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10 - Resgate
10 - Resgate
Resgate
JUNHO - 2019
essdmaterialdidatico@policiamilitar.sp.gov.br
1º CICLO DE ENSINO
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Sumário
Aula 1 e 2 - Viaturas e guarnições (UR, MOB e USA) conceito de primeiros socorros e obrigações do
socorrista, (Prevaricação e Omissão de Socorro); Sinalização e Isolamento ................................................ 3
Aula 3 e 4 - Visão geral das partes do corpo humano, nomenclatura das posições, Anatomia básica .......... 9
Aula 17 e 18 - Transporte de acidentados (uso do Ked, prancha longa e curta, colar cervical, rebatimento
na prancha, etc) ...........................................................................................................................................52
Aula 27 e 28 - Infarto, Angina, AVC, Epilepsia, diabetes e crise asmáticas ............................................. 103
Aula 29 e 30 - Mecanismo e fases do parto (normal ou iminente), procedimento em todas as fases ........ 116
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Aula 1 e 2 - Viaturas e guarnições (UR, MOB e USA) conceito de primeiros socorros e
obrigações do socorrista, (Prevaricação e Omissão de Socorro); Sinalização e Isolamento ;
1. VIATURAS E GUARNIÇÕES
01 Cb/PM motorista; e
UR - Unidade de Resgate
Composição: 03 Bombeiros.
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Aeronave de Transporte Aéro-Médico – Helicóptero Águia
OBRIGAÇÕES DO SOCORRISTA
A comunicação, entretanto, deverá ser norteada pelo discernimento do policial militar sobre o
que pode ou não ser transmitido à vítima.
O controle dos próprios sentimentos e a estabilidade emocional são características que o policial
militar tem que desenvolver, pois no atendimento de vítimas graves, ao tomar contato com
dramas pessoais e situações críticas, não poderá deixar que o “stress” da ocorrência possa
perturbar sua condição de profissional.
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Para completar o perfil de um bom policial militar, há que se considerar sua condição física e de
saúde, pois um indivíduo que tem limitações ou dificuldades nessa área aproveitará muito pouco
do treinamento ao qual foi submetido.
O policial militar é um indivíduo especial e muito importante para sua comunidade, portanto
deverá estar preparado para cumprir sua missão.
Cuidar antes de tudo de sua própria segurança: utilizar medidas de proteção individual, como
luvas, máscara ou barreira facial para ventilação, óculos protetores, etc. Observar a segurança do
local antes de abordar a vítima e estabelecer o acesso a ela de forma segura.
OBJETIVOS
IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS
Em locais de acidente, geralmente poderão surgir fatores que colocarão em risco o atendimento
às vítimas; por essa razão, o policial militar deve obter informações ao aproximar-se do local da
emergência, verificar as condições de segurança de local para si e para a vítima. Situações como
vazamento de combustível, queda de fios elétricos ou presença de gases tóxicos podem
comprometer seriamente o atendimento.
Sinalização:
Em um acidente ou local de sinistro, uma das primeiras providências que devem ser adotadas é a
sinalização. O policial militar deverá ter em mente que locais de acidente, geralmente, são
cenários propícios para a ocorrência de novos acidentes. Para sinalizar um local de ocorrência,
poderão ser utilizados recursos diversos, como a própria viatura policial, com seus dispositivos
luminosos, triângulo de segurança, cones ou meios de fortuna.
Todo acidente pode gerar um local de crime: razão pela qual é dever de todo policial militar
preservá-lo para a devida apuração de responsabilidade penal, pela autoridade policial.
5isco de vida para as vítimas, para quem for prestar socorro ou outras pessoas;
Após a sinalização, deverá será providenciado o isolamento da área onde se encontra a vítima,
levando-se em conta.
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Aula 3 e 4 - Visão geral das partes do corpo humano, nomenclatura das posições, Anatomia
básica.
ANATOMIA
Anatomia é a ciência que trata da forma e da estrut ura do corpo humano, e Fisiologia é a parte da
ciência que trata das funções orgânicas, process os ou atividades vitais, como crescimento,
nutrição, respiração, entre outros.
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ANATOMIA SISTÊMICA ANATOMIA REGIONAL ANATOMIA CLÍNICA
Anatomia Sistêmica: estuda o corpo em uma série de sistemas de órgãos, tais como, digestório,
ósseo, articular, circulatório, entre outros.
Anatomia Regional: Estuda as regiões do corpo como tórax, abdome, coxa e braço.
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O corpo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros.
POSIÇÃO ANATÔMICA
Sempre que tivermos que definir posições (esquerda, direita, anterior, posterior, ventral, dorsal,
etc.) estaremos visualizando o corpo humano na “Posição Anatômica”.
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Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes a sua superfície.
Para facilitar a compreensão da relação entre as estruturas, uma em relação à outra, planos de
referência imaginários passam através do corpo e o dividem.
PLANOS
Plano frontal ou Coronal: planos verticais que atravessam o corpo formando ângulos retos com o
plano mediano, dividindo-o em partes anterior (frontal) e posterior (dorsal).
Plano transversal: planos horizontais que dividem o corpo em partes superior e inferior.
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SUBDIVISÕES ANATÔMICAS DO CORPO HUMANO
CAVIDADES CORPORAIS
Dentro do corpo humano existem espaços que fazem mais do que separar os órgãos. Esses
espaços também tem a função de proteger e promover sustentação. A estes espaços chamamos de
cavidades do corpo.
CAVIDADE CRANIANA
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CAVIDADE TORÁCICA
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CAVIDADE ABDOMINAL
QUADRANTES ABDOMINAIS
CAVIDADE PÉLVICA
A pelve é subdividida em pelves maior e menor. A pelve maior, superior à abertura superior da
pelve, protege as vísceras abdominais inferiores (íleo e colo sigmoide). A pelve menor oferece a
estrutura óssea para os compartimentos da cavidade pélvica e do períneo, separados pelo
diafragma da pelve. O períneo refere-se à região que inclui o ânus e os órgãos genitais externos,
se estendendo do cóccix até o púbis e abaixo do diafragma pélvico. O quadril une a coluna
vertebral aos dois fêmures. Contém funções primárias e secundárias. •
Funções primárias: sustenta o peso do corpo nas posições sentadas e de pé; oferece fixação para
os fortes músculos da locomoção e postura
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Aula 5 e 6 - Sistema cardiorrespiratório, sistema nervoso central e morte cerebral.
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Estudaremos abaixo alguns desses sistemas.
Formado pelos vasos sanguíneos (artérias, veias e vasos capilares) e o coração, o sistema
cardiovascular ou sistema circulatório é responsável pela movimentação sanguínea no corpo
humano uma vez que sua função é transportar oxigênio e nutrientes para todas as partes do
corpo.
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Formado pelas vias respiratórias (cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios) e pelos
pulmões, o sistema respiratório é responsável pela absorção do oxigênio do ar e da eliminação do
gás carbônico retirado das células.
SISTEMA NERVOSO
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Formado pelo sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal) e sistema nervoso periférico
(nervos cranianos e raquidianos), o sistema nervoso é responsável pela captação, interpretação e
respostas às mensagens recebidas.
MORTE CEREBRAL
A morte cerebral, também chamada de morte encefálica, ocorre quando não há mais nenhum tipo
de atividade cerebral, seja elétrica (dos micro-impulsos entre os neurônios), circulatória ou
metabólica (referente a utilização de oxigênio, glicose e outros nutrientes pelas células
cerebrais). No entanto, é preciso que este fim das atividades seja irreversível.
No ponto de vista legal, esta é a principal definição de morte, pois classifica o fim da vida
mesmo que o coração ou pulmões consigam ser mantidos funcionando por aparelhos ou
medicamentos.
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Aula 7 e 8 - Exame da vítima; (Análise Primária).
AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS
É o processo ordenado pelo qual obteremos informações sobre os problemas de natureza clínica
ou traumática da vítima, por meio de entrevista e exames físicos, procurando identificar as
alterações que a coloquem em risco de morte e oferecendo-lhe os cuidados de Atendimento Pré-
hospitalar de modo a mantê-la estabilizada buscando sempre melhorar seu estado geral.
MEDIDAS PRELIMINARES
Conduta e/ou comportamento da vítima, atentando para qualquer alteração em suas condições,
em quaisquer das etapas de avaliação;
ANÁLISE PRIMÁRIA
C – circulation (circulação);
Esta é uma preocupação prioritária nas vítimas com suspeita de trauma ou encontradas
inconscientes para prevenir o agravamento de eventual lesão medular que poderá levar a
consequências como parada respiratória ou paralisias.
Considerar todo paciente encontrado inconsciente como portador de lesão raquimedular, visto
que é incapaz de fornecer informações ao socorrista sobre seu estado de saúde.
Manter a coluna cervical estável, nas vítimas de trauma, em posição neutra, manualmente,
durante todos os procedimentos até a aplicar do colar cervical e também do apoio lateral de
cabeça assim que a paciente estiver posicionada sobre a prancha rígida.
Devemos ser cautelosos, pois vítimas conscientes costumam se movimentar tão logo percebam a
chegada do socorro.
Depois que o motorista estabilizar a cabeça da vítima o Encarregado da Equipe deve tocá-la nos
ombros e chacoalhá-los levemente.
Cada estímulo deve ser uma tentativa isolada de obter uma resposta, ou seja, toque, chame pela
vítima em voz alta e observe a sua reação.
Varie o estímulo verbal aplicado. Algumas respostas somente são obtidas mediante ordem
verbal, portanto, solicite ao final que a vítima “abra os olhos”!
Obtenha dados sobre o ocorrido a fim de direcionar a avaliação da vítima para a queixa principal
da emergência clínica ou traumática.
Diga o que pretende fazer e que necessita de sua colaboração. Será necessário expor algumas
partes do corpo. Verifique se não há objeções por parte da vítima.
Se a vítima estiver inconsciente muitas informações importantes deixarão de existir e que poderia
ser útil na descoberta do tipo de emergência clínica ou, por meio das queixas, da existência de
uma trauma existente.
Neste caso o socorrista deverá seguir rigorosamente as etapas de avaliação primária e secundária.
Antes de efetuar a abertura das vias aéreas inspecione a cavidade oral, pois se houver presença de
vômitos, secreções ou corpos estranhos estes poderão obstruí-las após a manobra aplicada.
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REMOÇÃO DE CORPOS ESTRANHOS VISÍVEIS
Sempre que efetuar uma das manobras de liberação das vias aéreas recomendadas anteriormente,
abra a boca da vítima, inspecione a cavidade oral e remova corpos estranhos visíveis.
A tentativa chamada “busca às cegas” é um procedimento extinto e não pode ser utilizado, pois
pode empurrar objetos para a garganta produzindo uma obstrução total das vias aéreas.
Utilize a manobra de liberação de vias aéreas adequadas para cada tipo de emergência, seja ela
clínica ou traumática.
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(B) VERIFICAÇÃO DA RESPIRAÇÃO
O Socorrista deve checá-la num tempo de até 10 segundos. Diferenciar uma respiração
NORMAL de uma respiração ANORMAL (GASPING).
IMPORTANTE:
O socorrista profissional de saúde deve gastar um tempo inferior a 10 segundos tentando checar a
presença de pulso central (carotídeo ou femoral).
Se não conseguir sentir o pulso em até 10 segundos, deve iniciar as compressões torácicas,
mesmo que haja dúvida. Esta proposta visa melhorar a rapidez e a eficácia no diagnóstico
(constatação da parada cardíaca) e iniciar as compressões torácicas precocemente.
O pulso carotídeo é o pulso de primeira escolha para avaliar parada cardíaca em idades maiores
que 1 ano, embora o femoral também possa ser utilizado.
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Deve-se manter a cabeça da vítima hiperextendida com uma das mãos do Socorrista, exceto em
vítima de trauma. Com a outra mão, palpa-se o pulso deslizando dois ou três dedos da traqueia
em direção aos músculos laterais do pescoço, onde se abordam os batimentos da carótida na
fenda que separa estas duas estruturas. A palpação homolateral ao reanimador (do mesmo lado) é
a mais indicada.
