde
as pessoas também interagem e se apropriam do ambiente em que o edifício está
inserido. Nas décadas de 1960 e 1970, o campo da psicologia ambiental, em
colaboração com profissionais de psicologia e arquitetura, começou a planejar
ambientes com base na percepção do usuário e na influência do espaço em seu
comportamento. Essa ideia foi realizada por autores como Edward Hall, Robert
Sommer, James Gibson e Kevin Lynch, e continua até hoje. (MEDEIROS, 2017,
p.200).
Os papéis e responsabilidades dos profissionais envolvidos na psicologia
ambiental tornam-se cada vez mais importantes, dada a crescente taxa de
urbanização do mundo e o fato de que os seres humanos passam a maior parte de
seu tempo no ambiente construído. Portanto, é necessário ressaltar que quanto mais
se entende o impacto das ações humanas em seu entorno, mais fácil é planejar
espaços que proporcionem qualidade ambiental e de vida aos usuários (ALMEIDA,
1995).

Desde que percebemos e vivemos no mundo, desenvolvemos as


habilidades para entender nosso ambiente espacial. No entanto, apenas
conhecer nossas próprias habilidades não é suficiente para entender como

19
nossos sentidos funcionam. Não basta saber como percebemos as
diferentes organizações espaciais e como elas afetam nossa percepção e
compreensão [...] (DISCHINGER, 2000, p. 66-67)

A percepção depende, antes de tudo, das condições físicas e psicológicas do


observador, da capacidade do meio em fornecer informações e do contexto social e
cultural que intervém nessa relação pessoa-ambiente. Podemos citar aqui o exemplo
usado por muitos autores, comparando bancos e tronos, ambos usados para sentar,
mas as pessoas se comportam de maneira muito diferente em relação a
eles(VILLAROUCO, 2021).
Desta forma, uma teoria foi proposta por James Gibson, na qual a percepção
do mundo externo se baseia não apenas nas sensações geradas por meio de
estímulos recebidos, mas também na detecção de informações do entorno de um
indivíduo. Segundo Dischinger (2000, p. 69), "O mundo em que vivemos é o mundo
da percepção. E o ambiente humano é a fonte de toda estimulação".
Gibson categoriza os sentidos de acordo com a forma como os humanos
obtêm informações de seus arredores. Para ele, as informações subjacentes
presentes no meio físico incluem: - contato mecânico com o meio, que provoca
diferenças temporais de pressão e deformação tecidual, permitindo orientação e
localização; - ondas provenientes de eventos vibracionais, onde o Tipo especifica o
tipo de evento mecânico e a localização da fonte (som); - Difusão de uma substância
volátil específica para sua fonte; - Contato químico com o meio ambiente através da
ingestão de alimentos selecionados; - Projeção perspectiva de objetos,
proporcionando condições visuais de transmissão de reflexão de luz. Portanto, os
canais sensoriais que podem detectar essas informações do ambiente são: o
sistema de orientação, o sistema auditivo, o sistema háptico, o sistema olfativo-
gustativo e o sistema visual (GIBSON, 1993).

20
4. METODOLOGIA PROJETUAL

Desenvoltura do levantamento físico do lote diante a localização e analise do


terreno como um todo e dar início a construção e modelagem artificial da Clínica de
Psicologia com a Neuroarquitetura Implantada em Imperatriz-MA.

4.1 LOCALIZAÇÃO

A cidade onde se instalará a Clínica de Psicologia com foco no design em


neuroarquitetura é Imperatriz, Região Metropolitana do Sudoeste Maranhense
(Figura 4.1.1), tendo 629,5 quilômetros de São Luís, capital do Estado. Imperatriz
conta com 259.980 habitantes, segundo o IBGE 2021, se tornando a 2 ª cidade
popularmente maior do Maranhão.

FIGURA 4.1.1 - Mapa de localização da microrregião do Maranhão, Imperatriz.

