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Variedades de inhame do Cafeicultor quase triplica Desenvolvido equipamento Espirito Santo sao aprovadas producao com 0 apoio com inteligéncia artificial para em plantios no Cerrado Mineiro do SENAR-ES combater 0 bicudo do algodao EDIGAO 24 2 Valor: RS 11,90 Jul / Ago /‘Set Circulagéo Nacional. Delegacia do Consumidor retira do mercado capixaba cafés irregulares. Representantes do setor alertam consumidores sobre como identificar produtos suspeitos de fraude EDITORIAL O QUE A POLITICA TEM A VER.COMO AGRONEGOCIO? Este ano vamos eleger deputados es taduais, deputados federais, senadores, governadores e presidente da Republica Mas, por que falar sobre politica em uma revista de agronegécio? Porque dependem dos representantes eleitos pelo pove mul tas decisdes que afetam diretamente o agro brasileiro. Seja nos municipios, Estados ou em todo ‘Brasil, quem vive da agriculture deve bus~ ‘ar candidatos que tenham alguma ligaco com 0 setor, ou que estejam dispostos a ‘atuar em prol do desenvolvimento do agro negéco brasileira, Em nossas paginas das edicSes impres- +25 e no nosso portal on-Une, sempre pu: blicamos matérias que mostram 0 avanco da agricultura nacional, sejarn pelas fa: rmilas de pequenos agricultores ou pelas ‘grandes empresas e grupos E em muitos desses avancos, sejam tecnolégicos ou até para aberturas de mercados, o poder publi cote um papel fundamental, Associagdes © cooperativas tém contri= bbuide muito para proporcionar uma melhor qualidade de vida a pequenos agricultores, {que muitas vezes no conseguiiam atingir mercades intemacionais e nem obterem conhecimento por eles mesmos, para a mentar a produtividade e qualidade dos produtos. Entretanto, mesmo cam esse grande au: illo, decisbes polticas podem afetar posti- va ounegativamente os resultados espera: dos Por isso, por tantas outrasraz6es, aca ‘sua parte e analise com cuidado em quem votar, pois essa decisdo pode afetardireta- ‘mente o futuro do agronegécio brasileiro. Julio Huber Bruno Faustino NEGWcio, mse Sidney Dal Esitores de jornatismo: Bruno Faustino JP - 1875 ES Julio Huber - JP - 2038/85 Diagramacso: Reportagem: (27) 99276-9848 Brune Faustino Julio Huber Periodicidade: Trimestral Fotografia HM Comunicagio (27) 3301-8163, Bruno Faustino, Julie Huber Divulgacio Foto de capa: Envato Julho a setembro Com reportagens apuradas até 10/08/2022 4 CAPA 12 15 17 Endoreso assinaturas: ‘Avenida Presidente Vargas, 1° 590, Sala 3058 Centro - Domingos Martins ES ~ Cep:29260-000 (27) 3268-3389 revetanegeconuralagmaitcom © vevistanegociorurat Impressio: Grafisana Cireulagio Nacional ALGODAO Nova técnica desenwolvida pela Embrapa methora o controle do bicudo em plantacées INHAME Variedades de inhame do Espirito Santo so testadas e aprovadas em plantacdes no Cerrado mineiro iNDICE Cafés irregulares esto na mira da Policia no Espirito Santo 10 ENTREVISTA Presidente da OCB/ES fala sobre co crescimento do cooperativismo sua importancia para a agricultura CAFEICULTURA Produtores de café do Brasil jé preparam amastras para importantes concursos de qualidade A Revista Negécio Rural é luma publiacse da empresa Nova: Comunicagio. E proi- bids a reprocucso total ou parcial de textos, tor @ ius fraeéee, por qualquer meio, sem a préviaautorizacio dos cecores VV Nova JcomunicacGo NEGOCIO RURAL rN aT CRS Nor Ue ome! Cafés de baixa qualidade na mira da policia Dee eee ke ect aici: ite oe ict eee eee eet Puiu Ke neck OPAC Ura totic) Peper eed cen ele simer iid cea um cafezinho? Par Arrnissrneodi score apes ura era do cf (Os gros despertam paixdo, geram rendu movinertam senor sm cidades e Estados por todo o Brasil No Ea Sona, cafe tom gran de importancia no Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todos os bens servicos finais produzidos por um pais, Estado ou cidade, geralmente Erman Derive os_princpis_produtos agricolas capixabas, 0 café arabica tore o conten tomb domons. tra expansio, segundo dados divul- gados recentemente pelo Instituto Jones dos Santos Neves (ISN) - re- ferentes ao segundo trimestre deste ano - que mostram crescimento na participacdo do PIB de 28.4% e de 3,3%, nas duas variedades de cafés, respectivamente, “Temos que destacar a previséo de crescimento na producéo agrico- la, com aumento nas safras de café arabica, conilon e varios outros pro dutos. Os resultados mostram uma forte retomada econémica capixa- ba’, pontua 0 coordenador de Es- tudos Econdmicos do USN, Antonio Ricardo da Rocha Freislebem, CAFEICULTURA © Espirito Santo é 0 segundo maior produtor brasileiro de café A previsio de safra do café arabica para 2022 6 de 4,2 mithdes de sacas, de acordo com a Companhia Nacio- nal de Abastecimento (Conab). Ja. a producao de café conilon tende a ul- trapassar as 12 milhdes de sacas. “Nao houve registro de extremos climéticos no Estado capixaba. Polo contrério, 0 volume de chuvas e as temperaturas foram favordveis para a cultura do coniton’, ressalta o dire- tor de Informacées Agropecusrias € Politicas Agricolas da Conab, Sergio De Zen, em nota. “Nos coletamos amostras e encaminhamos ao Lacen, que confirmou que pelo menos trés marcas estariam sendo comercializadas com alguma irregularidade” Delegado Eduardo Passamani, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) no Espirito Santo O€spirito Santo 60 segundo maior produtor de café do Brasil Em 2022, 0 Estado deve produzir 4,2 milhoes de sacas de café arabica 2 milhdes de sacas de café conilon eB p< O café gera em torno de 400 mil empregos diretos e indiretos em terras capixabas A cafeicultura éa principal atividade ‘econdmica em mais de 60 mil propriedades agricolas no Estado Py Gs anni IRREGULARIDADES - Toda essa expressividade da cafeicultura ca~ pixaba levou a Policia Civil a fis- calizar 0s produtos disponiveis no mercado do Espirito Santo. Em 10 de janeiro deste ano, a Delegacia do Consumidor apreendeu 28 mil pacotes de café. E depois desta aco, mais produtos irregulares es- 30 sendo apreendidos. “Foi uma operacio decorrente de deniincias recebidas pela Comis- so de Agricultura da Assembleia Legislativa de que algumas marcas de café estariam sendo comerciali- zadas aqui no Estado sem atender padrées de qualidade. Nés coleta- mos amostras em alguns estabele- cimentos comerciais e encaminha- mos ao Lacen (Laboratério Central de Satide Publica), que confirmou que pelo menos trés marcas esta iam sendo comercializadas com alguma irregularidade, causando prejuizo ao consumidor’, explicou otitular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), o delegado Eduardo Passamani Segundo as investigacées, os produtos apresentavam alta quan- tidade de cascas e paus; alto teor de umidade, o que diminui a quali- dade do produto; e auséncia de in formacées obrigatérias nos rétulos, como a indicacio de Lote, conforme laudos expedidos pelo Lacen “Todas as marcas apreendidas faziam com que o consumidor fos- se induzido ao erro. Na verdade, ele nao esta comprando café, ele esté comprando um produto mis turado. Além disso, outras irregu- laridades também foram encon- tradas e, diante dessa situaco, nés retiramos as marcas do mercado. Cito estabelecimentos foram fisca- lizados’, relatou 0 delegado. ‘As empresas produtoras seréo investigadas por crime contra a relacdo de consumo. “Essa fraude prejudica todos: 0 Estado, 0 consu- midor, os produtores e a industria. © empresério que trabalha