Use dois ou três dedos para encontrar o pulso. Use somente a ponta d os dedos e nunca o polegar
(usando o polegar, o examinador poderá sentir seu próprio pulso digital).
HISTÓRICO
A Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma escala neurológica que parece constituir-se num
método confiável e objetivo de registrar o nível de consciência de uma pessoa, para avaliação
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inicial e contínua após um traumatismo craniano. Seu valor também é utilizado
no prognóstico do paciente e é de grande utilidade na previsão de eventuais seqüelas.
Inicialmente usado para avaliar o nível de consciência depois de trauma encefálico, a escala é
atualmente aplicada a diferentes situações.
A escala compreende três testes: respostas de abertura ocular, fala e capacidade motora. Os três
valores separadamente, assim como sua soma, são considerados.
DECORTICAÇÃO ou DESCORTICAÇÃO
Quadros de trauma, tumores ou de hemorragia que acometam áreas cerebrais localizadas acima
do colículo superior no tronco encefálico, de modo a eliminar a influência docórtex sobre os
tratos motores, resultam numa condição patológica denominada descorticação.
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Nessa condição, é afetado e interrompido o trato motor córtico-espinal, responsável pela flexão
dos músculos. Já o trato rubro-espinal, responsável pela flexão dos músculos do membro
superior, encontra-se íntegro apesar de ter perdido a conexão com vias ativadoras do córtex. Esse
trato também possui conexão com vias ativadoras do cerebelo e por isso ele manterá sua
funcionalidade, apesar de que esta se dá de forma anormal devido à perda de vias do córtex.
Os tratos responsáveis pela extensão dos músculos, tais como os tratos vestíbulo-
espinal e retículo-espinal, não terão sua funcionalidade alterada nesse tipo de lesão.
Como o trato flexor córtico-espinal foi afetado, este se tornará inativo levando à extensão dos
membros inferiores do indivíduo. E, como o trato rubro-espinal apresenta funcionalidade
anormal, ocorrerá a flexão dos membros superiores. Essas características motoras dos membros
são levadas em conta na avaliação diagnóstica do coma traumático, que é feita através da Escala
de Coma de Glasgow. Um indivíduo que apresente um quadro de decorticação já se encontra em
coma grave, porém o prognóstico é mais favorável que a Descerebração podendo evoluir para
ela.
DESCEREBRAÇÃO
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Os tractos responsáveis pela extensão dos músculos tais como os tractos vestibulo-espinal e
reticulo-espinal não terão sua funcionalidade alterada nesse tipo de lesão.
Quando o córtex perde influência ativadora sobre tais tractos flexores estes por sua vez se
tornarão inativos levando à extensão dos quatro membros do individuo. Essas características
motoras dos membros são levadas em conta na avaliação diagnóstica do coma traumático, que é
feita através da Escala de Coma de Glasgow.
Um individuo que apresente um quadro de descerebração, já se encontra coma grave, sendo que
a descerebração tem prognóstico pior que a *Decorticação.
Pontuação total: de 3 a 15
4 = Coma profundo;
7 = Coma intermediário;
11 = Coma superficial;
15 = Normalidade.
9-12 = Moderado;
13-15 = Leve.
Tendo em vista o estado cognitivo variado em crianças nas diversas idades que compreendem a
faixa etária até 5 anos e os diferentes níveis de resposta aos estímulos foram estabelecidas
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variações para as respostas, em especial, a verbal e a motora, conforme abaixo:
Lembre-se de que você foi treinado para atuar numa situação de emergência e suas intenções
serão devidamente reconhecidas pelas pessoas.
Algumas peças do vestuário não devem ser removidas. Por exemplo, uma pessoa que está usando
luvas e que tem um ferimento aberto na mão, poderá ter o sangramento aumentado, quando o
Socorrista tenta retirá-las. Neste caso, corte as luvas ao redor da lesão e faça a compressão direta
para controlar o sangramento. Tenha muito cuidado nos casos de esmagamento das mãos. As
mesmas orientações são aplicadas na remoção de sapatos ou botas.
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sangramento ou deformidade no local, não apalpe diretamente a lesão do couro cabeludo, abaixo
da peruca. lsto previne agravos adicionais ao ferimento da cabeça e aumento da hemorragia.
Respeitar as objeções do paciente, por motivos pessoais, incluindo religiosos, desde que isso não
implique em prejuízo para o atendimento com conseqüente risco à vida.
Utilizar tesoura apropriada (de ponta romba) evitando meios de fortuna que possam produzir
ferimentos ou causar contaminação.
Cobri-lo, logo que possível, com manta aluminizada, cobertor ou lençóis limpos, evitando tempo
demasiado de exposição que possa contribuir para a hipotermia.
Observe as linhas de corte para roupas como camisetas, blusas, entre outros.
Utilize tesoura de ponta romba para efetuar o corte. É inadequado e contrário ás orieintações
deste Manual o uso de facas, canivetes, estiletes ou quaisquer instrumentos que possam causar
ferimentos.
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LINHAS DE CORTE PARA VESTIMENTAS FECHADAS SOBRE O TÓRAX E ABDOMEN
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LINHAS DE CORTE E SEQUENCIA DE REMOÇÃO DE CALÇAS
Engasgo ou obstrução de vias áereas por corpo estranho (OVACE) é o bloqueio da traquéia de
uma pessoa por um objeto estranho, vômito, sangue ou outros fluidos. Engasgo é considerado
uma emergência médica.
Em casos severos, o engasgo pode levar a pessoa à morte por asfixia em apenas 4 minutos ou
deixá-la semi-consciente ou inconsciente por um tempo. Nessa situação, deve-se agir rápida e
precisamente para evitar complicações. A orientação eficaz do Atendente do Serviço de
Emergência médica pode valer mais que qualquer atendimento médico e evitar a morte da
vítima.
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a faixa etária do paciente (adulto, crianças e neonatos);
se gravidez ou obesidade mórbida;
se a vítima está consciente ou inconsciente
Para que o socorrista faça qualquer intervenção devem estar presentes os chamados “sinais
universais de asfixia” como os que estão apresentados ao lado. Caso contrário, incentive a vítima
a continuar tossindo para expulsar o corpo estranho.
Mãos na garganta”;
Se a vítima somente acenar afirmativamente com a cabeça considere que a obstrução é total!
MANOBRA DE HEIMILICH
Uma manobra pode ser salvadora neste momento. Conhecida como Manobra de Heimlich, foi
descrita em 1974 por Henry Heimlich.
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Inicialmente reconhecida pela Cruz Vermelha, foi adotada e difundida mundialmente como uma
manobra salvadora de vidas. É uma tosse “artificial” ou “auxiliada”, com o intuito de expelir o
objeto ou alimento da traqueia da pessoa
Esta manobra já é de domínio público em vários países onde é comum encontrarmos cartazes
com estas instruções, especialmente em restaurantes sempre associado ao número de emergência
local. Desse modo, é imprescindível que o atendente do SME seja competente para fornecer
instruções claras que auxiliem nas manobras de desobstrução
O posicionamento correto das mãos e os “puxões para cima” elevam subitamente o diafragma
criando compressão do ar residual das vias aéreas.
Nestes casos, ocorre um melhor resultado com as compressões torácicas já que as compressões
abdominais têm pouca efetividade para criar uma pressão nas vias aéreas.
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MANOBRAS DE DESOBSTRUÇÃO EM CRIANÇAS
VÍTIMAS INCONSCIENT ES
Se umaEvfíe
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compressões no esterno inspecione a boca objetos visíveis
cardiopulmonar com emprego de compressões e tentativas de ventilações de.
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Depois da desobstrução mantenha a vítima que esteja inconsciente ou que apresente vômitos na
POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO.
6. PARADA CARDÍACA
No Brasil, ocorrem 160 mil mortes súbitas por ano. Pessoas que aparentam absoluta normalidade
estão conversando com a família, andando pelo shopping, assistindo a um jogo, quando de
repente têm uma parada cardíaca e morrem.
Essa causa de morte é mais frequente depois dos 40 anos de idade e em maior número do que
somados os casos fatais de AIDS, acidentes com armas de fogo e automobilísticos, câncer de
mama e de pulmão.
A reação das pessoas que presenciam um fato como esse, em geral, é de perplexidade. Algumas
saem correndo e gritando sem saber como socorrer o doente; outras tentam colocá-lo num
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automóvel para buscar socorro num hospital. Entre todas, essa é a pior medida que poderemos
tomar porque, segundo os médicos especialistas, estaremos provavelmente transportando um
cadáver, uma vez que em 5 minutos, 50% dos indivíduos com parada cardíaca morrem. A partir
daí, 10% morrem a cada minuto que passa, portanto, em dez minutos, estarão todos mortos.
Em vista disso, é absolutamente fundamental saber como se deve agir quando alguém por perto
sofreu uma parada cardíaca. Tomar as medidas corretas nos primeiros minutos pode salvar a vida
de muitos pacientes.
Os locais com maior incidência de parada cardíaca costumam ser fora do ambiente hospitalar. Na
verdade, 86% das paradas cardíacas ocorrem nos próprios lares das vítimas, e mais de 50% dos
casos são assistidos por um adolescente ou por uma criança sem nenhum adulto por perto. Os
14% restantes, um número também muito grande, ocorrem em vias públicas ou em lugares de
grande concentração de pessoas como shopping centers, estádios desportivos, aeroportos, dentro
de aviões, cadeias públicas e, em alguns países, nos campos de golfe e nos cassinos.
MECANISMO FISIOLÓGICO
Acima de 85% das vezes, a parada súbita do coração é provocada por uma lesão aguda chamada
ataque cardíaco, geralmente, um infarto agudo do miocárdio. Quando um acidente desses
acontece, um dos mecanismos do coração para preservar a si mesmo é desencadear arritmias que
podem progredir para uma das modalidades mais frequentes de parada cardíaca: a fibrilação
ventricular.
Para entender melhor o que é fibrilação ventricular, vamos imaginar um barco com remadores
obedecendo ao comandante que lhes ordena – “Comecem a remar” -, mas não indica a direção e
cada um deles rema para um lado diferente. A embarcação não sai do lugar, é óbvio. A mesma
coisa acontece com o coração nos casos de fibrilação. Na realidade, o coração não parou de
funcionar, mas está batendo de maneira caótica e não consegue bombear o sangue que deveria
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irrigar o cérebro e os outros órgãos. No Brasil, isso acontece todos os anos com 160 mil pessoas
que não deveriam estar morrendo, porque existem meios para salvá-las.
RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR
Até pouco tempo, parada cardíaca era sinônimo de morte. Não mais do que 2% das pessoas
sobreviviam. Hoje, números mundiais mostram que se alcançam acima de 70% de sobrevida se
quem estiver por perto souber prestar os primeiros socorros. Existem técnicas simples e eficazes
de avaliação e atendimento e equipamentos idealizados para que os leigos possam manuseá-los
sem maiores dificuldades.
Até pouco tempo, existia uma série de procedimentos e técnicas que, se eram relativamente
complicados para os profissionais de saúde, imagine para os leigos. A partir de agosto de 2.000 e
uma ampla revisão em 2005, 2010 e 2015, uma força tarefa mundial resolveu simplificar as
técnicas de ressuscitação que hoje são amplamente divulgadas.
É a Cadeia da Sobrevivência que mostra como atuar desde o momento em que a pessoa tem uma
parada cardíaca até a chegada do profissional de saúde. Ela é composta por CINCO elos que
veremos a seguir.
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A Cadeia de Sobrevivência representa o conjunto de procedimentos prestados na cena da
emergência por quem a presencia e continuado pela rede de assistência pré-hospitalar e
hospitalar para garantir a recuperação plena de uma pessoa em parada cardíaca.
PARADA CARDÍACA
DEFINIÇÃO
Inconsciência;
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respiração está normal, na tentativa de distinguir vítimas com gasp agônico (ou seja, que
necessitam de RCP) de vítimas que respiram normalmente e que não necessitam de RCP.
