Avaliação do módulo “Neuropsicologia forense”

De Julia de Bulhões Carvalho Schechtman

A avaliação neuropsicológica tem ganhado cada vez mais espaço na área da

justiça. Na interface da saúde mental com a justiça, a neuropsicologia forense atende as
demandas da avaliação de responsabilidade penal, capacidade legal, capacidade
funcional, capacidade laboral e simulação de déficits cognitivos.

A avaliação neuropsicológica é capaz de obter respostas para tais demandas,

conjuntamente com a avaliação da personalidade. Assim, avalia-se a regulação dos
impulsos, a organização cognitiva, a modulação afetiva e o controle da ansiedade.

Diferente da avaliação neuropsicológica em outros contextos, o examinador tem

que estar atento às possíveis simulações de comportamentos e patologias. Ou seja, além
de possivelmente ter que motivar o indivíduo a ser cooperativo, deve-se ter o olhar
clínico bem treinado para um fingimento.

Por fim, é importante ter uma boa base de psicopatologia, pois pessoas
portadoras de transtornos mentais apresentam problemas adaptativos decorrentes tanto
de alterações cognitivas quanto comportamentais. A avaliação neuropsicológica forense
vai poder ajudar na resposta se tal transtorno mental torna o indivíduo imputável ou
inimputável para responder como criminoso. A imputabilidade diz respeito à
possibilidade de se atribuir a autoria ou responsabilidade por fato criminoso a alguém,
ou por circunstâncias lógicas ou por ausência de impossibilidades jurídicas.