Você está na página 1de 9
OS CONFUNDIDOS t— Estow cansada. Quase meja-noite, — Continuo de férias, pusso acordar tarde Mas eu, aio. Afinal que importa? Suporte bem uma noite scm sono, Ten — E unis alusio a min? alvex — Nao fiz censuras, perguntas, nfo disse nada. ho passacle outras. Desde 6 jantar que estamos calades Existe alguma coi hoje. 5 © herror tenha in! teréa, dia de trabalho. Um de nos levantou-se, ou int dinda levantarse, entreabrir a. corina, olhara note. O rumor dos veiculos, cendeu? das avenid acquarelusem seus finos:caini- que: lui condenada a ouvir TO, BO NICHoOS, que wes que clarcie o dia, Amanha é into isso no ar, nas maas..Es a ontinuadoe, ascendera — sobre |hos, sobre as poltronas de coure com. almofadas ver- melhas, em torneo do-abajur aceso. As estrelas: vibrando, ecends ithuladas pelo. ramar da cidade que nao dorme, Estamos de maos:dadas, qual destas maos arde? Olhame regirande na sal a parede wazia. nente uni ateque.. Prometi nunca, mais tornar a fazer isso, Mas nde posse cumprir, sim- — Hoje; sofri nev 64 plesmente nao posse, Velo com a mesma fora de sem- pre. F abalador. L_ Entie nao ha remédio- — Deve haver: ‘_ Tenho de viver até quando nesta danagie? esperar até fina da wick — E preciso compaixao. ‘— Novamiente ‘as paluve — Nao sdo inte! stou. farta. Tnuteis Como Sempre, $ hames passady tres semanas sem essa coisa-odiosa, Dias perfeitos. — Manhas, tardes« noites nés-es nao podia: duvidar... de mim. tL Bastou eu me: malgumas horas, para reco- mecar outa vez, Entio tudo! que faga ¢ o mesmo que vamos juntos, Bu std alhar nos olhos de uni cego? — Querty explicur L_ Prefire nfo ouvir, — Tenho: de-ouvi UL » por cima de tude, ainda ists: uma auséncia total de piedade. Admit que suspeite de mim, embora sem motive. Mas por que’confessar? fi crucidade: — Quero ser sinecro, t_ Desprezo até A néusew esse tipo de sincericade, Enjoa-me. Sinveridade, come? Entrego-me. Confio. Sinto os abracos, beijos: E que existe por dentro dos afagos? Tenho os olhos fechados; Minha boca est na minha boca. E dois olhos sondam-me. Isto ¢ ser sincere? — Niosuspeito de nada, quando nos amamos. 1 Como posso saber? Come posso cret? — Estou dizendo: nda suspeito de nada. Alguma coisa, quando ‘estamos jumos, me testitul a confiang Acho que assim vai set eternamente, que teda sombra acabou e que nado voltard avexisur, entre n03, maidade alguma, De repente, vejo-me sozinho. E recomego. 65 ‘_ Por qué nao suspeitar quando estou presente? Posso estar aqui, comiga, nua ¢ pensando noutro ho- mem, Comparande em seared 6 modo de abrit © jeito.de.. — Melhor nao prosseguir. Se destruo isto, esta segue tanca, a derradeira, a tinica, me resta o qué? — Pouce'se meda, Para mim, mem essa, ao menos; existe. Principio também a cuvidar de mii mesmi niome-conheco, mio sei mais quem $0 Quein, com gestas nervosos, abré'a cigarreira dou- radu, bate com um golpe decidide ¢ seco # tampa-do isqueizo, depois de ‘olhar a -chama‘démoradamente? Um s¢ levanta, anda, outro permancce sentado, depois-este S€ ergue, atravessamos a Sala, alguém volta 4 sentarése, continuames de pé, dorso-contra. dorse, juntos. — Quando me vi sozinho, fui deitar-me: Comecei a pensar come estas semanas tinham-nos aproximade ¢ que todos os mal-entendides cessariam, Nao haviamos tido “apenas alguns momentss alegres é trangtillos. Todos esses’ dias foram de alcgria © paz: Reyi-me na praia, minha despreocupagao no mar, 0 Corpo,.as coxas, recor dei o calor de nossas peles depois do meio-dia. Lamentei ja as desconfiangas antigas € pensei que depois de oito anos conquistaramos alguma coisa buscada durante todo esse tempo: ao fui ac banheira © vi: estava seco. '— ‘Tomei banho, Foi talvez 0 tempo que est4

Você também pode gostar