O socorrista leigo deve ser instruído a iniciar a RCP se a vítima "não estiver respirando ou
apenas com gasping".
a vítima "não estiver respirando ou apresentar respiração anormal (isto é, gasping)". Portanto,
respiração deve ser rapidamente verificada como parte da verificação da PCR antes de o
profissional de saúde acionar o serviço de emergência/urgência e buscar o DEA (ou encarregar
alguém disso) para, então, verificar rapidamente o pulso e iniciar a RCP e usar o DEA.
Infelizmente, a maioria dos adultos com PCR extra-hospitalar não recebe nenhuma manobra de
RCP das pessoas presentes.
A RCP somente com as mãos (apenas compressões) aplicada pelas pessoas presentes melhora
substancialmente a sobrevivência de adultos após PCR extra-hospitalar em comparação com
situações em que não recebem nenhuma RCP dessas pessoas.
Outros estudos de adultos com PCR tratados por socorristas leigos mostram taxas de
sobrevivência similares entre as vítimas que recebem RCP somente com as mãos em comparação
com as que recebem RCP convencional (isto e, com ventilações de resgate).
Vale ressaltar que e mais fácil os atendentes/operadores instruírem os socorristas não treinados a
aplicar a RCP somente com as mãos do que a RCP convencional em vítimas adultas. Por isso, a
recomendação atual e mais incisiva para que ajam dessa forma.
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Nos casos de suspeita de PCR asfíxica (por falta de
oxigênio) como ocorre nos casos de afogamento, obstrução de vias aéreas por corpos estranhos,
trauma de crânio, choque elétrico e overdose de drogas (depressão respiratória) o atendente deve
instruir a fazer a RCP de forma tradicional, ou seja, aplicar 5 ciclos de 30 compressões torácicas
por 2 ventilações de resgate para as vítimas de qualquer idade, atuando sozinho ou com outros
socorristas.
Abrange uma freqüência de compressões entre 100 e 120 por minuto. Uma profundidade
de compressão entre 5 e 6 cm.
Permitir o recuo completo do tórax após cada compressão.
Minimizar todas as interrupções às compressões do tórax em tempo inferior a 10
segundos.
Substuição do Socorrista Compressor a cada 2 minutos.
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A RCP é interrompida por tempo superior a 10 segundos.
As compressões poderão ser feitas somente com uma das mãos sobre o tórax.
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Quando a RCP é feita em crianças por 2 ou mais socorristas se executa 15 compressões por 2
ventilações durante 2 minutos (><10 ciclos).
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RCP BEBÊS – TÉCNICA DOS POLEGARES
Posicione os 2 dedos médios da mão dominante 1 dedo abaixo da linha imaginária dos mamilos.
Mantenha a cabeça e pescoço do bebê alinhados para permitir a abertura plena das vias aéreas.
Inclinar para trás pode diminuir a passagem de ar por flexionar a traqueia.
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ATENÇÃO:
7. PRÁTICA RCP/OVACE
SEQUENCIA DE PROCEDIMENTOS
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RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR - 2 SOCORRISTAS
SEQUENCIA DE PROCEDIMENTOS
Posicione-se corretamente.
Socorrista Auxiliar: Socorrista Auxiliar: Mantenham compressões
Comprima rápido, forte e sem e vias aéreas abertas pelo
parar na frequência de fique de frente para mantenha vias tempo de 2 minutos (200
100/minuto e na profundidade
o Líder. aéreas abertas. compressões).
mínima de 5 cm.
A troca de socorristas deve ser feita ao final dos 5 ciclos ou 2 minutos de RCP, ou quando o
DEA alertar para interromper para ANALISAR. Esta troca de posições entre socorristas deve ser
feita em no máximo 5 segundos.
Efetuar a troca de socorristas ao término dos ciclos por meio de sinal previamente
convencionado;
Checar sinais vitais durante a troca de socorristas ou cumprir as orientações do DEA neste
tempo.
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ERROS NA APLICAÇÃO DA RCP
DEFINIÇÕES DE MORTE
Definição de Morte: “a parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte,
conforme critérios já bem estabelecidos pela comunidade científica mundial.” Trecho da
Resolução do Conselho Federal de Medicina Nº 1.480/97 de 8/8/97.
Nos países em que o APH é tradição, são reconhecidos três tipos de morte: a Morte Clínica, a
Morte Biológica e a Morte Óbvia.
Morte Óbvia: diversos estados que indiretamente definem uma situação de morte encefálica.
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Aula 15 e 16 - Análise Secundária (Teoria e prática).
8. ANÁLISE SECUNDÁRIA
Processo ordenado que visa descobrir lesões ou problemas clínicos que, se não tratados, poderão
ameaçar a vida, através da interpretação dos achados na verificação dos sinais vitais, exame
físico e na entrevista. Através da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela vítima o
socorrista poderá determinar o tipo de emergência e os procedimentos operacionais específicos.
Uma parte da análise é objetiva, através do exame dos sinais vitais e do corpo da vítima (exame
físico) e a outra é subjetiva, através de dados colhidos em entrevista.
Toda lesão ou doença tem formas peculiares de se manifestar e isso pode ajudá-lo no
descobrimento do tipo de problema que afeta a vítima. Estes indícios são divididos em dois
grupos: os sinais e os sintomas. Alguns são bastante óbvios, mas outros indícios importantes
podem passar despercebidos, a menos que você examine a vítima cuidadosamente, da cabeça aos
pés.
SINAIS: são detalhes que você poderá descobrir fazendo o uso dos sentidos – visão, tato,
audição e olfato – durante a avaliação da vítima. Sinais comuns de lesão incluem sangramento,
inchaço (edema), aumento de sensibilidade ou deformação; já os sinais mais comuns de doenças
são pele pálida ou avermelhada, suor, temperatura elevada e pulso rápido.
SINTOMAS: são sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Pode ser
necessário que o socorrista faça perguntas para definir a presença ou ausência de sintomas.
Pergunte à vítima consciente se sente dor e exatamente onde. Examine a região indicada
procurando descobrir possíveis lesões por trauma, mas lembre-se de que a dor intensa numa
região pode mascarar outra enfermidade mais séria, embora menos dolorosa. Além da dor, os
outros sinais que podem ajudá-lo no diagnóstico incluem náuseas, vertigem, calor, frio, fraqueza
e sensação de mal-estar.
SINAIS VITAIS
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2. Verificar a frequência cardíaca e a qualidade do pulso;
A frequência respiratória deve ser a primeira a ser avaliada e de forma discreta a fim de que o
paciente não interfira no resultado controlando a respiração.
Palpar o pulso radial para evitar que a vítima perceba que o socorrista está checando a respiração;
48
> Regular;
> Simétrico;
> Ruídos anormais.
CONTINUE apalpando o pulso radial e efetue a contagem dos batimentos por minuto.
Conte durante 30 segundos e multiplique por 2 e obtenha a frequência cardíaca (FC) que
representa a quantidade de batimentos por minuto (BPM);
Quando os batimentos cardíacos forem irregulares deve-se contar por 1 minuto para se obter a
FC correta.
PRESSÃO ARTERIAL
É a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das artérias. É constituída
por duas mensurações: PA máxima (sistólica) e PA mínima (diastólica).
Sistólica: é a pressão máxima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante
a contração do coração (sístole)
Diastólica: é a pressão mínima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias
durante o relaxamento do coração (diástole)
49
O resultado poderá apresentar-se:
Normal (normotenso);
Na faixa etária adulta os valores limites de PA são: PAS 140 mmHg – PAD 90 mmHg.
* Considerar hipertensos pacientes em qualquer idade adulta com valores de pressão arterial
igual ou superiores a 140 X 90 mmHg
ENTREVISTA
Colher dados com a própria paciente, familiares ou testemunhas, que possam ajudar no
atendimento, usando a regra mnemônica S A M P L A:
(S) Sinais e Sintomas: colher as queixas do paciente e associar aos sinais enocntrados durante a
avaliação física.;
(A) Alergias: substâncias como alimentos, medicamentos, plantas, pós, picada de insetos, entre
outros.;
(A) Ambiente: observar na cena de emergência indícios que possam sugerir a causa ou o
agravamento do problema ora existente.
50
Irradiação: (braço, esquerdo, mandíbula, fossa ilíaca direita);
Manifestações concomitantes: (a dor impede a movimentação, junto com a dor sente náuseas).
EXAME FÍSICO
O exame físico da cabeça aos pés aplicado em vítima adulta pode ser invertido (pés à cabeça),
quando a vítima é uma criança ou um lactente. Isto permite que a vítima habitue-se com a sua
presença e o seu toque.
51
Aula 17 e 18 - Transporte de acidentados (uso do Ked, prancha longa e curta, colar cervical,
rebatimento na prancha, etc).
MOVIMENTAÇÃO DA VÍTIMA
Transportar significa transladar uma vítima de trauma do local da ocorrência para o local do
atendimento especializado ou definitivo.
Não se deve movimentar uma vítima, a menos que seja absolutamente necessário para seu
atendimento ou haja um perigo real e iminente no local com incêndio, risco de explosão,
vazamento de gás, necessidade de RCP, outras vítimas embaixo ou a vítima insiste em mover-se,
etc.;
Sempre que possível, solicitar ajuda de outras pessoas para auxiliar na movimentação de uma
vítima. O policial militar sozinho deve evitar movimentar uma vítima de fratura ou lesões graves;
Não se deve transportar uma vítima antes que ela tenha recebido o atendimento pré-hospitalar
necessário;
52
contar do momento do acidente para ser localizada, desencarcerada, imobilizada, transportada,
dar entrada num pronto socorro e ser entregue a um especialista;
O transporte da vítima é uma fase do atendimento, portanto deverá ser adequado ao tipo de lesão
que ela sofreu;
Utilizar o meio adequado para transportar uma vítima; se não houver ambulância, adaptar um
carro; se não houver uma maca, improvisar uma padiola, etc.
Não mover a vítima da posição que se encontra antes de imobilizá-la, exceto quando: Estiver
num local de risco iminente;
Sua posição impede a realização da análise primária; Para garantir acesso a uma vítima mais
grave.
Observçãoes: Quando possível, sempre deverá ser solicitado o auxílio de outras pessoas. stas
técnicas poderão ser necessárias para retirar uma vítima de local de risco. Sendo assim, o policial
militar somente deve aplicá-la se houver absoluta necessidade. O Corpo de Bombeiros com
equipamentos adequados e treinamento adota outras técnicas como primeira atitude quando local
está seguro dentre elas podemos destacar: Rolamentos em bloco para olocação em prancha longa
(90°, 180°), elevação a cavaleira; Técnicas de resgate de “Elifas” entre outros.
Transporte em cadeirinha:
53
Transporte em cadeira:
Transporte em braço:
54
Transporte nas costas:
55
Remoção manual de vítima com suspeita com suspeita de fratura de coluna:
56
TÉCNICAS PARA TRANSPORTE DE UMA VÍTIMA
Se for absolutamente necessário efetuar o transporte de uma vítima sem nenhum tipo de
equipamento ou recurso, o policial militar deverá solicitar ajuda a duas ou mais pessoas. Nesses
casos, deverá também adotar precauções para evitar o agravamento das lesões sofridas pela
vítima.
Algumas técnicas poderão ser aplicadas, quando não houver recursos disponíveis, tais como;
Transporte de apoio: Utilizado em casos de extrema necessidade, quando não houver uma maca,
padiola ou outro recurso possível para o transporte.
Transporte com padiola - Poderá ser utilizada uma padiola comum ou improvisada.
57
Transporte em prancha longa ou tábua de imobilização de coluna:
Nesse tipo de transporte, poderão ser utilizadas um prancha de madeira longa ou uma tábua
improvisada, como uma porta, por exemplo. O policial militar deve fazer essa imobilização em
caso de suspeita de lesão na coluna.
58
Aula 19 e 20 - Hemorragias (externa e interna), choques (hipovolêmico, cardiogênico,
neurogênico, séptico e anafilático); Técnicas de Hemostasia;
Portanto, quando se tem uma perda sanguínea, não se está perdendo apenas o volume de sangue,
mas também as propriedades que o sangue proporciona. A vítima que apresenta uma hemorragia
abundante entra em estado de choque.