com seriedade acaba tendo uma con- corréncia desteal, na medida em que ele apresenta um produto de qualidade, que tem um determina- do preco, enquanto o outro comete esse tipo de fraude. O consumidor nao estava tomando café, mas sim, um imithofé*, ressalta a presidente da Comissao de Agricultura, a de- putada Janete de Sé. “Todas as marcas apreendidas faziam com que o consumidor fosse induzido ao erro. Na verdade, ele nao esta comprando café. Ele esta comprando um produto misturado” Delegado Eduardo Passamani, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) Os pacotes de café foram apreendidos em supermercados no Espirito Santo CIO RURAL CAFEICULTURA bém apresentava mitho misturado aos graos. Na 3° fase, ocorrida no dia 10 de marco, foram apreendidas mais de 33 mil unidades de café de trés novas marcas que apresentavam ma qualidade, em virtude da mis- tura de cascas e paus ao café. Jaa 4° fase da operacdo de combate a0 comércio irregular de cafés foi realizada em 02 de maio. A poli- cia apreendeu, aproximadamente, uma tonelada de café, sendo mais de dois mil pacotes do produto de trés marcas. Segundo o laudo La- DESDOBRAMENTOS - A 2° etapa de 12 mil unidades de café de uma cen, as trés marcas apresentavam da acdo foi realizada no dia 18 de marca comercializada em Cachoei-_ umidade excessiva, mistura de mi- Janeiro. A equipe apreendeu mais ro de Itapemirim. © produto tam- tho e até mofo. “Esse tipo de acdo de combate a irregularidades no mercado de café é muito importante. A pessoa nao esta comprando café. Ela esta levando para casa café e outras coisas”. Carlos Renato Alvarenga Theodoro, presidente da Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espirito Santo (Cafesul) CAONOLOGIA das operacées policiais nn 7 te} — Lo Aelegaca do Consul -———| | apreendeu 28m 1) |— A polca apreendew Press decal wu wrod ana orelode ‘decals Mais 33m uldades decals aguas formsprestlds ict) 18 7 [I ‘Mais 12 mil unidades de café foram retiradas do mercado ‘em Cachoeiro de Itapemirim Uma fabrica que produzia, cafés itregulares é interditada ‘em Irupi, no Caparad Negocio RURAI CAFEICULTURA Represent A Revista Negécio Rural ouviu representantes do setor cafeeiro ca- pixaba sobre o trabalho de comba- te a0 comércio irregular de café, jé que a cafeicultura esta presente em todas as regides do Espirito Santo, ‘Segundo dados do Instituto Capixa- ba de Pesquisa, Assisténcia Técnica e Extenséo Rural (Incaper), 0 café gera ‘em tomo de 400 mil empregos di- retose indiretos e ¢ a principal ativi- dade econémica em mais de 60 mil propriedades agricolas no Estado. Setenta e trés por cento dos produ- tores capixabas so de base familiar, com 0 tamanho médio das proprie- dades em oito hectares. Existem 131 mil familias produtoras capixabas, “Todas esas _irregularidades transmitem uma imagem muito ruim e traz prejuizo para toda a ca- deia do café. Isso acontece apenas 8 | NEGOCIO RURAL aprovam iniciativa em algumas indtistrias, uma vez que a grande maioria trabatha de forma correta e honesta’, diz Luiz Carlos Bastianello, presidente da Coopera- tiva Agraria de Cafeicultores de Sdo Gabriel (Cooabriel) e da Federacéo dos Cafés do Espirito Santo (Feca- fs). Bastianello ressalta que o coope- rativismo preza pela transparéncia, “Quando és da Cooabriel coloca- mos um produto na prateleira do supermercado, temos certeza da qualidade. Um produto de origem certificada tem que ter uma pon- tuaco minima exigida. E importan- te que 0 consumidor esteja sempre atento’, afirma o presidente. A Federacdo dos Cafés do Espi- Fito Santo (Fecafés) é formada por quatro cooperativas agropecusrias capixabas: Cooabriel, Cooperativa 0 consumidor es ~ comprando eaté ntes da cadeia produtiva Agropecuaria Centro Serrana (Coo- peavi), Cooperativa dos Produtores Agropecuérios da Bacia do Cricaré (Coopbac) e Cooperativa dos Cafei- cultores do Sul do Estado do Espirito Santo (Cafesul). Elas surgiram com © objetivo de promover e fomentar 05 cafés do Espirito Santo “Esse tipo de aco de combate a irregularidades no mercado de café é muito importante por dois moti- vos: 0 primeiro 6 que, quem produz preocupado com a qualidade acaba tendo uma concorréncia desteal e segundo, porque a chegada ao con- sumidor final de um produto que nao € café. Um produto com mitho, pau, pedra. A pessoa nao esté com- prando café, ela esté levando pra casa café e outras coisas", conclu Carlos Renato Alvarenga Theodoro, presidente da Cafesul. Os produtos irregulares rice cet te) Po seKer CAFEICULTURA Selo da Associacdo Brasileira da Industria de Café preza pela qualidade © Programa Permanente de Con- trole da Pureza do Café (PPCPC), criado pela Associacgo Brasileira da Industria de Café (ABIC), em 1989, foi a primeira iniciativa das indus- trias para impulsionar 0 consumo através da methoria da qualidade do café ofertado no mercado nacional “O Selo de Pureza atesta que 0 produto € puro, ou seja, no possui adulteracées ou misturas. Portanto, a integralidade do produto é consti- tuida de 100% café, o que garante a seguranca dos alimentos e respeito 0 consumidor’, ressalta Aline Ma- rotti, coordenadora de qualidade da ABIC Para participar do programa e ob- ter acortificacio do Selo de Pureza é necessério que a empresa interessa- da possua todos os documentos le- gais e também tenha o resultado da analise de suas marcas como puras. Em seguida, a ABIC realiza periodi- camente a fiscalizago das marcas certificadas por meio do monitora- mento no mercado nacional através de coletas realizadas diretamente nos pontos de vendas. A autorizacéo do uso do Selo de Pureza é conce- dida aos produtos atestadamente puros. “O Programa vem desde sua cria- go sendo um auxilio fundamental a0 combate & comercializagao de cafés de baixissima qualidade e com alto percentual de impurezas, pois, a partir da deteccdo de irregulari- dades, as empresas so responsa- bilizadas, sendo associados ou nao", alerta Aline Marotti. No Espirito Santo, 37 marcas estao autorizadas 2 utilizar 0 Selo de Pureza da ABIC Confira a relacéo clicando no GR Code ao lado. COOPERATIVISMO CAFEEIRO. - Ages de fiscalizacao contra irregu- laridades no mercado cafeeiro sao importantes ja que no Brasil existem hoje 97 cooperativas de café regis- tradas no sistema das Organizacoes das Cooperativas Brasileiras (OCB). Elas esto localizadas nos Estados do Espirito Santo, Bahia, Goids, Mi- nas Gerais, Parand, Rio de Janeiro, Rondénia e Sao Paulo e contam com cerca de 330 mil cafeicultores. A forca do cooperativismo se comprova na comercializacéo de seus produtos, afinal praticamente metade da produgéo agropecudria do Brasil é de cooperados. Os des- taques vao para o trigo (75%); café (55%); milho (53%); soja (52%); @ suinos (50%). O setor gera mais de 200 mil em- pregos —diretos por ano, levan- do qualidade de vida e desenvol- vimento para o pais. @ “Todas essas irregularidades transmitem uma imagem muito ruim e traz prejuizo para toda a cadeia do café’. Luiz Cartos Bastianello, presidente da Cooperativa Agraria de Ca feicultores de Sao Gabriel (Cooabriel) e da Federacao dos Cafés do Espirito Santo (Fecafés) NEGOCIO RURAL | 9 ENTREVISTA | TExTO: JULIO HU Cooperativismo cresce no Espirito Santo com 0 apoio da OCB/ES cooperativismo tem crescido O= Ultimos anos e esté cada vez mais presente na vida dos capixabas. Seja no transporte, producdo de alimentos, servicos de satide, na educaco e no sistema