Fonte: Raphael Lorenzeto de Abreu, 2006

O lote foi pensado de forma a ser fácil para os pacientes devido a área ser
comercial, apesar de ter poucos centros clínicos e também um fluxo que não gera
engarrafamento. Nesse sentido, fica uma boa localização mais próxima de tudo e

21
um pouco afastada da movimentação da grande da cidade, que barra de euforia
precedente dos pacientes que ali serão o foco. O terreno estar na esquina da Rua
Santa Catarina e Rua Dr. Itamar (Figura 4.1.2), o bairro é o Maranhão Novo e fica
localizado na cidade de Imperatriz (Figura 4.1.3), município do Estado do Maranhão.

FIGURA 4.1.2 - Localização do lote

Fonte: Medina, 2022

FIGURA 4.1.3 - Limite do Bairro Maranhão novo

Fonte: Medina, 2022

22
4.2DIMENSÕES

As medidas do terreno é de 40mx35m (Figura 4.2.1) com total de 1.400m²


sendo duas fachadas para rua. A fachada frontal com 40m que se dar para a Rua
Itamar Guará e a fachada lateral esquerda para a Rua Santa Catarina, que se
encontra no bairro Maranhão Novo, bairro a margem da BR-010.

FIGURA 4.2.1 - Dimensões lote

Fonte: Medina, 2022

4.3 ÁREA VERDE

No lote atual predomina-se forrações e existe uma vasta área arbustiva no


entorno do terreno (figura 4.3.1) que futuramente ajudará na redução de poluição de
ruídos e também na redução da poluição do ar, logo deixando um ar mais puro ao
redor. Um dos fatores que levaram também a escolha do lote foram esses citados

23
acima, ser um local menos perturbador em relação a sons e poluição,
transparecendo desde a chegada dos pacientes na clínica, algo mais leve e menos
estressante.

FIGURA 4.3.1 - Áreas verdes

Fonte: Medina, 2022

4.4 VIAS DE ACESSO

As ruas que passam no terreno são as Ruas: Santa Catarina (que vem
sentido a uma das Avenidas principais da cidade, Avenida Bernardo Sayão) e tem
sentido único e Rua Dr. Itamar Guará (que tem acesso para a margem da BR-010 e
vem do centro da cidade) também de sentido único. As duas ruas são de fluxo
médio (Figura 4.4.1).

24
FIGURA 4.4.1 - Fluxo viário

Fonte: Medina, 2022

4.5 CONDIÇÕES FÍSICAS DO TERRENO

É um terreno não edificado contendo paredes em alvenaria em volta e é


composto por forrações, tendo como entorno: clínicas, galerias de lojas comerciais,
supermercados, bares, residências unifamiliares etc. A figuras 4.5.1 e 4.5.2 são
imagens recentes do lote escolhido.

FIGURA 4.5.1 - Imagem terreno

Fonte: Medina, 2022

25
FIGURA 4.5.2 - Imagem terreno

Fonte: Medina, 2022

4.6 CONDICIONANTES AMBIENTAIS

O norte do terreno se dar pelo canto direito na fachada frontal, vindo também
o vento em sentido nordeste que vem em direção a lateral direita do lote. O sol se
põe ao lado oeste, ficando a maior incidência solar durante a tarde e tendo contato
diretamente com a fachada lateral esquerda (Figura 4.6.1). No projeto da Clínica
existe possibilidades para ter vários jardins, no qual precisarão das informações das
condições ambientais feitas.
FIGURA 4.6.1 - Condicionantes lote

Fonte: Medina, 2022

26
5. PROGRAMA DE NECESSIDADE

Área de atendimento:
 Sala de atendimento 1
 Sala de atendimento 2
 Banheiro 1
 Banheiro 2
 Foço de luz (jardim)
Área social:
 Hall
 Recepção
 Sala de espera
 Lavabo
 Jardim
Área de serviço:
 Copa
 DML
 Banheiro 3
 Portaria
 Estacionamento
 Casa de bomba
Área administrativa:
 Escritório 1
 Banheiro 4

27
REFERÊNCIAS

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