Sempre que o sangue sai do espaço vascular estamos perante uma hemorragia. As hemorragias
sendo uma emergência necessitam de um socorro rápido e imediato. É imperioso que a equipa de
socorro atue de forma rápida e eficaz.
A perda de grande quantidade de sangue é uma situação perigosa que pode rapidamente causar a
morte.
Um adulto com 75 Kg de peso tem cerca de 5,5 litros de sangue. A perda de 1 litro de sangue no
adulto, de 0,5 litro na criança ou de 25 a 30 mL num recém-nascido pode levar rapidamente ao
choque.
A gravidade da hemorragia depende de vários fatores, como o tipo de vaso atingido (artéria, veia,
capilar), da sua localização e do seu calibre.
O corte do principal vaso sanguíneo do pescoço, braço ou coxa pode causar uma hemorragia tão
abundante que a morte pode surgir dentro dos primeiros 3 a 10 minutos iniciais após a lesão.
TIPOS DE HEMORRAGIAS
Segue na tabela 1, uma classificação de hemorragia com seus respectivos sinais e sintomas para
um paciente com 70 kg de peso:
Volume de sangue
Até 15% 15 -30% 30-40% > 40%
perdido
Freqüência cardíaca < 100 Entre 100 -120 >120 > 140
Freqüência
14-20 20-30 30-40 >35
Respiratória
Assintomático
Sudorese, pele Agonizante, cianose,
Elevação Ansiedade,
fria, sede, semiconsciente ou
Outros sinais e moderada FC; agitação, palidez,
ansiedade, inconsciente, FR
sintomas pele pele úmida e
aumento FR, aumentada, ausência
ligeiramente pegajosa.
pulso fino. de pulso palpável.
fria, tontura.
O volume de sangue normal corresponde a 7% do peso ideal em adultos e a 8-9% do peso ideal
para crianças. Na tabela 1 os dados referentes à perda sangüínea (ml / %) são calculados para
uma pessoa adulta, do sexo masculino e com peso de 70 Kg.
60
CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS relativamente À ORIGEM
• HEMORRAGIAS ARTERIAIS
O sangue é vermelho vivo e sai em jato, em simultâneo com cada contração do coração. É uma
hemorragia muito abundante e de difícil controlo.
• HEMORRAGIAS VENOSA
O sangue é vermelho escuro e sai de uma forma regular e mais ou menos constante. Não obstante
não ser tão grave como a arterial, a hemorragia venosa poderá ser fatal se não for detetada. De
um modo geral, estas hemorragias são mais fáceis de controlar.
• HEMORRAGIAS CAPILARES
Têm uma cor intermédia (entre o vermelho vivo e o vermelho escuro) e o sangue sai lentamente,
devido à rotura dos minúsculos vasos capilares de uma ferida. Estas hemorragias são de fácil
controle, podendo parar espontaneamente.
• Ocorram feridas penetrantes provocadas por armas de fogo ou por armas brancas (Exemplo:
facas, navalhas);
61
• As hemorragias internas podem ainda acontecer em situação de doença como é o caso de uma
úlcera no estômago. Neste caso existem habitualmente sinais como hematemeses (vômitos com
sangue) ou melenas (fezes com sangue).
• Hipotermia;
• Vômitos de sangue;
• Dejecções de sangue;
• Ansiedade e agitação;
• Inconsciência.
É importante perceber que não se deve esperar pelos sinais e sintomas descritos, que muitas
vezes são tardios. Perante a dúvida, presumir lesão e hemorragia, passar dados ao COBOM
(solicitar apoio de SAV ou iniciar o transporte de acordo com as indicações do COBOM.
62
CONTROLE DE HEMORRAGIA EXTERNA
Bandagem triangular;
Atadura de crepe.
BANDAGEM TRIANGULAR
vértice
Em forma de gravata.
base ponta
ponta
Aplicar uma gaze estéril seca sobre o ferimento. Comprimir manualmente o local ou utilizar uma
bandagem triangular ou atadura de crepe para a fixação do curativo, exercendo pressão direta
63
sobre a área lesada. Se a compressa de gaze estéril saturar de sangue e a hemorragia persistir,
remova-a e aplique outra compressa sobre a primeira com maior volume e exerça maior pressão.
Aplicação de torniquete:
Deve-se utilizar uma bandagem triangular em forma de gravata, posicionada 5 cm antes da lesão,
protegendo a pele com compressas de gaze envolvendo o membro antes de sua aplicação.
Colocar um bastão, girando-o até que cesse a hemorragia.
Procedimentos operacionais:
64
Envolver o membro com a bandagem, dando duas voltas e prendê-lo com apenas uma laçada.
Colocar um bastão, pedaço de madeira ou caneta e terminar o nó, dando outra laçada.
Segurar nessa posição sem aliviar a pressão em nenhum momento até chegar ao hospital.
Fixar um aviso de torniquete em lugar visível (exemplo: testa do paciente), informar a equipe do
hospital.
ATENÇÃO
Lembrar que o torniquete priva os tecidos de oxigênio e também comprime os nervos, podendo a
vítima perder o membro em decorrência deste procedimento, portanto o transporte até o hospital
deve se iniciar precocemente.
65
O torniquete é usado apenas como último recurso para controlar uma hemorragia que não cessou
com os procedimentos anteriores.
Liberação de substâncias de degradação celular para a corrente sangüínea: toxinas, ácido láctico
do metabolismo anaeróbio, entre outros.
IMOBILIZAÇÃO
Importante técnica coadjuvante para todos os casos de hemorragias. Não se deve permitir a
movimentação da área lesada. Um músculo lesado apresenta espasmos musculares, que por sua
vez causam contrações nos vasos lesados impedindo ou retardando a formação do coágulo e
aumentando a velocidade da perda sangüínea, agravando a hemorragia. A imobilização reduz os
espasmos musculares, sendo fundamental para que não se aumente a lesão dos tecidos das
proximidades e se aumente a hemorragia.
66
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR GERAL PARA HEMORRAGIAS
Ventilação e Oxigenação;
Disfunção neurológica;
• Administrar oxigênio: Garantir oximetria ≥ 95% (se grávida ≥ 97% ; se DPOC entre 88-92%);
10 L/min;
67
HEMORRAGIAS INTERNAS
De difícil diagnóstico, exigem que o socorrista tenha um bom nível de treinamento para
pesquisar a história do acidente relacionado o mecanismo do trauma com a possibilidade de
lesões ocultas e para realizar um exame secundário detalhado.
Nunca obstrua a saída de sangue através dos orifícios naturais: boca, nariz, orelha, ânus, vagina.
ESTADO DE CHOQUE
PERFUSÃO
68
Quando os mecanismos protetores não conseguem manter uma circulação satisfatória, a perfusão
dos órgãos fica comprometida. Este comprometimento pode tornar-se irreversível e a perda da(s)
função(ões) do(s) órgão(s) evolui para a morte do organismo.
CHOQUE NEUROGÊNICO
Esse tipo de choque é decorrente de uma lesão na medula espinhal. Esta lesão leva à paralisia da
parede das artérias devido a interrupção da comunicação com o sistema nervoso central causando
uma imensa vasodilatação na periferia do corpo da vítima. Há diminuição do retorno do sangue
venoso ao coração e conseqüente queda do volume de sangue bombeado pelo coração.
Os sinais marcantes são: diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos (hipotensão
com bradicardia), pele rosada devido a vasodilatação dos vasos sanguíneos na superfície da pele.
CHOQUE CARDIOGÊNICO
CHOQUE ANAFILÁTICO
CHOQUE SÉPTICO
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
No choque hipovolêmico há redução do volume circulante com a perda de sangue e com isso, a
volemia torna-se instável. Comuns nos casos de grandes hemorragias (externas ou internas),
queimaduras extensas, desidratação.
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
OBSERVAÇÃO
Nunca ofereça medicamentos, alimentos ou líquidos para ingestão para uma pessoa com sinais
ou sintomas de choque.
Pode-se aliviar a sede da vítima umedecendo seus lábios com uma gaze embebida em água.
TRAUMA DE CRÂNIO
Nem sempre um trauma de crânio provoca lesão encefálica. Os impactos violentos, comuns em
acidentes, podem, entretanto, provocar uma lesão genericamente denominada traumatismo
cranioencefálico (TCE).
Saída de líquido cefalorraquidiano ou sangue pela orelha, nariz ou boca; Olhos arroxeados,
hematomas ao redor dos olhos ou atrás das orelhas; Desigualdade das pupilas e direção dos
olhos;
No caso de quedas, acidentes e traumas em geral, sempre suspeitar da lesão de coluna vertebral;
Providenciar a imobilização do pescoço, mantendo a cabeça na posição neutra;
Controlar as hemorragias, porém não impedir que o sangue ou outros fluidos corporais saiam
pela orelha ou nariz;
72
Se ocorrer convulsões, afastar objetos que possam causar ferimentos à vítima; Monitorar
periodicamente os sinais vitais e o estado de consciência;
Nas lesões que atingem a face, o principal perigo é a obstrução das vias aéreas; 8) Prevenir o
estado de choque;
O trauma de coluna vertebral poderá ter como consequências graves lesões na medula espinhal.
Evitar a lesão de medula, após um trauma de coluna, deve ser uma preocupação constante do
policial militar. A movimentação indevida da vítima poderá provocar um segundo trauma,
provocando paralisia dos músculos do tórax, com consequente parada respiratória ou ainda
causar paralisia completa (tetraplegia).
Além da história do acidente (mecanismo do trauma), que pode sugerir uma possível lesão de
coluna, o policial militar deve observar os seguintes sinais e sintomas:
Suspeitar de lesão medular em toda vítima de trauma que estiver inconsciente; Controlar as
hemorragias graves, ainda que haja suspeita de lesão na medula;
Utilizar equipamento adequado para imobilização da cabeça e pescoço ou improvisar com meios
de fortuna;
Monitorar periodicamente os sinais vitais e o estado de consciência, lembrar que em alguns casos
a lesão de medula pode provocar paralisia dos movimentos respiratórios.
73
Transportar a vítima com o máximo de cuidado, sobre superfície rígida (tábua, porta, prancha).
TRAUMA DE TÓRAX
O trauma de tórax, além de afetar órgãos vitais, como coração, pulmão e os principais vasos
sanguíneos, poderá também atingir órgãos abdominais protegidos pelas costelas, como o fígado.
As costelas fraturadas podem provocar afundamento de tórax, com graves consequências.
Ex: ferimentos por arma branca; ferimentos por arma de fogo ou queda sobre objeto pérfuro-
cortantes. Qualquer estrutura ou órgão pode ser lesado.
Contusos: as forças são distribuídas sobre uma grande área, e muitas lesões podem ocorrer por
desaceleração e compressão. Condições como pneumotórax, tamponamento cardíaco, tórax
instável, ruptura de aorta deve ser suspeitada quando o mecanismo de trauma envolve
desaceleração rápida.
Dor local;
Equimose ou hematoma local; Dificuldade ao respirar;
Diminuição da expansão torácica do lado afetado; Crepitação óssea.
74
TÓRAX INSTÁVEL
Tórax instável é causado geralmente por impacto direto no esterno ou impacto lateral causando
fratura de dois ou mais arcos costais consecutivos em dois ou mais pontos.
Respiração paradoxal: o segmento do tórax que está fraturado apresenta movimentação contrária
à do restante durante a respiração.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Restrição do movimento do local fraturado utilizando-se o braço do lado afetado apoiado sobre o
local da fratura, fixando com tipóia.
OBSERVAÇÕES:
Existem ainda as lesões classificadas como pneumotórax (aberto, fechado e o hipertensivo) bem
como o quadro de tamponamento cardíaco.
75
Observar alterações respiratórias: dispnéia, respiração paradoxal, tosse sanguinolenta
(hemoptise); Observar presença de cianose na face, especialmente nos lábios;
Verificar sinais de choque hemodinâmico;
Observar no pescoço: desvio de traqueia ou distensão dos vasos do pescoço (estase
jugular), enfisema subcutâneo;
Observar no tórax: assimetria da parede torácica na respiração, ferimentos abertos,
deformidades, hematomas, equimoses, escoriações, crepitação óssea, enfisema
subcutâneo.