fi- nanceiro, as cooperativas no Espirito Santo esto ampliando suas atua Goes. O presidente do Sistema OCB/ ES, Pedro Scarpi Melhorim, expli- ca como a OCB contribui com as cooperativas no Espirito Santo, que em 2020 foram responsaveis por de 4,7% no PIB nominal do Espiri- to Santo. A Revista Negécio Rural entrevistou Pedro Scarpi Melhorim, que falou um pouco sobre como cooperativismo tem se desenvolvi- 0 | NEGOCIO RURAL “Esse momento dificil provocado pela Covid-19 mostrou para a sociedade que 0 cooperativismo consegue se do nos mais diversos ramos no Es- pirito Santo. Revista Negécio Rural - Como estio as atividades pés-pandemia da Covid-19 e 0 que mudou para methor no cooperativismo capixa- ba? Pedro Scarpi Methorim - © flu- x0 de atividades esta mais intenso, principal mente por causa do retor- no dos eventos e agendas presen- ciais. Diversas feiras que haviam sido suspensas por causa da pande- mia, voltaram a acontecer. O fato de podermos ir até esses eventos ¢ de termos cooperativas participando deles é dtimo para 0 cooperativis- mo capixaba, pois séo fatores que permitem reforcar os vinculos das Pedro Scarpi Presidente do Sistema OCB/ES sobressair em meio a crise” ji Melhorim cooperativas com seus clientes parceiros. Além disso, esse momen- to dificil provocado pela Covid-19 mostrou para a sociedade que o cooperativismo consegue se so: bressair em meio & crise, firmando- ‘se como uma opco segura, vidvel e colaborativa para fazer negécio. Alguns processos se modifica- ram para se adequar ao momento da pandemia e vio permanecer? Com certeza. Nao vamos descar- tar as mudancas que fizemos em funcéo da pandemia e que geraram retornos positivos para nés. Muitas reunides e capacitacées continuarao sendo virtuais, intensificaremos a digitalizacéo de documentos e pro- cessos e, em algumas cooperativas, oteletrabatho, que se mostrou como uma excelente alternativa para o momento, seguiré sendo uma rea- lidade. O e-commerce e os aplicati- vos também continuarao recebendo atencéo e investimentos das coo- perativas capixabas, que terdo uma atuacéo cada vez mais voltada para 0 uso da tecnologia. Diversas cooperativas esto retamente ligadas ao agronegéxi no Espirito Santo. Esse fator con- tribui para o aumento de renda dos Pequenos agricultores? De que forma? ‘Sem diividas. No interior no Espi- rito Santo hé uma presenca pujante das cooperativas do ramo agrope- cudrio. Esse ramo abarca coopera- tivas de grande, médio e pequeno porte. Todas elas geram oportuni- dades de emprego e renda para as populagdes dos municipios em que atuam. Os pequenos agricultores pecuaristas que até entdo trabalha- vam por conta propria e dependiam de terceiros para vender e escoar seus produtos, encontraram nas cooperativas agropecuarias uma fonte de renda methor e mais g rantida, Aqueles que ainda no so cooperados podem procurar a coo- perativa agropecudria mais préxima de suas residéncias, manifestando a intenco de fazer parte do quadro de associados. Ecomo a OCB tem apoiado essas cooperativas? Antes, durante e apés a pandemia © Sistema OCB/ES sempre se colo- cou & disposicéo das cooperativas para ajudé-las com as suas deman- das, Prestamos servicos de assesso- ria de comunicacéo, relagdes insti- tucionais, tecnologia da informaco e juridica, além de promovermos desenvolvimento & monitoramento cooperativista, a formacéo profis-~ sional e a promogao social. “O cooperativismo capixaba possui uma participagao de 4,7% no PIB nominal do Espirito Santo” Com frequéncia nos deslocamos para ir até as cooperativas, buscando lum contato mais préximo com elas, e & nesses momentos que muitas demandas nos séo encaminhadas. Vale destacar que, no ambito do le- gislativo e do executivo, auxiliamos as cooperativas com a condugéo de diversas pautas. Mais recentemente, também temos criado pontes entre as cooperativas e 0 Sebrae/ES, ins- tituigéo que ja é parceira de alguns projetos do cooperativismo capixa- ba Gostaria de enfatizar que todo esse apoio tem contribuido para 0 fortalecimento do modelo de negé- cio cooperativista do Espirito Santo. Este ano, a OCB/ES, uma das ins- tituigdes que integram o Sistema OCB/ES, completa 50 anos de ati- vidade, e durante todo esse tempo, a organizacéo prestou suporte para as cooperativas do Espirito Santo. Se antes de 1972, quando a OCB/ ES foi fundada, as cooperativas nao possuiam uma entidade de repre- sentacéo propria, hoje elas contam com atendimentos personalizados e de qualidade junto & organizacéo. Falando em nimeros, quanto ‘© cooperativismo capixaba movi- menta no PIB do Espirito Santo? De acordo com 0 Anuario do Coo- perativismo Capixaba 2021, 0 coo- erativismo capixaba possui uma participacao de 47% no PIB nomi- nal do Espirito Santo. O documento tern como data-base o ano de 2020, periodo em que as cooperativas ca- pixabas contabilizaram sobras de quase RS 300 mithdes e movimen- taram a soma de RS 6,6 bilhdes em ingressos e receitas. Agora estamos tratando os dados referentes a 2021, ‘que jé apontam crescimento em di- versos indicadores. © cooperativismo do Es to Santo tem crescido a cada ano. Gual a expectativa para o futuro das cooperativas capixabas? ‘A expectativa € continuarmos crescendo exponencialmente, mas sempre de forma planejada. Nosso maior anseio é fortalecer e diversi- ficar 0 leque de atividades das coo- perativas que jd existem. Assim po- deremos crescer com robustez, pois teremos uma base de negécio forte, preparada para investir em novos nichos ¢ capaz de acompanhar as mudancas que surgem. Como con- sequéncia, teremos 0 cooperativis- mo cada vez mais presente na vida dos capixabas, gerando oportunida- des, transformando histérias e ocu- pando parcelas cada vez maiores de mercado. @ “A expectativa é continuarmos crescendo exponencialmente, mas sempre de forma planejada” NEGOCIO RURAL | 11 ALGODAO | TExTO: AGENCIA EMBRAPA Equipamento usa inteligéncia artificial para monitoramento do bicudo do algodoeiro © equipamento foi produzido pela startup LiveFarm, em parceria com a Embrapa, e jd esta sendo utilizado em plantagées de algodao do Cerrado m levantamento recente reali- zado com cerca de 60 produ- tores de algodao do Cerrado verificou que o bicudo € a praga que exige 0 maior nimero de pulveriza- Ges, variando entre 18 22 aplicagoes por safra, nas ultimas sete safras. Os prejuizos causados pela praga podem ultrapassar o valor de RS 1 mil por hectare, o que equivale a cerca de 10% do custo total de producéo. Para auxiliarem os _produtores, esta em fase de finalizacéo um eq) pamento que vai auxiliar 0 produ- tor no monitoramento do bicudo do algedoeiro, considerada a principal praga da cultura. A inovaco desen- volvida pela startup LiveFarm, em parceria com a Embrapa, realiza a contagem automatica dos insetos em tempo real, otimizando tempo e re- cursos com © monitoramento, além de reduzir 0 niimeros de pulveriza- (Ges. O equipamento foi apresentado 0s produtores durante a 13° edicdo do Congresso Brasileiro do Algodao, que aconteceu de 16 a 18 de agosto, em Salvador (BA). "A tecnologia vai aperfeicoar a es- tratégia de controle e a aplicagéo de inseticidas, com reducdes potenciais 12 | NEGOcIO RURAL de 30 a 50%, prevé o sécio funda dor da LiveFarm, Joélcio Carvalho. O ‘equipamento consiste em um sensor que & acoplado as armadilhas con- vencionais de feroménio e envia os dados para um aplicativo, facilitan- do a tomada de decisao do produtor {quanto