Se estiver encravado:
Não retirá-lo;
Estabilizá-lo;
Transportar a vítima em DDH, exceto que o objeto esteja encravado na região dorsal; neste caso
a vítima deverá ser transportada em decúbito lateral (DL) do lado não afetado, mantendo a
imobilização manual da coluna.
76
12. QUEIMADURAS TÉRMICAS, POR AGENTES QUÍMICOS E ACIDENTES COM
ELETRICIDADE
QUEIMADURAS
Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos em decorrência de trauma de origem térmica
resultante da exposição ou contato com chamas, líquidos quentes, superfícies quentes,
eletricidade, frio, substâncias químicas, radiação, atrito ou fricção.
ANATOMIA DA PELE
A pele é o tecido de revestimento do corpo determinando seu limite com o meio externo e
corresponde a 16% do peso corporal.
É formada por três camadas: epiderme, derme e hipoderme, da mais externa à mais profunda,
respectivamente.
77
FUNÇÕES DA PELE
Proteção contra elementos ambientais: funciona como barreira protetora contra agentes físicos
(calor, frio, radiações), químicos (água e várias outras substâncias) e biológicos
(microorganismos).
CAUSAS DE QUEIMADURAS
Térmicas: líquidos quentes, gordura quente, ferro quente, vapor e através do fogo;
Químicas: substâncias químicas industriais, produtos de uso doméstico, como solventes,
soda cáustica, alvejantes ou qualquer ácido ou álcalis.
Elétricas: corrente de baixa voltagem (eletrodomésticos), alta tensão e raio;
Radiantes: resultam da exposição à luz solar ou fontes nucleares;
Luz intensa: atinge principalmente os olhos.
Biológicas: Seres vivos: como por exemplos, taturanas, “água viva”, urtiga.
78
CARACATERÍSTICAS DAS QUEIMADURAS
Provocar uma queimadura é semelhante a fritar um ovo. Quando o ovo é quebrado em uma
chapa quente, inicialmente, é líquido e transparente. Com a exposição a altas temperaturas
rapidamente se torna opaco e solidifica. Um processo quase idêntico ocorre com o tecido
humano quando uma vítima se queima.
79
Espessura superficial
Queimadura solar
Rubor
Dor
calor
Fonte:
PHTLS Primeira Resposta no
Trauma - 2013
Espessura parcial
Formação de bolhas
Dor
Leito da ferida é brilhante
Fonte:
PHTLS Primeira Resposta no
Trauma - 2013
80
Espessura total
Aparência similar a couro
Coloração branca e
chamuscada Fonte:
Fonte: Tecido morto
As vítimas apresentarão dor
nas áreas adjacentes ás
queimaduras de terceiro
grau.
Essas lesões são caracteristicamente cercadas por áreas de queimaduras de 2º e 1º grau, que
são extremamente dolorosas.
Queimadura de 4º Grau – As queimaduras de 4º grau são aquelas que acometem não somente
todas as camadas da pele, mas também o tecido adiposo subjacente, os músculos, os ossos ou os
órgãos internos.
Existem diversos métodos para determinar a SCTQ, entre os quais a "Regra dos Nove" ou Regra
de Wallace, e estimativas baseadas no tamanho da palma da mão da pessoa. A regra dos nove é
de fácil memorização, mas só é precisa para pessoas com mais de 16 anos de idade. Outra forma
é a “Regra da Palma da Mão”, baseia-se no fato de esta superfície corresponder a
aproximadamente 1% da superfície total de pele.
81
REGRA DOS NOVE DE WALLACE
REGRA DOS NOVE: é uma maneira de mensurar aproximadamente a extensão das queimaduras
expressa em porcentagem (%) de área corpórea queimada, a qual pode variar de acordo com o
tamanho de cada região e conforme o indivíduo se desenvolve da infância até a maturidade.
A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões; onze delas equivalem a 9 % cada
uma, e a última, a região genital equivale a 1 %, conforme segue:
Cabeça e pescoço
MMSS
Tronco anterior
Tronco posterior
MMII
Genitais
Total
82
Quanto maior a profundidade e a extensão da queimadura maior é a gravidade da vitima e a
necessidade de atendimento de primeiros socorros especializados.
A vítima que possui mais de 10% da área corpórea queimada é considerada grave, necessita de
atendimento de primeiros socorros especializados.
Queimaduras na região dos olhos, face e couro cabeludo implicam cuidados com as vias aéreas,
pois elas podem estar obstruídas em razão do edema das mucosas, decorrente da queimadura.
O socorrista deve sempre estar munido de equipamento de proteção individual: luvas, óculos e
vestimenta adequada (calças, camisas longas e calçados que protejam os pés).
Antes de iniciar o atendimento inicial de primeiros socorros, deve-se sempre avaliar a segurança
do local (presença de fogo, produtos químicos e energia elétrica), a cena (o tipo de acidente) e a
situação (o que pode ter provocado o acidente). É importante que o socorrista não se torne mais
uma vítima. Portanto, caso o ambiente não esteja seguro, adotar as medidas de proteção pessoal e
da Equipe, das outras equipes no local, da vítima e outras pessoas envolvidas.
Caso haja acometimento da face (queimadura de pele, cabelos ou pelos do nariz e das pálpebras
ou fuligem na região orofaríngea) ou possibilidade de que a vítima tenha inalado fumaça ou
gases, dar especial atenção às vias aéreas e respiração. Cobrir os olhos da vítima com gaze
umedecida em soro ou água limpa.
Proteger as áreas queimadas com compressa ou plástico estéril, ou ainda, para área queimada
inferior a 10%, utilizar compressas de gaze umedecidas ou manta de hidrogel.
Realizar a avaliação primária. Lembre-se sempre que todo queimado é uma vítima de trauma
grave e pode ter outras lesões associadas. A vítima deve receber os cuidados por ordem de
prioridade. Nunca se esquecer da proteção da coluna cervical quando indicado.
83
É muito importante proteger as queimaduras contra possíveis infecções e nunca romper as bolhas
que possam vir a se formar devido à queimadura. As lesões devem ser protegidas com
compressas ou panos limpos e envolvidas em um cobertor.
É importante não permitir que se coloque sobre a queimadura: pomadas, mercúrio, pasta de
dente, folhas de plantas ou qualquer outro produto. Embora proporcionem um alívio ou sensação
de conforto imediato, esses produtos poderão causar lesão adicional.
Durante o transporte para o hospital é muito importante sempre observar e reavaliar a condições
da vítima. Ao transportar a vítima, muito cuidado para não agravar mais as lesões existentes.
CONDUTAS ESPECÍFICAS
1. Caso haja fogo nas vestes, este deve ser apagado com água em grande quantidade.
2. O corpo da vítima no local da queimadura deve ser resfriado com soro fisiológico ou
água em temperatura ambiente.
3. Retire vestes soltas com delicadeza, sem arrancá-las, cortando-as com tesouras. Não
arrancar tecidos que estejam aderidos à pele, apenas resfriá-los com soro fisiológico ou
água na temperatura ambiente. Se a vítima estiver usando relógios e adornos (anéis,
pulseiras, etc) estes deverão ser retirados.
84
Não permitir que a vítima corra e abafar da cabeça em direção aos pés evitando que, de outro
modo, os gases aquecidos atinjam a face da vítima.
Caso a vítima tenha queimaduras de mãos ou pés, os dedos devem ser separados por gazes ou
panos limpos e umedecidos com soro fisiológico ou água em temperatura ambiente.
85
QUEIMADURAS NAS VIAS AÉREAS
Queimaduras que envolvam vias aéreas são graves, podendo levar à obstrução das superiores.
Queimaduras por vapores aquecidos podem atingir vias aéreas inferiores, enquanto as produzidas
por calor seco normalmente atingem apenas as vias aéreas superiores, porque o ar não é bom
condutor de calor. A extensão e gravidade da queimadura das vias aéreas podem ser
subestimadas na avaliação inicial, porque a obstrução das vias aéreas não se manifesta no
momento, mas se desenvolve gradualmente à medida que aumenta o edema dos tecidos lesados.
As vítimas podem necessitar de intubação endotraqueal antes que uma obstrução severa a
impeça. Por isso, é importante identificar os sinais de queimadura das vias aéreas antes que se
desenvolva a obstrução.
Sinais de alerta:
Queimaduras faciais;
Queimaduras na face e pescoço podem produzir edema local e produzir obstrução de vias aéreas.
86
Irrigar a lesão com soro fisiológico ou água limpa e cobrir os dois olhos com gaze seca estéril.
Além da queimadura das vias aéreas, outras lesões potencialmente graves são as causadas por
inalação de fumaça e a intoxicação por monóxido de carbono. Suspeite sempre que isso possa ter
ocorrido se há história de confinamento em ambientes incendiários, explosivos ou se a vítima
apresenta alteração do nível de consciência.
O monóxido de carbono é um gás incolor, inodoro. Ele não causa lesão direta às vias aéreas ou
ao pulmão, mas possui afinidade com a hemoglobina 200 vezes maior que a do oxigênio. Isso
significa que ele se liga mais fácil e firmemente à hemoglobina que o oxigênio. Quanto maior a
87
quantidade de monóxido de carbono inalada, maior a quantidade de hemoglobina ligada ao
monóxido (carboxiemoglobina) e, portanto, menor a quantidade de hemoglobina ligada ao
oxigênio (oxiemoglobina). A diminuição da oxiemoglobina leva à hipóxia tecidual que, severa,
causa a morte.
Os sintomas variam de acordo com o grau da intoxicação, indo desde náuseas e cefaléia intensa
até confusão, inconsciência e, finalmente, óbito. A pele se apresenta em tom vermelho cereja,
sinal nem sempre presente. É importante saber que a oximetria de pulso nessa situação pode
levar a conclusões falsas. O oxímetro de pulso mede a porcentagem de hemoglobina saturada,
mas não diferencia a hemoglobina saturada com oxigênio da saturada com monóxido de carbono;
conseqüentemente, o resultado obtido deve ser encarado com reservas. Assim, o indivíduo pode
estar com uma intoxicação severa por monóxido de carbono, inconsciente, e a leitura da
saturação marcar 100% por causa da grande quantidade de carboxiemoglobina.
Diminuir a dor;
Diminuir a contaminação;
Evitar a perda de calor.
88
contaminação da ferida; na sua ausência, usar água limpa. Nas queimaduras extensas, o uso de
curativos úmidos, frios, pode levar a hipotermia, porque a pele queimada perde a capacidade de
auxiliar na regulação da temperatura corporal, ficando a vítima suscetível à perda de calor;
quando usados, não devem cobrir mais que 10% da superfície corporal. Quando a extensão da
queimadura for muito grande, é preferível envolver ou cobrir a vítima com lençóis limpos, secos,
em vez de tentar aplicar grandes curativos. Quando houver hemorragia associada, usar curativos
compressivos habituais. Não remover roupas firmemente aderidas nem romper bolhas. Os
curativos devem ser espessos e firmes, mas não apertados.
A queimadura causada pelo frio acontece quando uma parte do corpo é exposta durante um longo
período a temperaturas muito baixas. Temperaturas próximas ou abaixo do ponto de
congelamento podem produzir isquemia tecidual, congelamento e, assim, lesões teciduais.
A queimadura de frio é mais frequente nos dedos das mãos, pés, nariz, orelhas, bochechas e
queixo. A pele se apresenta acinzentada ou amarelada e fria; a vítima se queixa de dor ou
amortecimento local; as lesões mais profundas deixam a pele com aspecto de cera; dor e
amortecimento desaparecem, porque as terminações nervosas estarão lesadas. Lesões superficiais
podem ser tratadas por reaquecimento, colocando a região atingida em contato com superfície
corporal aquecida. Lesões profundas só devem ser reaquecidas em ambiente hospitalar.
Em casos graves, pode levar à amputação de áreas afetadas. Na maioria dos casos de
queimaduras de frio, apenas a pele é congelada, porém, em casos mais extremos, os tecidos
internos podem ser afetados e é preciso tomar cuidados mais delicados. Esse segundo tipo de
queimadura de frio, requer cuidados médicos para minimizar os danos e reduzir a possibilidade
de problemas mais graves.
89
LESÕES TECIDUAIS
Lesões teciduais
graves
produzidas pelo
congelamento
dos tecidos.
QUEIMADURAS QUÍMICAS
Normalmente, as queimaduras por álcalis são mais graves que as causadas por ácidos, porque
aqueles penetram mais profundamente nos tecidos.
O princípio básico do tratamento consiste em irrigar a área queimada para retirada de toda
substância cáustica, que continua a reagir enquanto permanecer em contato com os tecidos.
Iniciar a irrigação copiosa imediatamente, somente com água corrente ou soro fisiológico; não
usar substâncias neutralizantes. A simples utilização de compressas úmidas pode agravar a lesão,
porque a água em pequena quantidade reage com certas substâncias e produz calor, o que
aumenta a severidade da lesão. Retirar roupas e sapatos da vítima enquanto proceder à irrigação,
porque pode haver acúmulo de líquido com uma concentração de substância cáustica suficiente
91
para produzir queimaduras. Sempre que possível, evitar que o líquido da irrigação escorra por
áreas não-queimadas. Proteja-se também durante o procedimento.
As substâncias cáusticas na forma de pó, como soda cáustica, por exemplo, devem ser retiradas
por escovação. Só irrigar as queimaduras produzidas por pó se as lesões já estiverem úmidas.
Duração do contato;
Os agentes químicos são classificados como ácidos, bases, orgânicos e inorgânicos. Os ácidos
consistem em substância química de pH entre 7 (neutro) e 0 (ácido forte). As bases apresentam
pH entre 7 e 14. Ácidos e bases provocam lesão aos tecidos humanos por dois mecanismos de
ação diferentes. Os ácidos danificam os tecidos por meio de um processo denominado necrose
por coagulação: o ácido promove a coagulação das proteínas, e o tecido lesionado transforma-se
em uma barreira que impede a penetração mais profunda do ácido. Em contrapartida, nas
queimaduras provocadas por bases, há destruição do tecido por necrose de liquefação; a base
liquefaz o tecido, possibilitando que a substância química o penetre mais, aumentando a
profundidade da lesão.
Antes de manipular qualquer vítima que ainda esteja em contato com o agente agressor, o
socorrista deve proteger-se de sua exposição, com luvas, óculos e vestimenta adequada;
92
Se possível identificar o agente agressor;
Retirar as vestes da vítima que estiver impregnada pelo produto e irrigar a pele com água
corrente, abundantemente.
Irrigar a área com água abundante pelo tempo mínimo de 20 minutos, antes de iniciar o
embarque e transporte, exceto, nas situações que exijam o emprego do MANUAL DE Transporte
Imediato;
Se o produto for seco (na forma de granulado ou pó) retirá-lo manualmente sem friccionar (com
pano seco ou escova). Em seguida irrigar o local conforme recomendado;
93
Se a lesão for nos olhos, lateralizar a cabeça (para não atingir o olho íntegro), irriga-los por no
mínimo 10 minutos com água corrente ou soro
fisiológico antes de transportar e manter a
irrigação durante o transporte.
BIOSSEGURANÇA
94
NAS QUEIMADURAS ELÉTRICAS
Lembre-se sempre que a segurança é primordial, não se torne mais uma vítima. Acione o apoio
necessário para a intervenção e segurança neste tipo de acidente.
É muito importante não se esquecer de desligar a fonte de energia elétrica antes de iniciar o
atendimento à vítima.
Fios caídos devem sempre ser considerados energizados, se estes estiverem em contato com
veículos, as vítimas que estiverem no interior do carro devem ser orientadas para permanecerem
dentro deste, até que a energia elétrica seja desligada. Exceção deve ser feita em risco iminente
de incêndio ou explosões, nestas situações a vítima é orientada a pular do veiculo o mais longe
que puder, tomando o devido cuidado para não cair sobre a área energizada.
Procure os locais de entrada e saída da corrente elétrica, cobrindo-os com gaze ou um pano limpo
e encaminhe a vítima imediatamente ao hospital.
Lembre-se: as queimaduras elétricas podem ser mais graves do que aparentam na observação
inicial. Em geral, a queimadura aparentemente é pequena, porém a corrente elétrica provoca
lesão extensa dos tecidos mais profundos.
95
CONDUTA PARA ATENDIMENTO DE VÍTIMAS DE QUEIMADURAS QUÍMICAS
Antes de manipular qualquer vítima que ainda esteja em contato com o agente agressor (no
ambiente, nas vestes, ou na pele), proteger-se de sua exposição (luvas, óculos e vestimenta de
proteção). Se possível, identificar o agente agressor.
Retirar as vestes da vítima que estiverem impregnadas pelo produto e lavar a pele com água
corrente, abundantemente por pelo menos 10 minutos.
Se o produto for seco (na forma granulado ou pó), retirá-lo manualmente sem friccionar (com
pano seco ou escova). Em seguida lavar o local com água corrente abundante.
ATENÇÃO
Nos produtos secos, não utilizar água antes de retirá-lo, pois poderão dissolvê-los aumentando a
área de contato com o agente.
Não furar bolhas e nem passar qualquer produto não orientado (pasta de dente, gelo, pomada
entre outros.).
Qualquer vítima com lesões por queimadura pode estar associada a outros tipos de traumas,
portanto, especial atenção deve ser dada à análise primária.
96
As lesões causadas por acidentes com eletricidade podem levar uma vítima a uma parada
cardíaca, paralisação da respiração por contração dos músculos respiratórios e ocasionar
queimaduras locais de limites bem definidos ou de grande extensão. A queimadura geralmente
será de 3º grau, podendo, em alguns casos, provocar a carbonização da área afetada.
Procedimentos operacionais
Se os fios estiverem em contato com veículos, orientar as vítimas a permanecerem no seu interior
até que a companhia de eletricidade possa desenergizá-los, a não ser que haja risco iminente de
incêndio ou explosões; nestas situações, orientar a vítima a pular do veículo sem fechar o circuito
com o solo;
O socorrista que for utilizar o croque deverá ter amarrado na cintura uma “linha de vida”
(cabo multi-uso) com a finalidade de retirá-lo rapidamente em caso de contato com a
fonte de energia.
Realizar análise primária da vítima;
Observar atentamente a qualidade do pulso, pois nessas situações podem ocorrem
arritmias cardíacas.
97
Informar a Central de Regulação e aguardar determinação.
Tratar as queimaduras.
Tratar os ferimentos com técnica adequada.
Os problemas mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada respiratória ou
cardiorrespiratória, dano ao sistema nervoso central, lesões em órgãos internos e traumas
associados.
ATENÇÃO
Não esquecer de desligar a fonte de energia e certificar que toda a eletricidade escoou,
(condensadores e outros equipamentos podem armazenar por algum tempo a energia elétrica,
mesmo depois de desligada a fonte de fornecimento) antes de acessar a vítima.
Considerar a vítima de choque elétrico sempre como vítima de trauma grave, mesmo que não
haja sinais externos que indiquem isto.
13. ENVENENAMENTO
Alguns casos de envenenamentos são causados por tentativas de suicídios, muitos outros são
acidentais e envolvem principalmente crianças.
Tenha certeza que a vítima não possui traumatismos, pois as drogas podem "mascarar" a dor!
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Suspeite de envenenamento em qualquer vítima que apresentar uma doença aguda ou grave
inexplicada.
NÃO tente neutralizar o veneno ou a droga, exceto nos casos em que houver orientação médica
através do CENTRAL DE REGULAÇÃO.
101
ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Procedimentos operacionais
Procurar capturar o animal, desde que feito com segurança e não comprometa ou retarde o
transporte da vítima; transporte o animal com segurança também ao hospital, em recipiente
adequado.
ATENÇÃO
Somente soro específico cura o envenenamento provocado por picadas quando aplicado
adequadamente.
NÃO fazer qualquer tratamento caseiro como torniquete, sucção, perfuração, pó de café,
fumo, entre outros.
Se houver tempo e condições, conduzir o animal que provocou a lesão para avaliação e
identificação.
102
Aula 27 e 28 - Infarto, Angina, AVC, Epilepsia, diabetes e crise asmáticas.
EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES
Tabagismo (fumo);
Stress;
Antecedentes familiares;
103
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
DEFINIÇÃO
Dor precordial, do tipo queimação, em peso (opressão), ardência podendo irradiar para os
membros superiores ou áreas vizinhas. A dor pode não ser precordial, podendo localizar-se na
região epigástrica, submentoniana (debaixo do queixo), no pescoço, nos ombros, cotovelos,
punho (como se fosse uma pulseira).
A área dolorosa ou da ardência está associada a episódios emocionais ou com esforços. A área
dolorosa normalmente atinge mais que 8 cm2 . Acompanha a dor a palidez, a sudorese fria
104
(transpiração), ansiedade, sensação de morte iminente e a postura dolorosa, normalmente
refletindo a imobilidade postural.
Não existe um sinal indicativo para o diagnóstico de IAM. Um paciente pode apresentar IAM
sem queixa de dor. Nestes casos, é importante perguntar se o mesmo já apresentou dor nos dias
anteriores. Muito provavelmente, a resposta será positiva. Estas vítimas podem apresentar
disritmias cardíacas ou, em condições críticas, um choque cardiogênico. Dificilmente serão
reconhecidos em ambiente pré-hospitalar.
É importante ressaltar que durante a avaliação médica, alguns pacientes com IAM podem
apresentar um eletrocardiograma normal.
Portanto, a melhor maneira de reconhecer o IAM é saber ouvir o paciente. A história da queixa
principal, os antecedentes, o reconhecimento dos fatores de riscos para doenças cardiovasculares
e a identificação de alguns sinais inespecíficos, mas sugestivos no exame físico revelam o
diagnóstico na quase totalidade dos casos.
ANGINA PECTORIS
DEFINIÇÃO
Dor precordial (no peito), de curta duração, usualmente menor do que 15 minutos, que se
apresenta quando o coração não recebe uma quantidade suficiente de oxigênio. É agravada ou
produzida pelo exercício ou por episódios emocionais e é aliviada pelo repouso ou através de
medicamentos vasodilatadores.
A angina pode ser classificada em estável ou instável. A angina estável está associada ao
exercício físico que origina a dor. A vítima normalmente sabe quando apresentará a dor. A
angina instável não é um episódio previsível como a estável, pois ocorre abruptamente com a
fissura da placa de ateroma, como já foi comentado na fisiopatologia do IAM.
105
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
DEFINIÇÃO
A hipertensão arterial sistêmica pode ser caracterizada pela elevação súbita da pressão arterial a
níveis superiores ao considerado normal (140x90 mmHg nos pacientes examinados ou 130x80
mmHg em pacientes diabéticos e renais crônicos).
Em pacientes com idade entre 40 a 70 anos, cada aumento de 20 mmHg na pressão sistólica e 10
mmHg na pressão diastólica pode dobrar o risco de doenças cardiovasculares.
A hipertensão pode ser um sinal de outra doença: um paciente pode ter um tumor em glândulas
suprarrenais e devido à produção de noradrenalina aumentada, a hipertensão ser a manifestação
clínica.
Não é possível reduzir o risco de doenças cardiovasculares se a hipertensão não for controlada.
Portanto, deve-se realizar uma terapia efetiva na manutenção da pressão arterial em níveis
aceitos.
SINAIS E SINTOMAS
Se a pressão arterial sistólica estiver entre 120 e139 mmHg e a diastólica, entre 80 a 89 mmHg,
deve-se entender que o paciente encontra-se num estado pré-hipertenso.
106
Orientações que podem ser comunicadas à vítima como forma de prevenção de hipertensão:
REDUÇÃO DA PA SISTÓLICA
(mmHg)
MODIFICAÇÃO RECOMENDAÇÃO
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Cefaléia;
Náuseas;
107
Taquicardia;
Manter a vítima em repouso absoluto na posição mais confortável (em geral sentado ou semi-
sentado);
Afrouxar as vestes;
DEFINIÇÃO
Dano no tecido cerebral produzido por falha na irrigação sanguínea em razão de obstrução ou
rompimento de artéria cerebral. O efeito compressivo, ou seja, de aumento da pressão
intracraniana também manifestam sinais e sintomas e podem causar situações de risco de morte.