ao manejo da praga. “Ao passar o inseto, a inteligéncia artificial faz a identificacao e envia as contagens para a nuvem. O sistema se diferencia pelo método de con- tagem e polo fato de funcionar sem a necessidade de sinal telefénico ou de internet de satelite, sendo possi- vel adaptd-lo a qualquer ambiente”, cexplica Carvalho. Para 0 pesquisador da Embrapa ‘Algodio José Ednitson Miranda, que trabalhou no aperfeicoamento da ar- maditha com sensoriamento remoto, ‘equipamento é uma tecnologia di ruptiva, que se insere no novo cené- rio de agricuttura digital, em que as, fazendas se modernizaram e utilizam cada vez mais ferramentas de inteli- géncia artificial para a condugdo das lavouras, “0 algodio é produzido em areas muito extensas e a tecnologia dis- pensa a necessidade de ficar fazendo visitas. Além disso, as visitas podem ser feitas em um momento em que © inseto ndo vai estar presente. En- quanto a armaditha estaré no campo constantemente, fomecendo infor magées assim que o inseto chegar’, observa, AGILIDADE - Outra vantagem do sis- tema em relagéo ao método de mo- nitoramento atual é que ele facilita ‘© controle Localizado e precoce das pragas, reduzindo de uma semana para menos de uma hora a confirma- ‘o da presenca da praga no campo, “Normalmente as pragas come- ‘gam em uma determinada area e de- pois se dispersam. Na medida em que voce consegue detectar essa coloni- zacéo inicial, voc8 conseque controlar precocemente a populacéo da praga, sem gastar mais tendo que pulverizar a rea toda e sem ter nenhum preju: zo decorrente do ataque”, detalha o pesquisador. Outra aplicacSo para o uso dessas armadilhas ¢ aproveitar a coleta de dados para a tomada de decisdes de controle localizado através de drones agricolas. “Hoje nés ja temos drones de pulverizagao de 10, 20 e 30 litros de capacidade, que véo ser étimos para fazer esse controle localizado. Isso também pode ser automatizado de maneira que um Unico operador pode resolver esse problema de ma- neira tempestiva, antes que a praga se alastre na tavoura’, vislumbra Mi randa © desenvolvimento do. sistema teve inicio em meados de 2018, com © processo de patente. O protétipo do equipamento foi sendo aperfeicoado em parceria com a Embrapa, Instituto Matogrossense do Algodio (IMAmt } € outras instituicées ligadas ao setor produtivo. OTIMIZAGAO - O novo sistema ver se somar a uma série de ferramen- tas que esto em desenvolvimento para aperfeicoar o manejo do bicudo do algodoeiro. Entre elas estéo no- vos compostos orgénicos volateis, mais atrativos ao bicudo para atuar em sinergia com 0 feroménio nas armadilhas; a atualizacao do nivel de dano econémico da praga, com maior flexibilidade para as dife- rentes condigées de cultivo; e uma formulagio de inseticida bioldgico contendo semioquimicos atrativos do bicudo e isolados de fungos pa- togénicos ao insete. Também sera desenvolvido o pro- cesso de eliminacao quimica de res- tos culturais do algodoeiro e plantas voluntérias (tigueras e soqueiras) mantenedoras de populacdes de bicudo, além de um equipamento de controle remoto para destruicgo quimica de plantas voluntérias de algodio. Outras melhorias seréo as linhagens de fungos ¢ bactérias patoldgicos a0 bicudo, tecnologia attract-and-kill_com_ plantas-iscas para controle localizado de popu- lagdes remanescentes e recoloni- zadoras do bicudo, software para predicées da presenca do bicudo com base em dados climaticos, entre outras. ‘As inovacdes esto sendo desen- volvidas pelas equipes da Embrapa Algodao (PB), Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) Embrapa Arroz e Feijéo (GO), em parceria com a Universidade Fede- ALGODAO ral de Vicosa (UFV), Universidade Federal de Goiés (UFG), Instituto Federal de Educacao, Ciéncia e Tec nologia Goiano (IF Goiano Campus Rio Verde), entre outras instituigées ligadas a cotonicultura MONITORAMENTO - No Brasil, as armadithas com feroménios so am- plamente utilizadas em programas de monitoramento populacional do bicudo, assim como, no controle do inseto. Quando empregadas corre- tamente, minimizam 0 uso desne- cessério de inseticidas, trazendo be- nneficios econémicos e ambientais a0 agricultor e & sociedade. © pesquisador da Embrapa Cher- re Bezerra da Silva explica que, para ‘obter 0 indice populacional de bicu- do presente na érea a ser cultivada, as armadilhas devem ser instaladas fe mantidas ao longo de todo o pe- rimetro da drea, em intervalos entre 150 e 300 metros entre si e devem ser inspecionadas sernanalmente por um periodo de nove semanas antes da semeadura da nova lavoura de algodao. “As capturas dio ideia da inten- sidade de infestacéo de bicudos. Posteriormente, os dados de captura auxiliardo na definicéo do niimero de pulverizagées de inseticidas que serdo feitas no inicio do floresci- mento da nova lavoura, momento ‘em que os insetos migram do refu- gio para a drea plantada como algo- doeiro’, conta. @ NEGOCIO RURAL | 13, PREMIOS | ESPIRITO SANTO E PERNAMBUCO Revista Negocio Rural vence prémio de jornalismo de Pernambuco A reportagem premiada também foi publicada na ultima edicdo cooperativismo _conecta pessoas e também histé- Fias. Que similaridade po- haver entre as trajetérias de familias de agricultores que culti- vam produtos organicos em Esta~ dos tao distantes, como o Espirito Santo e Pernambuco - ainda que atuem em Locais com caracteristi- cas geogréficas muito diferentes: uma no agreste pernambucano e a outra, na Regio Serrana capixa- ba? Julio Huber, diretor de jornalis- mo da Revista Negécio Rural, con- seguiu estabelecer esse vinculo de uma forma tao encantadora que foi o vencedor do Primeiro Prémio de Jornalismo Cooperativista de Pernambuco, promovido pelo Sis- tema OCB/PE, na categoria Jorna- lismo Impresso/Digital. PRODUCAO ORGANICA - Na re- portagem, Julio Huber elegeu a agricultura_organica como tema principal. Como mora na Regido Serrana do Espirito Santo e conhe- ce bem 0 agronegécio do Estado, além de ser diretor de veiculos de comunicacao voltados ao segmen- to, 0 jornalista viu no tema uma boa possibilidade de classificacdé A partir do tema determina do, Julio saiu em busca da hist ria nordestina que faria a conexio com a vida de familias capixabas. Em sua reportagem *Orgénicos transformam vidas no sertao per nambucano e nas montanhas capi- xabas”, publicada no portal da Re- vista Negécio Rural © também na Altima versdo impressa, ele conta como produtores rurais de uma cooperativa do sertéo pernambu- cano conseguiram driblar as con digées climaticas da regiao para propiciar uma producao préspera @ que esté sendo comercializada em trés Estados. Por meio da Cooperativa de Produgéo e Comercializacéo da 14 | NEGOcIO RURAL da Revista Negocio Rural ‘Oratniestransformam vidas ne sertio pemembucene eas montachascoptrabes Agricultura Familiar Organica Agroecolégica (Coopcafa), os coo- perados adquirem solucdes para produzir frutas ¢ produtos organi- cos por meio de fazendas agroeco- légicas e de comerciatizar os itens com condigées vantajosas. No Espirito Santo, Huber en- trevistou associados & Cooperati- va de Empreendedores Rurais de Domingos Martins (Coopram) que, além de cultivarem café e outros produtos de forma orgénica, tam- bém realizam a comercializacao por meio de site e aplicativo, com entrega em domicilio. SICOOB - Outro ponto de con- fluéncia entre as duas historias a oferta de recursos para investir e para gerenciar os