108
São avaliadas três condições: simetria facial, verificação da perda da força muscular ao se
estender os membros superiores, e alteração da fala (disfasia).
Se estes 3 (três) sinais estiverem presentes haverá uma probabilidade de mais de 85% de ser um
Acidente Vascular Encefálico.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
109
Manter a vítima em repouso, na Posição de Recuperação;
São aquelas que se referem às anomalias do sistema respiratório cuja manifestação principal é a
dispneia.
ASMA BRÔNQUICA
BRONQUITE CRÔNICA
Assegurar-se que o problema não é uma OVACE (obstrução de via aérea por corpo estranho);
110
Posicionar a vítima sentada ou semi-sentada;
Nos casos em que o paciente possuir medicamento sob prescrição médica deixar que ele ou seus
familiares cumpram a orientação médica;
Monitore frequentemente os sinais vitais e esteja preparado para eventual evolução do quadro
com parada respiratória ou cardíaca.
CONVULSÕES
CAUSAS DE CONVULSÕES
EPILEPSIA
111
É COMPOSTA POR QUATRO FASES DISTINTAS
Fase clônica: Espasmos sucessivos, salivação, perda ou não do controle esfincteriano anal ou
urinário.
Fase pós-convulsiva: a vítima pode apresentar sonolência, confusão mental, cefaléia e perda da
memória momentânea.
A epilepsia é uma enfermidade orgânica que pode apresentar-se de diversas formas, iremos
enfocar especificamente dois tipos mais comuns de epilepsia:
Grande Mal
Caracterizada por perda da consciência seguida por convulsão tônica - clônica generalizada.
Pequeno Mal
Caracterizada por breves lapsos da consciência sem atividade motora tônico - clônica.
Depois das convulsões a vítima recupera o seu estado de consciência lentamente. Pode ficar
confuso por um certo tempo e ter amnésia do episódio.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
113
IMPORTANTE
Se a crise durar mais que 5 minutos, transportar mesmo em convulsões, mantendo os cuidados
anteriores.
Não realizar manobras intempestivas durante a crise como forçar a abertura da boca ou tentar
introduzir objetos na boca (ex. cânula orofaríngea).
CONVULSÃO FEBRIL
Pode ocorrer em algumas crianças menores de 6 anos, desencadeadas durante hipertermias (febre
alta). É rara entre 2 a 6 meses de idade. Não ocorre abaixo dos 2 meses de idade, visto que nessa
etapa de vida é mais comum a ocorrência de hipotermia. É importante lembrar que poderá
repetir-se (antecedentes). Sempre requer atenção médica.
DIABETES MELLITUS
DEFINIÇÃO
O diabetes mellitus é uma doença sistêmica causada pelo excesso de glicose na circulação
sangüínea (hiperglicemia). A falta de tratamento ou o tratamento inadequado pode resultar em
complicações agudas ou crônicas. O tratamento adequado pode retardar o aparecimento das
complicações.
Hálito cetótico, que pode confundir com o hálito etílico (cetoacidose diabética);
Dispnéia: respiração rápida (taquicardia), respiração do tipo Cheyne Stokes;
Desidratação;
Alteração do nível de consciência podendo evoluir ao coma;
Perda urinária considerável (poliúria), sensação de sede e fome importantes com ingestão
desequilibrada de líquidos (polidipsia) e alimentos (polifagia);
Coma (estados hiperosmolares severos).
115
HIPOGLICEMIA
SINAIS CLÍNICOS
Irritação, tremor, sudorese, taquicardia, palidez podem manifestar sem hipoglicemias moderadas.
Útero: órgão muscular dentro do qual desenvolve o feto. Durante suas contrações, empurra o feto
para o canal de parto;
Colo uterino: extremidade inferior do útero que se dilata permitindo que o feto entre na vagina;
Líquido amniótico: líquido presente dentro do saco amniótico; sua função é manter a temperatura
do feto e protegê-lo de impactos. Durante o parto concorre para formar a bolsa das águas e
lubrificar o canal do parto após a ruptura das membranas. Sua cor normal é clara (branco
opalescente); quando está ocorrendo hipóxia e sofrimento fetal, este líquido torna-se esverdeado
(mecônio);
Placenta: órgão especial, formado durante a gravidez, constituída por tecidos materno e fetal,
permitindo a troca de nutrientes entre a mãe e o feto. Normalmente expelido ao final do trabalho
de parto. Tem formato discoidal ou ovular, com 15 a 20 cm de diâmetro, com aproximadamente
3 cm de espessura e 500 g de peso, na gravidez de termo; e
cordão umbilical: estrutura constituída por vasos sangüíneos (duas artérias e uma veia) através da
qual o feto se une a placenta, seu comprimento varia em média 55 cm.
117
FASES DO TRABALHO DE PARTO NORMAL
118
A seguir, a placenta é expelida. Placenta e cordão umbilical.
APRESENTAÇÃO FETAL
O termo "apresentação fetal" refere-se à parte do corpo do seu bebê que está mais próxima do
canal do parto. Na maioria das gestações de nove meses, o bebê está posicionado de cabeça para
baixo, ou POSIÇÃO CEFÁLICA, no útero.
Durante a gestação o bebê pode mudar de posição várias vezes, e na maioria dos casos a gravidez
termina com ele em posição cefálica, que é a ideal para o nascimento (a isso é normal chamar de
“cambalhota” final).
119
parturiente, extraindo o maior número de dados possíveis, concomitantemente com a verificação
dos sinais vitais.
ENTREVISTA
IMPORTANTE
120
SINAIS DE PARTO IMINENTE
IMPORTANTE
121
Coloque algo (uma almofada ou um cobertor dobrado) debaixo do ombro da mãe para
manter o tórax ligeiramente elevado;
Faça anti-sepsia da região genital e coxa da parturiente, com água e sabão ou gaze e soro
fisiológico;
Utilize lençóis descartáveis ou toalhas limpas abaixo das nádegas, sobre as coxas e sobre
o abdômen da parturiente, logo acima do umbigo;
Cubra o ânus da parturiente com uma dobra de lençol limpo ou gaze para evitar que
secreções (fezes) eliminadas durante as contrações contaminem o recém-nascido;
Oriente-a para respirar fundo, prender a respiração, aproximar o queixo do tórax e fazer
força para baixo para expulsar o feto durante as contrações;
Disponha os materiais do Kit de Parto próximo da parturiente; em seguida prepare o local
para a recepção do RN;
Despreze as luvas de procedimentos utilizadas na preparação da gestante e na disposição
dos materiais. Calce luvas estéreis;
Os socorristas que tiverem contato direto com o RN deverão estar devidamente protegidos
(máscara facial, óculos de proteção, avental de mangas longas e luvas estéreis);
Durante o período entre as contrações oriente a parturiente para respirar lenta e profundamente,
visto que dispõe de uma fonte de oxigênio, por máscara.
Durante a expulsão do RN, apóie sua cabeça, colocando a mão logo abaixo da mesma com os
dedos bem separados. Apenas sustente o segmento cefálico, ajudando com a outra mão. Não
tente puxá-lo; com os dedos em forma de gancho apóie a nuca e a mandíbula;
Se o parto for expulsivo (a cabeça sai com violência), ampare com uma das mãos a
cabeça do RN, e com os dedos da mão inferior apóie o períneo para evitar distensão brusca desta
região;
Em geral, a cabeça do RN apresenta-se com a face voltada para baixo e logo gira para a direita
ou à esquerda. Guie cuidadosamente a cabeça para baixo, sem forçá-la, facilitando assim a
liberação do ombro superior, em seguida guie ligeiramente para cima, facilitando a saída de todo
o corpo;
122
Com os dedos indicador e médio das duas mãos, em forma de “V”, pegar a cabeça pela
mandíbula e região da base do crânio, tomando o cuidado de não pressionar o pescoço do RN;
A outra mão escorrega pelo dorso e segura as pernas do RN, mantendo-o numa superfície, no
meso nível da mãe.
Após prestar assistência ao parto o policial militar deverá adotar os seguintes cuidados:
123
Avalie a respiração do bebê.
Se o bebê não chora, estimule-o massageando com os dedos em movimentos circulares na região
do dorso ou dê-lhe “tapinhas” com o dedo indicador na planta dos pés.
Lembre-se:
Estimulações sucessivas geram reflexo vagal e podem produzir bradicardia severa no RN.
Não dirija o jato para os olhos do RN, pois pode produzir lesão.
Faça uma tenda ao redor da cabeça do RN com pregas do lençol ou cobertor térmico e mantenha
o fluxo de oxigênio nesta área;
Permaneça com o bebê no mesmo nível da mãe até o corte do cordão umbilical.
124
CORDÃO UMBILICAL
É um longo cordão constituído por 2 artérias e uma veia além de um material gelatinoso
(substância/geleia de Wharton). Além da garantia de nutrientes, é responsável pela troca gasosa
que é feita da seguinte maneira: o sangue que chega pela veia cava inferior (sangue oxigenado
que veio da placenta) cai no átrio direito e daí diretamente para o átrio esquerdo através
do forame oval, ou seja, ele não passa pelo ventrículo direito. Este sangue, vai para o ventrículo
esquerdo que se responsabiliza de bombear para os vasos da cabeça e membros superiores.
O sangue, pouco oxigenado, que retorna da cabeça e membros superiores chega através da veia
cava superior no átrio direito e pela válvula tricúspide cai finalmente no ventrículo direito depois
segue em direção à artéria pulmonar, porém, ao invés de se dirigir aos pulmões (que ainda não
está em funcionamento) este sangue deságua na aorta descendente, caindo, por fim, nas artérias
umbilicais seguindo para a placenta para ser oxigenado e recomeçar o ciclo. Resumindo, ao
contrário do normal, a veia umbilical transporta sangue rico em oxigênio proveniente da placenta
e as artérias carregam sangue pobre em oxigênio. Assim, já que os pulmões do feto não estão em
funcionamento, a placenta é que fica responsável em fazer o papel deles.
125
CORTE DO CORDÃO UMBILICAL
Um novo estudo mostra que cortar o cordão umbilical do bebê, pelo menos um minuto após o
nascimento, aumenta o estoque de ferro e o nível de hemoglobina do bebê sem trazer riscos para
a mãe.
Recém-nascidos que tiveram esse corte “tardio” apresentaram um nível de hemoglobina maior
entre 24 e 48 horas depois do parto e ficaram menos vulneráveis à deficiência de ferro entre três
e seis meses de vida, segundo o estudo publicado esta semana no Banco de Dados Cochrane de
Revisões Sistemáticas.
A análise mostra que o atraso no corte do cordão umbilical permite que mais sangue seja passado
da placenta e isto aumenta a imunidade do bebê. O peso do nascimento também foi
significativamente alto na avaliação do grupo de corte tardio, em parte porque os bebês
receberam mais sangue das mães.
O procedimento não aumentou o risco de hemorragia pós-parto, perda de sangue, nem reduziu os
níveis de hemoglobina nas mães.
Em geral, o tempo que se leva para tratar a Via Aérea e a Ventilação do RN, tais como efetuar a
limpeza da face, remoção das secreções da boca e nariz, estimulação do RN, oxigenação e
prevenção da hipotermia já superam 1 minuto de retardamento no corte do cordão umbilical.
Desse modo, a recomendação é “NÃO TER PRESSA DE EFETUAR O CORTE DO
CORDÃO”. No entanto, execute esta etapa dentro do tempo de 1 a 3 minutos como estabelecido
pelas recomendações do estudo acima descrito.
ATENÇÃO!
A checagem de pulso no momento do nascimento pode ser feita pela pulsação do cordão
umbilical ou pelo pulso braquial.
Se após o corte do cordão umbilical ocorrer sangramento contínuo, coloque outro clamps junto
ao anterior;
Avalie o RN e procure por alterações, tais como: possíveis lesões durante o parto, lábio leporino
e fenda palatina, ânus imperfurado, mau formação congênita de extremidades.
Identifique na pulseira do KIT de Parto ou com esparadrapo sobre o cobertor térmico com os
seguintes dados: filiação materna (Exemplo: RN de Maria do Carmo Soares), data e hora do
nascimento, local do nascimento e prefixo da viatura que efetuou o transporte;
Monitore-o constantemente.
Em determinadas situações poderá não dispor de um KIT de Parto com todos os materiais
adequados para a recepção do RN e um BISTURI para o corte seguro do cordão umbilical. Neste
caso, siga as recomendações abaixo:
Aplique apenas os “clamps”, se disponíveis, ou faça um cordão com gaze estéril seca e aplique
torniquetes (amarre firmemente) nos locais indicados para os grampos umbilicais;
127
NUNCA AGUARDE A DEQUITAÇÃO DA PLACENTA PARA EFETUAR O TRANPSORTE
AO HOSPITAL. O TRANPSORTE DE UM RN EM SITUAÇÃO DE PARTO EXYRA-
HOSPITALAR DEVE SER IMEDIATO.
JUSTIFICATIVA: Não havendo material esterilizado o corte do cordão umbilical não deve ser
executado, evitando-se sua infecção (o principal risco é o tétano). O posicionamento no mesmo
nível da mãe tem o objetivo de evitar hipovolemia ou hipervolemia no feto, caso o bebê seja
posicionado, respectivamente, acima ou abaixo daquele nível antes da secção do cordão e de que
este pare de pulsar. O clampeamento e ou torniquete visa evitar deslocamento de trombos do
cordão em direção à circulação do RN.
CUIDADOS NO PÓS-PARTO
1. DEQUITAÇÃO DA PLACENTA:
Oriente para que a parturiente abaixe as pernas e mantenha-as juntas sem apertá-las;
128
Apalpe e massageie o abdômen da parturiente, abaixo do umbigo, à direita, fazendo movimentos
circulares, com o objetivo de estimular a contração uterina (formação do Globo de Segurança de
Pinard) e consequentemente a diminuição da hemorragia. Sinta o útero contraído;
Controle de
hemorragia
IMPORTANTE
Se a placenta não sair íntegra ou houver algum distúrbio que impeça a contração uterina
(formação do Globo de Segurança de Pinard), poderá ocorrer hemorragia intensa com a
possibilidade de evoluir para o estado de choque.
Conduza imediatamente a mãe para assistência hospitalar após adotar as medidas preventivas
para diminuição de hemorragias e prevenção do choque.
TRANSPORTE DE GESTANTE
(Não se enquadra nas situações de Transporte Imediato, no entanto, requer forma adequada de
transporte).
129
FORMA DE TRANSPORTE
HEMORRAGIA – PRÉ-PARTO
130
Dependendo do grau do descolamento, o suprimento de oxigênio e de nutrientes para o bebê
pode ser muito prejudicado e até mesmo cessar, ao tempo em que pode ocorrer um sangramento
perigoso para o feto e para a gestante. O caso representa sempre uma urgência obstétrica porque
pode ocasionar a morte do bebê, da mãe ou de ambos.
Não há uma causa única para o descolamento prematuro da placenta, mas pode-se apresentar
alguns fatores de risco:
TRATAMENTO E TRANSPORTE
JUSTIFICATIVA: A hemorragia pré-parto pode levar em alguns casos ao óbito fetal. A posição
de transporte tem por objetivo diminuir a hipóxia da parturiente e o conseqüente estado de
choque hipovolêmico.
131
IMPORTANTE
Guardar e conduzir ao hospital todos os materiais ensanguentados, bem como, todo e qualquer
material expulso, para análise do médico que vier a receber a vítima.
O prolapso do cordão acontece quando o cordão do feto exterioriza no canal de parto antes da
cabeça. O prolapso de cordão é uma emergência e pode ser muito danoso para o feto. Quando o
cordão é comprimido ou esmagado (por exemplo, entre feto e corpo uterino ou entre o útero e
vagina), o sangue que alimenta o feto está cortado. A falta de oxigenio (asfixia fetal) pode
induzir danos importantes ou até morte se o problema não for resolvido em minutos. O prolapso
do cordão não é uma ocorrência comum, ela acontece nas seguintes eventualidades:
Apresentação transversa.
Apresentação pélvica
Quando a bolsa das águas rompe-se espontaneamente ou quando acontece a rotura das
membranas durante o exame vaginal feito pelo médico e o feto não desceu ainda na pelve.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
“Prece Maometana” ou com elevação do quadril tem o objetivo de aliviar a pressão contra o
cordão umbilical e melhorar a circulação local.
As nádegas ou os pés do feto podem ser os primeiros a saírem. O socorrista não deve tomar a
iniciativa de intervir neste tipo de parto. Deve transportar imediatamente a parturiente para
assistência obstétrica. No entanto, enquanto se prepara para o transporte e durante o transporte
adotará medidas que garanta uma via aérea pérvia ao RN.
133
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
PROLAPSO DE MEMBROS
Nos partos em apresentação transversa ou pélvica pode ocorrer a ext eriorização de uma membro
que necessitará de intervenção médica para a correção.
Nesse caso, adote a mesma posição de aguardar SAV e de transporte prevista para o prolapso de
cordão. Envolva a parte exteriorizada em compressas secas.
134
CIRCULAR DE CORDÃO UMBILICAL
A circular é resultado da própria movimentação do feto, que pode fazer com que o cordão se
enrole e desenrole diversas vezes. É uma ocorrência comum nos partos normais. Se o bebê passar
muito tempo sob fluxo sanguíneo reduzido, pode sofrer as consequências da falta de oxigênio
para o cérebro, com complicações neurológicas, mas em geral, a evolução é bastante satisfatória
e sem complicações. Tão logo seja possível desvencilhe o cordão do pescoço do bebê.
Informe ao médico que vier receber o paciente a existência da alteração durante o parto e registre
este detalhe em seu relatório circunstanciado da ocorrência.
Se a circular de cordão não puder ser liberada, e impedir o nascimento do bebê, posicione os
“clamps” e seccione o cordão entre eles, com o devido cuidado para não lesar o RN;
Se o bebê nascer envolvido pelo saco amniótico, este pode ser rompido, fazendo-se uma prega
com o dedo indicador e polegar rasgando-o;
ABORTOS
O aborto é a expulsão de um feto antes que ele possa sobreviver por si só, ou seja, no início da
gravidez, até em torno da 22º semana, aproximadamente.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
IMPORTANTE
NATIMORTO
O RN apresenta sinais que indicam que a morte ocorreu há horas ou dias, tais como: maceração
da pele, líquido amniótico de cor achocolatada, odor fétido.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
JUSTIFICATIVA: existem casos em que o bebê nasce morto (natimorto). Observar período de
gravidez, em geral, ocorre em situações de hipermaturidade do feto.
Nos casos de transporte imediato, posicionar a vítima com a cabeça voltada para a porta traseira
da viatura, mantendo constante monitoramento da situação.
136
TRANSPORTE DE GESTANTES OU PARTURIENTES
COMPLICAÇÕES:
Em decúbito dorsal ocorre a
compressão dos grandes
vasos abdominais, a aorta
abdominal e, em especial, a
veia cava inferior causando
uma diminuição da pressão
arterial e desconfortos como
mal estar, tontura, falta de ar
e náuseas. Pode, em uma
situação extrema, dificultar a
circulação para o bebê por
diminuir a passagem de
sangue para o útero e a
placenta.
Durante o atendimento a emergências deste tipo podemos lidar com pessoas que em seu
desespero buscam o suicídio como solução a situações consideradas insuportáveis por elas
mesmas.
- suicídio como fuga de uma situação considerada insuportável pelo sujeito;
- suicídio em sinal de luto pela perda de um componente da personalidade ou de um modelo de
vida;
- suicídio como castigo para expiar um erro real ou imaginário;
- suicídio como delito, arrastando na morte uma outra pessoa;
- suicídio como vingança ou punição, a fim de suscitar remorso em outras pessoas e fazer cair
sobre elas o repúdio da comunidade;
137
- suicídio como pedido e chantagem, visando pressionar alguém;
- suicídio como sacrifício e modo de atingir um valor ou estado considerado superior;
- suicídio como brincadeira, para pôr a si mesmo à prova;
- suicídio por desgosto ou crise existencial;
- suicídio como saída natural para uma conduta delinquente;
- suicídio como gesto heroico.
Durante a abordagem ao suicida em sua tentativa, o bombeiro deverá estar atento ao fato de que
o mesmo passou por uma série de frustrações e problemas pessoais que contribuíram para sua
decisão desesperada e que em alguns momentos apresentou sinais e sintomas que possivelmente
foram ignorados.
A seguir apresentaremos algumas características que podem ser observadas em um suicida.
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A gravidade da tentativa deve relacionar-se com a "potencialidade autodestrutiva" do método
utilizado.
Como exemplo podemos citar que, por razões não completamente esclarecidas, as mulheres
cometem três vezes mais tentativas de suicídio que os homens, no entanto, os homens são mais
eficazes. Isto porque o sexo feminino recorre aos métodos mais brandos como o envenenamento,
enquanto os homens recorrem a métodos como uso de armas de fogo, afogamento, enforcamento
ou saltando de grandes altitudes.
Abaixo podemos verificar os métodos mais frequentes utilizados para o suicídio.
1ºEnvenenamento
2ºFerimento com arma branca
3ºEnforcamento
4ºPrecipitação
5ºAsfixia
A observação e a comunicação são duas ações das mais importantes para se ajudar ao paciente
com comprometimento psíquico ou não. Devemos observar as ações do paciente para que
possamos ter uma leitura de seu estado e podermos através de ações terapêuticas, principalmente
a inter-relação através da comunicação, trazer alívio e melhora de seu sofrimento.
A comunicação pode ser feita através da mensagem verbal, como a fala e a escrita, como pode
ser extra verbal que é aquela que realizamos através da nossa expressão corporal (postura
corporal e mímica facial).
Nesse sentido muitas vezes o que expressamos através da fala se contrapõem com o que o corpo
o ou mímica do rosto expressa. Por exemplo, posso dizer que adoro uma pessoa ao mesmo
tempo em que seu rosto expressa ódio, raiva e o tom de voz se torna elevado, demonstrando ira
também.
Faz-se necessário então que passemos a observar a linguagem extra verbal dos indivíduos que
foram atendidos, porque nos dão informações valiosas para dar-lhes uma assistência, assim
como, devemos tentar controlar a nossa comunicação extra verbal, pois passamos informações
ao paciente que pode utilizá-las de uma maneira adequada.
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Tentar formar vínculo como paciente.
Manter canal de comunicação aberto
Olhar para o paciente
Ouvir atentamente
Respeitar pausas silenciosas
Não completar frases para o paciente
Repetir, resumir e relacionar ideias para o paciente.
Ajudar o paciente a encontrar soluções
Espaço para o paciente perguntar
Também Evitar:
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18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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10. Socorros Médicos de Emergência. American Academy of Orthopaedic Surgeons. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.ª, 1979.
11. Bergeron, J. David – Primeiros Socorros – Atheneu Editora São Paulo – São Paulo –
1999.
12. Bergeron, J. David – Emergency Care – Brady Prentice Hall – Upper Saddle, New Jersey
-1995.
13. Howell JM, Burrow R, Dumontier C, Hillyard A; A practical radiographic comparison of
short board technique and Kendrick Extrication Device; Ann Emerg Med 1989
Sep;18(9):943-6
14. Markenson D, Foltin G, Tunik M, Cooper A, Giordano L, Fitton A, Lanotte T; The
Kendrick extrication device used for pediatric spinal immobilization; Prehosp Emerg
Care 1999 Jan-Mar;3(1):66-9
15. Emergency Care and Transportation, 7th Edition AAOS. pp. 692-697
16. NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS. PHTLS:
atendimento pré-hospitalar ao traumatizado. 8. ed. Burlington: Jones & Bartlett Learning,
c2017.
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