negécios no Si- coob. A instituicao financeira coo perativista se firmou como grande parceiro do agronegécio tanto em Pernambuco quanto no Espirito Santo. No Estado capixaba, a car- teira de crédito do Sicoob ES jé ul- trapassou RS 1 bilh&o, “As duas realidades, mesmo distantes, so parecidas. Isso se da principalmente pelo apoio das cooperativas - agricolas e de cré- dito -, que existem no Espirito Santo e também em Pernambuco”, explica Julio Huber. Essas histérias, contadas de forma bem abrangente no Portal € na revista Negécio Rural, leva ram 0 veiculo de comunicago 20 primeiro lugar na categoria Jor- nnalismo Impresso/Digital do pré- mio. O antincio dos vencedores foi realizado em live transmitida pelo YouTube. “A comunicacéo 6 0 que existe de mais importante na vida das pessoas. Portanto, este prémio é uma dadiva para a comunicacao entre nés, do movimento coope- rativista, além de ser uma forma de ampliar a divulgagao da atua- ‘cdo positiva de nossas instituicbes para a sociedade’”, ressaltou o pre- sidente do Sistema OCB/PE, Ma- laquias Ancelmo de Oliveira D= variedades de inha- me bastante cultivadas nas montanhas do Espirito Santo apresentaram bons resultados em cultivos experimentais no Cerrado Mineiro. Um dos responsdveis pela experiéncia inédita é o agricultor e pesquisador autodidata Jandir Gra- tieri, de Séo Bento de Urania, Alfredo Chaves. Ele levou mudas das variedades ‘Sao Bento e Rochom para plantar no bioma Cerrado, em um projeto real zado em parceria com a Universida- de Federal de Ubertandia (UFU), em Uberléndia, Minas Gerais. Durante 0 més de junho, Jandir e o vereador e presidente da Camara Municipal de Marechal Floriano, Cezar Tadeu Ron- chi Junior, 0 Cezinha, foram para municipio mineiro realizar a terceira etapa do projeto: conclusao e valida- Bo dos resultados. (© doutor em agronomia e pro: fessor de Ciéncias Agrérias da UFU, José Magno Queiroz Luz, foi quem recebeu o Jandir, que também € di retor executivo da Associacéo dos Produtores de Inhame de Sao Bento do Espirito Santo (Apisbes). Também participaram da ultima etapa da pesquisa o representante da fabri- ca Yamo - distribuidora de produtos agroecolégicos/naturais -, Ceo Cairo Carvalho. ‘As duas variedades testadas por pesquisadores da universidade mi- neira so cultivadas em municipios que integram a Indicacdo Geografica (IG) do Inhame Capixaba, que além de Alfredo Chaves, contempla Ma- rechal Floriano, Castelo, Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante e Vargem Alta. = De acordo com Jan- dir Gratieri, 0 principal objetivo do experimento foi qualificar a producéio © inhame no bioma Cerrado. “Minas Gerais é 0 segundo maior produtor nacional de inhame, principalmente no bioma da Mata Atlantica, No Cer- rado também tem producéo, mas em pouca escala. Esse trabalho serviu para dar um profissionalismo nessa regio”, destacou. Jandir destacou que o trabalho serviu para estudar a capacidade de producio, que foi satisfateria e ficou dentro da média nacional. “Se hou- ver a escassez de inhame no merca: do, no Cerrado essa producéo pode ser mecanizada, jé que conseguimos confirmar que a produtividade che- gou a atingir 40 toneladas por hec- tare. A média nacional é de 35 to- neladas, e conseguimos, ficar nessa mesma média no Cerrado”, informou Gratieri O pesquisador e produtor acredita no aumento do consumo do inhame no Brasil, e a produgéo no Cerrado pode vir @ suprir essa necessidade. Os dados completos do estudo sero divulgados oficialmente pela Uni- versidade Federal de Uberlandia, ~ Para o pre- sidente da Cémara de Marechal Floriano, Cezar Ronchi Junior, esse projeto ird beneficiar a todos os mu- nicipios que integram a IG. ‘Podemos destacar que esses resultados pode- rao beneficiar a agricultura familiar de Marechal Floriano e dos outros municipios componentes da IG, Esto surgindo possibilidades de abertura de novos mercados nacionais ¢ até no exterior, 0 que pode viabilizar mais vendas do produto in natura ou desidratado”, informou o vereador. Ele ainda enfatizou que a divulga- cio dessas cultivares no Brasil abre possibilidades de vendas de mudas certificadas, de industrializacio e abertura de novos mercados para subprodutos do inhame. “Também podemos implantar unidades de processamento em parceria com ér- gos estaduais e prefeituras’, desta- cou Cezinha Ronchi. Entre as atividades da visita a Uberlandia, o grupo capixaba conhe- ceua fébrica Yamo, que produz sub- produtos a base de inhame. Na visita foram apresentados novos produtos a partir do tubérculo, assim como degustagao de sorvetes, picolés, chips e bebida de extrato de inhame, entre outros alimentos. NEGOCIO RURAL esenvolvendo um dos pilares fortalecimento © 0 desenvol- vimento das OrganizacSes de Pe- quenos (as) Produtores (as) ~ OPPs, a Associagdo das Organizacées de Produtores Fairtrade do Brasil (BR- FAIR), promoveu mais uma etapa da Formacéo de Jovens Liderancas CLAC (Coordenadora Latino Amei cana e do Caribe de Pequenos Pi dutores e Trabalhadores do Comér- cio Justo) ~ Edigo Cone Sul para 0 Brasil. Desta vez, 12 jovens se formaram no ultimo més de jutho. A agéo teve inicio em 2019, quando a CLAC se preocupou com a baixa participacéo dos jovens no campo e nas organiza Ges certificadas. Com o financiamento da Uni Europeia, foi desenvolvida a meto- dologia e conteudo para um curso Virtual © presencial sobre o tema de lideranca para jovens. No curso, a énfase é colocada na necessidade de fortalecer as liderancas das Or- ganizacées de Pequenos Produtores Fairtrade, como forma de consolidar 0 lagos intergeracionais e inter-re- gionais nas diferentes organizacées. © curso conta com a contrib (Bo docente da diretora da Regi Cone Sul CLAC, Catalina Jaramito, das gestoras CLAC Brasil, Paola Sil- va Figueiredo, Cintia Matos e Giseli ‘Sampaio, do secretério-executivo da BRFAIR, Bruno Aguiar, e dos profes- sores Layon Carlos César, represer tando a Universidade Federal de Vi cosa (UFV),¢ Paulo Henrique Leme e Elisa Reis Guimaraes, representando a Universidade Federal de Lavras (UFLA). As duas universidades, de Minas Gerais, fazem parte do projeto Universidades pelo Comércio Justo Para o professor Dr. Layon Carlos Cezar, do Departamento de Admi- nistracdo e Contabilidade da UFV, 0 curso aumenta as possibilidades de trabalho dos jovens, seja nas pro- priedades ou nas organizacées, contribui para a manutencéo da nova geracéo no campo. “Essa iniciativa traz qualificacdo e desperta a sensa- Go de pertencimento deles a essas 16 | NEGOCIO RURAL organizacées, e faz com que esses jovens passem a se enxergarem no meio rural e que eles comecem a ocupar os espacos destinados aos associados e cooperados”, destacou Um exemplo 6 0 cafeicultor Fa- biano Diniz, 26 anos, de Manhuacu, Minas Gerais, que esté empolgado com 0 curso de formacio. Coopera- do & Cooperativa Regional Industria e Comércio de Produtos Agricolas do Povo que Luta (Coorpol), atual- mente ele estd cursando Técnico em Cafeicultura no Instituto Federal de Educacio, Ciéncia e Tecnologia (IF Sudeste-MG). “Esse curso de formacio da CLAC esté sendo muito bom. Estamos fa- zendo trocas. de experiéncias com jovens de outras regides e conhe- cendo outras realidades. Assim po- demos criar solucées a partir de vi- véncias de outras pessoas. Isso tem agregado muito, além do conheci- mento trazido pelos professores e palestrantes”, enfatizou Fitha de familia produtora de ta~ ranja de Taiacu, Sao Paulo, Laura Cuoghi, 22, € outra joven empol- gada com 0 curso. Atualmente ela também cursa Agronomia, “Eu co- Inheci o curso por meio da Coperfam (Cooperativa de Produtores Rurais de Agricultura Familiar) e busco co- nhecimento para empregar na nossa propriedade. Os conteuidos aborda- dos so muito importantes’, afirmou O professor Paulo Henrique Leme, que € coordenador do Agritech da UFLA e coordenador do Projeto UFLA pelo Comércio Justo, falou da sua satisfacdo em ministrar o cur- so. O mais importante ¢ capacitar esses jovens para que eles possam se tornar novas liderancas e lideres inspiradores para os outros jovens. Temos que identificar e capacité-Los, pois isso € fundamental para o fu- turo da agricultura. Eles estéo muito ‘empolgados’, contou o professor. De acordo com Bruno Aguiar, da BRFAIR, a formacao de Uiderancas é voltada principalmente para pessoas jovens que se encontram envolvidos (@s) no Comeércio Justo. “Este pro- cesso de formacio procura esta- belecer ‘pontes’ entre as diferentes geracdes e permitir, a curto, médio e longo prazo, ter organizacées de Co- mércio Justo consolidadas, que con tribuam para a sucessao familiar, ¢ para a manutencéo de meios de vida sustentéveis entre as familias pro- dutoras’, informou. Dentré os temas debatidos duran- te 0 curso, destacam-se: conceitos de Comércio Justo e desenvolvimen- to sustentavel; direitos humanos; principios e organizacéo do coope- rativismo; lideranca e trabalho cola- borativo; inclusao social e minorias; incluso de género; lideranca e de- senvolvimento. O préximo curso de- verd ocorrer no ano de 2023. CAFEICULTURA Coffee of The Year 2022 com inscri¢gées abertas até o dia 12 de outubro Estdo abertas as inscrigées para um dos mais importantes concursos de qualidade de café do Brasil: 0 Cof- fee of The Year 2022 (COY 2022) concurso busca reunir os melho- res cafés do Brasil e também, eleger premiar os grandes destaques do ano, incentivando 0 desenvolvimen to eo aprimoramento da producéo nacional, além de divulgar as novas origens. Os cafeicuttores interessados po- derdo inscrever suas amostras nas categorias arabica e canéfora. Os cafés fermentados podem participar dentro dessas duas classificagoes. © prazo maximo de recebimento das amostras pelo IFSULDEMINAS 6 dia P de outubro de 2022. Para participar do COY 2022, € necessé- rio realizar a inscricao no site: worw. semanainternacionaldocafe.com.br/ coffee-of-the-year, no valor de RS 160. No site também é possivel aces sar 0 regulamento do concurso. Cada produtor poder inscrever até sete lotes de café no seu nome e CPF, colhido na propriedade no ano de 2022. Para cada lote inscrito © produtor rural deverd enviar uma amostra de cinco quilos de café verde beneficiado, com umidade de 115%. Cada lote inscrito deve conter no rminimo duas sacas de 60,5 kg de café beneficiado. As sacas do lote inscri- to deverdo ser fidedignas @ amostra enviada e preservadas até o final do COY 2022 na propriedade do cafel cultor. Caso 0 produtor néo atenda a essa regra, serd desclassificado e, em Ultima insténcia, perder o eventual titulo. AVALIACAO - As amostras inscritas sero submetidas a um processo de avaliacéo realizado por uma Comis- sfo de Julgadores, composta por ju~ zes certificados pela Specialty Cof- fee Association (SCA) ¢ G-Graders @ R-Graders licenciados pelo Coffee Quality Institute (Cl) Esse time analisara as amostras de café verde e classificard quanto 20 aspecto, a seca, & cor, & porcentagem de peneiras, a0 tipo, teor de umidade © & qualidade da bebida. Serdo ava liados aspectos fisicos, que possuem caréter oliminatorio, , em segui da, aspectos sensoriais, para fins de classificagso. Do total de amostras inscritas avaliadas, serdo selecionadas as 180 methores (150 de arabica © 30 de canéfora) para participar da Sema- na Internacional do Café (SIC), que acontece em Belo Horizonte (MG) entre os dias 16 e 18 de novembro. Essas amostras, divulgadas no dia 7 de novembro, no site da SIC, sero disponibilizadas para cupping (tes te do café) durante o evento, com 0 objetivo de criar oportunidades para negociacdo presencial linda durante a SIC, as 10 metho. res amostras de arabica e as cinco melhores de canéfora, selecionadas pela Comissao Julgadora e devida- mente codificadas, ficaro disponi- veis em garrafas térmicas - nos dias 16 e 17 de novemibro ~ para serem degustadas as cegas pelo puiblico vi- sitante da feira, No dia 17 de novembro, na véspe- ra da premiacéo, serdo divulgados os 50 methores cafés da categoria ar- bica e os 15 methores da categoria canéfora, também no site e na Sala de Cupping © Negécios. J no dia 18, seré realizada a ceriménia de pre- miagéo, as 14h, no Grande Auditério Robério Silva Inscri¢6es abertas para torneio que elegera os melhores cafés Fairtrade do Brasi Ee our Pee eae ee] Boole Eee ce eeeerey Reet Ceo) ana e do Caribe de eee ce ae ae Peace ie rea) eae rgani Earn Peace Perera Cen cee Reus eter ee eet ee RR er Meee ei olden Cup conta ainda com Pee ate a ae PRR Ire ene ase cey Pee eee etary 's) de Café Fairtrade ee ete Cea Coe oe eer Reinier tie Ce ac eee ae Deus ae Cea ire ce Pee Ru cao Cr OM at Cente tees eerie Peete eee a conn Scant a eC er Coil eon ne ery isso, os cafés ganham cada vez mais Uae Omen nS Cat rodutores(as) e aumentad Se eae smo SDC ree oe ence Per eee ec) Bereta ee teeters pr + Resultado do Aree Paarl A Cooxupé inaugurou 0 seu novo nnicleo na cidade de Patrocinio, no cerrado mineiro. A cooperativa jé esté presente no municipio desde 2013, até entdo fornecendo atendi mento aos cooperados por meio de uma unidade avancada.A solenidade de inauguracao contou com familias cooperadas, autoridades politicas € representantes do setor cafeeiro. “A Cooxupé ¢ a representacéo da agricultura familiar organizada. A cooperativa tem um papel funda- mental em dar dignidade e respeita bilidade ao pequeno produtor. O café 6 um simbolo do sucesso do agro. Nao sé por ser uma grande commo- dity, mas por sua organizacéo, que faz com que o setor seja respeitado no Brasil e no mundo todo”, desta- couo Ministro da Agricultura, Pecus- ria e Abastecimento, Marcos Montes. ‘Ainda na inauguracao foi assina- do um Protocolo de Intencées. “Este documento € para que possamos compartilhar 0 uso de estrutura de armazenagem. Para, assim, aumen- tar a capacidade de armazenamento, estar presente junto aos cooperados, methorando a logistica para a distri- buigdo e fazer com que essa coope- racdo seja cada vez mais virtuosa’, declarou o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo. Patrocinio é considerado 0 maior municipio produtor de café do Bra- sil. Com um investimento de mais de RS 30 mithées, a unidade esta ins- talada em uma érea total de 120 mil metros quadrados, sendo mais de 15 mil metros quadrados de construcéo. Annova estrutura traz beneficios aos cooperados locais e da regido com a presenga de Loja, auditério, arma- zém, blaco de apoio aos motoristas, centro de distribuicéo de insumos, balanca, oficina, entre outros pontos ampliados. “iniciamos as atividades em Pa- trocinio no ano de 2013, quando re- cebiamos 82 mil sacas de café. Hoje temos um recebimento de mais de 200 mil sacas @ um crescimento de ‘quase 60% dos nimeros de coo- perados”, destacou o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo. Fle ainda enfatizou a forca do cooperativismo. “A cooperativa seré sempre do tamanho que ocooperado desejar. No cooperativismo é assim: quanto mais 0 produtor associado participa da sua cooperativa, mais € possivel viabilizar investimentos que retornam em servicos de qualidade para os nossos cooperados. Um pa- triménio que € construido por meio da sua efetiva participacio’, disse A Cooxupé esta presente no cer- rado mineiro desde 1990, quando inaugurou seu primeiro nucleo na cidade de Monte Carmelo. Desde entdo, a Cooxupé vem ampliando a rea de aco nesta regiso que, atual- mente, conta com 67 municipios vin- culados a sete Unidades de Negécios da cooperativa entre nucleos,filiais € unidades avancadas. Produtores de cafés vulcanicos querem ampliar area de Indicagaéo Geografica Para apoiar os coletivos de pequenos produtores que tém interesse em registrar suas IndicacSes Geografi- «as (6) vinculadas aos produtos servicos, 0 Sebrae, em parceria com Instituto Nacional da Propriedade In- dustrial (INPI), tem realizado um tra- balho de orientaco por meio de er contros virtuais, como ocorreu com cafeicultores da Regio Vulcénica de Minas Gerais. ‘A Associacdo dos Cafés Especiais da Alta Mogiana (AMSC) abrange também a produgéo em municipios de Sao Paulo. Apesar de ja possui- rem 0 registro de IG desde 2013, os produtores apresentaram demandas para realizar mudancas na delimita- 18 | NEGOCIO RURAL co da érea e no nome geogréfico. O gestor da AMSC, Gabriel Bor- ges, destaca que esses encontros 580 de extrema importancia_ para comunicacSo com o INPI, érgao do governo federal responsdvel_ pela andlise ¢ concessio das IGs. “Todos 05 profissionais foram muito solici- tos e dispostos a ouvir nossas dores e encontrar formas de solucionar os problemas’, contou. Segundo ele, mesmo com 0 registro, os desafios de promover proteger 0 café da Alta Mogiana sao constantes. Atualmente, o Sebrae acompanha a estruturacdo de 64 IGs, das cinco regides do pais, localizadas em 15 Estados brasileiros, sendo que 51 deles estiio em busca do registro de Indicacao de Procedéncia (IP), que 6 uma espécie de Indicacdo Geogréfica baseada na notoriedade da tra produtiva da regio em relacéo a um determinado produto. Os outros 13 grupos estado interes sados no registro como Denomina- ‘Gao de Origem (DO) que ¢ outra mo- dalidade de IG, cujas caracteristicas do territério agregam um diferencial a0 produto ou servico, incluindo a influéncia de fatores naturais e hu- manos. Entre os produtos, hé desde alimentos como: café, queijo, frutas, ‘ames embutidas e pescados, bem ‘como artesanato de facas, renda de bilro, pecas de cristal, entre outros. CAFEICULTURA Cafeicultor quase triplica produ¢ado com o apoio do SENAR-ES causou grandes impactos aos ‘capixabas, principalmente para © campo. Neste periodo, 0 produ tor rural Marcos Anténio Almeida Rodrigues passava_por algumas dificuldades devido a estiagem, na Fazenda Floresta, no municipio de Muqui, no sul do Espirito Santo. Com a propriedade fortemente afetada, © cafeicultor ndo conseguia atingir nem 40% da producio, e acumulava uma perda de 70% da lavoura. Com a satide financeira impac- tada, precisou até arrendar pastos em busca de amenizar a situacio. Porém, através de um convite para participar do Programa de Assis- téncia Técnica e Gerencial (ATeG), do Servico Nacional de Aprendiza- gem Rural do Espirito Santo (SE- NAR-ES), viu a sua vida mudar e sua propriedade prosperar. Apés ser assistido em 2018 © 2019, Marcos Anténio explicou que sua producdo de café praticamente triplicou com a mesma quantidade de hectares plantada nos dois anos seguintes. Segundo ele, adotar as modificacées na genética das plan- tas, administrar a adubacio, além das condicdes mais favoréveis do clima, ajudou essa conquista. “Par- ticipar do ATeG foi um divisor de guas e um salto na minha vida. A partir da assisténcia, consegui orga- nizar melhor 0 manejo da lavoura, o plantio, além de compreender in- vestimentos e custos para gerir me- thor a minha propriedade’, contou. © produtor também exaltou 0 lado humano, além do profissiona- lismo do técnico que o atendeu. “Ele se preocupava, tinha todo o cuidado, atencdo e profissionalismo na hora de ensinar e também incentivar a minha busca pelo conhecimento*, destacou. Além do programa, Mar- cos engatou em outros cursos, como © "Negécio Certo Rural”, que se tor- nou um complemento para auxiliar 1na parte administrativa e de gesto da propriedade, fatores que colabo- ram com o produtor @ compreender deficiéncias e oportunidades em si- tuacdes adversas, ‘Apés conhecer 0 ATeG e outros E=: 2014 e 2017 a crise hidrica cursos oferecides, o cafeicultor se interessou cada vez mais pelas ages e recebeu o convite para par- ticipar mais ativamente do Sindica- to Rural como secretério em 2021 Atualmente, ele esté como presi- dente do Sindicado Rural de Muqui e ressalta que tem como principal objetivo difundir as acées do Siste- ma, principalmente, a assisténcia e as capacitacdes do SENAR-ES para 0 produtores rurais, como forma de contribuigio e agradecimento pela mudanca realizada em sua proprie- dade. MAIS RENTABILIDADE - A Assis- téncia Técnica e Gerencial ensina 0s produtores rurais a aumentar a rentabilidade e produtividade capi- xaba no campo. Disponivel no Espi- rito Santo desde 2015, 0 programa ofertado pelo SENAR-ES leva assis- téncia em gestéo da propriedade técnicas de producéo aos produto- Rem Gienior GPeaccas) et ae) Propriedade res rurais. Com foco nas principais cadeias do agronegécio capixaba, © ATeG ja auxiliou na otimizagao de produ¢éo de aproximadamente 2.067 agricuttores, em 62 muni pios do Estado. © modelo de atendimento do programa consiste em uma visita mensal de quatro horas em cada propriedade, de forma individuali- zada. O produtor recebe esse aten- dimento de forma gratuita por um periodo de dois anos e quatro me- ses. A metodologia desenwolvida na AleG esta fundamentada em cinco etapas que abrangem todo 0 pro- cesso a ser aplicado no desenvolvi- mento da propriedade rural atendi- da. Sao elas: diagnéstico produtivo individualizado; planejamento es- tratégico; adequacio tecnolégica; capacitagaoprofissional comple- mentar; @ avaliagao sistematica de resultados. NEGOCIO RURAL | 19 GIRO RURAL CONAB ESTIMA SAFRA RECORDE PARA MILHO 2° SAFRA Os produtores de mitho deverao colher, na segunda safra do cereal, 87,4 mithdes de toneladas na tem- porada 2021/22, como aponta o 11° Levantamento da Safra de Gréos divulgado em agosto pela Compa- nhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com o bom desempenho das lavouras, a atual estimativa da Companhia para a producio total de graos, nesta temporada, esté em 271.4 milhdes de toneladas, acrés- cimo de 6,2% ao que foi colhide em 2020/21, ou seja, 15,9 milhdes de toneladas. Se confirmado, o volume estima- do para a segunda safra de milho representa a maior producao regis- trada na série histérica. O numero j8 considera a reducdo de produti- vidade, quando comparado com o levantamento anterior, devido a0 impacto da falta de chuva e ataques de pragas em importantes regides produtoras, como o Parand, Em re- lacéo ao ciclo anterior, 0 aumento nna producéo chega a 44%. Outra cultura de destaque é 0 algodao. De acordo com o levanta- mento da Conab, a expectativa 6 de uma colheita de 2,74 mithdes de to- neladas da pluma do algodao, 16% superior & safra passada. Para o fei- jo, mesmo com as oscilacées cli- maticas registradas durante 0 ciclo, ‘a producdo deve alcancar em torno de 1,36 milhao de toneladas, repre- sentando um incremento de 19,5% em relacdo & temporada anterior. Producao de cacau volta a crescer no Brasil apos controle de vassoura-de-bruxa © chocolate estd cada vez mais presente na mesa dos brasileiros: ito em cada 10 familias tém 0 ha- bito de consumir 0 produto, é 0 que ‘a mostra pesquisa publicada no ano de 2021, pela Associacao Brasileira da Indiistria de Chocolates, Amen- doim e Balas (Abicab). A oferta desse doce, contudo, ficou amea- cada por muito tempo em razao de reducSes constantes na producao brasileira da matéria-prima: 0 ca- cau, Entretanto, a cultura esté em recuperacao no pais. De acordo com o Instituto Bra- sileiro de Geografia ¢ Estatistica (IBGE), em 1980, o Brasil produz’ 319 mil toneladas de améndoas de cacau. Dez anos depois, foram mais de 356 mil toneladas. Esses nume- ros colocavam o pais como lider € mundial na cultura. Mas, © cenério mudou em pouco tempo. Em 2000, a colheita nao chegou a 200 mil toneladas, provocando fal- ta do produto no mercado interno. “A redugio na producao de cacau impactou diretamente o mercado interno, De exportador, o Brasil tor- nou-se importador para abastecer a demanda. Apesar de ser um im- 20 | NEGOCIO RURAL portante exportador, 0 Brasil ainda importa grandes quantidades de chocolates de outros fornecedores. Mas, temos potencial para me- thorar nossa balanca comercial”, Eliane Kay, diretora executiva do Sindicato Nacional da Indistria de Produtos para Defesa Vegetal (Sin diveg).. A reducio da producio nacional de améndoa de cacau ocorreu prin cipalmente devido a disseminagao da chamada “vassoura-de-bruxa’, doenca fungica que tem aco de- vastadora sobre 0 cacaueiro, e que pode atingir até 90% da érea pro- dutiva, segundo o Servico Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Na época, a falta de tratamentos efi- cazes para o problema contribuiu para piorar a situacéo. “De 40 anos para cé, 05 érgios oficiais e a industria de defesa ve~ getal passaram a investir cada vez mais em pesquisas cientificas, vi- sando o desenvolvimento de solu (Bes eficazes e altamente modernas para combater a vassoura-de-bru- xa", comenta Eliane Kay. Esse vestimento deu resultado: segundo © IBGE, em 2010, a producao brasi- \eira jé havia voltado a crescer, com 235 ‘mil toneladas de cacau. Em 2020, foram 269 mil toneladas. Os insumos aplicados nas plan- tagdes de cacau passam por uma longa avaliacéo cientifica, técnica de drgdos governamentais, 0 que trouxe seguranca para o produto, a0 meio ambiente e para a socie- dade. Com o apoio desses recursos, a cultura, que rende mais de RS 3 bithdes aos produtores rurais (con forme dados de 2020 do IBGE), tende a crescer ainda mais, “poten- cializando a economia brasileira e beneficiando © consumo interno”, segundo Eliane Atualmente, a producéo de ca- ‘cau = em grande parte, a cargo da agricultura familiar ~ esta presente ‘em nove Estados. Cerca de 54% da cotheita esté concentrada no Paré (1447 mil tonetadas) ¢ outros 40% na Bahia (107,6 mil t). O Espirito Santo representa 4% da producéo total (11,3 mil toneladas) ¢ Rondé- nia, 2% (5,1 mil t). Em menor escala aparece Mato Grosso (366 tone- ladas), Minas Gerais (108 t), Rorai- ma (12t) e Ceard (5 t) Nr RURALTURES 2022 SERA EM SETEMBRO E TERA ESPAGO AMPLIADO Igumas novidades estéo sendo preparadas para .quem visitar a 2° RuralturES (Feira Estadual de Turismo Rural), que serd realizada de 15 a 18 de setembro, no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, 0 Polentao, em Venda Nova do Imigrante, na regio de montanhas do Espirito Santo. O evento, promovido pelo Mon- tanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau, tem apoio do Se- nac Venda Nova, do Servico Brasi- leiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-ES), da Secre- taria de Estado de Turismo (Setur- -ES), da Associagao de Agroturis- mo do Espirito Santo (Agrotures) e da Prefeitura de Venda Nova do Imigrante. Uma das novidades deste ano 6 que 0 espaco para exposicées sera ampliado em 40%. O supe- rintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo, disse que 70 expositores te- ro oportunidade na 2° Ruraltu: ES, “inauguramos a temética do Turismo de Experiéncias em 2021, coma profissionalizacéo de 21 em- preendedores, ¢ fizemos uma ex- posicéo da regido para o publico entender o que esté acontecendo nessa area. A regio de das mon- tanhas capixabas virou referéncia ‘no Brasil em Turismo de Experién- cias e podem receber recursos do Sebrae Nacional para se desen- volver como polo de inteligéncia na area’, destacou Rigo. ‘A ampliacao do espaco tem em vista a abertura da drea de eventos para mais cervejarias artesanais; ofertas de experiéncias de ecotu rismo e turismo de aventura, em parceria com o Instituto Marcos Daniel; inovacées em turismo ru- ral por meio da gastronomia tipica e a exposicao de flores, aprovei- tando 0 inicio da primavera. Segundo a secretaria executi- va do Convention, Andréia Rosa, no caso das flores, 0 objetivo é alavancar negécios nao somente junto ao consumidor final, como também com empreendedores que atuam com eventos. “Quem atua com eventos na regido geralmente compra flores em outros Estados. Dai a necessidade de aproximar os produtores locais desses empreen- dedores’ NOVO MUNICIPIO - Outra novida: de é a incluséo de Alfredo Chaves na regido turistica Montanhas Capi- xabas. Assim como Venda Nova do Imigrante, Afonso Cléudio, Brejetu- ba, Conceigao do Castelo, Domingos Martins, Laranja da Terra, Marechal Floriano e Vargem Alta, o municipio passa a integrar 0 Montanhas Capi- xabas Convention & Visitors Bureau vai expor suas rotas em um estan- de na Ruraltur€S. secretério de Estado de Turis mo, Fernando Rocha, ressaltou que ‘as montanhas capixabas do orgu- tho para o Espirito Santo e o Brasil e que foi a regido que mais pleiteou editais de pequenos eventos com a retomada pés-pandemia. “Esses eventos geram fluxo turistico, mas a maior dificuldade ainda ¢ a mao de obra qualificada. Estamos em- penhados em reverter o atual ce- niério com investimentos do Gover no do Estado” © EVENTO - A RuralturES ¢ fruto da Ruraltur, evento nacional que teve sua dltima edicéo, em 2019, em Venda Nova do Imigrante, apés anos sendo realizada no Nordeste do Brasil. Em 2021, a primeira edi- go estadual contou com 113 es- pacos de exposicéo, 15 caravanas de diversos municipios capixabas € um pubblico estimado em 27 mil pessoas, que ocuparam 100% da rede hoteleira e movimentaram aproximadamente RS 1 milhdo em vendas diretas no evento. NEGOcIO RURAL | 21 AGOSTO Frutas: Morango, Carambola, Laranja- pera e Tangerina/ Mexerica Legumes e Verduras: Card, Inhame, Mandioca, Pimentéo, Espinafre, Rucula, Mostarda ¢ Escarola SETEMBRO Frutas: Abacaxi, Banana- rnanica, Caju e Jabuticaba Legumes e Verduras: Almeiréo, Ervitha, Inhame, Cogumeto, Couve, Louro, Oréganoe Rabanete OUTUBRO Frutas: Acerola, Banana-prata, Manga eCaju Legumes e Verduras: Berinjela, Beterraba, Pepino, Tomate, Almeirao, Coentro, Cebolinha e Hortela O QUANTO SUA PROPRIEDADE re 7 a O Programa ATeG existe para ensinar o produtor a aumentar a WWw.SENAR-ES.O PROCURE O SINDICATO FAES RURAL DO SEU MUNICIPIO SENAR OU LIGUE: (27) 3185-9218 SINDICATOS j f . Financiamento de apse I até 3 anos para pagan... «© O Bradesco esta com vocé no Ano Safra 2022/2023. Entre nos, _ . vocé vem primeiro. o>) bradesco

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